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terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

"Tarde demais: a história de 2016 já está escrita"

por José Esmeraldo Gonçalves
Circula nas redes sociais a resposta de Dilma Rousseff a um artigo de Miriam Leirão publicado no Globo em 24 de janeiro último. A jornalista, como tantos outros colegas seus da mídia neoliberal, foi linha auxiliar do golpe que afastou do cargo uma presidente eleita. 
Dilma sofreu um massacre por parte de colunistas e comentaristas de política e economia. É simbólico que o ataque coordenado tenha começado no momento da posse da ex-presidente em um tipo de baixo nível que antecipou o que viria nos meses seguintes: o vestido que Dilma escolheu para a posse era ridicularizado on line nas redes sociais de jornalistas. Na verdade, o cerco a Dilma se revelava nesse argumento - que é citado por ser tão grotesco quanto o pretexto que viria para impulsionar o impeachment encomendado - e na senha dada por Aécio Neves, candidato das oligarquias, sobre acusação infundada de "fraude" naquela eleição. Tudo isso acontecia enquanto o motor do Rolls-Royce presidencial ainda estava quente. O que se seguiu foi a tempestade de falsas acusações e de ofensas que pavimentaram o caminho para o golpe de 2016. O resultado foi o regime bolsonarista. Bolsonaro aliás, assumindo que é a consequência daquela conspiração, avisa que atacará Dilma na campanha eleitoral. A ex-presidente deixa claro que não deixará mentiras e fake news sem contestação. Um dos seus canais para notas e respostas que muitas vezes lhes são negadas nos veículos neoliberais é o blog http://dilma.com.br/ onde já está postada sua posição em relação ao que a mídia dominante publica a seu respeito, como foi o caso do artigo da Leitão. Gostem ou não, ela tem todo o direito. E essa observação também vale para certos setores do PT.

Leia a íntegra da nota divulgada por Dilma Rousseff 

"Miriam Leitão comete sincericídio tardio em sua coluna no Globo de hoje (24 de janeiro), ao admitir que o impeachment que me derrubou foi ilegal e, portanto, injusto, porque, segundo ela, motivado pela situação da economia brasileira e pela queda da minha popularidade.

Sabidamente, crises econômicas e maus resultados em pesquisas de opinião não estão previstos na Constituição como justificativas legais para impeachment. Miriam Leitão sabe disso, mas finge ignorar. Sabia disso, na época, mas atuou como uma das principais porta vozes da defesa de um impeachment que, sem comprovação de crime de responsabilidade, foi um golpe de estado.

Agora, Miriam Leitão, aplicando uma lógica absurda, pois baseada em analogia sem fundamento legal e factual, diz que se Bolsonaro “permanecer intocado e com seu mandato até o fim, a história será reescrita naturalmente. O impeachment da presidente Dilma parecerá injusto e terá sido.” 

O impeachment de Bolsonaro deveria ser, entre outros crimes, por genocídio, devido ao negacionismo diante da Covid-19, que levou brasileiros à morte até por falta de oxigênio hospitalar, e por descaso em providenciar vacinas.

O golpe de 2016, que levou ao meu impeachment, foi liderado por políticos sabidamente corruptos, defendido pela mídia e tolerado pelo Judiciário. Um golpe que usou como pretexto medidas fiscais rotineiras de governo idênticas às que meus antecessores haviam adotado e meus sucessores continuaram adotando.

Naquela época, muitos colunistas, como Miriam Leitão, escolheram o lado errado da história, e agora tentam se justificar. Tarde demais: a história de 2016 já está escrita. A relação entre os dois processos não é análoga, mas de causa e efeito. Com o golpe de 2016, nasceu o ovo da serpente que resultou em Bolsonaro e na tragédia que o Brasil vive hoje, da qual foram cúmplices Miriam Leitão e seus patrões da Globo". DILMA ROUSSEFF

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Começa o governo dos cidadãos acima de qualquer suspeita...

O filme rebobinado de 1954 e 1964 entrou em cartaz. Dilma não caiu por ser Dilma, nem o governo foi derrubado por envolvimento em esquemas de corrupção que, aliás, citam a maioria dos partidos que sustentarão o novo governo.

Como o processo é golpista em todas as instâncias, não é crível que a presidente eleita volte, embora prometa lutar até o fim, após o afastamento de 180 dias.

A era que se encerrou ontem não chegou ao fim pelos seus defeitos e erros, muitos deles cometidos em consequência da falta de critério na busca de alianças em nome da "governabilidade".

Historicamente, as milícias oligárquicas atuam e movem suas tropas sempre que o Brasil tenta avançar alguns metros rumo a uma configuração social mais justa. Foi assim há 60 anos, há 50, foi assim 1937, após o sopro renovador da Revolução de 1930. Foi assim até mesmo em episódios pontuais, como o da brutal campanha midiática contra os Cieps, de Brizola e Darcy Ribeiro.

Nos últimos anos, programas e políticas como Bolsa Família, Prouni, Fies, cotas racias, atuação diplomática independente e pragmática, demarcação de terras indígenas, saúde pública, de habitação, de renda interna, de emprego e de alguma distribuição de renda foram combatidos e fustigados como graves "ameaças".

É famoso e tristemente simbólico o caso da colunista socialite que confessou já não ter vontade de ir a Paris porque até o porteiro dela já tinha dado um rolé na Torre Eiffel. A madame deve estar feliz.

Para a felicidade dos passageiros da "nova era" Temer-Moreira Franco-Roberto Jefferson etc, esses incômodos não se repetirão tão cedo.

Dilma distanciou-se dos movimentos sociais, continuou teimosamente abraçada ao PMDB, estendeu tapete para a fantasiosa "base aliada" e, quando tentou olhar para as ruas, já era tarde. Não apenas ela mas o país paga um preço alto por esses erros. A queda da presidente eleita é uma parte do desastre político.

Michel Temer, do PMDB, toma posse amanhã. Mas o seu partido, conduzido por Eduardo Cunha e sua base multipartidária, essa sim, aliada, governa desde o começo de 2015, quando teve início a intensa campanha para inviabilizar o segundo mandato de Dilma. Na época, o mote foi "fraude" na eleição, mas era tão fantasioso que não foi para a frente. Outros pretextos foram montados até o momento em que, como ontem, não foi mais necessário pretexto algum.

Enquanto parte do país vestia a camisa da CBF e aplaudia a conspiração em curso desde o dia 2 de janeiro do ano passado, um bonde conservador chamado BBB (que reúne bancadas de deputados e senadores do Boi, da Bala e da Bíblia) atropelava o Congresso. O bloco BBB chega agora, efetivamente, ao poder, mas, somado a setores do PSDB e DEM, já "governava" de fato há muitos meses, desde que, com apoio fortemente conservador e então festejado pela mídia, Cunha chegou à presidência da Câmara e passou a ditar ou paralisar a pauta. Alguns exemplos da bliztkrieg política que levou a propostas que apontam para um brutal retrocesso são os projetos que dificultam casos de abortos previstos em leis, que ampliam o poder das igrejas (como a permissão para contestar diretamente o STF), dispositivos homofóbicos, desconstrução da CLT, conceito religioso fundamentalista de família, projeto que derruba a política de demarcação de terras indígenas, projeto que reduz o alcance da legislação ambiental, diminuição da maioridade penal, ocultação do símbolo de transgênicos, desmonte do estatuto do desarmamento, desmonte do Marco Civil da Internet, etc. Alguma dessas propostas já se efetivaram, outras estão na fila que agora andará ainda mais rápido.

Os apoiadores do golpe sabem que não favoreceram apenas a derrubada de Dilma, mas levaram ao poder o combo político descrito acima e todas as suas consequências sociais e econômicas. Tanto sabem que, muitos, principalmente certos articulistas e "formadores de opinião", passaram a inserir nas suas análises alguns conceitos preventivos, como uma espécie de "hábeas corpus" diante da história, tentando aparentar  suposta e insustentável "imparcialidade", isso após meses de desenfreada militância golpista. Dá para entender. Tais figuras dividem o vagão com as reputações "ilibadas" da nova era. Não tem como desembarcar. O trem dos cidadãos acima de qualquer suspeita golpe já partiu e a maioria dos passageiros nem precisou mostrar a passagem. A xerox da folha corrida já dava direito à primeira classe.  

JORNAL DO BRASIL PUBLICA O LISTÃO DOS APOIADORES DO GOLPE. LEIAM, ABAIXO, MAS ANTES TIREM AS CRIANÇAS DA SALA.


65% dos senadores favoráveis ao impeachment respondem ou responderam a processos judiciais

Dos 34 que já enfrentaram problemas na Justiça, 11 foram condenados

Transcrito do Jornal do Brasil

Nesta quarta-feira (11), o Brasil parou para acompanhar a votação do Senado Federal sobre a admissão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ao todo, 80 parlamentares tiveram direito a voto, destes, 55 se declararam favoráveis à abertura das investigações, e consequentemente ao afastamento de Dilma. Um levantamento feito pelo Jornal do Brasil mostra que, dos 55 senadores que declararam seus votos favoráveis ao processo, 34 respondem ou já responderam algum tipo de problemas judiciais.
Dos 55 senadores que votaram em prol do impeachment, 11 já tiveram seus casos encerrados e foram condenados nos processos. São eles: Ataídes Oliveira (PSDB-TO), Cassio Cunha Lima (PSDB-PB), Ciro Nogueira (PP-PI), Dario Berger (PMDB-SC), Eduardo Amorim (PSC-CE), Ivo Cassol (PP-RO), Marta Suplicy (PMDB-SP), Paulo Bauer (PSDB-SC), Romero Jucá (PMDB-RR), Valdir Raupp (PMDB-RO), Zezé Perrella (PDT-MG).

Acir Gurgacz (PDT-RO) - É réu em ação penal por falsificação de documentos, "lavagem" ou ocultação de bens e crimes de estelionato, obtenção de financiamento mediante fraude e aplicação de recursos oriundos de financiamento de instituição financeira para finalidades diferentes do que previa o contrato ou lei correspondente. O processo corre sob segredo de justiça.
Aécio Neves (PSDB-MG) – Faz parte da lista divulgada pela empreiteira Odebrecht que contém 300 nomes mencionados nos documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a 23ª fase da Operação Lava Jato.
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) - O parlamentar foi réu em Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público Federal por ter recebido da União remuneração acima do teto constitucional. Foi condenado a devolver à União o montante indevidamente recebido, decorrente de cumulação do subsídio pago a congressistas com a pensão especial paga pelo Estado de Sergipe ao parlamentar na qualidade de ex-governador.
Ataídes Oliveira (PSDB-TO) - Nas eleições de 2010, a construtora que pertence ao senador realizou doação acima do limite permitido para a campanha do ex-governador Siqueira Campos (PSDB). O parlamentar foi condenado em primeira e segunda instâncias e recorre no TSE, onde conseguiu efeito suspensivo em ação cautelar.
Benedito de Lira (PP-AL)  - É alvo de inquéritos abertos com a Operação Lava Jato da Policia Federal, que investigam esquema de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro com recursos desviados da Petrobras.
Blairo Maggi (PR-MT) - Como governador de Mato Grosso foi apontado por ambientalistas como um dos maiores promotores do desmatamento da Amazonia mas recuperou sua imagem através de programas de regularização fundiária e licenciamento ambiental que tinham o intuito de preservar matas ciliares e nascentes. É alvo de ação de improbidade administrativa (dano ao erário) movida pelo MPF.
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) - Teve o mandato de governador cassado em ação de investigação judicial por abusos de poder econômico e político, captação ilícita de sufrágio e conduta vedada a agente público. Foi também condenado a pagamento de multa. Recorreu, mas decisão foi mantida. Faz parte da lista divulgada pela empreiteira Odebrecht que contém 300 nomes mencionados nos documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a 23ª fase da Operação Lava Jato.
Ciro Nogueira (PP-PI) - O senador e sua mulher, a deputada federal Iracema Portella (PP-PI), são alvos de inquérito que apura crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores, tráfico de influência e formação de quadrilha ou bando. Faz parte da lista divulgada pela empreiteira Odebrecht que contém 300 nomes mencionados nos documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a 23ª fase da Operação Lava Jato.
Dalirio Beber (PSDB-SC) - Foi responsabilizado e multado por diversas irregularidades constatadas durante sua gestão na Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina (BADESC).
Davi Alcolumbre (DEM-AP) - É alvo de investigação referente a abuso de poder econômico, político e de autoridade, bem como captação ilícita de sufrágio. O esquema envolvia a celebração de convênios milionários entre o Estado do Amapá e a Prefeitura de Macapá, para a realização de obras de asfaltamento, usadas para propaganda durante a campanha de candidatos, além do uso de veículos de comunicação custeados com recursos públicos. Também teria envolvido o constrangimento de servidores comissionados da prefeitura a apoiarem e votarem no parlamentar, sob pena de serem demitidos, e do Batalhão de Operações Especiais da PM/AP e o Corpo de Bombeiros Militar, que deveriam fazer o mesmo sob pena de transferência para outra unidade ou represálias. Em decisão liminar, a justiça determinou a retirada das menções aos acusados dos sítios oficiais do governo do Estado do Amapá e da Prefeitura de Macapá.
Dário Berger (PMDB-SC) - Condenado, em primeira instância, ao pagamento de multa por improbidade administrativa em contratação irregular, conseguiu reverter a condenação por improbidade, pois não foram comprovados má-fé e dolo. O Tribunal entendeu que o senador foi responsável apenas por irregularidades administrativas, mantendo assim a multa imputada.
Edison Lobão (PMDB-MA) - O Tribunal detectou irregularidades na aplicação dos recursos de um convênio entre o estado do Maranhão e a União, que visava melhorar condições de assistência básica de saúde na região. Parte dos recursos foram utilizados para pagar exame, consulta e tratamento médico domiciliar do senador, então governador do estado. É alvo de inquéritos abertos com a Operação Lava Jato da Policia Federal, que investigam esquema de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro com recursos desviados da Petrobras.
Eduardo Amorim (PSC-SE) - Foi condenado ao pagamento de multa de R$ 30 mil por se beneficiar ilegalmente de bem público usado para promover sua candidatura ao Governo de Sergipe em 2014. O prefeito de Itabaiana, Valmir dos Santos Costa (PR-SE), contratou empresa de publicidade para promover aliados às custas da Prefeitura.
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) - É alvo de inquérito aberto com a Operação Lava Jato da Policia Federal, que investiga esquema de corrupção e lavagem de dinheiro com recursos desviados da Petrobras. Por decisão do STF, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na residência do parlamentar. Faz parte da lista divulgada pela empreiteira Odebrecht que contém 300 nomes mencionados nos documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a 23ª fase da Operação Lava Jato.
Fernando Collor (PRTB-AL)  - Foi alvo de inúmeras denúncias de corrupção durante sua inteira carreira política. Único presidente da história do Brasil a sofrer um processo de impeachment, em 1992. Teve indeferido o registro de candidatura a prefeito de São Paulo nas eleições de 2000. Seu nome também aparece na Lava Jato.
Flexa Ribeiro (PSDB-PA) - É alvo de inquérito que apura a prática de crimes contra a administração pública. De acordo com a acusação, o parlamentar participou de esquema de fraude em contratos entre o Governo do Estado do Pará e empresas para realização de obras, construção e serviços de engenharia, que desviou dinheiro público a fim de financiar campanhas eleitorais.
Gladson Cameli (PP-AC) - É alvo de inquérito aberto com a Operação Lava Jato da Policia Federal, que investiga esquema de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro com recursos desviados da Petrobras.
Ivo Cassol (PP-RO) - Foi condenado, por unanimidade no STF, em ação penal movida pelo Ministério Público Federal por prática do crime de fraude a licitação. Ivo Cassol foi condenado a 4 anos de detenção em regime semiaberto e ao pagamento de multa. Caberá ao Congresso decidir sobre a perda de seu mandato. O TCU já havia condenado o parlamentar ao pagamento de multa e à inabilitação para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança por cinco anos. Foi condenado por improbidade administrativa (violações aos princípios administrativos) a perda de cargo público. Condenado em ações civis de improbidade administrativa a ressarcir o erário e a pagamento de multa por fraudes em procedimentos licitatórios abertos para a realização de obras e serviços de engenharia pelo município de Rolim Moura (RO), quando era gestor do município. As empresas vencedoras dos certames pertenciam ao parlamentar. Foi condenado junto com o deputado federal Lindomar Garçom (PMDB) por abusos de poder político e econômico por utilização indevida de entidade de classe estudantil para participação em comício. A Justiça determinou sua inelegibilidade para as eleições subsequentes ao pleito de 2010 por três anos. Condenado em ação de investigação de abusos de poder político e econômico e uso indevido de meio de comunicação social. A Justiça determinou sua inelegibilidade para as eleições subsequentes ao pleito de 2010 por três anos. Recorre da decisão no TSE. Teve reprovada a prestação de contas referente às eleições de 2010. É réu em ação penal por captação ilícita de votos ou corrupção eleitoral. É alvo de inquérito que apura oferecimento de propina a deputados estaduais. É alvo de inquérito que apura peculato e improbidade administrativa. De acordo com a denúncia, o parlamentar coagiu servidores públicos estaduais a depositar 3% da remuneração em favor do PP, do qual era presidente regional à época. É alvo de inquérito que apura crimes contra o sistema financeiro nacional, falsidade ideológica e corrupção ativa. É alvo de inquérito que apura crime contra a administração em geral e crime de lavagem de dinheiro. É alvo de inquérito que apura crimes contra a flora. É alvo de inquérito que apura peculato e lavagem de dinheiro. É réu e alvo de ações civis públicas, inclusive de improbidade administrativa, movidas pelo Ministério Público. É alvo de ação civil pública movida pelo Ministério Público Estadual por ato de improbidade relacionado ao descumprimento das normas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente no interior da unidade de internação para jovens. É alvo de investigação por abuso de poder político e econômico.
José Agripino (DEM-RN) - Responde em inquérito aberto pelo STF para apurar o recebimento de propina da empreiteira OAS nas obras de construção do estádio Arena das Dunas, em Natal, para a Copa do Mundo de 2014. Faz parte da lista divulgada pela empreiteira Odebrecht que contém 300 nomes mencionados nos documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a 23ª fase da Operação Lava Jato.
José Maranhão (PMDB-PB) - É alvo de ação civil pública de improbidade administrativa com dano ao erário, movida pelo Ministério Público Estadual.
José Serra (PSDB-SP) - É alvo de ação civil pública de improbidade administrativa com violação aos princípios administrativos, ajuizada pelo Ministério Público Federal. O senador responde por envolvimento em irregularidades no uso de recursos do PROER em favor do Banco Econômico, quando exercia o cargo de ministro do Planejamento. Faz parte da lista divulgada pela empreiteira Odebrecht que contém 300 nomes mencionados nos documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a 23ª fase da Operação Lava Jato.
Lúcia Vania (PSB-GO) - Teve reprovada a prestação de contas referente às eleições de 2000.
Magno Malta (PR-ES) - Foram desaprovadas as contas anuais do diretório regional do PR-ES, relativas ao exercício de 2011, quando o parlamentar era o seu presidente. A Justiça Eleitoral determinou que não fossem repassadas ao diretório as cotas do fundo partidário pelo prazo de doze meses.
Marta Suplicy (PMDB-SP) - Foi condenada juntamente com José Américo (PT-SP) em ação civil pública por improbidade administrativa com dano ao erário a pagamento de multa. A Justiça considerou desproporcional os gastos de R$ 5,4 milhões com a divulgação dos CEUs pela Prefeitura de São Paulo durante a sua gestão. É alvo de ações civis de improbidade administrativa movidas pelo Ministério Público Estadual.
Omar Aziz (PSD-AM) - É alvo de ações civis de improbidade administrativa, ajuizadas pelo Ministério Público do Estado do Amazonas.
Paulo Bauer (PSDB-SC) - Foi mantida a condenação por improbidade administrativa de ressarcimento de despesas efetuadas com verbas públicas em decorrência de gastos realizados com campanha publicitária contratada pela Secretaria Estadual das Educação, quando era o secretário responsável, a qual atribuíram escopo de promoção pessoal do administrador público.
Reguffe (Sem partido-DF) - Teve rejeitada prestação de contas referente às eleições de 2002.
Romero Jucá (PMDB-RR) - É alvo de inquérito que apura crimes de responsabilidade. Faz parte da lista divulgada pela empreiteira Odebrecht que contém 300 nomes mencionados nos documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a 23ª fase da Operação Lava Jato.
Sergio Petecão (PSD-AC) - É réu em ação penal movida pelo Ministério Público Federal por crimes eleitorais.
Simone Tebet (PMDB-MS) - É alvo de ação civil de improbidade administrativa com dano ao erário, ajuizada pelo Ministério Público Federal.
Valdir Raupp (PMDB-RO) - Foi condenado por improbidade administrativa em ação civil pública movida pelo Ministério Público Estadual e pelo estado de Rondônia. A Justiça determinou o ressarcimento ao erário, vedação de recebimento de benefícios fiscais ou creditícios e pagamento de multa.
Vicentinho Alves (PR-TO) - É alvo de inquérito que apura crimes na Lei de Licitações.
Wellington Fagundes (PR-MT) - É alvo de inquérito que apura peculato.
Zezé Perrella (PTB-MG) - O parlamentar foi condenado em ação de improbidade administrativa movida pelo MPF à suspensão dos direitos políticos por três anos e a pagamento de multa por ocupação ilegal de apartamentos funcionais, de propriedade da Câmara dos Deputados, na época em que era deputado federal. O senador recorreu da decisão na mesma instância, mas a decisão foi mantida. O parlamentar recorre em segunda instância.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Dilma e a palavra Força não podem aparecer em uma mesma foto. O Globo deu um impeachment na própria diagramação e mandou refazer a primeira página de hoje, que chegou a ser distribuída.

O Globo de hoje terá um lugar na história do jornalismo. Um exemplo que vai para as salas de aula. Coisa pra colecionador. Se jornal fosse selo, a edição de hoje seria cotada em dólar e protegida em caixa de vidro a vácuo.

Censurar diagramação é caso raro. Quando do assassinato de Salvador Allende, no Chile, e em plena ditadura, aqui, o Jornal do Brasil fez uma primeira página antológica só com texto. A diagramação, no caso, reforçou o impacto da notícia. A censura foi pega de surpresa, reclamou, mas a edição já estava nas ruas.

No caso do Globo, talvez tenha sido "excesso de zelo", digamos, em um momento em que o jornal está amplamente engajado na campanha para derrubar a presidente da República. Mas a "culpa" também é da diagramação.

O repórter Fernando Brito, do site Tijolaço, levantou essa lebre. Dilma Rousseff foi prestigiar, na Base Aérea de Brasília, a entrega do jato militar de transporte KC-390, fabricado pela Embraer. Em certo momento, a presidente foi à cabine do avião. Claro, para os fotógrafos presentes, aquela era a cena esperada e menos formal. Givaldo Barbosa, do Globo, enquadrou Dilma na janelinha e, atento ao quadro, abriu o ângulo para incluir a palavra Força (de Força Aérea Brasileira, gravada na fuselagem).

Na redação, editor e diagramador mantiveram a criativa composição da foto. E assim foi fechada a primeira página. E assim o jornal começou a ser distribuído em algumas praças.

Acontece que, com as máquinas já rodando, veio a ordem para mudar imediatamente o corte da foto. A palavra Força sumiu. Alguém no jornal deve ter se assustado com o que considerou uma mensagem, sei lá, contra o golpe. Vai que alguém entendesse, mesmo sabendo que estava lendo O Globo, que Dilma está fortalecida. O telefone tocou na redação e uma voz do Além trovejou. Rolou um "parem as máquinas", e não foi por um bom motivo jornalístico.

Pensa que está fácil a vida dos jornalistas nas madrugadas da crise política?

Veja, abaixo, a primeira página 1 que recebeu impeachment da direção e a primeira página 2 refeita e distribuída em seguida.
Na primeira página original, a foto de Dilma em composição com a palavra Força. Reprodução


Na página refeita, a palavra Força sumiu. Reprodução

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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

MST divulga estratégia contra o golpe...

Em reunião no interior de Pernambuco, o MST formulou a Carta de Caruaru. Ao mesmo tempo em que faz um balanço crítico do governo Dilma Rousseff, os Sem Terra anunciam estratégias da luta contra a conspiração golpista em curso no Brasil.

Carta de Caruaru

1. "A atual crise mundial do capitalismo, iniciada ainda em 2008, causa o aumento do desemprego, do crescimento da desigualdade social, a concentração da renda e riqueza além de intensificar o uso do aparato repressivo do Estado em todas as partes do mundo.

2. O grande capital se mostra incapaz de apontar saídas para essa crise do capitalismo. Acentua-se que será uma crise profunda, prolongada, que exigirá reformas estruturais. E suas consequências sociais são imprevisíveis.

3. No cenário nacional, à crise internacional do capitalismo soma-se o esgotamento do modelo neodesenvolvementista, baseado no crescimento econômico e na distribuição de renda com conciliação de classes, iniciado em 2003.

4. Frente à gravidade da crise, a classe dominante demonstra não ter unidade em torno de um novo projeto hegemônico para o país. Há setores da burguesia que persistem na defesa do modelo neodesenvolvimentista. E há outra parcela que almeja a retomada e o aprofundamento do modelo neoliberal.

5. A presidenta Dilma Rousseff, desde o início do seu 2º mandato, errou em implementar um programa econômico de medidas neoliberais, adotado do seu adversário político, derrotado nas urnas. Tal equívoco causou o agravamento da crise econômica e fragilizou o apoio popular que lhe assegurou a vitória nas últimas eleições presidenciais.

6. Mesmo assim, o governo seguiu cedendo ao grande capital, retirando direitos sociais e trabalhistas e dando continuidade ao ajuste econômico, que mostrou-se fracassado em 2015.

7. As anunciadas reformas trabalhistas e da previdência social – que penalizam a classe trabalhadora e, especialmente, as mulheres camponesas – são inaceitáveis; e, se concretizadas, provocarão uma onda de lutas populares em todo o país contra o governo.

8. Da mesma forma exigimos que o governo enfrente o modelo de agricultura do agronegócio. É uma agricultura financiada pela poupança social e subsidiada com recursos públicos, destinada a atender os interesses do mercado internacional. Esse modelo de agricultura provoca a concentração de renda e da propriedade da terra, aumenta a desigualdade social, produz alimentos com agrotóxicos, promove uma irracional destruição ambiental em nosso país e subordina toda cadeia produtiva agropecuária ao controle e interesses das empresas transnacionais e do capital financeiro.

9. Todo este contexto sinaliza um novo período histórico da luta de classes. Cabe à classe trabalhadora enfrentar o desafio de impulsionar as lutas populares nas ruas, construir a unidade da classe e alimentar o povo brasileiro com os ideais de uma sociedade avançada, socialmente justa e democrática.

10. Urge a classe trabalhadora construir coletivamente, através de todas as mediações, sindicatos, movimentos populares e partidos políticos progressistas, um novo projeto político para o país. Um projeto alicerçado na defesa e no aprofundamento da democracia popular, na distribuição da riqueza e na soberania nacional.

11. A Frente Brasil Popular (FBP), criada em setembro/2015, em Belo Horizonte/MG, logrou unidade de uma parcela da classe trabalhadora em torno de uma plataforma política mínima de um projeto político para o Brasil. Como integrante da FBP, faremos todos os esforços para a sua consolidação nos estados e municípios. Cabe-nos, ainda, a tarefa de ampliar a FBP com outros setores e organizações, além de aprofundar o diálogo com outras Frentes existentes.

12. No campo, diante da ineficiência e apatia do governo em adotar medidas favoráveis à Reforma Agrária, iremos intensificar as mobilizações populares, as ocupações de latifúndios improdutivos e das fazendas, como estabelece a Constituição Federal de 1988, que não cumprem a função social.

13. Lutaremos pela Reforma Agrária Popular, centrada na distribuição da terra às famílias camponesas e em um novo modelo de agricultura brasileira. Uma agricultura que priorize a produção de alimentos sadios, baseada na agroecologia e na cooperação agrícola, associada com a implantação de agroindústrias nas áreas da Reforma agrária.


14. A Reforma Agrária Popular é indissociável do direito da população do campo ter acesso à educação e ao conhecimento. Assim, lutaremos contra o fechamento das escolas do meio rural e exigiremos, para cada área de assentamento, a existência física de escolas que assegurem uma educação pública, de qualidade social e gratuita. Educação é um direito e não uma mercadoria!

15. Juntos com a Via Campesina e os demais movimentos populares do campo, lutaremos pela soberania alimentar de todos os povos, em defesa das sementes como um patrimônio da humanidade, e pelo alimento ser um direito do ser humano e não uma mercadoria que visa apenas os lucros das empresas transnacionais, às custas da miséria e da fome de milhões de seres humanos.

Enfim, assumimos o compromisso de dar continuidade e intensificar as lutas populares de 2015. Iremos, em 2016, voltar às ruas contra forças imperialistas, a direita partidária, o conservadorismo do Congresso Nacional, o oligopólio da mídia, os setores reacionários e golpistas incrustados no aparato estatal. Estes querem fazer o país retroceder nas conquistas democráticas já obtidas, nos direitos trabalhistas conquistados e no avanço das políticas econômicas que reduzem a desigualdade social.

Será um ano de muitas lutas e de superação de desafios na construção da unidade da classe trabalhadora, do reascenso das lutas populares, da solidariedade com todos os povos em lutas e na construção de um projeto político popular para o nosso país".

Fonte: Coordenação Nacional do MST


sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Governo Federal lança site "Fatos & Boatos" para rebater notícias falsas que se transformam em "correntes" na Internet


por Flávio Sépia
É uma espécie de portal para o direito de resposta on line. Só que se destina, principalmente, a desmentir as famosas "correntes" que circulam na internet e que de inocente nada têm: podem causar danos a pessoas e instituições.
Certo noticiário político - e nem entra em questão, no caso, a ideologia da mídia - falha muitos vezes por conta de fontes indeterminadas, citadas como "palacianas", "funcionário de alto escalão", "dirigente do partido tal", um "fulano ligado ao ministro", "um amigo da coluna" etc. Um colunista escreveu, certa vez, que Lula estava "pensando em demitir" tal ministro. Sem querer querendo, o colunista inaugurou um método de apuração telepática setorista junto aos neurônios do ex-presidente. O recurso da fonte não-identificada, e o caso mais famoso é o do Deep Throat, do caso Watergate, é usado com muita parcimônia por grandes jornais internacionais. Simplesmente porque serve a tudo, é adaptável a grupos e intenções, ideal para espalhar "balões de ensaio", útil para o baixo jogo entre políticos que assim "plantam" notas que lhe interessam e indispensável a quem faz jornalismo de ficção.
Notícias falsas geram boatos ainda mais fantasiosos. Esses exercícios de ficção vão parar na internet e ganham mais adereços e efeitos especiais. Por mais absurdo que seja, já houve casos em que jornais e emissoras de rádio divulgaram "fatos" - como o de um suposto confisco de poupança - extraídos de uma dessas "correntes".
Mas o novo site não está voltado para a mídia impressa. Seu alvo é a boataria espalhada na web, que alcança um número infinitamente maior de pessoas, muito mais do que a soma das mídias tradicionais, e pode até causar graves danos como provocar corridas bancárias, atropelos de aposentados, pânico por suposto confisco de poupança, como o dito acima, além das questões de ofensas à honra de uns e outros.
Não é uma missão fácil, mas pelo menos os internautas terão outra referência para checar as "correntes" que rodam na web, geralmente criadas por má fé ou com objetivos políticos ou empresariais e até como instrumento de especulação financeira.
Daí, o site "Fatos & Boatos" - lançado pelo governo e que tem espaço para receber questionamentos sobre fatos ao próprio governo - será útil para mostrar o lado escuro da lua: a outra face da notícia que você nunca vê.
CONHEÇA O SITE "FATOS & BOATOS", CLIQUE AQUI

sábado, 27 de dezembro de 2014

DILMA QUER PASSAR A BORRACHA NA OLIMPÍADA - Ministério dos Esportes pode ser a primeira crise do novo mandato. Aliados e opositores pedem que ela troque o escalado. Acham que se mudar de ideia, será melhor o desgaste do que o desastre...




por BQVManchete
Como escreve o colunista Jorge Bastos Moreno, no Globo de hoje. Dilma se preocupou em pedir ao Ministério Público que lhe entregasse a relação oficial dos políticos gente boa (existe isso?) mas esqueceu de ir ao Google. Uma simples googlada, evitaria um vexame. O novo ministro dos Esportes, precisamente a autoridade que cuidará do assunto às vésperas da Olimpíada, é um deputado do PRB, vinculado à igreja Universal, que atua sob o carimbo do "bispo" Macedo e que foi foi flagrado pela Polícia Federal transportando malas de dinheiro, em 2005. Na época, foi expulso do PFL. Sem histórico conhecido na área de esportes, o deputado-pastor (George Hilton é o nome da figura), está, segundo o jornal Estado de Minas, sendo executado por dívidas junto à Receita Federal acumuladas por empresa da qual é sócio. O jornal diz também que Hilton não declarou a empresa à Justiça Eleitoral, como é obrigatório. Políticos que apoiam Dilma e até quem não a apoia estão criticando a nomeação que definem como catastrófica. No mínimo, por ser uma pessoa que não tem intimidade com a pasta. Não se sabe quais são os projetos do deputado para os Esportes ou se os tem. Curiosamente, a igreja dele tem reivindicado secretarias ligadas ao setor também em alguns estados. A estratégia é desconhecida. Pode ser pela exposição que a área deverá ter nos próximos anos, os convênios atraentes (tão atraentes que já foram motivos de vários escndalos ê investigações de desvios de verbas) que distribui ou um campo fértil para proselitismo religioso. Ainda bem que um ministro de Esportes do Brasil ou de qualquer outro país não tem poder para mandar no Comitê Olímpico Internacional ou corria o risco de a abertura dos Jogos se tornar um épico bíblico com direito a corrida de bigas ou até corrida de malas sem barreira. Pessoas ligadas ao esporte estão perplexas. Se Dilma não fizer uma revisão dessa mancada, será melhor a organização da Rio 2016 ignorar o deputado. Por dois motivos: é bom que políticos não se aproximem da  maior festa do esporte, onde o que o mundo quer ver são atletas competitivos; segundo, o sujeito não fará falta já que não é do ramo.
Se Dilma mantiver a nomeação, ficará claro o desprezo que ela tem pelo esporte e pela Olimpíada. Aí será o caso de a Olimpíada ignorar dona Dilma federal. Aliás, desde sempre, os Jogos escolhem uma cidade, não um país. A exceção foi Atenas da antiguidade, mesmo assim, cidade-Estado. A Olimpíada acontecerá no Rio de Janeiro, cidade-sede.
É o caso de dizer, se não for para ajudar, tirem as mãos da Rio 2016.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Da Carta Capital - Marcos Coimbra: "Conhecimento e voto"

por Marcos Coimbra (Análise especial para a Carta Capital)
"A tomar pelas pesquisas, a eleição presidencial de 2014 é peculiar em um aspecto importante. Nela, o nível de conhecimento dos candidatos cresce lentamente e parece ter pouca relação com a evolução das intenções de voto.
Não estamos, é claro, falando de Dilma Rousseff. Há três anos e meio no cargo, todo mundo sabe quem ela é. A novidade é o que acontece com Aécio Neves e Eduardo Campos. O conhecimento a respeito de ambos avança de forma diferente do que vimos em eleições passadas.
Desde o fim de 2012, a parcela do eleitorado que diz conhecer o candidato do PSDB passou de 36% para 49%, de acordo com a pesquisa CartaCapital/Vox Populi de abril. No mesmo período, os que conhecem Eduardo Campos foram de 14% para 31%.
Duas considerações. Em primeiro lugar, ainda que obviamente tenha crescido o conhecimento dos dois, o ganho em mais de 18 meses é modesto. Especialmente no caso de Campos, de quem, partindo de um patamar muito baixo, se esperaria performance melhor, dada a visibilidade que adquiriu a partir de setembro de 2013, quando recebeu a adesão de Marina Silva. Em outubro do ano passado, conheciam-no 26% dos eleitores, contingente que agora chegou a 31%, seis meses depois. Nesse ritmo, vai precisar de cinco anos para se tornar conhecido do eleitorado inteiro.
Em segundo lugar, o crescimento dos que conhecem os dois candidatos oposicionistas se deu de maneira linear, sem que fosse identificável qualquer efeito da propaganda de seus partidos. Não aconteceu com eles aquilo que foi típico de eleições anteriores, o rápido incremento do conhecimento dos “candidatos novos” provocado pela propaganda partidária.
Entre março e junho de 2013, o conhecimento de Aécio subiu apenas 3%, apesar de, em maio, ter estrelado as inserções e o programa partidário do PSDB. No segundo semestre de 2013, isso se repetiu: o conhecimento do tucano ficou parado entre julho e outubro, embora tivesse voltado a ser a figura central das inserções e do programa de seu partido em setembro.
Com Campos, a mesma história. No primeiro semestre de 2013, seu nível de conhecimento nada cresceu, apesar da propaganda do PSB que o teve como único destaque. No segundo semestre, foi o assunto Marina Silva que ampliou seu conhecimento, que, de junho a outubro, quase dobrou, indo de 15% a 26%. Nesse patamar, no entanto, quase estagnou até agora, em que pese seu uso monopolista da propaganda do PSB.
O lento avanço do conhecimento de ambos é ainda mais notável se lembrarmos o amplo e favorável tratamento que recebem dos veículos da “grande imprensa”. Enquanto desconstroem Dilma diariamente, apresentam com simpatia indisfarçável os dois oposicionistas.
Mas o mais relevante é que o crescimento do conhecimento de Aécio e Campos não se traduziu em aumento das intenções de voto. Entre setembro de 2013 e abril de 2014, o conhecimento do mineiro cresceu de 41% para 49% e sua intenção de votos permaneceu em 16% e 17%. No mesmo período, o de Campos subiu de 20% para 31%, enquanto seus votos estacionaram em 8%.
Isso sugere que estamos indo para uma eleição em que o conhecimento dos candidatos joga um papel diferente do que teve em 2010. Nela, era a questão central, pois percebia-se que o crescimento de Dilma só dependia disso e que a vantagem de José Serra se esvairia.
Nesta eleição, o conhecimento dos candidatos da oposição cresce devagar e de maneira vegetativa, insensível aos efeitos de mais ou menos mídia. E não se traduz em aumento da intenção de voto.
A principal razão é que vamos fazer uma eleição de reeleição, em que a primeira pergunta que a maioria do eleitorado tem de responder é a respeito do governo, e não sobre os candidatos. O que vemos é que, tirando a minoria hostil ao “lulopetismo”, o eleitor comum não se mostra curioso a respeito dos nomes oposicionistas.
Não é por falta de oferta de candidaturas (pois as suas “ainda” seriam “pouco conhecidas”) que a oposição não cresceu. É por falta de procura.
E daqui a quatro meses estará no ar a propaganda eleitoral. Nela, o argumento a favor de Dilma será visual: a obra feita, sempre maior que a imaginada pela população. Quanto às oposições, vão apresentar algo menos persuasivo: a conversa de que fariam melhor. A petista vai mostrar; os outros, falar.
É por isso que, nas eleições parecidas de Fernando Henrique Cardoso e Lula, quem cresceu quando começou a propaganda gratuita foram os candidatos à reeleição. Há alguma razão para ser diferente agora?"

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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Jango em Brasília: em dia simbólico, o Brasil se reconcilia com a História.

A urna com os restos mortais de Jango chega a Brasília. Reprodução imagem Globo News

Foto histórica e rara. A revista Manchete foi o único órgão de imprensa a fotografar o Presidente em 1964 no exato momento em que Jango se encaminhava para o avião que o levaria ao exílio. Esta foto - feita no aeroporto Santos Dumont -, e suas circunstâncias estão  reproduzidas no livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou "(Editora Desiderata). Foto: Reprodução Manchete

As lágrimas da ex-primeira dama, Maria Teresa Goulart, ao ver a chegada da urna a Brasília. Foto: Reprodução da TV (Globo News)

Lula e Maria Teresa

A presidente Dilma, Maria Teresa e Lula (Reprodução Globo News)

Dilma abraça Maria Teresa (Reprodução Globo News)
(Postado pela redação da JJcomunic com informações do Blog do Planalto))
Um dia simbólico. O Presidente João Goulart volta a Brasília e recebe honras de chefe de Estado. 
“Hoje é um dia de encontro do Brasil com a sua história. Como chefe de Estado da República Federativa do Brasil participo da recepção aos restos mortais de João Goulart, único presidente a morrer no exílio, em circunstâncias ainda a serem esclarecidas por exames periciais. Este é um gesto do Estado brasileiro para homenagear o ex-presidente João Goulart e sua memória. Essa cerimônia que o Estado brasileiro promove hoje com a memória de João Goulart é uma afirmação da nossa democracia. Uma democracia que se consolida com este gesto histórico”, disse.
Eleito duas vezes vice-presidente da República, em 1955 e 1960 - na época, o vice era votado individualmente e não apenas participava da chapa do presidente -  João Goulart tornou-se Presidente da República em agosto de 1961 com a renúncia de Jânio Quadros. Em sua posse, em 7 de setembro de 1961, Jango afirmou que todo o país deveria se mobilizar na luta pela emancipação econômica, contra a pobreza e contra o subdesenvolvimento.
Leia trechos dos discursos de Jango. Suas palavras ajudam a entender o complô que o derrubou.  
“Reclamamos a união do povo brasileiro e por ela lutaremos com toda a energia, para, sob a inspiração da lei e dos direitos democráticos, mobilizar todo o País para a única luta interna em que nos devemos empenhar, que é a luta pela nossa emancipação econômica, que é a luta contra o pauperismo, a luta contra o subdesenvolvimento”, afirmou. Já em 13 de março de 1964, em meio às tensões sociais e à pressão externa, o presidente discursou na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, para um público estimado de 150 mil pessoas. Na ocasião, Jango anunciou as reformas agrária, tributária e eleitoral. Ele ainda afirmou contar com a “compreensão e o patriotismo” das Forças Armadas. “Reafirma os seus propósitos inabaláveis de lutar com todas as suas forças pela reforma da sociedade brasileira. Não apenas pela reforma agrária, mas pela reforma tributária, pela reforma eleitoral ampla, pelo voto do analfabeto, pela elegibilidade de todos os brasileiros, pela pureza da vida democrática, pela emancipação econômica, pela justiça social e pelo progresso do Brasil”, disse. 
Foram essas metas que levaram militares a dar o golpe que fez o Brasil mergulhar em anos de sangue e sombra. 
O corpo de Jango permanece na capital federal até 6 de dezembro. A exumação dos restos mortais do ex-presidente, que teve início nesta quarta-feira (13), no Cemitério Jardim da Paz, na cidade de São Borja (RS), foi concluída com êxito após pouco mais de 18 horas de trabalho. Concluída às 2h desta quinta, a exumação envolveu 12 profissionais do Brasil, Argentina, Cuba e Uruguai. O médico João Marcelo Goulart, neto do ex-presidente, teve participação efetiva em todo o procedimento.
Exilado pela ditadura militar na década de 60, Jango morou no Uruguai e depois na Argentina, onde veio a falecer em 6 de dezembro de 1976. A causa oficial da morte, um ataque cardíaco, nunca convenceu a família, que acusa o governo militar da época, de Ernesto Geisel, de ter envenenando o ex-presidente. Com a análise pericial dos restos mortais de Jango, a expectativa é de que os laudos periciais sejam somados às demais investigações, incluindo as documentais e testemunhais, na busca de um esclarecimento sobre as causas que levaram ao óbito do ex-presidente.
Presidente João Goulart na capa da Manchete: a revista registrou visita oficial ao Estados Unidos em 1962. Na foto John Kennedy ouve o discurso do colega brasileiro. 
Deposto no golpe militar de 1964, Jango morreu em 6 de dezembro de 1976 em sua fazenda em Mercedes, na Argentina. Oficialmente, ele teria sofrido um infarto, mas a autópsia jamais foi realizada. Em depoimento, o ex-espião uruguaio Mario Neira Barreiro contou ao filho de Jango, João Vicente Goulart, em 2006, que espionava Jango e que teria participado de um complô para trocar os remédios do ex-presidente por uma substância mortal.
Em 2007, a família de Jango solicitou ao Ministério Público Federal a reabertura das investigações. O pedido de exumação foi aceito em maio deste ano pela Comissão Nacional da Verdade. Tanto o governo federal quanto membros da família Goulart acreditam que há indícios de que o ex-presidente possa ter sido assassinado. Com a instalação da Comissão Nacional da Verdade, em maio de 2012, foi criado um grupo de trabalho que vem coordenando as investigações em torno da morte de João Goulart. O trabalho é feito, de forma conjunta, pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e pela CNV com a presença de peritos internacionais e acompanhamento de instituições multilaterais. 
Em "O Beijo da Morte", Carlos Heitor Cony e Anna Lee investigam o suposto assassinato de Jango. No livro, uma mistura de ficção e fatos reais, lançado em 2003, os autores (Anna Lee foi repórter da Manchete e Cony diretor de várias revistas da Bloch) focalizam também as circunstâncias suspeitas em que morreram Juscelino Kubitschek e Carlos Lacerda, além de Jango, no curto espaço de tempo de nove meses, entre agosto de 1976 e maio de 1977, em plena ditadura. Um pouco antes, Jango estaria estudando a possibilidade de voltar ao Brasil mas foi alertado de que o general Silvio Frota pretendia prendê-lo assim que desembarcasse. A Comissão da Verdade investiga o morte de JK em acidente que teria sido forjado pelo governo militar. Nesse caso também há testemunhas que relatam sumiço e adulteração de provas. 


VEJA O DISCURSO DE POSSE DE JOÃO GOULART - CLIQUE AQUI

VEJA CENAS DO COMÍCIO DA CENTRAL DO BRASIL EM 13 DE MARÇO DE 1964. CLIQUE AQUI




terça-feira, 13 de agosto de 2013

Assim é mole ser empresário... Faltou dinheiro no caixa é só pedir ao governo

por JJcomunic
Parece piada, mas no Brasil é bom levar a sério essas ofensivas sem-vergonha. As companhias aéreas brasileiras estão tocando a campainha do Tesouro. Alegam que estão tendo prejuízos e pedem injeção de verbas públicas, uma ajudinha de alguns bilhões. Bom, vamos aos fatos: com alguns surtos de exceção, as aéreas brasileiras tratam mal os passageiros, não são pontuais e botam culpa nos aeroportos, não dão informações, visando lucro e lucro usam o mesmo avião como uma van aérea para atender o Brasil de Norte a Sul, não mantém reserva técnica suficiente, e, com isso,, basta um aeroporto dessa rota fechar por mau tempo para a malha toda entrar em caos. E os aeroportos reformados ou privatizados não vão resolver esse problema. Se o governo der dinheiro e isenção para as aéreas, você vai pagar duas vezes: como consumidor e como contribuinte. Curiosamente, quando essas companhias nadavam em lucros não repassaram as sobras ao mesmo Tesouro que querem agora assaltar. Não seria justo? Os executivos dessas empresas precisam abrir suas contas antes de pedir dinheiro público. Cadê a planilha? Inclui mansões e jatinhos em nome da pessoa jurídica. Incluiu a viagem do filhão para Las Vegas? O iate de luxo está na lista. O suposto prejuízo está honestamente demonstrado? A competência e boa administração idem? E as bilionárias aquisições que algumas fizeram não foram lucrativas? Se o governo for atender a todo negócio privado em crise, não haverá arrecadação que chegue. Não seria o caso de abrir as linhas domésticas para empresas estrangeiras e deixar o mercado (não é o deus supremo?) resolver? Elas reclamam do dólar mas esquecem de dizer que o preço das passagens que cobram dos brasileiros é extorsivo em qualquer moeda.Espera-se que Dilma, que diz estar ouvindo a voz das ruas, não entre nessa roubada. O lobby é forte e nem a mídia - que tanto se preocupa com o que o país gasta com o Bolsa Família e outros programas sociais - costuma criticar essas transferências de dinheiro do setor público para o privado.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Afinal Dilma está com o Rio ou vai dar uma de traíra?

É hoje. O Rio vai às ruas protestar contra a anunciada mudança na distribuição dos royalties do petróleo. É bom que a "gerente" Dilma Rouseff se recorde que teve excelente votação no Rio de Janeiro e não cometa a burrice de romper com o estado do qual se afastou nesse primeiro ano de governo. Vêm aí Copa, Olimpíada e... eleições.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Pânico quer o “Rebolation” de Dilma Rousseff

por Eli Halfoun
Embora tenha nos políticos um dos alvos de seu humor, a turma do “Pânico na TV”, que, aliás, anda perdendo audiência, ainda acredita em promessas desses mesmos geralmente desacreditados políticos. Por isso está cobrando através de cartas e mais cartas a promessa que a presidente Dilma Roussef teria feito de dançar o “Rebolation” se vencesse a eleição. Venceu, mas até agora não dançou até porque tem coisas muito mais importantes a fazer nesse início de governo. O maior número de cartas enviadas pelo “Pânico” tem a assinatura da apresentadora Sabrina Sato para quem a presidente teria feito a promessa que esperam seja cumprida. Podem esperar rebolando.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A revista Panorama, da Itália, aponta as Mulheres de 2010...

Le donne del 2010. Reprodução Panorama
por JJcomunic
...entre elas, Dilma Rousseff, "prima lady presidente del Brasile", Michelle Obama, Lady Gaga, Sandra Bullock...
Para ver a lista completa, clique AQUI

sábado, 13 de novembro de 2010

Especulações atrasam a entrada do time em campo também na política

por Eli Halfoun
Uma das marcas que João Saldanha deixou quando atuou como técnico da seleção brasileira de futebol em 1970 foi acabar com especulações e desnecessários mistérios em torno da escalação do time. Assim que assumiu o comando da equipe, Saldanha tratou de anunciar quem seriam as suas “onze feras”: o torcedor ficou sabendo logo como seria a seleção, a imprensa se viu obrigada a buscar notícias reais e fugir das sempre confusas adivinhações. Mais: as “onze feras” escaladas previamente entraram em campo confiantes e sabendo exatamente o que deveriam fazer. Deu certo, mas não foi suficiente para transformar-se em exemplo, nem no futebol e nem em outros segmentos que precisam escolher suas equipes. É o que acontece agora com a indicação dos nomes que formarão o ministério, ou seja, a equipe do governo Dilma Roussef. Basta abrir os jornais diários para saber que existem vários nomes especulados, cada um segundo o interesse do jornal que especula. Não seria mais eficiente se a presidente Dilma Roussef anunciasse logo os nomes dos componentes de sua equipe? Assim eles já estariam trabalhando para entrar em campo com uma “tática de jogo” estabelecida e sabendo exatamente com quem teriam de trocar passes e também limpando a área antes da partida começar pra valer. Mas como política é um jogo muito complicado e feito de “jogadas” que nada tem a ver com a atuação e a união da equipe, o torcedor (no caso eleitor) ficam sem saber como e qual será o time que merecerá sua torcida, mesmo que não concorde com algumas escalações. Tudo bem que no jogo político é preciso negociar, mas apesar disso, a presidente, que acompanhou de perto todo o governo de Lula e está na política desde a juventude, deveria saber antecipadamente que time escalar. Como Saldanha sabia e assim ganhou o jogo até porque deixou o time preparado para seu substituto quando deixou o comando da seleção porque não levava desaforo para casa e não admitia interferência em seu trabalho. Se desde o início Dilma Roussef evitasse especulações certamente já teria um time formado e um comando mais fácil e eficiente para o novo jogo que pretende fazer do país também um campeão.