por Eli Halfoun
Armaram o maior carnaval (como sempre só para mostrar trabalho) com a apreensão de 12 toneladas de produtos piratas vendidos livremente e não é de hoje no Camelódromo do Rio. Nenhuma novidade: milhares de pessoas de todas as classes sociais (rico usa produto pirata, mas anuncia que é verdadeiro porque comprou em Miami) que frequentam aquela concentração de ex--camelos sempre soube que ali o comércio é quase todo de produtos falsificados, única maneira de vender tão barato quanto se quer fazer crer. Não cabe aquela velha desculpa do “compra quem quer”. É diferente: compra quem não pode adquirir os chamados produtos autênticos que mesmo como dólar em crise ainda custam os olhos da cara e mesmo assim também costumam apresentar problemas porque não existe por aqui, nenhum rigoroso controle de qualidade. Nem de quem é estabelecido legalmente pratica o obrigatório e, portanto, fundamental respeito ao consumidor. Combater a pirataria é, sim, uma necessidade, ainda mais quando se quer recolher (fim de ano é assim) mais impostos. Tudo bem: recolheram 12 toneladas de produtos piratas, ou seja, falsificados, mas isso não é absolutamente nada: muitas outras toneladas estão espalhadas nas mãos de vendedores ambulantes em qualquer esquina e nos outros pontos chamados ironicamente de comércio popular. Todo mundo sabe onde esses produtos podem ser adquiridos. Tomando por base só a notícia do recolhimento das 12 toneladas de falsificações (algumas fabricadas em quintais aqui mesmo e por grandes indústrias) uma pergunta se impõe: como é que, contando por baixo, 12 toneladas de contrabando entraram o país? Tem pirataria nessa jogada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário