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sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

PSG e Istambul Basaksehir fazem história ao parar o jogo em protesto contra o racismo. Desde 2014, furar a bola diante de ofensas raciais já deveria ser uma forma de luta

 

O post acima foi publicado aqui há mais de seis anos, após um caso de racismo no futebol brasileiro. 

Ao parar o jogo e deixar o campo -  depois do quarto árbitro, o romeno Sebastian Coltescu, proferir ofensa racial a Pierre Webo, ex-jogador e assistente técnico do time turco - PSG e  Istanbul Basaksehir fizeram história. 

A efetiva reação dos jogadores ao racismo no futebol pode alertar dirigentes,. Que caiam na real e finalmente aprendam que apenas "campanhas educativas" não são suficientes para reprimir um crime. 

A frase de Coltescu  - "aquele negro ali" - ecoou no estádio vazio em função das restrições impostas pela pandemia. Liderados inicialmente por Demba Ba, ao qual se juntaram Neymar e Mbappé, os jogadores abandonaram o gramado. O jogo só foi concluído no dia seguinte, com a substituição do quarto árbitro. 

Em 2014, Aranha foi alvo de racismo em jogo na Arena do Grêmio. O goleiro fechava o gol na vitória do Santos por 2x0 sobre o gaúchos, quando uma torcedora gremista o chamou de 'macaco". Ele tentou parar o jogo, o árbitro não o ouviu, os demais jogadores apenas mostraram solidariedade. E bola que segue. Leia, abaixo, no destaque, o nosso post publicado na época.

Já há alguns anos, este blog se manifesta favorável a uma campanha para sensibilizar os jogadores de futebol a interromper a partida sempre que vierem das arquibancadas ofensas racistas. Sentam na bola e esperam a polícia e os cartolas agirem, identificarem os racistas, botarem os canalhas pra fora e prendê-los devidamente.
Obviamente, esse tipo de campanha não vai partir de jornais, TVs e emissoras de rádio que têm interesses no futebol. O goleiro Aranha bem que tentou parar o jogo mas o juiz fingiu que não ouviu. Os colegas demonstraram solidariedade mas seguiram tocando a bola.
Um jogador sob bombardeio de ofensas e até de objetos lançados por racistas perde as condições psicológicas para continuar jogando, pode até perder a cabeça, partir para as arquibancadas e tentar resolver a questão no braço. E, se o fizer, não poderá ser criticado por isso. Retirá-lo de campo é premiar o racismo. Então, só resta uma atitude decente e segura: interromper o jogo.
A sociedade tem que se mexer. O Bom Senso Futebol Clube também. Chega de campanhas, faixas, apelos. Já se viu que nada disso tem funcionado. Ou a lei é imposta ou o Brasil, a CBF, a Fifa e as Federações estaduais, além dos dirigentes do clubes, Ministério dos Esportes, ministério da justiça, Ministério Público, seremos todos cumplicies de racismo.

Mas será longo o caminho, apesar da atitude dos jogadores do PSG e do Istanbul Basaksehir. Na última terça-feira, 8, no jogo do Palmeiras contra o Libertad, o atacante Rony se ajoelhou no gramado em apoio a Webo e à luta antirracista. A Conmebol ameaça multar o Palmeiras. Alega que o gesto de Rony fere o regulamento da Libertadores, que condena manifestações políticas, comerciais, pessoais, religiosas... Essa última categoria, contudo, não é objeto de ameaças de multa. Jogadores religiosos praticam o exibicionismo da fé, rotineiramente, em campo, sem contestação da cartolagem.  

Parar o jogo até que os racistas sejam identificados e presos é uma arma poderosa. Que essa tenha sido apenas a primeira vez e que os jogadores, a partir de agora, "furem a bola" a cada ofensa racista. 

quinta-feira, 4 de abril de 2019

Leitura Dinâmica - Tchutchucas, Neymar fecha com Debi e Loide, vovó sentou, Temer e Moreira (não deu match na madruga)...

por Ed Sá 

* Queimou o filme -  A imagem de Neymar na França e Espanha já não é lá essas coisas. E não vai melhorar com o último episódio em que se envolveu gratuitamente. Ao trocar mensagens com Debi e Loide (Netanyahu, atualmente processado por corrupção, e com Bolsonaro, visto na Europa como fascista), o brasileiro importou para as arquibancadas do PSG, onde não raro é vaiado, mais uma animosidade.

* "Tô fora" - A propósito, é fake news o rumor de que o Jesus ou o Messias evitaram baixar à Terra Santa no começo dessa semana para não sofrer o vexame de ser recebido pela dupla Bolsonaro-Netanyahu.

* República das tchutchucas - O deputado Zeca Dirceu foi injusto ao dizer que Paulo Guedes, o Posto Ipiranga, é "tigrão" com aposentados, agricultores e professores e"tchutchuca" com os privilegiados e"amigos banqueiros'. Injusto porque não é só o Guedes. O governo todo é "tchutchuca" carinhosa dos banqueiros, dos madeireiros, dos latifundiários, dos olavistas, dos militares, dos grandes empresários, dos fabricantes de armas, de Trump, de Netanyahu, da CIA, do Queiroz, dos terraplanistas, dos criacionistas, do Steve Bannon...

O Posto Ipiranga virou tchutchuca - Irritado por ser chamado de 'tchutchuca", o "tchutchuca' Paulo Guedes xingou a mãe do deputado em rede nacional. Até aí, normal, sempre sobra para as mães nessa hora, mas o ministro resolveu incluir na praga a "vó". "Tchutchuca é a mãe, é a vó". Avós também são mães, claro, mas costumam ser poupadas no destempero popular, tanto que existe a expressão "filho da puta", mas não o xingamento "neto da puta".

* "Senta aqui vovó" - Já que a palavra "tchutchuca" entrou nos trend topics, vale relembrar a letra do "Bonde do Tigrão": "Vem tchutchuca linda/Senta aqui com seu pretinho/Vou te pegar no colo/E fazer muito carinho/Eu quero um rala quente/Para te satisfazer/Escute o refrão/É do jeitinho q eu vou fazer/Vem, vem/Tchutchuca/Vem aqui pro seu Tigrão/Vou te jogar na cama/E te dá muita pressão!"

*"Conje" na rede - Moro acaba de abrir uma conta própria no Twitter (@SF_Moro). Antes, só a mulher dele, a "conje", como ele prefere denominar, atuava nas redes sociais.

* Não deu match na madrugada - Segundo a Veja, a Operação Lava Jato entregou ao Tribunal Regional Federal da 2ª (TRF2) transcrição de rápido diálogo que Michel Temer e Moreira Franco tiveram via WhatsApp, em plena madrugada, horas antes de serem presos.  Temer digitou: "Estás acordado?". Moreira prefere telefonar de volta. Temer não atende e o parça digita: “Sim. Liguei, mas vc não atendeu". A PF avalia que a conversinha é indício de que Temer foi informado da ordem de prisão. Talvez não, vai ver Temer queria comentar o filme que estava vendo no Netflix.

*Dentro, Temer - Temer, aliás, que nunca foi bom de voto, continua péssimo em pesquisas de opinião. Depois de deixar o governo com 2% de aprovação, agora vê que, de acordo com enquete do Atlas Político, 87% dos brasileiros o querem atrás das grades.

* Com os cumprimentos de Ghiggia - O Flamengo perdeu do Peñarol, do Uruguai, por 1x0. O jogo foi no Maracanã. O detalhe é que o gol dos uruguaios foi na chamada "trave de Barbosa" ou "gol do Barbosa", onde Giggia decretou o fatídico 2x1 que tirou do Brasil a Copa de 50. Ghiggia, aliás, foi jogador do Peñarol. Ontem Viatri, autor do gol, foi o carrasco do Flamengo. Maracanã é terreno paranormal do vizinho do Sul.

* Deu ruim - No mais, como diz o escritor moçambicano Mia Couto sobre a expansão da ciranda financeira e o aumento da concentração de renda, "em vez de riquezas estamos produzindo ricos".

sábado, 5 de agosto de 2017

Paris: aqui é Neymar Jr





O craque do PSG foi apresentado hoje no Parc des Princes. Neymar Jr foi aplaudido pelos torcedores e jogou bolas e camisa para as arquibancadas, pouco antes do jogo PSG X Amiens. Passada a festa, Neymar, com contrato milionário de cinco anos, enfrentará o maior desafio da sua carreira e a tarefa de brilhar e ajudar não apenas o PSG mas o campeonato francês a ganhar mais relevância frente ao futebol espanhol, inglês, alemão e italiano.
Fotos C.Gavelle/PSG