Um grupo de empresários brasileiros obtém licenciamento para usar no Brasil a marca CNN. O canal deverá operar a partir do segundo semestre desse ano, com sede em São Paulo, equipes em Brasília e no Rio de Janeiro, além de correspondentes do exterior, segundo comunicado que circula na web assinado pela assessoria Spokesman Comunicação.
Não é possível ainda assegurar a linha editorial e a independência da futura CNN Brasil, que terá um canal por assinatura 24 horas no ar e estará na rede digital. Só o conteúdo no ar definirá a qualidade dos dois quesitos. Os empresários acenam com a contratação de 400 jornalistas.
Os perfis de um dos sócios e do jornalista que assumirá a presidência do canal enviam sinais ao mercado de comunicação. O responsável por trazer o canal de noticias para o Brasil é Rubens Menin, da construtora MRV, que em recentes declarações ao Correio Braziliense assinalou que os empresários estão "eufóricos com o futuro do Brasil". Em 2013, a MRV já foi incluindo na lista de trabalho escravo do Ministério do Trabalho. Em entrevista ao Brasil 247, Menin atribuiu o fato a "perseguição" e classificou esse tipo de ação ao "risco Brasil". Nas eleições de 2018, ele figurou em segundo lugar no ranking de empresários que fizeram doações, pingando mais de 2 milhões de reais no caixa dos partidos, segundo dados do TSE.
O presidente da CNN Brasil será Douglas Tavolaro, com um histórico de 13 anos no jornalismo da Rede Record. Tavolaro é o biógráfo do notório "Bispo" Macedo.
Sites especializados sugerem possível ligação do projeto com apoiadores do governo Bolsonaro
A CNN International e CNN em Espanhol, que são de responsabilidade da matriz, continuam a ser retransmitidas no Brasil, sem vínculos com a CNN Brasil.