O meio é cada vez mais a mensagem, diria McLuhan, com um smartphone à mão. Parece inevitável: logo após uma tragédia, um grande ou pequeno acontecimento, uma cena corriqueira da cidade, podemos aguardar na poltrona que logo vai aparecer um video ou uma foto enviados por um leitor, espectador, internauta, vizinho, guardador de carros, qualqueur um com um celular à mão. No tempo da Arriflex, só especialistas manejavam uma filmadora. Vieram as Kodaks, as super 8 descomplicadas, e pais já puderam registrar férias e festinhas de aniversário. As câmeras de video Sony, Panasonic e outras, ampliaram ainda mais as gerações de Fellinis amadores. Mas nada se compara à facilidade em gravar e transmitir imagens via celulares. Deu nisso. As redes de TVs têm equipamentos sofisticados, digitais, mas quase sempre as imagens essenciais são fornecidas por alguém que já estava no local, testemunha ou sobrevivente, que saca a celular e com um toque documenta o fato. No recente atentado em uma aeroporto de Moscou, o "cineasta" sobrevivente logo entrou em ação. As imagens impressionantes que você verá no link abaixo foram exibidas em todas as grandes redes de televisão do mundo. Um dos filmes mais famosos do jornalista e documentarista russo Dziga Vertov registra o dia a dia de Moscou. Chama-se "O Homem com uma Câmera". No caso, "O Homem com um Celular" apenas deu continuidade à escola de Vertov. Nada mais do que o cinema-verdade.
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