sábado, 16 de maio de 2020

Dia histórico para o jornalismo: O Globo publica a palavra "foder" na capa

Reprodução O Globo

por Ed Sá 
Anote essa data: 15 de maio de 2020. O Globo publica na primeira página a palavra "foder'. Claro que vem da boca suja do sociopata, e isso deu importância política à frase. 
Em todo caso, é histórico.
Vão longe os tempos em que o Pasquim era pontilhado de asteriscos para simbolizar o vocabulário cabeludo. Ainda bem que a linguagem jornalística se aproxima da vida real, embora o povão fale "fuder", bem mais orgástico. 
Mas há uma graduação aí. Leila Diniz falando "foder" era poesia pura. Ela tanto amava foder que cabe a redundância. 
Já para o autor das aspas que O Globo reproduz, tudo é ódio. Até o sentido em que usa o verbo em transitivo direto "foder". No caso, como sinônimo de "prejudicar", "lesar'", "causar dano", "deteriorar", "danar", dificultar", "tolher".

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Governo Bolsonaro é Casa da Mão Joana? Não ofenda Mãe Joana, que era gente boa. Leia isso antes. Os puteiros que ela comandava eram organizadíssimos...

Do Twitter

Time Magazine: 5 capas para homenagear os heróis da saúde

A revista Time chega às bancas com cinco diferentes capas e histórias dos profissionais da saúde.

Charlie Hebdo: a capa em que Bolsonaro e Paulo Guedes deveriam fazer figuração

A nova capa do Charlie Hebdo poderia se replicada no Brasil apenas colocado Bolsonaro e Paulo Guedes em primeira plano. São os nossos coveiros dos hospitais públicos. Ambos, juntos e mancomunados, passaram a tesoura nas verbas da saúde no ano passado, ampliando a irresponsabilidade do investigado por corrupção Michel Temer no ano anterior.
Tudo isso em nome de uma política econômica que já havia fracassado antes mesmo das consequências financeiras da pandemia.

Covid-19: o jogo mortal dos sete erros

A BBC aponta sete erros do Brasil no combate ao novo coronavírus.

1) Adesão irregular ao isolamento social
2) Anunciar futura flexibilização da quarentena
3) Falta de restrição de circulação durante feriados
4) Comportamento do presidente minimiza riscos e confunde população
5) Dissonância entre Bolsonaro, governadores e prefeitos confunde e dificulta diretriz única
6) Troca do ministro da Saúde dificultou adesão da população
7) Notícias falsas e promessas de curas milagrosas que desviam atenção da necessidade de isolamento

Coronavírus: Crônica de milhares de mortes anunciadas. Há mais de dez anos cientistas se perguntavam não “se isso vai acontecer?”, mas “quando isso vai acontecer?” Já se sabia de tudo. E nada se fez • Por Roberto Muggiati



 This is the way the world ends/Not with a bang, but with a whimper.”
T.S. Eliot, The Hollow Men
Assim acaba o mundo/Não com uma explosão, mas com um gemido.”
T.S. Eliot/Os homens ocos


Eu sabia que tinha o filme aqui, entre as centenas de DVDs que cobrem as paredes do meu escritório. Comprado na banca do Gilmar, defronte à Estação Net Rio, parada obrigatória dos cineminhas de fim de tarde aos sábados, rotina banal de um mundo que agora me parece muito remoto e até mesmo irrecuperável. Não queria perder tempo procurando o filme e, também, depois de um dia trabalhando como um estivador das palavras na tradução de um livro, desejava, como lazer de fim de noite, um daqueles filmes noir em preto-e-branco dos anos 40/50 que adoro, geralmente pinçados no YouTube. Mas, há poucos dias, me defrontei com a capa de Contágio, e resolvi encarar. Um gesto de entretenimento se transformava num ato de masoquismo, assistir à desgraça que nos assola nesse momento. Mas o filme de Steven Soderbergh, de 2011, por ser tão bem estruturado, é gratificante, embora o teor seja trágico. Fiquei imediatamente impressionado com as semelhanças incríveis da trama com a pandemia atual. Onde foi que diretor e roteirista buscaram dados tão realistas? Eu parecia ver um filme feito agora, calcado em todos os mais meticulosos detalhes do coronavírus. Então me dei conta de que o filme recorreu a conhecimentos de domínio público que antecipavam já o que iria acontecer. A comunidade científica muitas vezes sai do seu casulo de pesquisa e envia seus alertas à sociedade, mas nem sempre estes avisos são ouvidos pelos governos, engajados no seu jogo politico, e pelos próprios cidadãos, emaranhados na sociedade do emprego e na sociedade de consumo. A seguir, cito livremente do Wikipedia, destacando os pontos principais em amarelo, para dar uma ideia de que, há muito tempo, já se sabia que ia acontecer:

Soderbergh e o roteirista Scott Z. Burns discutiram um filme que descreve a rápida disseminação de um vírus, inspirado por eventos como o surto de SARS de 2002-2004 e a pandemia de gripe A de 2009. Burns consultou representantes da Organização Mundial de Saúde (OMS) e especialistas médicos como W. Ian Lipkin e Lawrence "Larry" Brilliant. A filmagem começou em Hong Kong em setembro de 2010 e continuou em Chicago, Atlanta, Londres, Genebra e São Francisco até fevereiro de 2011.
Intrigados com a área da transmissão, Burns sugeriu que eles criassem um filme centrado em uma situação de pandemia. Seu principal objetivo era construir um thriller médico que "realmente parecia o que poderia acontecer".
Burns consultou Lawrence "Larry" Brilliant, conhecido por seu trabalho na erradicação da varíola, para desenvolver uma percepção precisa de um evento de pandemia. Ele assistiu a uma das apresentações do Brilliant no TED , pelo qual ficou fascinado, e percebeu que "o ponto de vista das pessoas desse campo não é 'Se isso vai acontecer', é 'Quando isso vai acontecer? Brilliant apresentou Burns a outro especialista, W. Ian Lipkin. Com a ajuda desses médicos, os produtores puderam obter perspectivas adicionais de representantes da OMS. Burns também se encontrou com a autora de The Coming Plague/A peste que está a caminho, Laurie Garrett. Seu livro de 1995 ajudou Burns a considerar uma variedade de tramas em potencial para o filme. Ele queria contar com um funcionário do CDC e, finalmente, decidiu usar um epidemiologista, já que esse papel requer interação com as pessoas durante o rastreamento da doença.


Embora ele tenha feito pesquisas sobre pandemias seis meses antes da pandemia de gripe A de 2009, o surto acabou "ajudando" nos seus estudos, porque forneceu uma visão do aparato social após os estágios iniciais de uma pandemia. Para ele, não era apenas o vírus em si que se preocupava, mas como a sociedade lida com a situação. "Eu os vi ganhando vida", disse Burns, "e vi questões sobre: ​​'Bem, você fecha as escolas e, se você fecha as escolas, quem fica em casa com as crianças? E todos manterão seus filhos em casa Coisas acontecendo online, que é de onde veio o personagem Jude Law, que haverá informações que saem online onde as pessoas querem estar à frente da curva, para que algumas pessoas escrevam coisas sobre antivirais ou diferentes protocolos de tratamento, e então sempre haverá uma informação e essa informação também tem uma espécie de pulso viral".

Sempre achei que o fim do mundo não seria noticiado, ele nos acabaria na hora,um meteoro, um tsunami gigante, uma disjunção de placas tectônicas, enfim, nada mais distante do que estamos vivendo. Como na epígrafe de Eliot que usei. Os (as) repórteres de TV mascarados, microfone na mão, nos informando que vamos morrer, tudo transmitido ao vivo (!) em tempo real. Querem saber mais? Uma (des) organização social que, dispondo de dados sobre a pandemia mortal iminente, não foi capaz de impedi-la, merece o que está tendo. Vão botando isso na sua cabecinha:
Não demora, vamos fazer companhia aos dinossauros. Pelo menos eles não cavaram sua própria cova...

 VEJA O TRAILER AQUI
  

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Desse jeito, o governo vai acabar no Pornhub...

Reprodução Twitter
O famoso vídeo da reunião ministerial comandada por Bolsonaro ainda não foi liberado, não se sabe se será, mas especula-se que tem mais palavrão do que briga coletiva na Vila Mimosa, com todo o respeito à Vila Mimosa.

Hoje, o desajustado, ao lado de Paulo Guedes, participou de uma teleconferência com um monte de empresários. O PIB nacional, mesmo decrépito, estava lá. Em dado momento, a tela que exibia mais de uma dezena de conexões mostrou um empresário pelado. Provavelmente, um dos CEOs cansou da conversa jogada fora e foi tomar uma ducha. Executivo não larga o celular nem no enterro da mãe. Dai o sujeito foi ao banheiro devidamente conectado e a câmera do smartphone transmitiu a cena. Os participantes não sabiam que a teleconferência era aberta para jornalistas.

Já se pode dizer que o governo está nu e pronto para fazer live no Pornhub.

Depois de viral nas redes sociais, Ikea proibe masturbação no recinto das lojas

"Estatuto da Gafieira", de Billy Blanco apontava em um dos seus artigos a proibição de
"abusar da umbigada de maneira folgazã". Música inspirada nas regras existentes nas tradicionais gafieiras cariocas.

Pois a rede de lojas sueca Ikea também tem um livro de normas para orientar o comportamento dos fregueses. Recentemente, um novo item foi inserido, com urgência, no "estatuto" da Ikea. Motivo: viralizou nas redes sociais um vídeo que mostrava uma mulher se masturbando no interior de uma loja. O marketing de relacionamento com clientes se mexeu e as normas da Ikea pedem agora, encarecidamente, que o distinto público aguarde até voltar para casa. Segundo a AFP, o incidente teria ocorrido em das lojas da marca na China. Não se sabe o que excitou a freguesa. A Ikea vende mesas, cadeiras, estantes, sofás e camas. Talvez a cama.

The Economist: adeus, globalização

 A mídia internacional entrou em uma espécie de competição. Quem será capaz de prever o que acontecerá com a economia mundial pós-coronavírus. Uma das hipóteses anuncia que os países devem buscar mais autossuficiência, preparando-se para a próxima epidemia ou qualquer outro tipo de crise que se reflita nas economias. Para a Economist, isso vai criar mais problemas do que soluções.

Na capa da Time: o outro anormal


E você pensa que eles foram embora?

A Lava Jato foi benevolente com empresários, doleiros e diretores de corporações envolvidos em ladroagem, além da boa vida que deu aos chamados delatores premidíssimos. Esse grupo é o polo recorrente que, na corrupção, se conecta com políticos e funcionários públicos corruptos. O noticiário de hoje mostra que a colher de chá que alguns ganharam resultou em volta ao crime. Alguns envolvidos na Lava Jato são agora investigados por corrupção na compra de equipamentos hospitalares para combate à Covid-19. 

quarta-feira, 13 de maio de 2020

O Shabazz Aladeen de Brasília

Foto Marcelo Casalo Jr. Ag.Brasil
Alguém já sugeriu que a mídia deveria formar um pool para cobrir o espetáculo grotesco, geralmente pontuado por palavões, que são as "entrevistas" que Bolsonaro comete ao entrar e sair do Palácio da Alvorada.

Ele ofende jornalistas e incita a seita que se reúne diariamente para receber os perdigotos presidenciais a atacar a imprensa. O melhor seria a mídia montar um pool, que limitaria as equipes. Um câmera, um fotógrafo e um repórter a cada vez no cadafalso já aliviariam o linchamento moral diário.

Ontem, o espetáculo de baixo nível foi no Planalto. Precisamente, na rampa. Do alto da passarela para qual a  Niemeyer imaginou função mais digna, Bolsonaro, aos gritos, atendia ao repórteres. Ao fundo, também aos gritos, os apoiadores do sociopata faziam a performance fanática de sempre.



A foto no alto registra o grupo de jornalistas que empunha microfones, forçados a mendigar respostas de um Bolsonaro imperial, aboletado em cima de uma muralha, como se recriasse a reprodução acima.Parece um espetáculo bárbaro. Ou uma press conference ao estilo Shabazz Aladeen (se não liga o nome à pessoa, dê um Google).

O Palácio do Planalto é dotado de uma sala de imprensa própria para coletivas com um mínimo de civilidade, mas Bolsonaro prefere montar essas situações onde mostra o desconforto que sente e até o ódio que expele diante do jornalismo independente e de todos os profissionais que não sejam o submisso Datena, seu entrevistador preferido.

terça-feira, 12 de maio de 2020

Os "essenciais" voltam ao trabalho

por O. V. Pochê

Foi ampliada a lista de "atividades essenciais". Incluiu barbeiros, salões de beleza, academias... A maioria dos governos estaduais vai ignorar a medida. Mas quem garante que novas exceções ao isolamento não estejam em estudo no Planalto? Veja as especulações para os próximos 10 setores a voltar a funcionar.

* Produtor de fake news
* Queiroz
* Operadora do cartão corporativo da presidência
* Posto de gasolina para delivery de nota fria
* Escritórios para rachadinhas
* Damares, Ernesto Araújo, Weintraub, Teich, Regina Duarte e o próprio Bolsonaro também estão liberados para trabalhar.
* Engarrafadores de água do Jordão para cura da Covid-19.
* Contrabandista de fuzil
* Rodrigo Maia está liberado para, pelo menos, abrir a gaveta onde dormem dezenas de pedidos de impeachment do sociopata.

domingo, 10 de maio de 2020

A capa histórica do Globo é um memorial às vítimas da Covid-19 e uma resposta moral a quem debocha da pandemia


A capa do Globo é um choque. Um impacto gráfico à altura do momento dramático que o Brasil vive. A reportagem, que continua nas páginas internas, emociona. Dá nome e sentimento às milhares de vítimas do coronavírus. As perdas deixam de ser apenas números, ganham memórias. E uma comovente homenagem aos brasileiros que se vão. Homenagem que é um forte resposta moral a quem debocha constantemente da pandemia e desrespeita nas ruas os mortos e suas famílias. Em passeio de jet ski, hoje, no Lago Paranoá, em Brasília, o líder maior da seita chamou de "neurose" o terrível drama do brasileiros.

sábado, 9 de maio de 2020

Little Richard (1932-2020): o grito primal do rock

Os Beatles sempre admitiram a influência de Little Richard  nas suas canções,  especialmente aquelas do começo da carreira. A foto acima é um documento histórico: no inverno de 1962, o quarteto de Liverpool "abriu", por alguns minutos, uma apresentação do pioneiro do rock durante uma turnê no Reino Unido. 

Em 1985, Roberto Muggiati lançou o livro Rock/De Elvis à Beatlemania [1954-1966], número 96 da coleção Tudo é História, da Brasiliense. No mesmo ano saiu o segundo volume, número 100 da coleção tudo é história , Rock/Da utopia à incerteza [1967-1984].

Os trechos reproduzidos abaixo focalizam Little Richard, que morreu ontem, aos 87 anos, de causas ainda não informadas.





  A NOITE EM QUE LITTLE RICHARD TENTOU CONVERTER A PLATEIA CARIOCA


Quando se apresentou no festival Free Jazz de 1993 (Rio e São Paulo), Little Richard, através de um séquito de assessores, distribuiu a cada pessoa da plateia um livro de religião, Como encontrar a paz interior, de E. G. White,120 páginas, com uma foto autografada dentro. Guardei até hoje estes exóticos suvenires, em todas as edições do Free Jazz – e foram muitas – nunca nenhum artista teve este gesto de doar algo ao distinto público. (Roberto Muggiati)

O MELHOR DE LITTLE RICHARD, OUÇA AQUI

Fotomemória - Little Richard no Galeão: "Cadê a limusine do contrato?"

Little Richard chega ao Rio em 1993. Foto de Orlando Abrunhosa/Manchete
Em 1993, aconteceu o Free Jazz. Pela oitava vez desde 1985. Só falhou um ano, em 1990, por causa de Collor, o pai de todas as desgraças culturais antes de Bolsonaro e Regina Duarte. Foram sete dias de música no Rio (Hotel Nacional) e em São Paulo (Palace).

Roberto Muggiati escreveu então que havia uma certa e falsa polêmica provocada pela invasão da "praia jazzeira" por Little Richard e Chuck Berry. Se souberam ou não da esnobada dos puristas, o fato é que os dois aprontaram. Berry escondeu o horário da chegada e forneceu informações desencontradas sobre sua agenda; não queria fotos. A repórter Ana Gaio e o fotógrafo Orlando Abrunhosa, da Manchete,  foram ao Galeão registrar a chegada de Little Richard. E ele já chegou soltando a franga. Paletó com estampa de pele de onça, botas amarelas e uma bíblia na mão, o astro do rock teve um ataque ao ver o carro que a produção escalou para levá-lo ao hotel: um modesto Opala. "Cadê a limousine? Está no contrato. Não vou".

Acabou indo. E, sim, os jazzófilos aplaudiram sua performance.

Little Richard morreu hoje, aos 87 anos. Um dos pioneiro do rock, ele influenciou gerações com sucessos como "Tutti Frutti", "Long Tall Sally", "Rip It Up" , "Lucille", "Good Golly Miss Molly", entre outros.

Fotografia: a luta pela vida contra a militante da morte

Diante de uma enfermeira que ergue a cruz para defender a vida, bolsonarista projeta sombra da morte
na Praça dos Três Poderes. Reprodução Redes Sociais

Na semana passada, como foi destacado pela mídia, um grupo de profissionais da saúde fez uma manifestação na praça dos Três Poderes para conclamar a população a respeitar o isolamento, já que a campanha bolsonarista contra as restrições provoca o caos no sistema de saúde, por superlotação, e resulta em mortes de pacientes, além de médicos, enfermeiras, seguranças e pessoal de limpeza dos hospitais. Na ocasião, militantes governistas agrediram o pessoal da saúde.
A foto acima circulou nas redes sociais. A sombra integrante da passeata das milicias governamentais é coerente: ela projeta no solo a imagem sinistra da morte com a terrível ceifadeira. Tudo a ver. Em tempo: a foto foi confirmada por sites de checagem de fake news, como o e.farsas. É verdadeira.

sexta-feira, 8 de maio de 2020

RFI: Paris como você nunca viu


FAÇA ESSA VIAGEM AÉREA EM TEMPO DE PANDEMIA AQUI

Covid-19 - Agora é oficial, revista científica diz que Bolsonaro é a maior ameaça ao Brasil


The Lancet, revista científica de prestígio, publicou um editorial sobre a pandemia da Covid-19, onde cita o avanço da doença no Brasil. Somo o país com a maior taxa de transmissão do mundo, segundo estudo do Imperial College, de Londres.

"Grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro são os principais pontos quentes agora, mas há preocupações e sinais precoces de que as infecções estão se movendo para o interior para cidades menores, com provisões inadequadas de leitos e ventiladores para terapia intensiva. No entanto, talvez a maior ameaça à resposta do COVID-19 no Brasil seja seu presidente, Jair Bolsonaro", afirma The Lancet.

A revista destaca o comentário de Bolsonaro, na semana passada, sobre o número cada vez maior de casos do COVID-19, quando ele respondeu: “E daí? O que você quer que eu faça?".

"A liderança do Brasil perdeu sua bússola moral, se é que alguma vez a teve", sublinha The Lancet.

LEIA EM THE LANCET, AQUI

"Bonde" do governo invade o STF

Um estranho "bonde" acelera em direção ao reduto adversário. Foto Marcos Correa PR.

A marcha dos mascarados assustou Dona Laurinda. 

por O.V. Pochê

Toca o telefone e é minha mãe ligando da favela do Rato Molhado. Apavorada. Estava colada na TV a cabo pirata e viu um bando sinistro de engravatados mascarados marchando apressados. Com a vista curta, ela logo imaginou que era o "bonde da milícia" brotando no pedaço e tentando invadir a comunidade.

Para acalmar Dona Laurinda expliquei que era quase isso, mas podia ficar tranquila. A parada era de uns playboys e riquinhos que estavam de olho no território do STF em outra comunidade. Queriam dar uma prensa no chefe da facção do outro lado da rua. Mandar um papo reto para um elemento que estava perturbando o movimento.

- O bagulho tá doido, também fiquei bolado, mãe, mas nada a ver com Rato Molhado. Fica na paz.

Regina Duarte, a debochadinha do Brasil...

O momento em que Regina debocha das mortes: "Ohóóóóóóóóóóóóóóóó"
Na tela da CNN Brasil, o show de afrontas de Regina Duarte. 

Quando Bolsonaro convocou Regina Duarte para servir ao governo como Secretária da Cultura, alguns ex-colegas, um ou outro colunista e pelo menos uma comentarista do setor cultural saudaram a escolha da atriz. "É uma querida". Inocentes...
Regina dá mostra há anos do que carrega no sombrio backstage do sorriso congelado.
Durante entrevista à CNN Brasil, ela soltou os vermes, ao vivo, diante do repórter Daniel Adjunto e dos âncoras Reinaldo Gottino e Daniela Lima. Desde cantarolar a marcha "Pra Frente, Brasil" - o hino que embalava torturas e assassinatos durante o governo do ditador Garrastazu Médici. "Não era bom quando a gente cantava isso?", recordou, saudosa - até minimizar crimes. "Houve tortura, secretária. Houve censura", questionou o repórter. Regina contestou: "Bom, mas sempre houve tortura. Stálin!. Quantas mortes!. Hitler!. Quantas mortes! Se a gente ficar arrastando essas mortes..."

VEJA AQUI A ENTREVISTA DA "DEBOCHADINHA DO BRASIL" À CNN AQUI

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Fotomemória: Iwo Jima, 75 anos - A verdade sobre uma das mais famosas fotos da Segunda Guerra

Iwo Jima: a cena histórica e produzida da bandeira no Monte Surubachi. Foto de Joe Rosenthal. Domínio Público. 


No mesmo local, a foto que registra o primeiro hasteamento, o autêntico. Observe que os fuzileiros acabavam de conquistar o pico, um dos soldados ainda permanece atento ao inimigo. Foto de Louis Lowery. Domínio Público

por José Esmeraldo Gonçalves
Para quem leu "Fotomemória: a foto que simbolizou a queda de Berlim, há 75 anos", publicado ontem, este post é uma continuação.

A conquista de Iwo Jima, após luta acirrada dos fuzileiros navais americanos contra tropas japonesas, também rendeu foto icônica. Em 23 de fevereiro de 1945, dominada a resistência dos defensores da ilha do Pacífico, o fotógrafo Joe Rosenthal, trabalhando para a Associated Press, escalou o Suribachi, onde japoneses haviam instalado uma bateria de canhões, e apontou sua pesada Speed Graph para o grupo de soldados que plantava uma bandeira no topo do monte.

A "chapa", extraordinariamente plástica, entrou para a história como símbolo não apenas da vitória em Iwo Jima, mas de toda a guerra no Pacífico, Com a cobertura daquele momento inédito, Rosenthal faturou a fama devida, a honra de ser o autor de uma das imagens mais multiplicadas de todos os tempos e, de quebra, ganhou o prestigiado Prêmio Pulitzer.

Momento inédito?  Não foi bem assim...

Antes do esforçado fotógrafo chegar ao Suribachi, outro grupo de fuzileiros, ainda com as armas fumegando após ocupar o pico, havia hasteado no local uma versão menor da "stars and stripes".

Do alto do monte via-se toda a ilha. Um oficial achou então que uma bandeira pequena não seria enxergada dos pontos mais distantes. Para o moral da tropa cansada e sofrida, que perdeu no ataque mais de 5 mil companheiros, a visão da bandeira era um alento, o sinal da missão cumprida.

Dito pelo oficial e feito por seus comandados. A primeira bandeira foi retirada. A foto de Joe Rosenthal é, portanto, a segundona de Iwo Jima.

Hora e meia antes de Rosenthal, o sargento Louis Lowery, da revista Leatherneck, havia registrado a cena de colocação da primeira bandeira, o gesto triunfal de um grupo de fuzileiros, parte dos 40 homens que conquistaram a fortificação japonesa. Lowery flagrou a cena real, desarrumada, pouco épica. Já Rosenthal provavelmente teve o feeling, vislumbrou a oportunidade histórica. Mais do que posada, sua foto é coreografada.

Parecia prontinha para virar um monumento, o que de fato aconteceu.

Marine Corps War Memorial, em Arlington: a foto de Joe Rosenthal
eternizada em bronze.

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Na capa da Piauí: de caso com a morte

Fotomemória: a história da foto que simbolizou a queda de Berlim há 75 anos

Foto de Evgueni Khaldei/Multimedia Art Museum/Moscow

por José Esmeraldo Gonçalves

Dia 2 de maio de 1945, há 75 anos: a bandeira soviética se ergue sobre o Reichstag, sede do governo de Hitler. É o fim da Batalha de Berlim, em curso desde 21 de abril, dia em que o ronco dos tanques pesados IS-2, do Exército Vermelho, foi ouvido nas ruas da cidade que deveria sediar o Reich de mil anos. As tropas nazistas que defendem o último reduto rendem-se aos soviéticos e a Segunda Guerra encaminha-se para o fim, na Europa.

Enquanto os soldados comemoravam a vitória nas ruas de uma Berlim destruída, o fotojornalista Evgueni Khaldei, que acompanhava a ofensiva como correspondente da agência Tass, pensava em como traduzir em uma imagem forte e simbólica daquele momento. Khaldei resolveu dar uma mão à história e produziu a foto que tinha na cabeça.

Repórteres e fotógrafos de revistas ilustradas, como Life, O Cruzeiro e Manchete, conheceram bem esse processo. Uma reportagem sem uma foto de página dupla de abertura ou de capa perde um pouco do seu impacto. É preciso algo que apresente ao leitor, em titulo e imagem, o que ele lerá e verá nas páginas seguintes. Não necessariamente a foto-síntese, de fácil leitura, surge ao longo do trabalho. Khaldei tinha na sua câmera cenas de ação espetaculares e dramáticas, mas nenhuma passava, ao primeiro olhar, o significado do fim de um conflito mundial.

Ele contou, anos depois, em entrevistas, que procurou nas imediações do Reichstag alguém que pudesse confeccionar uma bandeira, pediu a três soldados que o acompanhassem ao topo do prédio e se posicionou para captar a bandeira sobre os escombros de Berlim bombardeada. Há especulações em torno da foto. A fumaça ao fundo teria sido acrescentada em laboratório; um dos soldados ostentaria no pulso relógios saqueados durante a ofensiva final, delito típico dos conquistadores -  ainda mais tratando-se de soviéticos vítimas de horrores por parte dos nazistas que invadiram a Rússia -, mas o fotógrafo preferiu retocar a evidência.

Nada disso impediu que a foto de Evgueni Khaldei se tornasse um poderoso logotipo da tomada de Berlim e do fim do poder nazista. O fotojornalista experimentou uma satisfação a mais ao registrar a derrocada de Hitler: judeu, Khaldei teve os pais assassinados pelos nazistas em 1941.

Aquela era também a foto da sua vida.

O impressionante depoimento de Lima Duarte sobre Flávio Migliaccio: "Eu te entendo"


VEJA AQUI

Sérgio Ricardo, estou contigo. Contra a intolerância, vamos quebrar todos os violões do mundo! • Por Roberto Muggiati

Vejam só, meu bom amigo, Sérgio Ricardo, grande violonista, compositor, escritor, artista plástico e gráfico, cineasta, 88 anos no próximo 18 de junho, passou por maus pedaços mas já está dando a volta por cima. Lembro-me do nosso último encontro, quando escrevi um perfil dele no “Gente e Histórias” da revista Contigo em dezembro de 2010, reproduzido aqui.

Sérgio Ricardo teve seu momento maior num protesto indignado contra a intolerância agressiva da plateia do Festival de MPB da Record de 1967 em São Paulo. O sucesso destes festivais – e todo o subproduto deles em fama e fortuna – criou um formato padrão de “música de festival” – cito alguns exemplos, Apareceu a Margarida, Arrastão, Ponteio, nada contra – mas Sérgio Ricardo queria transmitir um pouco mais de massa crítica nessa história, compôs uma música chamada Beto bom de bola, uma crítica à manipulação dos craques de futebol.

Impedido de dar o seu recado, pelo ruído das vaias, Sérgio Ricardo quebrou o violão contra uma caixa de som e o jogou à plateia. Isso aconteceu na noite da finalíssima, em 21 de outubro de 1967. Doze dias antes, na selva da Bolívia, morria Che Guevara. No dia seguinte à explosão de Sérgio Ricardo, o jornal Notícias Populares, mestre das manchetes de duplo sentido, estampava na primeira página em letras garrafais: VIOLADA EM PLENO AUDITÓRIO.   Vejam o vídeo: https://musicaemprosa.wordpress.com/2019/01/16/beto-bom-de-bola-vaias-e-violao-quebrado-no-festival-da-record-1967/

Epílogo

O tempo, em desabalada carreira a partir daí, provou que Sérgio Ricardo tinha razão. O choque ideológico concentrou-se nos festivais em 1968, na tumultuada apresentação de Caetano Veloso em São Paulo com o polêmico E proibido proibir, seguido de vaias e discurso puxado a Fernando Pessoa e, logo depois, no duelo final no Maracanãzinho entre Sabiá e Caminhando (Pra não dizer que não falei de flores), de Geraldo Vandré. Não foi o pronunciamento ingênuo do deputado Márcio Moreira Alves no Congresso Nacional em Brasília, concitando as moças de Agulhas Negras a não dançarem com os cadetes da Academia Militar no baile do Sete de Setembro, que causou a decretação do AI-5, mas sim a adesão popular à música de Vandré, que era uma clara conclamação à luta armada contra a ditadura militar: “Vem, vamos embora que esperar não é saber./Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.”
Vocês que nem eram nascidos na época vejam e julguem por estas imagens da apresentação de Vandré no Maracanãzinho
https://www.youtube.com/watch?v=wkEGNgib2Yw

Como disse então sabiamente Geraldo Vandré, “a vida não se resume em festivais.” Da Viola enluarada dos irmãos Valle e do violão quebrado de Sérgio Ricardo, se passaram 53 anos, iniciados pela guerra sangrenta dos Anos de Chumbo. Apesar da ilusória volta à democracia em 1985, o brasileiro – mesmo nesta hora em que se vê confrontado com a morte na trágica pandemia do coronavírus, continua intolerante. Por isso mesmo, invoco criaturas destemidas como Sérgio Ricardo para quebrarmos todos os violões do mundo contra a intransigência e para resistirmos à ignorância e seguirmos em frente, movidos pelas poucas certezas que uma vida ética e solidária sempre nos forneceu.



Clique nas imagens para ampliar



Marcelo Migliaccio: carta ao pai

O jornalista Marcelo Migliaccio publicou no Facebook um texto comovente sobre a morte do pai, Flávio Migliaccio. 

"Ele agora é para nós uma imensa saudade e lembranças maravilhosas", escreveu. 

Para Marcelo Migliaccio, que  trabalhou na Manchete, na segunda metade do anos 1990, onde fez muitos amigos, o nosso abraço.

Foto; Reprodução Facebook



Reprodução Facebook

FLÁVIO MIGLIACCIO (1934-2020): A PRIMEIRA VEZ 
NA  MANCHETE

Reprodução Manchete 
A Manchete documentou desde 1960 muitos passos da Flávio Migliaccio, no teatro, no cinema e na TV. 
A reprodução acima é o primeiro registro da carreira do ator, diretor, dramaturgo e roteirista publicado na revista. Em 1960, depois de uma temporada de quatro meses de sucesso em São Paulo, a peça "Chapetuba Futebol Clube", de Oduvaldo Viana Filho, direção de Augusto Boal, chegava ao Rio de Janeiro, com Flávio Migliaccio no elenco, ao lado de nomes como Nelson Xavier, Milton Gonçalves, Francisco de Assis, José Renato.  Uma escalada que o levou a um lugar de destaque na cultura brasileira e no coração de milhares de fãs, muitos do quais têm na memória o Xerife, de Shazam & Xerife, o seriado que embalou muitas infâncias. 

Flávio Migliaccio: a jornalista Cynara Menezes escreve sobre a despedida do ator: "um protesto, um apelo, uma súplica'



LEIA NO SITE "SOCIALISTA MORENA", AQUI

terça-feira, 5 de maio de 2020

Mídia: as estantes de livros brilham na TV, nas redes sociais, nas lives e nas chamadas de vídeo e viram meme


por Ed Sá
Com tantos apresentadores em quarentena, estantes de livros viraram protagonistas no fundo dos ambientes domésticos improvisados em estúdios. Não apenas no Brasil e não somente jornalistas. Como aumentou a comunicação através de aplicativos de chamadas de vídeo, muita gente capricha na cenografia intelectual ao conversar com amigos e parentes.

De tanto ver bibliotecas na TV, o  ilustrador espanhol Eduardo Berazaluce fez uma brincadeira que viralizou na internet. Ele criou um painel de papelão que simula uma estante - "perfeita para atores, comediantes e jornalistas" -  e divulgou no twitter, como se estivesse à venda. Apesar do preço irreal, a meme recebeu pedidos de compra. A matéria está no El Pais. Veja AQUI


Pegando carona no home office

A propósito, em duas dessas transmissões caseiras, no Brasil, a lombada do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", do qual este blog é uma expansão on line, aparece discretamente em duas estantes de prestígio: no canal do twitter do jornalista Maurício Stycer (UOL) e na CNN Brasil durante comentário de Fernando Molica, que trabalhou na Manchete nos anos 1980. As imagens originais são mais nítidas, mas ficam aí abaixo os registros que muito honram a obra lançada em 2008 e que foi uma modesta iniciativa deste paniscumovum.





Do janelaço ao panelaço • Por Roberto Muggiati


Quase meio século passou de uma das cenas mais fortes do cinema, expressando a indignação social, ao momento de hoje. Em Network/Rede de intrigas (1976), de Sidney Lumet, o apresentador de TV interpretado por Peter Finch, num surto de raiva, convoca a população para ir às janelas berrar a plenos pulmões em protesto, o que acontece nas principais cidades americanas. O filme rendeu Oscars para as atrizes Faye Dunawaye e Beatrice Straight, para o roteirista Paddy Chayefsky e para o ator Peter Finch – que jogou toda sua vida no papel e ganhou o prêmio postumamente. Rede de intrigas mostra, uma vez mais, como a arte muitas vezes antecipa a realidade.
Confira nestas imagens, AQUI

segunda-feira, 4 de maio de 2020

A escalada do terror

Na primeira página do Estadão, o registro da agressão da milícia bolsonarista contra o fotógrafo Dida Sampaio.

Desde a campanha eleitoral de 2018, a seita bolsonariana promoveu a violência sob a leniência das autoridades. Já aconteceram ameaças de morte, agressões morais e físicas e atentados a tiros e a bombas. Alguém foi responsabilizado? Não. À medida em que as milícias vão testando a lei e nada acontece claro que dá-se a escalada terrorista. A mídia já noticia ofertas de treinamento militar para manifestantes da ultra direita. A revista Época revela hoje evidências do aliciamento de militares de baixa patente e de PMs. Recentemente, a propósito da abertura de investigações contra Bolsonaro, Roberto Jefferson, novo homem forte na busca de apoio político por parte do Planalto, ameaçou com resistência armada a qualquer tentativa, seja do Congresso, do STF ou de quem mais aparecer contra o atual governo.  Por tudo isso, não surpreende que a seita parta para agressões a jornalistas nas  manifestações contra a democracia e nas carretas da morte pelo fim do isolamento social realizadas nos últimos dias. Estão à vontade para fazer isso até mesmo diante do "grande condutor" caboclo, tal qual aconteceu na mais recente demonstração golpista da ultra direita em frente ao Planalto.

Aldir Blanc: o Brasil perde o carioca essencial

Aldir Blanc e João Bosco, 1976. Foto Frederico Mendes/Manchete/Reprodução

Eram tempos de telex, No Natal de 1977, as máquinas dispararam um informe das agências: morria na Suíça Charles Chaplin. Tocado pela notícia, João Bosco compôs nos dias seguintes uma música em homenagem ao ator e diretor e à sua eterna criação, o vagabundo Carlitos.

Bosco pediu a Aldir Blanc que fizesse a letra do samba.

Naquele momento, o Brasil iniciava, ainda timidamente, um movimento que pedia a volta dos exilados pelo regime militar. A onda ganharia força em 1978. Os arquivos do Jornal da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) guardam um depoimento onde Aldir revelou como a letra que fez celebrou o personagem chapliniano, relacionando-o à luta política. A ideia surgiu após um encontro com o cartunista Henfil e o músico Chico Mário, que comentaram a situação do irmão, o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, no exílio desde 1971. Foi assim que o "O Bêbado e a Equilibrista", tornou-se o hino da anistia, enfim aprovada em agosto de 1979.
o compositor e escritor fez da sua arte a crônica do Rio. Foi a personificação do carioca.

Aldir Blanc faleceu hoje, vítima de complicações decorrentes da Covid-19. Fará muita falta. Parte no momento em que a democracia está ameaçada pela sombra do autoritarismo e por mais um golpe patrocinado pela ultra direita.

"A esperança/ Dança na corda bamba de sombrinha/E em cada passo dessa linha/Pode se machucar", cantou Elis Regina ao dar voz à bela mensagem de João Bosco e Aldir Blanc. 
OUÇA "O BÊBADO E A EQUILIBRISTA" AQUI