A França está em campanha para o segundo turno de uma das mais importantes eleições presidenciais das últimas décadas. Pela primeira vez na Quinta República, o regime aprovado por plebiscito em 1958, duas forças tradicionais, os partidos Republicano e Socialista, estão fora da chapa. Fora da cédula eleitoral mas não do debate sobre quem apoiar, assim como muitos eleitores.
No dia 7 de maio, a França escolherá entre Marine Le Pen, candidata da extrema-direita pela Frente Nacional, e Macron, candidato liberal do movimento independente Em Marcha. Socialistas e republicanos já anunciaram apoio a Emmanuel Macron. Parte da esquerda, contudo, resiste. Nas ruas de Paris há cartazes pregando o voto nulo.
O progressista Libération anunciou em capa sua tomada de posição. Para o jornal, o liberal Macron é melhor do que a extremista de direita Le Pen. No miolo da edição, 16 páginas explicam o 'não' à candidata da Frente Nacional.
O Libération alerta que apesar de ter tentado "suavizar" a imagem nos últimos meses, Marine Le Pen continua a mesma: é extremista, populista, nacionalista, racista, antissemita...
As últimas pesquisas dão vantagem expressiva para Macron, mas também registram um pequeno avanço de Le Pen. A abstenção preocupa e a vitória de Trump deixou lições que não são exatamente tranquilizadoras. No próximo domingo o mundo saberá no que tudo isso vai dar.
Como um mero exercício de futurologia, o que aconteceria no Brasil se, hipoteticamente, em 2018, chegassem ao segundo turno Lula X Bolsonaro? Claro que é muito cedo, há vários fatores se movendo.
As pesquisas ouvem eleitores em torno de nomes que, na verdade, não se sabe se concorrerão e as ruas especulam outros: Bolsonaro, Dória, Ciro Gomes, Alkmin, Lula, Aécio, Marina, Ronaldo Caiado, Moro, Barbosa, Temer, Luciana Genro, Carmen Lúcia, Serra, Bernardinho, Luciano Huck, Crivela, Bispo Macedo, Roberto Justus, Kim Kataguiri, Rachel Sheherazade, Deltan Dallagnol, o Japonês da Federal etc.
A França pode estar vivendo hoje o dilema que o Brasil viverá no ano que vem.
Qual o jornal brasileiro que fará uma capa dessas do Libération indicando sua escolha diante dos seguintes embates em um suposto segundo turno em 2018?
Lula X Bolsonaro
Bispo Macedo X Luciana Genro
Luciano Huck X Crivela
Marina X Rachel Sheherazade
Japonês da Federal X Marina
Dória X Moro
Lula X Kim Kataguiri
Ronaldo Caiado X Bernardinho
Bispo Macedo X Ciro Gomes
Crivela X Marina
Luciano Huck X Moro
Bolsonaro X Bispo Macedo
Deltan Dallagnol X Bernardinho
Carmen Lúcia X Moro
Dória X Luciano Huck
Alkmin X Deltan Dallagnol
Kim Kataguiri x Rachel Sheherazade
Temer X Aécio
Roberto Justus X Japonês da Federal
Só Madame Zumba, uma daquelas especialistas que promete trazer seu candidato de volta em três dias, poderá dizer. Mas seria divertido ver a velha mídia fazer algumas dessas escolhas. Ou, talvez, pra quem já escolheu Collor, será apenas o caso de tirar de letra sem perder o sono.
3 comentários:
Respondi sobre o que a imprensa vai fazer. Entre Lula e Bolsonaro, vai de Bolsonaro, Luciana e Bispo, caso de Bispo
Meu Deus, será possível que um Collor da vida se candidate à presidência? Se for candidato e for eleito, abro mão de minha cidadania brasileira e passo a me considerar "cidadão do mundo ".
Collor não é candidato, pelo que sei, mas se fosse estaria no exercício dos seus direitos. Ele aliás foi absolvido nos processos que respondeu por ocasião da sua renúncia. Nos casos mais recentes, da Lava Jato, não foram apresentadas provas concretas contra ele, aliás contra ninguém indiciado nesses processos.
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