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Se a notícia interessar, embrulha e manda? Então, tá.
Ontem, o Globo divulgou na primeira página uma espantosa informação do TSE. Uma beneficiária do Bolsa Família, uma só, doou R$ 75 milhões para campanha eleitoral.
O povo diz que acredita em qualquer coisa quem está louco de vontade de ver como verdade o boato.
O Bolsa Família, como, de resto, a maioria das políticas sociais, é desde o minuto zero detestado pelo neoliberalismo.
A "notícia" viria a calhar para desmoralizar de vez o instrumento de renda auxiliar.
Tome primeira página.
No mínimo, tenha a suposta beneficiária (agora ela passou a ser chama da suposta) originado o erro ou não, uma doação tão monumental mereceria uma investigação própria por parte da mídia.
Hoje, em página interna, o jornal publica um "foi mal". Os 75 milhões de reais das contas de uma candidata a vereadora que não se elegeu eram, na verdade 75 reais.
Pra confundir mais um pouco, ou esclarecer, sabe-se lá, o G1 diz agora que a doação foi de 750 reais...
Parece até música do Gonzagão: "Eu lhe dei vinte mil réis/Prá pagar três e trezentos/Você tem que me voltar/Dezesseis e setecentos!/Dezessete e setecentos!/ Dezesseis e setecentos!..."
Fazer o que? Nesses momentos o "jornalismo" não se diferencia das fantasiosas e às vezes até hilárias, de tão absurdas, correntes de email.
Se o TSE errou ao divulgar, o jornal também vacilou ao publicar a "notícia" sem sequer tentar descobrir quem seria essa bilionária "Kim Kardashian do Bolsa Família" e para quem ou quais candidatos ela teria doado toda essa bufunfa.
Ontem, alegava-se "sigilo da investigação", hoje, rapidinho, isso foi esquecido e candidata e contador já são até entrevistados.
Em tempo: a doadora chama-se, na verdade, Geni. Pois é, jogaram merda na Geni e ela é inocente.
Sem falar que o Bolsa Família é uma espécie de Geni para a direita brasileira.
O TSE está investigando irregularidades em doações para campanhas eleitorais, o que é sua obrigação. Diz-se que os valores ultrapassam o bilhão de reais. O ideal é que seja transparente e divulgue nomes de doadores (o que é público e obrigatoriamente deve constar das contas dos candidatos) e destinatários das doações.
Depois de conferir os números, naturalmente