segunda-feira, 6 de maio de 2019
Jornalismo: o que a memória impressa ensina e as dúvidas sobre o futuro dos acervos digitais....
por José Esmeraldo Gonçalves
Para quem gosta de ver e até estudar fatos jornalísticos e anúncios de jornais no túnel do tempo há uma página interessante no Facebook e no Wordpress dedicada a tópicos da memória. Recentemente foi publicado o post acima com uma reprodução da Manchete sobre uma curiosidade da agenda do então presidente João Goulart em 1962.
Você pode acessá-la no endereço https://jornaisantigos.wordpress.com/?fbclid=IwAR3tct9ZC65BRfG9nqylQuib2r_hkjaYitdNiVR466Yj8kIsn-9N2vAkl34
Agora vamos ao comentário em "textão". A crise e a mudança de modelo do jornalismo impresso lançam dúvidas sobre a preservação do que é publicado atualmente. Os meios digitais, considerando-se uma consulta a ser feita daqui a 50 anos, por exemplo, garantiriam a permanência de textos e imagens com a mesma segurança proporcionada por antigos jornais e revistas impressos guardados em coleções particulares e bibliotecas públicas?
Vejam o caso da revista Manchete, cuja coleção foi recentemente digitalizada pela Biblioteca Nacional. A iniciativa facilita a consulta por leitores e pesquisadores, mas, no caso, o acervo físico permanece nas estantes da BN.
Daqui a meio século a memória apenas digital do G1, digamos, poderá ser plenamente acessada, a coleção de um veículo de comunicação digital ou de qualquer publicação impressa que migrou para a internet estará disponível? Páginas do Twitter, do Facebook, do Instagram, hoje utilizadas por instituições públicas, presidentes, políticos em geral, escritores, atletas, celebridades, movimentos sociais etc guardarão seus registros?
Há alguns anos, a direção de uma revista paulistana já extinta ordenou a destruição de centenas de CDs que guardavam vários anos de produção fotográfica digital. O motivo? Abrir espaço em um armário. E o banco de dados implantado em seguida só arquivava as fotos publicadas, quando se sabe que as "sobras" também podem conter memória histórica. A famosa foto do Che Guevara, do Alberto Korda, aquela que virou poster e camiseta em todo o mundo, era, por exemplo, "sobra" e só foi publicada pela primeira vez cerca de cinco anos depois de feita.
Voltando ao caso da destruição dos Cds. Anos depois, a crise da mesma editora levou a maiores restrições ao arquivamento de fotos sob a alegação de falta de gigabytes. Alguns bancos de dados armazenam mídias em discos magnéticos, mas estes, como os nossos HDs domésticos, os simples pen drives e outros dispositivos flash, podem falhar após uso intenso. Hoje, recorre-se à Nuvem, espaço virtual que não está inteiramente sob controle do usuário e onde dados podem ser roubados sem muita dificuldade.
As fotos de aniversários e viagens que você guarda no celular ou no laptop estão tão seguras como ficavam nos velhos álbuns analógicos? Seus netos vão vê-las?
Quem sabe...
Uma dica: Bill Gates digitalizou sua coleção de fotos, uma das maiores do mundo, mas guarda cromos, negativos e cópias a 65 metros abaixo do solo, em uma antiga mina de ferro, na Pensilvânia.
Que os meios digitais ajudam a divulgar como nunca a memória jornalística, ninguém duvida. Mas em matéria de preservação nem o fundador da Microsoft confia inteiramente na internet.
domingo, 5 de maio de 2019
Fotografia: 49 anos depois, revista Time publica fotos inéditas do ataque da Guarda Nacional de Ohio aos estudantes da Universidade de Kent que se manifestavam contra a guerra
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Time/Reprodução (link abaixo) |
por Flávio Sépia
Em 1970, alunos de universidades americanas protestavam contra a Guerra do Vietnã. Mas foi a invasão do Camboja por tropas dos Estados, um ampliação do conflito no Sudeste Asiático, que motivou uma manifestação na Universidade de Kent, Ohio, no dia 4 de maio, há 49 anos.
O Vietnã estava na TV, jornais e revistas quase diariamente. As imagens eram cruas e sangrentas e certamente contribuíram para a reação da opinião pública americana e a crescente impopularidade do envolvimento das tropas americanas no conflito que culminaria coma derrota dos Estados Unidos cinco anos depois.
O massacre de Kent, amplamente fotografado, chocou especialmente. Era a guerra em casa, jovens soldados americanos fuzilando jovens estudantes americanos. O dia terminou com quatro alunos mortos, vários feridos, o país perplexo.
A revista Time dessa semana volta a Kent por um motivo: a agência Getty Images obteve um sequência de fotos inéditas daquele trágico dia. São imagens operadas pelos estudantes Howard Huffner e John Filo (foi descoberto um ângulo inédito da célebre foto com que Filo ganhou o Pulitzer, que mostrava Jeffrey Miller, um dos estudantes abatidos).
sábado, 4 de maio de 2019
Compra de votos: uma charge mais atual do que nunca...
por José Bálsamo
Esta charge do Mariano foi publicada na antiga revista Fatos em 1985. Vivíamos na capitania do notório José Sarney. Foi ano de eleições municipais e a compra de votos corria solta.
A camelotagem de votos é uma triste tradição. Tão arraigada que é praticada por presidentes eleitos. Não mais em troca de dentaduras e bicas d'água em favelas, no caso do eleitor popular, mas ao adquirir o "sim" de parlamentares dispostos a apoiar determinados projetos de interesse do executivo. Sabe-se que atualmente a compra de votos "evoluiu" para a ação de milicias e traficantes com poder armado de convencimento.
A cena não é datada. Quando se fala em "articular" a reforma da Previdência, a charge da Fatos está mais atual do que nunca.
Amarelou! Pôster dá tremedeira em banda punk e sobra para a produtora o prejuízo do cancelamento da turnê
por Ed Sá
Com a repercussão do poster de divulgação da turnê brasileira, o Dead Kennedys amarelou, temeu reações e desistiu dos shows. Os produtores brasileiros ironizaram a recuo e atualizaram o poster com um sugestivo "Chicken Kennedys". A ilustração, que as redes sociais interpretaram como sendo os Bolsonaros em figuração Bozo, agora estampa em camisetas que estão à venda para ajudar a diminuir o prejuízo com o forfait da banda. A produtora EV7 Live divulgou no Facebook comunicado sobre o assunto.
Nota oficial sobre o cancelamento dos shows do Dead Kennedys no Brasil
"Fomos bombardeados de e-mails e telefonemas desde a segunda feira da semana passada (22) por causa do famigerado poster que criamos para a turnê do Dead Kennedys no Brasil. Em respeito à banda e pelo contrato que tínhamos, nos abstivemos de fazer qualquer comentário público sobre o assunto – até agora. Na última sexta-feira, sem nos comunicar previamente ou mostrar qualquer boa vontade de discutir a questão, a banda anunciou o cancelamento dos shows no Brasil.
Ao longo da última semana, enviamos vários e-mails à banda, seu empresário e agente de reservas. Chegamos a oferecer a eles um generoso bônus para que reconsiderassem a possibilidade de vir e fazer os shows. Também oferecemos vários cenários amigáveis de cancelamento. Tudo o que queríamos era que a banda arcasse com os custos de reembolso daqueles que compraram ingresso antecipadamente. Todos os nossos e-mails foram negligenciados.
Diante da ausência de interesse da banda por um acordo amigável, não temos mais por que segurar nada. Vamos lá.
1) O conteúdo da arte foi aprovado por East Bay Ray diretamente ao desenhista, Cristiano Suarez. Abaixo o print do e-mail que poderíamos ter soltado semana passada, mas que seguramos na tentativa de contornar o problema.
2) O Instagram oficial do Dead Kennedys compartilhou o poster. Print também nos comentários. Foi o compartilhamento pela página da banda que levou à viralização da imagem.
3) Horas depois que a imagem já era viral e trending topics no Twitter, a banda nos escreveu dizendo que a arte não havia sido aprovada para uso e que deveria ser retirada de toda a internet. Já era tarde, evidentemente.
4) Fizemos um acordo para continuar com os eventos na quarta-feira dia 24, mas a banda rompeu este acordo de maneira unilateral na sexta dia 26, anunciando o cancelamento dos shows.
5) A banda decidiu não devolver o dinheiro dos fãs. Em sua própria nota de cancelamento (que eles apagaram, mas pode ser lida em qualquer lugar na internet), a banda disse que pretende doar parte do dinheiro dos fãs que compraram ingresso para “instituições de caridade”. Não informaram quais instituições nem qual valor. Todos sabem o nome disto.
6) Nós da EV7 Live vamos arcar com o custo astronômico de reembolso de todos os ingressos. Para tanto, estamos abrindo venda de camiseta e pôsteres especiais com a famigerada arte no intuito de levantar recursos para cobrir o reembolso da galera. Não usaremos nome ou marca da banda no pôster. O site para aquisição de camiseta e poster é https://ev7live.lojaintegrada.com.br.
7) Para aqueles que, como a gente, ficaram bastante decepcionados com tudo o que aconteceu de uma semana para cá, estamos com uma versão da camiseta chamada “CHICKEN KENNEDYS”. Atenção: “Chicken Kennedys” não possui relação alguma com nenhuma banda que você conhece e não infringe nenhum direito autoral ou propriedade intelectual. Se você está fazendo associação com alguma banda, isto é coisa da sua cabeça.
8) As vendas serão feitas exclusivamente pelo site https://ev7live.lojaintegrada.com.br e o frete já está incluso no preço dos produtos. As tiragens são limitadas e todos os recursos advindos da arte serão usados para cobrir o rombo causado pela inconsequente decisão da banda. Também está incluso no preço os devidos royalties ao autor da arte. Cristiano Suarez.
8) Comprando camiseta e poster no site abaixo, vocês terão certeza de que estarão adquirindo um produto com máxima qualidade de impressão. É possível encontrar a arte em outros sites por aí, mas eles estão usando imagens em baixa resolução. Além disso, comprando no site abaixo, vocês estarão ajudando uma produtora que foi lesada financeira e moralmente por pessoas mal organizadas, além de remunerar de maneira justa o ilustrador.
9) Sobre os reembolsos:
Rio: quem comprou presencialmente pode dirigir-se à bilheteria do Circo Voador. Quem comprou on-line basta aguardar o reembolso automático pela Tudus.
São Paulo, Belo Horizonte e Brasília: seja presencial ou online, os compradores devem preencher este formulário e aguardar instruções de reembolso pela TicketBrasil a partir de hoje : https://ticketbrasil.com.br/cancelamento-d…/evento-cancelado.
- SITE para aquisição de camiseta e poster: https://ev7live.lojaintegrada.com.br/
- Tanto o ilustrador (cristianosuarezartist@gmail.com) quanto nós da EV7 Live (ev7live@gmail.com) estamos disponíveis à imprensa para maiores esclarecimentos sobre o ocorrido."
Mídia - Dr. Pangloss e Hardy Har Har - um jornal sonha com trilhões de reais e o outro avisa que a indústria está despencando...
A EXPECTATIVA...
Carlos Heitor Cony escreveu na Folha de São Paulo, muitas vezes, que o otimista é apenas um sujeito mal informado. Parece ser caso do Globo. Desde a ascensão de Michel Temer, o jornal se embriaga de otimismo. Compraram o discurso da reforma trabalhista como aceleradora - praticamente um Lewis Hamilton - da volta do crescimento. Não rolou. Agora estão fissurados na cifra de 1 trilhão de reais da reforma da Previdência, uma das razões explícitas da adesão do jornal à política econômica de Bolsonaro. Sonham que a reforma trará piscinas cheias do dinheiro com que Paulo Guedes, o Tio Patinhas da "nova era", promete irrigar os bolsos já nutridos da turma do topo da pirâmide.
Na primeira página de hoje, o onírico 1 trilhão de reais, quase um fetiche, volta a inebriar os editores. Só que, aparentemente, cansado do otimismo que anuncia e que teima em não se realizar, O Globo toma a precaução de avisar que o novo 1 trilhão, dessa vez da área que o Brasil está passando o ponto, a do pré-sal, levará 30 anos para se materializar.
A Folha, embora vista a mesma camisa ideológica do concorrente, ou pensa como Cony - que dizia não abrir mão do pessimismo - ou respeita um pouco mais a inteligência de uma parcela, que seja, dos seus leitores. De qualquer forma, o jornal não esconde que a indústria recua mais 1,3% e avisa que "o pessimismo dos investidores desaquece o mercado".
Um parece a expectativa, outro a realidade. Ideologias e interesse à parte, digamos que a primeira página do Globo foi editada pelo Dr. Pangloss, o personagem "tudo beleza" de Voltaire, e a Folha por Hardy Har Har, a sábia hiena da Hanna Barbera, que tinha dois bordões imbatíveis: "eu sei que não vai dar certo" e "miséria, não sairemos vivos daqui".
... E A REALIDADE.
E essa capa da Time? Parece Brasil, né?
É Joanesburgo, África do Sul. Lá, a desigualdade é herança aguda do colonialismo agravada pelo apartheid e pela opressão financeira do neoliberalismo.
Uma foto dessas feita de um drone poderia ser enquadrada, e igualmente dramática, em centenas de cidades brasileira.
O Brasil está ali, pau a pau com África do Sul, ambos estão entre os dez piores do ranking da desigualdade.
Depois de mais de dez anos em pequena mas gradativa queda, até 2015, a injusta distribuição de renda voltou a se agravar no Brasil.
E não há perspectiva de correção desse gerador de pobreza extrema nos próximos anos: o atual governo implanta políticas e sinaliza rumos - um deles a precarização do emprego e salário - que só vão acelerar a degradação social.
sexta-feira, 3 de maio de 2019
Parem as máquinas! Justiça vai decidir se "chumbrega" é ofensa...
por O.V.Pochê
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Friederich Herman Schönberg, o popular "Chumbrega" (1615-1690). Reprodução |
A palavra vem do nome do militar alemão Friederich Hermann Schöberg, que comandou tropas portuguesas em batalha contra os espanhóis, no século 17. Schöberg foi contratado para reorganizar o exército de Portugal, mas não agradou à caserna. Na verdade era um conde, mais pra dândi, tinha bons contatos na nobreza, daí prestou serviços a forças de vários reinos e acabou se naturalizando francês. Seria, hoje, algo como um mercenário chique. Os soldados patrícios lhe aportuguesaram o sobrenome inicialmente para "Chumberga", que virou "Chumbrega" e se popularizou como sinônimo de "má qualidade", "ordinário","reles", ou "pessoa de mau gosto", segundo o Houaiss, que também admite a grafia alternativa "Xumbrega". Essa forma teria sido reduzida e o apelido do dândi Schöberg deu origem nos dias de hoje à palavra "brega", que o povão também usa como "tranquera", "tosco" e "cafona".
A Justiça vai acabar contratando um perito em etimologia para resolver essa parada.
quinta-feira, 2 de maio de 2019
Na capa da Piauí: o beijaço do pupilo no senhor mentor...
A capa da nova edição da Piauí agita a internet. A ilustração que mostra um beijaço de Jair Bolsonaro e seu mentor Olavo de Carvalho é bombardeada por críticas, elogios e gozações.
Trata-se de uma capa que tem história. Foi inspirada em um famoso flagrante do fotógrafo Regis Bossu feito em 1979 por ocasião do 30° aniversário da República Democrática da Alemanha. Na cena, Leonid Brezhnev, mandatário da antiga URSS, beija o presidente Erich Honecker. A foto foi capa de centenas de revistas, virou outdoor, foi reproduzida em camisetas e ficou conhecida como The Kiss.
A própria Piauí já usou essa inspiração, em 2016, quando mostrou o chupão de Michel Temer no seu aliado Eduardo Cunha.
Cantora é criticada nas redes sociais por mostrar demais no tapete vermelho e responde aos fãs com um vídeo explicito e ousado.
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A foto que gerou a polêmica Reprodução Twitter |
As redes sociais estão inquietas hoje.
A rapper americana Cardi B foi fotografada no tapete vermelho do Billboard Awards beijando o marido Offset.
Os fãs alegaram que a foto mostra a intimidade profunda da cantora.
Ela se irritou com a interpretação e fez um vídeo onde aparece inteiramente nua e explica, didaticamente, o ângulo que o vestido deixou escapar e detalha características e funcionamento da sua anatomia mais íntima.
Nada do que as redes sociais imaginaram, segundo ela. "Essa não é a minha buceta.
O que a foto mostra é só a minha bunda". Cardi B postou o vídeo no Instagram, mas o retirou logo depois.
Você pode ver o polêmico vídeo no The Sun (Cuidado - Recomendável apenas para adultos)
Beth Carvalho (1946-2019) - O povo na voz e na imagem - Por Guina Ramos
Beth Carvalho, 1979. Foto de Guina Ramos |
Beth Carvalho, 1979. Foto de Guina Ramos |
Mas, agora, neste 1º de Maio, entre tantos outros motivos de sofrimento para o povo brasileiro, com a tristeza generalizada da perda de uma das figuras mais queridas da Música Popular Brasileira (ou, mais precisamente, do samba carioca), busco, emocionado, este reencontro com Beth Carvalho.
Estas fotos (slides, 35mm) são de 1979, dos meus tempos de Bloch Editores, o que explica o estado de suas cores, o tom geral tendendo para o amarelo, e com tantas invasões de magenta e pontos pretos, embora boa parte deles eu tenha retirado com o Photoshop...
Estas fotos devem ter sido feitas, muito provavelmente, para publicação na Manchete, ainda que nada impedisse de serem repassadas à revistas Amiga ou Sétimo Céu, que também publicavam fotos coloridas. Ou que tenha acontecido algum dos possíveis vice-versas... Restaram comigo estas duas, e não tenho mais qualquer noção das condições nem dos motivos desta seção de fotos.
É curioso que sejam dois “closes” tão assemelhados, mas o estilo pode ser resultado de uma demanda da redação, pois muitas vezes os editores, especialmente em revistas, instruíam o fotógrafo sobre qual tipo de imagens pretendiam para a matéria.
Este é apenas um registro pessoal, como tantos colegas o fizeram (e em geral com mais qualidade), mas desde já com grande sentimento de saudade. As fotos relembram, para mim (e espero que para todos), não só a beleza e a simpatia da cantora, também seu intuitivo charme como modelo fotográfico.
Afinal, o que importa mesmo é a emocionante trajetória de Beth Carvalho, a sua firmeza no apoio aos artistas do povo, de quem era "madrinha", a sua defesa das causas dos mais necessitados na sociedade brasileira.
E, muito mais do que através das minhas fotos, é com esta presença que Beth Carvalho ficará na lembrança do povo brasileiro.
(por Guina Ramos, do blog Bonecos da História)
quarta-feira, 1 de maio de 2019
Senna no Guardian: "o gladiador virtuoso"
The Guardian registra os 25 anos da morte de Ayrton Senna. "O acidente em Ímola levou a vida do brasileiro e teve um impacto devastador não apenas em seus milhões de fãs, mas também em corridas de Grand Prix como um todo", escreveu o jornalista Richard Williams, que chama o piloto de "gladiador virtuoso". Tantos anos depois, a Inglaterra, onde ele começou a carreira internacional e onde foi campeão da Fórmula 3,o reverencia. Em 2012, Senna foi eleito pela BBC o Melhor Piloto de Todos os Tempos. A matéria do Guardian motivou centenas de comentários no Twitter. Veja alguns, abaixo:
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Ayrton Senna na Manchete: recortes do eterno campeão
Ao longo de 12 anos, entre 1982 e 1994, Manchete acompanhou de perto da carreira de Ayrton Senna. O primeiro contrato importante, a afirmação do talento ainda nas pistas brasileiras, os primeiros passos no automobilismo internacional. Uma parceria que iria bem além da tragédia em Ímola, no dia 1° de maio de 1994, há 25 anos. A partir daquele triste domingo, não mais e apenas o Senna, mas Ayrton Senna, eterno mito mundial. Um ídolo que jamais deixou de estar presente no circuito de Fórmula 1. Vive na admiração de gerações de pilotos, é quase sempre citado nas entrevistas do atual tetracampeão Lewis Hamilton.
A primeira vez que uma foto de Senna foi publicada na revista, o mérito não foi do próprio, então desconhecido do grande público. Explica-se: a seção Brasil em Manchete destinava-se a notas que interessavam a anunciantes ou autoridades. Foi lá que Senna estreou, ao lado do pai e de diretores do Banerj, quando assinou contrato com o banco, bem antes de outro banco, o Nacional, agregar a marca à trajetória internacional do brasileiro.
Na sequência, alguns breves recortes da longa parceria Senna-Manchete.
A primeira vez que uma foto de Senna foi publicada na revista, o mérito não foi do próprio, então desconhecido do grande público. Explica-se: a seção Brasil em Manchete destinava-se a notas que interessavam a anunciantes ou autoridades. Foi lá que Senna estreou, ao lado do pai e de diretores do Banerj, quando assinou contrato com o banco, bem antes de outro banco, o Nacional, agregar a marca à trajetória internacional do brasileiro.
Na sequência, alguns breves recortes da longa parceria Senna-Manchete.
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A primeira foto de Senna na Manchete; em 1982, o piloto assina contrato com o Banerj para correr na Fórmula Ford. |
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Um ano depois, ganhou mais espaço. |
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Em 1988, o primeiro título na F-1. |
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A celebridade |
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O domingo trágico |
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A despedida. |
terça-feira, 30 de abril de 2019
É isso mesmo ? Há 40 anos, Stephen King previu em livro Donald Trump, Bolsonaro e o comediante que virou presidente da Ucrânia...
por Ed Sá
Um livro de Stephen King, lançado em 1979, é agora considerado premonitório. Um dos personagens de "A Zona Morta" é um empresário impiedoso que se torna um político antissistema. Em campanha, o radical de direita Greg Stillson é visto como um palhaço, as pessoas não o levam a sério. Mas seu discurso, que parece não fazer sentido, se encaixa nas expectativas de milhares de pessoas e o torna uma ameaça política.
"A Zona Morta" virou filme em 1983, dirigido por David Cronenberg.
A imprensa americana comenta a "previsão" de Stephen King e associa o personagem à trajetória de Donald Trump. O site Mashable acaba de fazer um podcast ficcional sobre o tema. No Brasil, como na Ucrânia, Greg Stillson pode ser visto como um avatar, respectivamente, de Jair Bolsonaro e de Volodimir Zelenski, este o comediante que acaba de se tornar presidente ucraniano.
Entrevista - Guina Araújo Ramos - "Sem a experiência do jornal e da revista, lá dentro, você nunca será um fotojornalista":
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por Guina Araújo Ramos
Há alguns meses, em meados de 2018, tive o prazer (e a honra) de ser entrevistado sobre minha experiência como fotojornalista no Rio de Janeiro, do final da década de 1970, na Bloch Editores (Manchete, Fatos & Fotos, Amiga etc), no correr dos anos 80 (no Jornal do Brasil e sucursais de Estadão, Folha, Veja, IstoÉ, Visão), durante a década de 1990 e até após o ano 2000 (empresas, como Shell, Furnas, Petros etc), à época, assinando as fotos como Aguinaldo Ramos.
Falei também sobre o projeto de pesquisa A Foto Histórica (e suas histórias) no Brasil,
Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia 2010. E ainda sobre os livros, baseados no meu acervo fotográfico, que publiquei por Guina&dita (A outra face das fotos, Personagem cabal, Bonecos e Pretinhas) e sobre o blog [Os] Bonecos da [minha] História [no Fotojornalismo.
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Uma das imagens comentadas pelo autor. Leonel Brizola, 1982. Foto de Guina Araújo Ramos |
A entrevista foi realizada por Thais Rizzo e colegas do curso de Jornalismo da FACHA como trabalho da disciplina do professor Geraldo Mainenti, que, não por acaso, foi meu colega repórter na Manchete Esportiva e um tanto pelas ruas do Rio. Mestre em Comunicação Social pela PUC-RJ, Geraldo Mainenti é "Professor de Redação e Edição em TV, Projetos em TV, Práticas em Mídias,
Legislação em Comunicação, Antropologia do Consumo e Orientação de TCC" na Faculdade de Comunicação Hélio Alonso. A entrevista se deu no Espaço de Exposições do Buriti Sebo Literário.
VEJA AQUI
Mídia: vale tudo em nome da reforma da Previdência
por Flávio Sépia
Os principais veículos da grande mídia atuam como um cartel de opinião. O atraso do país, a concentração de renda, a precariedade da saúde e da educação, o elitismo na política, entre outras travas nacionais, devem muito às oligarquias que controlam a comunicação no Brasil. Ao longo da história, parceiros do poder, tais empresários conservadores promoveram golpes e sustentaram ditaduras. Sempre que lhes interessou, investiram contra os mecanismos democráticos.
Essas impressões digitais da grande mídia estão na gênese e nas ações do atual governo. O site "Manchetômetro", do Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública da Universidade Do Estados do Rio de Janeiro (LEMEP-UERJ) põe uma lupa sobre a cobertura jornalística de cinco veículos veículos (Folha de São Paulo, o Jornal Nacional, da TV Globo, Estadão e O Globo) e analisa as tendências editorais em relação aos temas mais relevantes da política e da economia.
Por exemplo: a grande mídia é radicalmente favorável à reforma da Previdência e, para tanto, compromete a ética jornalística.
Você pode ver mais detalhes estatísticos no site LEMEP. O que se segue são nossas opiniões.
O engajamento das grandes corporações de comunicação no projeto de Jair Bolsonaro é visível em editoriais, no noticiário, nas análises e entrevistas pautadas que veiculam muito mais os argumentos favoráveis, "esquecendo" de apontar os defeitos. O recado dado pelos controladores da mídia é que em nome da reforma da Previdência, um acalentado projeto do ultraliberalismo, vale relevar temas como o "talibanismo" fundamentalista na educação, a ofensiva contra o meio ambiente, as conexões milicianas, a diplomacia da "guerra fria", compra de votos para aprovação da reofmra, a ameaça às liberdades individuais, as perseguições já anotadas e vale deixar pra lá até suspeitas de corrupção.
O país se desmancha rumo ao fanatismo e autoritarismo, mas se a reforma anda, então, tudo vai bem, essa é a estratégia em curso.
Ainda há espaço para articulistas convidados e independentes que chamam atenção para os avanços da direita radical, do anti-ambientalismo, das propostas de inspiração fascista e da teocracia, mas até esses parecem ameaçados. Veja no post abaixo as sombras que rondam a Folha de São Paulo, praticamente o único grande veículo que, até aqui, em quatro meses do novo regime, foi capaz de fazer matérias investigativas e trazer a público graves denúncias sobre "nova era".
Os principais veículos da grande mídia atuam como um cartel de opinião. O atraso do país, a concentração de renda, a precariedade da saúde e da educação, o elitismo na política, entre outras travas nacionais, devem muito às oligarquias que controlam a comunicação no Brasil. Ao longo da história, parceiros do poder, tais empresários conservadores promoveram golpes e sustentaram ditaduras. Sempre que lhes interessou, investiram contra os mecanismos democráticos.
Essas impressões digitais da grande mídia estão na gênese e nas ações do atual governo. O site "Manchetômetro", do Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública da Universidade Do Estados do Rio de Janeiro (LEMEP-UERJ) põe uma lupa sobre a cobertura jornalística de cinco veículos veículos (Folha de São Paulo, o Jornal Nacional, da TV Globo, Estadão e O Globo) e analisa as tendências editorais em relação aos temas mais relevantes da política e da economia.
Por exemplo: a grande mídia é radicalmente favorável à reforma da Previdência e, para tanto, compromete a ética jornalística.
Você pode ver mais detalhes estatísticos no site LEMEP. O que se segue são nossas opiniões.
O engajamento das grandes corporações de comunicação no projeto de Jair Bolsonaro é visível em editoriais, no noticiário, nas análises e entrevistas pautadas que veiculam muito mais os argumentos favoráveis, "esquecendo" de apontar os defeitos. O recado dado pelos controladores da mídia é que em nome da reforma da Previdência, um acalentado projeto do ultraliberalismo, vale relevar temas como o "talibanismo" fundamentalista na educação, a ofensiva contra o meio ambiente, as conexões milicianas, a diplomacia da "guerra fria", compra de votos para aprovação da reofmra, a ameaça às liberdades individuais, as perseguições já anotadas e vale deixar pra lá até suspeitas de corrupção.
O país se desmancha rumo ao fanatismo e autoritarismo, mas se a reforma anda, então, tudo vai bem, essa é a estratégia em curso.
Ainda há espaço para articulistas convidados e independentes que chamam atenção para os avanços da direita radical, do anti-ambientalismo, das propostas de inspiração fascista e da teocracia, mas até esses parecem ameaçados. Veja no post abaixo as sombras que rondam a Folha de São Paulo, praticamente o único grande veículo que, até aqui, em quatro meses do novo regime, foi capaz de fazer matérias investigativas e trazer a público graves denúncias sobre "nova era".
Mídia: deu "lagarta" na Folha
por Luis Nassif (do GGN)
O impeachment foi o fator de coesão de grupos dos mais diversos, que tinham em comum o antilulismo. Completado o golpe, com a eleição do inacreditável Jair Bolsonaro, há uma perda de rumo total dos diversos grupos de oposição.
O momento seria de fortalecimento de um centro democrático, tendo como bandeira unificadora a volta da democracia. Em vez disso, cada grupo tratar de juntar forças em torno dele próprio, cada qual apostando em um pós-Bolsonaro e sem conseguir curar as feridas das batalhas anteriores.
É por aí que se entende as movimentações da Folha de S.Paulo, agora sob o comando de Luiz Frias.
O fim da coluna de André Singer, da coluna de 5ª feira de Jânio de Freitas e, ao mesmo tempo, o convite para que Hélio Beltrão Filho e Armínio Fraga sejam colunistas do jornal, é uma volta atrás na ideia de um jornalismo mais plural, como o dos anos 80 e 90. Demonstra o alinhamento total com o ultraliberalismo reunido em torno do Instituto Millenium e da Casa das Garças.
LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO GGN, AQUI
sábado, 27 de abril de 2019
Mídia - a repercussão da entrevista de Lula, quem fez jornalismo e quem ficou emburrado e fingiu que não viu...
A hastag #FalaLula chegou aos trending topics mundiais do Twitter. Foi imediata a repercussão das entrevistas exclusivas que o presidente concedeu à Folha de São Paulo e ao El Pais.
Do ponto de vista da mídia brasileira, houve particularidades. O Jornal Nacional ignorou o maior acontecimento político do dia. O Globo de hoje, idem. O Estadão passou ao largo.
Pela transcendência do fato, que foi abordado pelas mídias internacionais, não vale o argumento de que o assunto era da concorrência. O Dia não escondeu. Alguns jornais regionais, como Estado de Minas e Correio do Povo registraram a entrevista nas primeiras páginas, discretos, mas registraram. O Globo preferiu destacar o caso da propaganda da Petrobras e uma matéria sobre os milhões de brasileiros que apenas ganham para sobreviver. O Estadão bateu o bumbo da reforma da Previdência e deu maior espaço para os patinetes elétricos da polícia paulistana. Não repercutiram, não criticaram, não elogiaram e sequer foram saber a opinião de Bolsonaro e do governo sobre o assunto. Apenas, simbolicamente, acomodaram os glúteos sobre a notícia. Esses veículos deliberadamente abriram mão do jornalismo. Se essa decisão editorial caipira fizesse algum sentido, os jornais americanos teriam ignorado o Caso Watergate, que resultou de uma investigação exclusiva do Washington Post.
Do ponto de vista da mídia brasileira, houve particularidades. O Jornal Nacional ignorou o maior acontecimento político do dia. O Globo de hoje, idem. O Estadão passou ao largo.
Pela transcendência do fato, que foi abordado pelas mídias internacionais, não vale o argumento de que o assunto era da concorrência. O Dia não escondeu. Alguns jornais regionais, como Estado de Minas e Correio do Povo registraram a entrevista nas primeiras páginas, discretos, mas registraram. O Globo preferiu destacar o caso da propaganda da Petrobras e uma matéria sobre os milhões de brasileiros que apenas ganham para sobreviver. O Estadão bateu o bumbo da reforma da Previdência e deu maior espaço para os patinetes elétricos da polícia paulistana. Não repercutiram, não criticaram, não elogiaram e sequer foram saber a opinião de Bolsonaro e do governo sobre o assunto. Apenas, simbolicamente, acomodaram os glúteos sobre a notícia. Esses veículos deliberadamente abriram mão do jornalismo. Se essa decisão editorial caipira fizesse algum sentido, os jornais americanos teriam ignorado o Caso Watergate, que resultou de uma investigação exclusiva do Washington Post.
Livro: a madame do Cartel conta como era a vida ao lado de Pablo Escobar
por José Bálsamo
Para quem viu "Narcos", na Netflix, é uma boa dica conhecer Pablo Escobar segundo a mulher com que o chefão dividia a cama.
Escrito por Victoria Eugenia Henao, com quem ele se casou aos 26 anos, ela tinha apenas 15, "Sra. Escobar - Minha vida com Pablo" (Planeta), que será lançado no mês que vem, não traz revelações sobre o cartel já exaustivamente investigado. Victoria não participava da atividade do marido como "CEO" do tráfico. Mas vivia as tensões, as consequências, as fugas, sofria com as incontáveis amantes do marido e desfrutava de alguns prazeres. Um deles, colecionar obras de arte. As paredes das mansões do casal ostentavam Salvador Dali, Rodin e Botero, entre outros grandes artistas.
O livro expõe o cotidiano peculiar da família. Durante muito tempo, Victoria imaginou que o marido fosse apenas contrabandista. Até que, um dia, descobriu que ele era o chefe de uma multinacional do tráfico de drogas, organização extremamente violenta, responsável por centenas, talvez milhares, de mortes. Em um trecho do livro ela explica porque, apesar disso, não o abandonou. "Tudo por amor. É evidente que houve muitos momentos que me fizeram questionar se devia continuar ou não; porém, não fui capaz de deixá-lo, não só por amor, mas também por medo, impotência e pela incerteza, por não saber o que seria de minha vida e de meus filhos sem ele"
Escrito por Victoria Eugenia Henao, com quem ele se casou aos 26 anos, ela tinha apenas 15, "Sra. Escobar - Minha vida com Pablo" (Planeta), que será lançado no mês que vem, não traz revelações sobre o cartel já exaustivamente investigado. Victoria não participava da atividade do marido como "CEO" do tráfico. Mas vivia as tensões, as consequências, as fugas, sofria com as incontáveis amantes do marido e desfrutava de alguns prazeres. Um deles, colecionar obras de arte. As paredes das mansões do casal ostentavam Salvador Dali, Rodin e Botero, entre outros grandes artistas.
O livro expõe o cotidiano peculiar da família. Durante muito tempo, Victoria imaginou que o marido fosse apenas contrabandista. Até que, um dia, descobriu que ele era o chefe de uma multinacional do tráfico de drogas, organização extremamente violenta, responsável por centenas, talvez milhares, de mortes. Em um trecho do livro ela explica porque, apesar disso, não o abandonou. "Tudo por amor. É evidente que houve muitos momentos que me fizeram questionar se devia continuar ou não; porém, não fui capaz de deixá-lo, não só por amor, mas também por medo, impotência e pela incerteza, por não saber o que seria de minha vida e de meus filhos sem ele"
Personalidade do Ano está sem teto. Novaiorquinos não querem deixar Bolsonaro acordar na cidade que nunca dorme...
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Um dos salões para recepções do Marriot Marquis: hotel é pressionado para não receber Bolsonaro. Foto Divulgação |
Depois do Museu Americano de História Natural se recusar a dar um crachá para Jair Bolsonaro adentrar suas dependências, o Hotel Marriott Marquis está sob pressão para não sediar a cerimônia de entrega do título de Personalidade do Ano da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos ao presidente do Brasil.
O senador estadual democrata Brad Holyman, cuja área de atuação é Manhattan e, entre outras regiões centrais, a Times Square - onde fica o hotel, na West 46th Street com a Broadway - enviou carta ao presidente do grupo denunciando o inquilino do Planalto como "homofóbico perigoso e violento, que não merece uma plataforma pública de reconhecimento em nossa cidade".
Para Nova York, a organização privada Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos não tem tanta importância, mas a diversidade que a metrópole se orgulha de praticar, sim. Daí a rejeição ao que Bolsonaro representa.
Os organizadores estão bobeando. Precisamente pelo seu multiculturalismo, Nova York tem points e tribos afins ao ideário de qualquer visitante. Não é difícil Bolsonaro acordar na cidade que nunca dorme e arrumar lugar para o regabofe, que está marcado para o dia 14 de maio. Basta ir ao Google. Há uma infinidade de organizações conservadores e de direita como White Nationalist, Atlah World Missionary Church, Anti-LGTB New York, Blood and Honor Social Club, Racist Skinhead, Radical Traditional Catholicsm, Pround Boys etc.
Talvez Bolsonaro nem se sinta à vontade no Marriot Marquis: o hotel tem uma política de inclusão e apoio à comunidade LGTB, que está devidamente representada entre seus funcionários.
Em último caso, pode descolar um apê no Airbnb.
sexta-feira, 26 de abril de 2019
Revolução dos Cravos, 45 anos: Manchete viu Portugal renascer, com texto e fotos de Irineu Guimarães e Gervásio Baptista
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Reprodução da revista Manchete. Edição 1171. |
No dia 25 de abril de 1974, a Revolução dos Cravos libertou Portugal de uma ditadura que remontava ao Estado Novo, dos anos 1930, comandado por Salazar. O regime autoritário tinha inspiração fascista e sua polícia política, responsável, durante décadas, por milhares de prisões, torturas e assassinatos, foi treinada pela Gestapo.
O povo ainda comemorava nas ruas, em confraternização com as tropas de Otelo Saraiva e jovens capitães, quando a Manchete enviou a Lisboa a dupla Irineu Guimarães e Gervásio Baptista. Como descreve o repórter, Lisboa, cidade considerada uma das mais mais tristes e cinza do mundo, despertou para a festa. Em cinco páginas, eles mostraram o dia seguinte da queda do regime e contaram a história, enquanto ela ainda se desenrolava, que o povo português contava nas ruas sobre o seu país que renascia.
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