quarta-feira, 17 de julho de 2019

Quer ganhar até 20 mil dólares? A chinesa Huawei lança Concurso de Fotografia no Brasil.


A Huawei, que está entrando no Brasil, abre o Concurso de Fotografia  Huawei Next-Image 2019. São para fotos nas categorias #EmotionTag, Olá, vida!, Rostos, Explorando distâncias, A vida agora e Storyboard.

Regulamento e descrição de características exigidas para cada categoria estão no site da Huawei (link abaixo)

Haverá um premiação de US$ 20 mil para o vencedor do “Grande Prêmio”, US$ 6 mil por categoria e a chance de participar da Paris Photo 2019. Além disso, os 50 trabalhos que se destacarem levarão um smartphone Huawei P30 Pro.

Detalhe importante: só podem concorrer fotos feitas por smartphones da Huawei, de qualquer modelo. As inscrições vão até o dia 31 de julho e os vencedores serão conhecidos no dia 9 de setembro, durante a Paris Photo 2019.

Instruções e detalhes do concurso estão AQUI


Parabéns a todos os envolvidos: a barbárie social que o Brasil pediu nas urnas já se instalou...

CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR

A capacidade de Jair Bolsonaro desmontar a civilização e implantar a barbárie social no Brasil é espantosa e veloz. Ontem, o jornalista Arnaldo Bloch, do Globo, listou os itens da cartilha neofascista com que o governo ataca todas as áreas. As medidas oficiais tomam as quatro colunas do texto. Enquanto a gráfica rodava o jornal, o inquilino do Planalto divulgava mais duas decisões inacreditáveis.
A primeira, suspende contratos para a produção de 19 medicamentos distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O corte atinge laboratórios públicos que fabricam remédios que custam ao governo 30% mais baratos do que os equivalentes dos laboratórios privados para pacientes que sofrem de câncer e diabete ou que passaram por transplantes. Mais de 30 milhões de brasileiros dependem desses medicamentos.
A segunda, em nome da desburocratização e para atender a pedidos de entidades empresariais, Bolsonaro quer reduzir a cota de menores aprendizes e de pessoas com deficiências que as empresas são obrigadas por lei a contratar.
As medidas a serem implantadas mereceram pouco repercussão na mídia oligárquica. Por um simples motivo: editorialistas, editores e colunistas de política e economia parecem considerar que se este desmonte é o preço a pagar pela reforma da Previdência, reforma tributária e aos dogmas em geral da economia neoliberal, que assim seja. Os 13 milhões de desempregados, os mais de 20 milhões de subempregados, o fim das políticas sociais, o desprezo ao meio ambiente, agrotóxicos para todos, a demonização da Cultura, o fundamentalismo religioso contaminando o Estado laico, o neofascismo que dirige comportamentos, as ameaças estilo tropas de choque hitleristas a jornalistas independentes ampliam as desigualdades e cobram alto custo da democracia e da liberdade. Mas o que importa tudo isso se o confisco da Previdência se realiza? 


terça-feira, 16 de julho de 2019

Neil Armstrong foi à Lua e, na volta, pousou na Manchete onde ouviu de Hebe Camargo: "O senhor é uma gracinha".

Hebe Camargo e Neil Armstrong no hall da Manchete, na rua do Russell, 1969. Reprodução




por José Esmeraldo Gonçalves 

Na data de hoje, 16 de julho de 1969, há 50 anos, foi lançada do Cabo Canaveral a Apollo 11, que levou à Lua os astronautas Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins. O pouso ocorreu no dia 20 de julho. Os dois primeiros passaram pouco mais de duas horas na superfície lunar. Aldrin permaneceu a bordo do módulo de comando orbitando em torno da Lua.

A chegada do homem à Lua foi primeiro grande acontecimento transmitido pela TV a se beneficiar das redes de micro-ondas recém-instaladas em muitos países, inclusive no Brasil, o que multiplicou a audiência global.



A mídia se mobilizou. Aqui, a Bloch lançou rapidamente várias edições especiais de Manchete e Fatos & Fotos levando aos leitores imagens coloridas, com absoluta nitidez, e acrescentando mais informação ao fato visto inicialmente pela TV e em radiofotos publicadas em jornais, com resolução precária.

Um edição da Fatos & Fotos se destacou especialmente. Era uma revista multimídia, termo que não existia na época, integrando texto, fotos e ilustrações a um CD com o áudio dos diálogos entre os astronautas e o centro de comando da missão em terra.

O pouso dos primeiros astronautas na Lua assombrou o mundo, mas não demorou a se banalizar, como quase tudo que é alvo de intensa exploração da mídia. Até 1972, doze astronautas caminharam na Lua. Conta-se que já na segunda missão tripulada, a da Apollo 12, em novembro de 1969, os alto-falantes do Maracanã, ainda na época da "Adeg informa", anunciaram o pouso aos torcedores durante um lance de jogo crucial e o locutor foi vaiado, tal o desinteresse.

Outra curiosidade: o presidente americano, Richard Nixon, em uma jogada de marketing, distribuiu rochas lunares a todos os países. O Brasil recebeu uma dessas, mas como a Taça Jules Rimet, o pedregulho nacional sumiu.

Desde novembro de 1972, nenhum homem pisou mais na Lua.

China e Índia estão com programas espaciais adiantados e planejam missões lunares tripuladas na próxima década. Os Estados Unidos pretendem voltar até 2024 através de parcerias da NASA com empresas privadas.

Um recadinho para os nerds: o computador da Apollo 11 era praticamente uma reles calculadora. Os sistemas da nave tinham 64 KB de memória RAM e uma CPU de 0,043 MHz, sua capacidade de cálculo estava na casa dos milhares. Um iPhone 5, por exemplo,  usa processador de 1,3 GHz, uma memória RAM de 1 GB e faz milhões de cálculos por segundo. E o computador IBM central da NASA, embora um pouco mais potente, na faixa dos megas, era centenas de vezes mais rudimentar do que um Playstation 4 que trabalha com 500 gigabytes.

Neil Armstrong confessou que mais difícil do que ir à Lua foi cumprir a agenda de celebridade que lhe foi imposta e o levou a uma turnê mundial.

O astronauta pioneiro acabou, quem diria, na Manchete. Em viagem ao Brasil, ele almoçou no prédio do Russell, visitou a redação no 8º andar e deu  saída entrevistas. Já no hall, foi acoplado a Hebe Camargo e respondeu a algumas perguntas da diva da TV brasileira. "O senhor é uma gracinha", revelaria ela em suas impressões sobre Armstrong.

segunda-feira, 15 de julho de 2019

A polêmica do VAR: os nerds têm mesmo que decidir jogos?

No atual Brasileirão o VAR tem se afirmado como mais uma instância de erro. Tornou-se uma espécie de muleta para árbitros inseguros. Na dúvida, eles dividem a responsabilidade com os nerds que operam o sistema.

Na prática, o VAR virou o Google dos árbitros

O Vasco, na última rodada, foi a nova vítima. A bela arrancada de Pikachu rumo ao segundo gol foi inutilizada pelos "sábios do mouse" ao alegar erradamente que em lance anterior outro jogador do Vasco, Rossi, teria feito falta em Matheus Henrique, do Grêmio. Àquela altura, o segundo gol do Vasco poderia ser decisivo. Perdendo do 2X0, o Grêmio, no mínimo, teria que avançar e se expor.

O Vasco pedirá punição do árbitro, mas, é aí, os três pontos já eram. Há quem diga que o cruzmaltino, enfraquecido, perdeu força para se defender e virou saco de pancadas do apito. A conferir. Mas o fato é que o Brasil se esforça para desmoralizar o VAR.

O que os árbitros tanto conversam com o técnico via rádio? Até para confirmar lateral, eles dialogam.

Se os árbitros não eram infalíveis e o VAR também não é, a redundância tem potencial de causar muita confusão. Até aqui, não veio para explicar, mas para confundir, como dizia o Chacrinha.

O VAR é um elemento válido no jogo, mas o protocolo deve ser aperfeiçoado. Por que não adotar o sistema do vôlei, que está em vigor há anos e não provoca tanta polêmica? Cabe o árbitro marcar e a cada treinador um número determinado de pedidos de revisão eletrônica. Só em caso relevante, quando os dois treinadores já esgotaram seus pedidos, o árbitro tem direito a recorrer à eletrônica.

Outra medida que ajudaria a baixar o nível de desconfiança: transmitir no sistema de som do estádio o diálogo do árbitro com os nerds do VAR. É assim no futebol americano: o juiz anuncia suas decisões para todo o estádio ouvir. Não seria problema já que, teoricamente, VAR e juiz não teriam nada a esconder. Torcedor paga ingresso para saber de todos os detalhes do jogo. E, agora, que um diálogo via rádio pode decidir uma partida tanto quanto uma jogada de um craque a galera quer saber o que as autoridade do jogo tanto conversam.

A transparência agradece.

domingo, 14 de julho de 2019

Memória da redação: a asa delta havia recém-chegado ao Rio quando o craque Doval, do Flamengo, tentou voar...



Foto: Hugo de Góes

por José Esmeraldo Gonçalves 

Em julho de 1974, há 45 anos, o francês Stephan Segonzac decolou da Pedra Bonita para o primeiro voo de asa delta no Brasil. Dias depois, assombrou a cidade ao pular do Corcovado e pousar no Jockey Club.

Antes do verão 74-75 despontar, o carioca Luís Cláudio já fazia os primeiros voos e se tornava instrutor para dezenas de interessados no novo esporte.

Na época, o atacante Doval era ídolo no Flamengo e o argentino mais carioca que os hermanos já mandaram para o Rio. Fora do campo, ele praticava surfe, fazia aulas de pilotagem no autódromo e treinava tiro no stand do clube. Não demorou a se interessar pelas asas que via aterrissar na Praia do Pepino.

Em agosto de 1975, a Fatos & Fotos me mandou cobrir as primeiras aulas do gringo com o instrutor pioneiro, o Luís Cláudio. As lições iniciais aconteciam em Jacarepaguá, aproveitando o declive de um pequeno morro. Doval logo provou que era muito melhor em fazer a bola voar do que ele mesmo sair do chão.

Depois de algumas tentativas, o instrutor assinalou a dedicação do aluno, mas não deixou de ironizar: "Ele já conseguiu passar quase três minutos sem encostar o pé no chão".

Doval foi três vezes campeão carioca, duas pelo Flamengo e uma pelo Fluminense. Morreu em 1991, aos 47 anos, vítima de infarto. Três dias antes, ele viu o Fla jogar pela última vez, em Buenos Aires, contra o Estudiantes de La Plata pela Supercopa Libertadores. O rubro-negro perdeu (2X0). Ele chegou a visitar a delegação do Flamengo no hotel que hospedava os brasileiros.

Folha de São Paulo: o CEO da Lava Jato


Lava Jato Ltda: mensagens do Telegram revelam o plano de negócios milionários por baixo do tapete da força tarefa...




Em parceria com Intercept Brasil, a Folha de São Paulo divulga novas mensagens do escândalo que revela a face secreta da Lava Jato. Dessa vez, o tema é dinheiro e de como faturar com a operação. O vazamento mostra que sob a aparência de legalidade, a Lava Jato é um iceberg cuja porção submersa  escondia negócios. Eventos, palestras e aulas patrocinados, a partir do conteúdo jurídico da Lava Jato, eram a base da "indústria" detalhada no grupo de procuradores no Telegram. O Procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa, imaginou um plano de negócios para lucrar na esteira da fama e dos contatos conseguidos durante a operação. Empresas com sócios secretos e em nome de "esposas laranjas",  criação de instituto "sem fins lucrativos" e parcerias com promotores de eventos são elementos do plano dignos de um power point de faturamento que o C.E.O do esquema planejou. O material, que é espantoso, poderia render vários capítulos da série "promocional" da Lava Jato, "O Mecanismo", exibida pela Netflix. É o que mostram as mensagens obtidas pelo Intercept e analisadas em conjunto com a equipe da Folha de S.Paulo.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA EM THE INTERCEPT BRASIL
 AQUI

sábado, 13 de julho de 2019

Festival de Veneza 2019 vai exibir "Extase", com Hedy Lamarr, o filme que mostrou primeiro nu frontal da história do cinema.






Hedy Lamarr em cenas e no cartaz de Êxtase. 

por Jean-Paul Lagarride 

O Festival de Veneza 2019 exibirá na abertura oficial, no dia 27 de agosto, o que teria sido primeiro nu frontal da história do cinema. A cena é do filme "Êxtase, de 1934, dirigido por Gustav Machatý, e que foi agora restaurado em modo digital 4K.

A protagonista é Hedy Lamarr, que também interpreta o primeiro ato sexual da tela.

"Extase" foi censurado, na época, há 85 anos, em vários países e ainda sofreu um inesperado percalço: o marido da atriz,  Firtz Mandi, tentou desesperadamente comprar todas as cópias disponíveis.

A reestreia do filme de Hedy Lamarr em Veneza tem um significado especial.  "Extâse" foi premiado em 1934, na mostra da cidade italiana, onde ganhou o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro. Na trama, Eva (Hedy Lamarr) se casa com um homem mais velho, rigoroso e adepto da ordem acima de tudo - o que no Brasil de hoje costuma se chamar de "homem de bem" -, que não demonstra muito entusiasmo na cama, o que a leva aos braços de um jovem.

No mais, você pode ver a trama completa e a histórica cena AQUI 

Por trás do glamour de estrela, a inteligência: Hedy Lamarr inventou 
a telefonia o celular e o Wi-Fi. 

A atriz austríaca foi muito além das telas. Em 1940 ela desenvolveu um sistema  cujos parâmetros levaram aos atuais telefones celulares e à transmissão de dados por Wi-Fi. Inicialmente, seria um aparelho para confundir radares nazistas. 
Por incrível que pareça, a inspiração veio através da música. O compositor George Antheil tocava piano e Lamarr se divertia repetindo as notas em escala diferente. A partir do diálogo musical, a atriz percebeu que duas pessoas poderiam conversar entre si em frequências diferentes desde que o fizessem ao mesmo tempo. Eles se dedicaram a por em prática um sistema de rádio experimental e, dois anos depois, obtiveram a patente do invento. Só no começo dos anos 1960, o Departamento de Estado mandou construir os primeiros dispositivos. O trabalho de Lamarr foi reconhecido apenas em 1997 (Anthiel não viveu para ver o sucesso do invento), quando ela foi premiada e homenageada pelo governo americano.
Apesar disso, Hedy Lammar teve problemas financeiros e chegou a ser presa duas vezes por roubar pão e remédios. Só não morreu na mais total miséria porque ganhou de uma empresa americana um processo por uso indevido de imagem. 
Hedy Lamar faleceu em 2000, aos 85 anos, quando celulares e Wi-Fi se espalhavam pelo mundo. 

Na capa da Piauí: Flip, a festa do livro...


Deu no Globo: velhinhos brasileiros com mais de 80 anos estão cheios da grana. A culpa da crise é deles...


No embalo do confisco da Previdência, a mídia oligárquica tem se esforçado para demonizar os idosos.

Os de cabelos brancos vão acabar sendo perseguidos nas ruas como as bruxas de Salém.

No Globo de hoje, coluna do Ancelmo Góes, há uma nota típica dessa campanha neoliberal.

Sabe-se que a Matemática é ciência exata e uma ferramenta da Estatística. Mas esta, a Estatística pode ser direcionada para provar qualquer coisa.

Analise a renda de dois idosos moradores de uma ilha. Um ganha 5 mil reais, o outro recebe um auxílio de 600 reais. O estatístico vai concluir, cheio de autoridade, que a renda média dos habitantes da ilha é de 2 mil e oitocentos reais, acima da média dos demais ilhéus.

Algo parecido ocorre com o levantamento de Marcelo Nery, da FGV Social. Saiba, a julgar pela nota, que o idoso que você vê sob a marquise ao lado da sua casa e tem mais de 80 anos está ali por gosto. Na verdade, a julgar pelo que afirma o jornal, é um bon vivant privilegiado. A estatística ignora que os idosos pobres têm, digamos, um certa dificuldade para viver até os 80 anos. Sem abrir exceção - os 49% obviamente incluem desembargadores abonados, juízes por cima da carne seca, políticos endinheirados, altos funcionários públicos, banqueiros de pijama, militares e, talvez, ex-funcionários da FGV - o argumento estatístico coloca todos os idosos, pobres e ricos, no mesmo saco pecuniário.  Ao se basear em dados concretos dos declarantes do imposto de renda (que pega os de renda alta, já que o velhinho da marquise nem sabe o que é IR), o número de idosos cheios da grana sobe para 63%.

Então é isso: se você ficar negativado no Serasa, a culpa é do velhinho da marquise que dá pinta de pobre mas, segundo as estatísticas, é um abastado.

Mas o velhinho no sereno não perde por esperar. O confisco da Previdência vai acabar com a alegria dele.

Já a casta citada que embolsa aposentadorias plus size ou personalité  vai continuar com o boi na sombra.

Na capa da Carta Capital: o país que virou hospício...

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Fifa avança no combate ao racismo no futebol. A partir de 15 de julho, o árbitro poderá encerrar a partida em caso de ofensas...

A Fifa anunciou ontem mudanças no código que disciplina o futebol profissional em todo o mundo. A novidade que era mais esperada é um artigo que inova no combate ao racismo. A partir deste  15 de julho, o árbitro poderá encerrar uma partida e punir com derrota o time responsável por incidentes racistas.

Antes da medida extrema, haverá um anúncio no estádio solicitando que os torcedores parem com ofensas racistas. Se persistirem, a partida será suspensa temporariamente. Caso continuem, vem o encerramento e a perda de pontos para o clube cuja torcida profere os xingamentos. Serão punidas discriminação por motivo de raça, cor da pele, origem étnica, nacional ou social, gênero, deficiência, orientação sexual, religião, opinião política ou qualquer outra condição e razão". O novo Código Disciplinar da Fifa entrará em vigor a partir do dia 15 de julho deste ano.

É um passo, mas falta muito ainda. Por exemplo, exigir que o clube responsável por atos de racismo implante meios (câmeras de vigilância e seguranças) para identificar os agressores no estádio e chame a polícia. Outra questão em pauta é o fim da impunidade. Raramente torcedores racistas são presos em flagrante ou processados pelos seus atos. É preciso que esses casos sejam levados às delegacias de polícia e se transformem realmente em processos judiciais com as penas previstas em lei e principalmente que os agressores sejam penalizados também com indenização ao jogador vítima das ofensas..

"Me Eduardo, you Trump": um embaixador à altura do Ministério das Relações Inferiores...

Não é apenas a imagem do Brasil que a cada dia se suja mais lá fora. Ações práticas, por parte do governo, elevam o nível de rejeição ao país em vários setores. O Globo de hoje publica uma matéria sobre as últimas votações dos representantes brasileiros, agora alinhados com ultradireita, no Conselho dos Direitos Humanos da ONU. Para aferir o nível de vexame, veja abaixo um resumo:

* O Brasil se absteve de votar uma resolução que determinou a abertura de uma investigação sobre milhares de execuções extrajudiciais por parte da polícia das Filipinas. O atual e bizarro presidente do país é um dos queridinhos do governo Bolsonaro.

* Em votação de uma resolução contra o casamento infantil forçado, o Brasil preferiu ficar a favor de ditaduras islâmicas, como a do Egito, para excluir do texto  "o direito à saúde sexual e reprodutora".

* A embaixadora brasileira Maria Nazareth Farani Azevedo votou a favor de uma proposta de ditaduras islâmicas, no caso Arábia Saudita e Bahrein, contra recomendação de educação sexual de crianças e adolescentes. E também apoiou proposta do Paquistão sobre o mesmo tema excluindo direito de acesso universal à educação sexual.

Felizmente, por se aliar à opressão e ao atraso, o Brasil perdeu todas essas votações. Mas a percepção no exterior é que o país é um antro de fanáticos.

Ainda no campo diplomático não há sinais de menos fundamentalismo político e religioso. Bolsonaro anuncia que pretende nomear seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, como embaixador do Estados Unidos.

Um dia após o anúncio, Eduardo foi ao Itamaraty pedir apoio à indicação, que deverá ser submetida a aprovação no Senado. Ao tentar mostrar competência para o cargo, ele citou que fala inglês, fez intercâmbio e até fritou hambúrguer nos Estados Unidos. Em consequência da nomeação do filho de  Bolsonaro para Washington, Trump retribuiria enviando para Brasília, como embaixador dos Estados Unidos, o filho Eric Trump.

A notícia de que Eduardo Bolsonaro vai virar embaixador circula na internet desde ontem. Memes, críticas e até quem não acredite e ache que é piada predominam na rede. Um dos conteúdos mais acessados é um vídeo que comenta o inglês do futuro embaixador a partir de uma entrevista que ele deu para a Fox News. Embora aparente ler as respostas em um teleprompter, ele tropeça no idioma da Trump. O inglês básico serve para quem vai fazer compras em Miami, atender a um pedido de hambúrguer ou mandar likes para a ultradireita americana, mas não ajuda a um embaixador que discutirá propostas e complexos acordos diplomáticos.
Veja o vídeo AQUI

Homem na Lua: como o cinema chegou lá antes da Nasa






por Ed Sá

No dia 16 de julho de 1969, o foguete Saturno V decolou do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, levando a Apollo 11 e os primeiros astronautas que iriam pisar na Lua em 20 de julho. A bordo, Neil Armstrong, Michael Collin e Edwiin Aldrin.

Foi há 50 anos. Mas o cinema chegou antes, em 1902, há 117 anos.

"Viagem à Lua", o clássico do francês Georges Méliès, não apenas é um dos pioneiros do cinema como o primeiro filme de ficção científica a utilizar técnicas de efeitos especiais. Marcou também a estréia do cinema como forma de entretenimento.

Enquanto a Apollo 11 levou. três astronautas, a nave de Méliès conduzia seis passageiros. Inspirado por livros de Julio Verne e H.G.Wells, o filme era obviamente mudo. Na versão que você pode acessar no link abaixo foi inserida uma trilha sonora: a Abertura 1812 de Tchaikovsky.


VEJA "VIAGEM À LUA", CLIQUE AQUI


quinta-feira, 11 de julho de 2019

GQ contra o abuso...


Essa capa da GQ Portugal, de maio, foi um dos destaques do Coverjunkie, site especializado em selecionar as melhores capas de revista em todo o mundo.

quarta-feira, 10 de julho de 2019

Future Brand informa: Brasil como marca está descendo a ladeira...

A 8ª edição do ‘FutureBrand Country Index 2019‘, divulgada pela Future Brand, pesquisou a importância de 75 países como marcas. Sistema de Valores, Qualidade de Vida, Potencial de Negócios, Patrimônio e Cultura, Turismo, Produtos e Serviços foram os itens avaliados.
Japão ficou com a melhor reputação, Noruega e Suíça vêm em seguida.
E o Brasil? Neste esquisito 2019, Acaba de cair quatro posições no ranking mundial de marcas. Vai mal mesmo entre os sul-americanos. Argentina, Peru, Chile e Panamá estão na frente. O Brasil é o 5º da América Latina e o 47º na lista geral.
LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO BLUE BUS, AQUI

Na capa da Harper's Bazaar: Rihanna na boca do tubarão


Fotos Chenman. Reprodução Instagram

por Clara S. Britto
Rhianna posou para capa ensaio da Harper's Bazaar chinesa,edição de agosto de 2019. No Instagram, seguidores não gostaram da interferência do photoshop. Alegam que a cantora aparece bem mais magra, com a silhueta e o conjunto da obra devidamente corrigidos por aplicativos. As fotos são de Chenman.

Paulo Henrique Amorim: uma voz que se cala...

Paulo Henrique Amorim morreu nesta madrugada de quarta-feira, aos 77 anos, no Rio de Janeiro. O jornalista, que sofreu um infarto, trabalhava na TV Record, mas estava afastado há mais de um mês por ingerência política.
Em 1990, O jornalista Paulo Henrique Amorim foi
entrevistado para a Manchete pelos repórteres Claudio Accioly
e Malu Lopes.  Foto de J.L. Bulcão
Amorim era um forte crítico do atual governo e da mídia conservadora.

Os arquivos da Manchete registram uma matéria feita pelo repórter Paulo Henrique em 1965, aos 23 anos. Ele cobriu o Festival de Cinema daquele ano. Antes, em 1961, trabalhou no jornal A Noite, seu primeiro emprego, inicio de uma trajetória que o levou aos principais veículos brasileiros, entre os quais Realidade, Veja, Jornal do Brasil, Redes Manchete, Globo, e Bandeirantes e TV Cultura.

PHA, como também era conhecido, mantinha atualmente o combativo blog Conversa Afiada, com intensa atuação política na defesa da democracia e na denúncia do retrocesso que assola o Brasil. Seu estilo crítico fará falta ao jornalismo nessa difícil etapa que o Brasil atravessa.

Alô mercado de trabalho! Oportunidade para jornalista no Rio de Janeiro

Agência de Notícias Internacional instalada no Centro da Cidade do Rio de Janeiro, RJ, procura jornalista com experiência comprovada em redação e reportagem e capacidade de produção de textos finais de mídia impressa, eletrônica e/ou online, para fazer parte de equipe. 

Exigem-se conhecimento amplo do noticiário local e internacional e fluência em língua inglesa (as entrevistas de seleção dos candidatos serão feitas em inglês), e pede-se a apresentação de portfólio com amostras de trabalho. Salário a combinar. 
Enviar Curriculum Vitae para
producao@mircompany.com.br

Os jornalistas cariocas elegerão, de 16 a 18 de julho, a nova Diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ), o Conselho Fiscal e a Comissão de Ética da categoria para um mandato de três anos. Conheça a CHAPA 1




O programa de nossa chapa - que é apoiada pela atual direção do SJPMRJ e pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) -, está baseado na necessidade de darmos respostas à conjuntura atual, de retrocessos políticos, econômicos e sociais. De ataques à classe trabalhadora e às suas organizações sindicais. De ameaças diretas às liberdades de expressão e de imprensa e ao Estado Democrático de Direito.

Como em outros estados, os jornalistas cariocas vivem imensas dificuldades, com o fechamento de redações, grande número de demissões e forte precarização nas relações de trabalho, envolvendo “multifunções” e assédios de toda ordem. A valorização profissional, nesse contexto,
é um dos nossos maiores desafios e pretendemos enfrentá-lo com firmeza e em conjunto com toda a categoria. Mantemos a defesa de uma entidade plural, autônoma, apartidária, transparente, aberta à categoria em todas as suas vertentes, atenta às novas tecnologias de informação, às mídias sociais, ao novo fazer jornalístico e à formação de novos profissionais, hoje nas universidades ou iniciando carreira, conscientes da necessária luta em defesa da comunicação pública e da democratização da
comunicação. 

Retomamos as Convenções Coletivas de Trabalho

Nos últimos três anos, o Sindicato, respeitando decisões soberanas de assembleias gerais, liderou a
retomada das Convenções Coletivas de Trabalho no setor de radiodifusão e nos veículos impressos, que foram aprovadas sem perdas em termos inflacionários. Vale lembrar que, em virtude da falta de ação da gestão anterior, a categoria penou por anos sem acordos coletivos e não avançou em seus direitos trabalhistas. Temos enfrentado muitos obstáculos na representação dos assessores de imprensa, dada à intransigência das empresas de comunicação e à conivência da Justiça do Trabalho em questões relacionadas ao reconhecimento desses profissionais como jornalistas. Não é uma luta
simples, mas precisamos enfrentá-la coletivamente. Há muito a avançar nas campanhas salariais, que
também envolvem pleitos sociais, assistenciais e questões relacionadas à segurança dos jornalistas; muito a fazer na política de proteção aos postos de trabalho e na garantia de direitos trabalhistas no emprego e no pós-emprego; muito a caminhar na proteção aos jornalistas no seu exercício profissional em um país violento e desigual.

Vivemos uma conjuntura complicada, com crise econômica, alto desemprego e nova legislação baseada na retirada de direitos dos trabalhadores. A reforma trabalhista feriu gravemente o movimento sindical, com o fim da cobrança automática do imposto sindical. Com isso, os sindicatos perderam sua principal fonte de receita, e a nossa entidade, em crise financeira profunda, não contava com os recursos necessários para se adequar aos novos tempos. Formada em busca da unidade na luta, nossa chapa traz novos companheiros dispostos a trabalhar pelos
jornalistas cariocas!


Fonte: Divulgação/Chapa 1

segunda-feira, 8 de julho de 2019

Memórias da redação - Canecão, 1979 - João Gilberto fotografado no exato momento em que reclama do som e cancela o show. Por Guina Araújo Ramos

João Gilberto no Canecão, em 1979, reclama do som e cancela o show.
Foto de Guina Araújo Ramos.


por Guina Araújo Ramos

Nunca mais, nunca mais…

Sempre fui um ouvinte casual de música (e não da estrangeira, necessitava entender o que era dito). Ouvia a música que tocasse no rádio, não questionava muito. Música, para mim, era mesmo um fundo musical, sempre fui meio analfabeto no assunto. Quando digo que o único instrumento que toco é campainha de porta estou sendo sincero.

Conseguia diferenciar, sim, a bossa nova dos outros ritmos, mas mal distinguia cantores de cantoras, todos cantavam baixinho… A exceção era Dorival Caymmi, mas pode ser uma certa identificação com aquela coisa baiana, aquele relax existencial… Lembro de um programa da TV Tupi, lá pelos meus oito anos, altas horas da noite, minha mãe me mandando dormir, o baiano deitado na rede com seu violão, entre redes de pescar e coqueiros de papelão. Alguma mágica devia haver na música, mas achava que gostava das historinhas, os pescadores que saíram pro mar na quarta-feira santa, os clarins da banda militar, a morena que se pintou… Já esse outro baiano, João Gilberto, com suas histórias impessoais, deixara apenas um vago registro, como se suas músicas, hoje clássicos, fizessem parte do inconsciente coletivo. Logo viriam outros baianos e depois novos baianos, mas, aí, já não era mais aquela infância…

Então, em 1979, bastante adulto, estava eu, com a máquina fotográfica em punho a serviço da revista Amiga, diante de João Gilberto em pessoa. O agora mito João Gilberto, em uma de suas raras aparições neste ensandecido Brasil que trocara por New York, ensaiando para um show no Canecão.

Estava bem ali no meio do palco, dentro de um círculo de luz, sentado no banquinho, o violão na mão, vestindo seu paletozinho, penteadinho… Uma concessão, sem dúvida. Um privilégio.
Nós fotografávamos do próprio palco, mas de fora do círculo, da escuridão que tomava conta de tudo.

Cristina Zappa, minha professora de inglês no curso da ABI, então fotógrafa estagiária de O Globo, mais neófita do que eu, se mostrava nervosa. Podia ser apenas síndrome de fã, ela nunca me confessou nem uma coisa nem outra… Eu também tinha vivido alguns momentos de nervosismo, de tremer mesmo, no meu início na Manchete. Tinha vencido tais barreiras justamente para estar ali, naquele momento, à frente de João Gilberto. Enquanto ele ajeitava as cordas do violão na ilha de luz do palco, eu colocava uma 135mm e media a luz. Lúcia Leme, repórter consagrada, minha parceria na empreitada (ou melhor, eu dela…) conversava, entre as mesas, com a produção e outros jornalistas. Era apenas um ensaio, mas dava para sentir uma emoção no ar. E talvez, também, alguma aflição…

João Gilberto parecia tranquilo. Dedilhou o violão, cantarolou dim-dim-dom-dom (ou qualquer outra de suas genialidades musicais) e falou qualquer coisa a alguém. Este alguém, num gesto, conseguiu silêncio total e João Gilberto começou a cantar. Cantava qualquer coisa, um barquinho, um cantinho, um violão (é impressionante o que não se ouve quando se está fotografando, e o pior é que geralmente são as melhores músicas…), tocava qualquer coisa, dim-dim-dom-dom, eu estava gostando, ele tocava… Até que simplesmente parou.

Parou. O silêncio continuava. Todos atentos, reverentes. Balançou a cabeça, olhou para a escuridão do fundo do salão, baixou a cabeça e voltou a tocar, dim-dim-dom-dom, cantou mais um barquinho, um cantinho… Até que parou outra vez e falou. O fato é que João Gilberto falava muito pouco. Quando falava, e era pouco, falava baixinho. Quando falava alto, aí, era um acontecimento!…

Pois João Gilberto parou de tocar e falou alto. Falou para a escuridão lá do fundo:

– Olha, não está bom não!

Uma voz nas trevas respondeu qualquer coisa e João Gilberto falou outra vez:

– Eu sei. Mas não está bom não.

Dava para perceber que a voz nas trevas se esforçava para explicar qualquer coisa. João Gilberto propôs:

– Faz o seguinte: baixa um pouco.

Ou “sobe” ou “aumenta” ou “diminui”, uma ordem cifrada dessas. Só sei que “esquece” ele não falou… João Gilberto tentou resolver o problema, sou testemunha, posso jurar. A voz ao fundo, um pouco sumida, disse OK e João Gilberto voltou a se concentrar no violão. Dim-dim-dom-dom, um banquinho, um violão, nosso amor, uma canção, dessa vez eu acho que ouvi..

"Nunca mais, nunca mais..."

Ou talvez não… Mas, que importa, estava eu lá interessado na música?… Não, não estava. Estava interessado nas reações de João Gilberto. Notei que começava a se contorcer. No princípio, só um pouco, o tronco, os ombros, mas, aos poucos, passou a mexer as pernas abaixo dos joelhos, girando o pé na ponta do sapato enquanto tocava e cantava. E o rosto… Percebi uma cara feia qualquer, ainda que fugaz.

Parou de novo. Baixou a cabeça sobre o violão, notei que suspirou. Voltou a falar, de novo em voz alta, lá para o fundo negro de onde vinha o jato de luz:

– Olha, não ficou bom, não. Ficou pior… Faz o seguinte: volta como estava.

Pronto, pensei, o problema estava resolvido. Não ia ser o ideal, o máximo do som, como João Gilberto queria, mas seria o bom, o aceitável, o público iria gostar… Para mim, por exemplo, podia ficar de qualquer jeito, alto ou baixo, mais ou menos, estava bom o tempo todo. Mas, se ele fazia questão, tudo bem, era só voltar ao que estava antes: ele tinha razão!…

A voz lá do fundo disse OK. Silêncio. Cumpre-se o ritual e João Gilberto recomeça a tocar, acho até que voltou a cantar um barquinho vai, a tardinha… Ah, parou!…

Parou e caiu em silêncio, ensimesmado. Ficou ali emborcado sobre o violão algum tempo. Não dá para saber quanto porque estava tudo parado… Respirou fundo e falou lá para o fundo:

– Não, não… Não era assim que estava. Agora, ficou mais alto.

Ou “baixo”, ou “maior” ou “menor”, um problema desses… João Gilberto não parecia contente. Ficou olhando fixamente o foco de luz (ou a escuridão?…) por um tempo, até que a voz cavernosa garantisse que, agora sim!, estava no ponto. Ou nem tanto, que apenas voltaria ao que estava antes.

João Gilberto pareceu aceitar, uma tristeza no olhar…

Tudo de novo, o ritual. Eu, com meu dedo colado no disparador. João Gilberto começou a tocar, dim-dim-dom-dom. Eu senti que havia uma aflição saindo daquelas cordas. Ameaçou cantar um barquinho, o mar, a onda… A tardinha caía, seu rosto se desfigurava, eu batia fotos, sentíamos todos uma dor…

João Gilberto parou de tocar. João Gilberto baixou a cabeça. Acho que tinha uma lágrima nos olhos. Ou eu, eu não conseguia ver bem… Ficou ali, no centro da luz. O silêncio dominava a escuridão. Até que começou a balançar a cabeça, de lado a lado, por sobre o violão. E se ouviu a ladainha:

– Nunca mais, nunca mais!…

Parecia que ia chorar… Balançava a cabeça de lado a lado, desalentado: nada… De repente, insistiu em tocar, apertou as cordas com mais raiva do que fé: nada… A cada acorde, um esgar, uma careta: nada… Tudo aparentemente certo, um banquinho, um violão, mas o som…

– Nunca mais, nunca mais!…

A voz lá no fundo prometeu qualquer coisa, disse que agora sim, qualquer coisa, mas João Gilberto, catatônico, continuava:

– Nunca mais, nunca mais!…

E eu ali me sentindo o pato… Não era muito mais do que isso o que sabia de João Gilberto: bossa-nova, o tal banquinho, o violão, um barquinho, o pato… Agora, estava ele ali, na minha frente, sob a minha mira fotográfica, e era um mito arrasado, um baiano triste, um banquinho manco, um violão rachado, um som quebrado…

Para mim, estava bastante bom, estavam bastante boas as fotos. Até a música estava boa. Mas, que o sentimento era forte, que o momento era cruel, até eu, analfabeto musical, podia sentir. Vi logo que ia dar uma página dupla na Amiga, uma foto ou outra na Manchete. Que essa história ia ser contada em prosa e verso, transformada em filme, lembrada para todo o sempre enquanto existisse um banquinho, um violão, um amor, uma canção…

Não houve mais o show. João Gilberto cancelou, mais abatido que indignado. Houve celeuma, fãs protestaram, jornais criticaram, uma parte parece que processou a outra, parece que vice-versa, sei lá, dizem mesmo que a ditadura teria acabado mais cedo por causa disso…

Virou até literatura: Sérgio Sant’Anna, desencantado mas sarcástico, contou a história no conto (e livro) “O concerto de João Gilberto no Rio de Janeiro”. Depois de um certo voo de imaginação, decretou: o não-show de João Gilberto no Canecão teria sido, afinal, o show de João Gilberto que o Rio de Janeiro merecia. Pode ser… Mas, hoje eu sei: eu mesmo não merecia.

Para se ver quão traumatizantes foram os fatos. Deu para sentir, eu estava lá…

A bola parou de rolar na Copa América, mas a polêmica, não. Messi pode ser punido pela Conmebol por denunciar que tudo estava armado para o Brasil ser campeão. O craque poderia ser impedido de jogar competições sul-americanas durante dois anos...

Reprodução Crônica

Reprodução Ole

Depois do jogo contra o Brasil nas semifinais da Copa América, Messi se revoltou e declarou que "estava tudo armado para a seleção brasileira".  As acusações foram reforçadas pelo jogador logo após ser expulso no jogo contra o Chile, que valeu o terceiro lugar para os hermanos.

A Copa América acabou, Brasil ficou com a taça, mas os jornais argentinos discutem agora as possíveis consequências das denúncias proferidas publicamente por Messi. Se o jogador não provar as acusações de favorecimento ao Brasil por parte da Conmebol pode teoricamente ser punido. Caso seja aplicada, a pena máxima poderá ser de dois anos de afastamento de competições organizadas pela entidade sul-americana. Isso incluiria a Copa América do ano que vem, que a Argentina sediará, e parte das Eliminatórias para a Copa de 2022 no Catar. A expectativa dos argentinos é que uma punição, se vier, não seja tão rigorosa. Caso contrário, sera aberta uma verdadeira guerra portenha contra os cartola da Conmebol.

Um outro fato pode favorecer o craque do Barcelona. Se Messi for punido, Gabriel Jesus também poderá ser pendurado. Ontem, ao ser expulso do jogo final, ele saiu de campo fazendo um sinal de roubo.

A indignação local é tamanha que correu uma fake news em Buenos Aires dando conta que a UEFA convidaria a Argentina para disputar a Eurocopa e a Liga das Nações, afastando-a da Conmebol. Não que seja inteiramente absurda a hipótese. Desde 1991, por questões políticas, Israel disputa as eliminatórias da Copa do Mundo no âmbito da UEFA. Isso porque os países islâmicos se recusavam a enfrentar a seleção israelense. Os times locais também são filiados à UEFA e poderiam até disputar a Liga dos Campeões.

Só que jogaram água fria na suposta pretensão dos hermanos. Quando a boataria da filiação da Argentina chegou à UEFA, a entidade europeia logo divulgou uma nota desmentindo o convite e afirmando que não cogita e não cogitará dessa hipótese.

41° Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog abre inscrições para as categorias Produção Jornalística em Texto, Áudio, Vídeo e Multimídia; Fotografia e Arte




(do Centro de Informações das Nações Unidas para o Brasil - UNIC Rio)

Jornalistas, artistas do traço e repórteres fotográficos de todo o Brasil têm até o próximo dia 20 de julho para inscrever suas produções e concorrer ao 41º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.

O Prêmio Vladimir Herzog homanegeia
o jornalista assassinado
pela ditadura militar em 1975.
Foto EBC
Considerado entre as mais significativas distinções jornalísticas do país, o Prêmio Vladimir Herzog tem abrangência nacional e reconhece, ano a ano, trabalhos que valorizam a democracia e os direitos humanos. A iniciativa conta com o apoio do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).

Para concorrer, os candidatos devem acessar o site do prêmio, preencher a ficha cadastral e anexar sua obra publicada ou veiculada no período entre 24 de julho de 2018 a 20 de julho de 2019, inclusive. Nesta edição, serão aceitas produções jornalísticas inscritas em seis categorias:

1) Arte – ilustrações, charges, cartuns, caricaturas e quadrinhos publicados em veículos impressos ou eletrônicos

2) Fotografia – foto ou série fotográfica publicada em veículos impressos ou eletrônicos

3) Produção jornalística em texto – reportagens em texto publicadas em veículos impressos ou eletrônicos

4) Produção jornalística em áudio – reportagens ou documentários em áudio

5) Produção jornalística em vídeo – reportagens ou documentários em vídeo

6) Produção jornalística em multimídia –  reportagens multimídia publicadas na internet

O 41º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos é promovido e organizado por uma comissão constituída pelas seguintes instituições: Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ); Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo; Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo; Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI).

Outras organizações incluem Coletivo Periferia em Movimento; Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP); Instituto Vladimir Herzog; Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB Nacional, Ordem dos Advogados do Brasil – Secção São Paulo; Conectas Direitos Humanos; Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo e  Sociedade Brasileira dos Estudos Interdisciplinares da Comunicação (INTERCOM).


Regulamento e Inscrições em premiovladimirherzog.org
Período: 27 de junho a 20 de julho de 2019
Júri de 1ª etapa: 1º de agosto a 15 de setembro, via sistema
Júri de 2ª etapa e divulgação dos vencedores: 11 de outubro, quinta-feira, em sessão pública de julgamento na Câmara Municipal de São Paulo / Sala Oscar Pedroso Horta e transmissão ao vivo pela internet, das 10h às 14h, em Auditórios on-line
Roda de Conversa com os Ganhadores: 24 de outubro, quinta-feira, das 14h às 18h
Solenidade de premiação: 24 de outubro, quinta-feira, 20h
Local: TUCARENA – Rua Monte Alegre, 1024, Perdizes, São Paulo
Para mais informações, acessar www.premiovladimirherzog.org


Fonte: Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil | UNIC Rio 


domingo, 7 de julho de 2019

Fotomemória: nesta foto histórica da Bossa Nova está faltando ele...

Beco das Garrafas, 1969: a Bossa Nova comemora 10 anos e Manchete reúne compositores, cantores e instrumentistas.
Foto de Gil Pinheiro 


Manchete publicou essa foto em 1969. Foi feita por Gil Pinheiro. A Bossa Nova comemorava 10 anos e a revista reuniu cantores, compositores e instrumentistas que faziam o Brasil e o mundo cantar.

Neste 2019, completam-se 60 anos de uma data marcante da cultura brasileira, que, quis o destino,  coincide com a partida de João Gilberto, sua pedra fundamental.

O texto de abertura da matéria (de Renato Sérgio e João Luiz Albuquerque) vaticinava a força histórica daquela imagem.

"Esta foto será preciosa no futuro. Ela mostra vários dos principais responsáveis pela mais importante revolução já feita na música popular brasileira - a criação, a consolidação e o desenvolvimento da Bossa Nova. Ao completar 10 anos de vida, já alcançou uma rápida maturidade, abriu o mercado internacional aos artistas brasileiros e deu origem a outros movimentos jovens. Três gerações reuniram-se no Beco das Garrafas, em Copacabana, e relembraram os tempos em que ali e na casa de Nara Leão,a madrugada carioca começou a ouvir a batida diferente do violão de João Gilberto, a música gostosa de Antônio Carlos Jobim e os versos claros de Vinícius de Moraes - a gênese da Bossa Nova". 

Os três últimos estão na matéria, mas não aparecem na foto antológica - era uma época em que os compromissos internacionais eram intensos. A reunião do exército da BN também valorizava os instrumentistas, menos conhecidos do grande público, mas essenciais ao movimento musical.

A legenda da foto que a Manchete publicou em página dupla registra as presenças: Elis Regina, Menescal, Marcos e Paulo Sérgio Vale, Tito Madi, Chico Feitosa, Luizinho Eça, Luís Carlos Vinhas, Candinho, Mário Castro Neves, Dóris monteiro, Durval Ferreira, Luís Freire, Miéle & Bôscoli, Mário Telles, Giovanni, Egberto Gismonti, Dori Caymmi, Antonio Adolfo, Tibério Gaspar, Edson Machado, Maciel do Trombone, Roberto Nascimento, Maurício Einhorn e Armando Pittigliani, este o produtor musical que era um descobridor de talentos.


Do jornal Estado de São Paulo: João Gilberto segundo Roberto Muggiati



por Roberto Muggiati (´para o jornal Estado de São Paulo)

De João Gilberto uma coisa eu sei com certeza: que em 1958 nós gostávamos do mesmo homem. Êpa! Não é o que vocês estão pensando. Adorávamos o Guarani, o melhor baterista de uma perna só do mundo. (Era uma faixa muito competitiva, havia outros pernetas espertos, como o paulista Pirata, que perdeu a perna num acidente.) Guarani teve pólio na infância e ficou com uma perna troncha. Mas com a outra e as duas mãos fazia maravilhas. Eu o conhecia das loucas noitadas de Curitiba. João o escolheu a dedo como um dos quatro percussionistas na gravação histórica de Chega de saudade(1958), o hino oficial da bossa nova.

Eu sei também, com certeza, que esbarrei com o João no camarim da Sarah Vaughan,  em sua noite de estreia no Brasil. Nem chegamos perto da diva porque o Poetinha lhe movia cerco total. O show da Sarah aconteceu no Fred’s, uma boate em cima de um posto de gasolina na Avenida Atlântica, na esquina onde construíram depois o Hotel Méridien. Aquela primeira segunda-feira de agosto de 1959 foi o último-baile-da-Ilha-Fiscal do Rio como Capital da República. Todo mundo estava lá. Presidia a mesa principal, o homem mais poderoso da época, o jornalista Samuel Wainer, com sua ofuscante Danuza. João Gilberto, terno escuro e gravata, ficou calado a noite inteira de mãos dadas com sua noivinha, Astrud Evangelina. (Antes, namorou duas cantoras geniais da bossa: Sylvinha Telles e Mariza Gata Mansa. Depois, casou com outra, Miúcha, e se tornaram pais da cantora Bebel Gilberto.)

Só fui encontrar João Gilberto de novo muito, muito tempo depois. E também muito longe do nosso Rio de Janeiro. Eu estava, entre meia dúzia de gatos pingados, espionando o cantor no escuro da plateia do Cassino de Montreux enquanto João fazia sua passagem de som para a Noite Brasileira com Tom Jobim. Na verdade, contra Tom Jobim — foi um verdadeiro duelo no Curral OK, uma briga de navalha entre cegos. Ali, naquela tarde de julho de 1985, na Suíça, descobri o quão safo era o baiano de Juazeiro. João testou uma bateria de microfones e escolheu logo um modelo que, apesar do visual retrô, anulava totalmente a interferência do ar condicionado no sistema de som. Coisa de gênio, de cientista louco. João estava com todas as balas na agulha para enfrentar Tom: Montreux decidiria qual era o melhor dos dois. Jobim – com sua banda familiar (a mulher, o filho, os Morelenbaum, os Caymmi) – chegou atrasado de um festival na Espanha, mas João não deu colher de chá. Era ele, e ninguém mais, quem iria encerrar a grande noite. Jamais “abriria” o espetáculo, como mero coadjuvante, para Tom Jobim. Graças a sua persistência, conquistou o “horário nobre”, embora, após prolongadas e inúteis parlamentações, isso significasse subir ao palco já bem depois da meia-noite. Apesar do adiantado da hora, João, apenas com banquinho e violão, brindou a plateia com quase duas horas de música encantada: naquela madrugada, pudemos ver a silhueta do Corcovado logo ali, às margens plácidas do lago Léman.

Eu sei também que o João não é mole. Três anos depois ele aprontou uma terrível com minha amiga Lúcia Sweet — a Lúcia que, de tão doce, casou com o músico místico Tomás Lima, o Homem de Bem. Tive a sorte de presenciar o maior não-evento (hoje se chamaria factoide) da carreira gilbertiana – e da história do showbiz brasileiro. Sexta-feira, 1º de julho de 1988, a crème de la crème do Rio desfila na plateia do Municipal à espera de João Gilberto. Já se sabe, com certeza, que ele não vai aparecer. Mesmo assim, durante alguns momentos, arde intensa a expectativa em meio à fogueira das vaidades. A produtora Hummingbird (Colibri), de Lúcia, montou no palco um cenário que era uma gentil mistura da féerie tropical dos musicais da Metro com um altar Hare Krishna, cheio de incensos e palmeirinhas. Às 21 horas, uma voz espectral anuncia, pelos altofalantes do Theatro, que serão concedidos trinta minutos de tolerância para João Gilberto subir ao palco e iniciar o espetáculo. Apesar do contrato assinado, João, ao longo da semana, através dos advogados, já dava sinais de que fugiria da raia, alegando uma forte gripe, com atestado médico e tudo. Não deu outra: ele não compareceu.

Tempos depois, nosso cantor, encalacrado com a indenização que foi obrigado a pagar a Lúcia Sweet, teve de engolir alguns sapos: levantou dinheiro fazendo um comercial da Brahma e, patrocinado pela mesma cerveja, concordou em dar um megaconcerto naquele mesmo Municipal do Rio em dupla com seu desafeto, Tom Jobim. Pode ter sido ruim para o ego do João, mas para a plateia foi fabuloso.

Ah, ia esquecendo! Numa conversa recente, o Sérgio Ricardo me falou da época em que ele e o João eram carne e unha. João, sem eira nem beira no Rio, explorava a hospitalidade libanesa dos Lutfi (Imaginem só café da manhã daquela casa...)  Depois que fechavam os inferninhos, João e Sérgio trocavam longos papos filosóficos na praia até o amanhecer. Um dia, sem mais aquela, João botou o Sérgio contra a parede: “Cara, o seu problema é que você é alienado, faz musiquinhas bobocas de namoricos e ignora os grandes problemas sociais do mundo em que vivemos.” Chamado à razão, Sérgio virou um músico “politicamente engajado” e saiu quebrando violões pelos festivais, enquanto o bom João continuava na dele, fazendo seus sambinhas sem compromisso e tornando-se o verdadeiro “mestre zen do bim-bom.” Esse foi o título que dei ao perfil do João no meu livro Improvisando soluções (Best Seller, 2008). Fechei o texto com esta frase: “Convidem o João para cantar algumas páginas do catálogo telefônico – vou ouvir na primeira fila.” Achei que estava sendo muito original, mas li depois o que Miles Davis escreveu certa vez sobre João: “Gilberto seria capaz de fazer um som maravilhoso simplesmente lendo um jornal.”

Salomão Schvartzman: o repórter que virou executivo foi jornalista até o fim

Salomão Schvartzman entrevista Jânio Quadros para a revista Manchete, em 1980. Foto de Ruy Campos

O jornalista Salomão Schvartzman começou a carreira como repórter do Globo. Passou pela Rádio Globo antes de se transferir para a Manchete, onde viveu a maior parte da sua trajetória profissional.
Com o tempo, assumiu funções corporativas - foi diretor da sucursal da Bloch Editores em São Paulo - mas manteve como pode a alma de repórter. Em 1977, fez uma entrevista exclusiva com Doca Street, o empresário que assassinou a socialite Angela Diniz em rumoroso caso que mobilizou o Brasil. A matéria lhe valeu menção honrosa do Prêmio Esso.

Quando o Grupo Bloch instalou a Rede Manchete de Televisão, Salomão passou a apresentar os programa Frente a Frente e Clássicos em Manchete, este com especial prazer já que a música erudita uma das suas paixões.

A experiência em TV o levou, ao fim da Manchete, para a TV Cultura e, mais tarde, para os canais Band News e Arte 1 in Concert.

Salomão Schvartzman morreu ontem, em São Paulo, aos 83 anos.

Nos seus programas de rádio e TV, ele consagrou um bordão na saudação final que dirigia aos seu público: "Seja feliz!"

Que assim seja.

sábado, 6 de julho de 2019

História que a bossa nova não contou: na gravação de "Chega de Saudade", a genialidade e o gênio de João Gilberto. Por Roberto Muggiati

“Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim,” rezava a letra, mas o clima no estúdio era de “brigas sempre mais" que marcava a relação yin/yang entre João Gilberto e Tom Jobim.

A data: 10 de julho de 1958, uma quarta-feira.


O local: o antigo estúdio da Odeon no quarto andar do edifício São Borja, à Avenida Rio Branco, 277, na Cinelândia.

A ocasião: a gravação do take definitivo do disco de 78 rpm Chega de Saudade/Bim-Bom, que entraria para a história como o marco inicial da bossa nova. Foram várias tentativas tumultuadas para se chegar à bolacha final.

Ruy Castro descreveu o clima no seu livro-reportagem Chega de saudade: “Gravando direto com a orquestra, ao vivo no estúdio, sem playback, ele [João Gilberto] interrompia take após take, ouvindo erros dos músicos que escapavam aos outros, e obrigando a orquestra inteira a tocar de novo. Em certos momentos, era como se todo mundo no estúdio fosse surdo, menos ele.”

Um dos focos da discórdia foi a exigência de João Gilberto de ter quatro homens na percussão: Milton Banana à bateria, Rubens Bassini nos bongôs, Juquinha no triângulo e Guarany na caixeta. Tudo isso para uma canção que durava nada além de dois minutos.

O percussionista Guarany Nogueira,
que participou da gravação do LP "Chega de Saudade".  

A inclusão de Guarany Nogueira (1928-1980) na gravação seminal da bossa nova revela a grandeza do seu talento. Principalmente se levarmos em conta o fato de que o curitibano, vítima de poliomielite, usava aparelho ortopédico e só tinha movimento numa perna, um handicap terrível para um baterista.

Em Curitiba, Guarany tocou muito tempo no Ludus Tertius, trio completado por Norton Morozowicz, ao baixo, e Gebran Sabbag ao piano. Em sua temporada carioca, além de brilhar nos círculos da bossa nova, Guarany frequentou o circuito clássico: o maestro Eleazar de Carvalho queria prepará-lo para timpanista da Orquestra Sinfônica Brasileira.

Hélcio Milito, baterista do Tamba Trio, afirmou: “O Guarany era um grande percussionista, talvez um dos melhores do Brasil. Se assim não fosse, João Gilberto não teria exigido sua presença para gravar varias faixas do seu primeiro LP.” 

João Gilberto, um perfil (do livro "Improvisando Soluções", de Roberto Muggiati)




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