Aldir Blanc e João Bosco, 1976. Foto Frederico Mendes/Manchete/Reprodução |
Bosco pediu a Aldir Blanc que fizesse a letra do samba.
Naquele momento, o Brasil iniciava, ainda timidamente, um movimento que pedia a volta dos exilados pelo regime militar. A onda ganharia força em 1978. Os arquivos do Jornal da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) guardam um depoimento onde Aldir revelou como a letra que fez celebrou o personagem chapliniano, relacionando-o à luta política. A ideia surgiu após um encontro com o cartunista Henfil e o músico Chico Mário, que comentaram a situação do irmão, o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, no exílio desde 1971. Foi assim que o "O Bêbado e a Equilibrista", tornou-se o hino da anistia, enfim aprovada em agosto de 1979.
o compositor e escritor fez da sua arte a crônica do Rio. Foi a personificação do carioca.
Aldir Blanc faleceu hoje, vítima de complicações decorrentes da Covid-19. Fará muita falta. Parte no momento em que a democracia está ameaçada pela sombra do autoritarismo e por mais um golpe patrocinado pela ultra direita.
"A esperança/ Dança na corda bamba de sombrinha/E em cada passo dessa linha/Pode se machucar", cantou Elis Regina ao dar voz à bela mensagem de João Bosco e Aldir Blanc.
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