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terça-feira, 19 de abril de 2022

Os áudios da barbárie

por José Esmeraldo Gonçalves

"Quem uma vez pratica a tortura se transtorna diante do efeito da desmoralização infligida. Quem repete a tortura quatro ou mais vezes se bestializa, sente prazer físico e psíquico tamanho que é capaz de torturar até as pessoas mais dedicadas da própria família"

D.Paulo Evaristo Arns ouviu o comentário de um general contrário à tortura. O cardeal usou a advertência no texto de apresentação de "Brasil; Nunca Mais - Um relato para a História". Lançado em 1985, o livro resultou da pesquisa "Brasil: Nunca Mais (BNM), onde um pequeno grupo de especialistas dedicou mais de cinco anos a trazer à luz uma das págionas mais trágicas do Brasil. 

Os pesquisadores levantaram os processos que passaram pela Justiça Militar, especialmente aqueles levados ao Superior Tribunal Militar (STM), entre abril de 1964 e março de 1979, e microfilmaram mais de 1 milhão de páginas. Todo o material foi copiado e guardado fora do Brasil em função das ameaças que o grupo recebia. O livro demonstrou que a tortura era uma prática inserida na política reressiva da ditadura. Fazia parte, não foi contestada, expandiu-se. Estava tudo lá na documentação reunida: "pau-de-arara", "pimentinha", "cadeira do dragão", "afogamento", "geladeira" etc. Tão comum que as Forças Armadas construíram até uma didática, um método educacional. Algumas instituições montavam cursos para torturadores diplomandos, uma espécie de submersão nas técnicas mais crueis. Um dos capítulos do livro extrapola o horror e detalha a tortura em crianças, mulheres e gestantes. 

Nos últimos dias, o Brasil reencontrou esse passado recente e sangrento em áudios que o historiador Carlos Fico, da UFRJ, resgatou dos porões do STM (Superior Tribunal Militar). Fico encaminhou o material a Miriam Leitão - ela própria ex-presa política e vítima de torturas nos anos 1970. A jornalista - revelou o dossiê na sua coluna no jornal O Globo. A denúncia ganhou ampla e oportuna divulgação em todas as mídias.  Nunca é demais mostrar às novas gerações a face da ditadura e o quanto é absurdo clamar pela volta de um regime criminoso, como se vê em escalões de arautos dos poderes atuais e de seus apoiadores. A mídia só vacilou no uso de títulos e chamadas que apontam os áudios como "as primeiras provas" que "atestam" que houve tortura no Brasil. Não são. A tortura foi comprovada antes em relatos, evidências,testemunhos e documentos. A Comissão da Verdade encontrou laudos falsos feitos por legistas da ditadura em corpos de presos torturados até à morte. Não restou dúvida, como atestam dois exemplos entre milhares, de que presos como Vladimir Herzog e Manuel Fiel Filho foram barbaramente torturados e mortos pela ditadura. Assim como não resta dúvida de que os áudios descobertos por Carlos Fico são um documento histórico impressionante. Ao lado de vozes de ministros militares, algumas formais outras que revelam certa indignação, é emocionante ouvir a fala trêmula e incisiva do advogado Sobral Pinto, que defendeu muitos presos políticos, ecoando graves denúncias de tortura.. Naquele dia, a Justiça Militar foi colocada diante da verdade mais incoveniente para a ditadura que todos ali exaltavam e patrocinavam: a barbárie. 

domingo, 14 de novembro de 2021

The Intercept Brasil concorre a prêmio internacional com a série de reportagens Vaza Jato



por José Esmeraldo Gonçalves 

Na quinta-feira, 18 de novembro, a organização Repórteres Sem Fronteira anunciará os vencedores do Prêmio RSF 2021 para a Liberdade de Imprensa.  Jornalistas e veículos de 11 países foram indicados em três categorias: coragem, impacto e independência do jornalismo. Com a ascensão da ultradireita e do neofascimsmo em muitos países, inclusive no Brasil, meios de comunicação independentes são censurados, profissionais são ameaçados e perseguidos. O Brasil tem apenas um indicado entre os finalistas: The Intercept Brasil concorre ao prêmio na categoria Impacto: a série de reportagens que ficou conhecida como Vaza Jato e revelou mensagens trocadas entre promotores sobre a Lava Jato provou a parcialidade do juiz Sergio Moro e seu envolvimento abusivo na elaboração de acusações  que resultaram anuladas pelo STF. Jornalistas do TIB receberam ameaças de morte por revelarem as ilegalidades da Lava Jato.

PARA CONHECER OS DEMAIS CONCORRENTES CLIQUE AQUI

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

BBC Brasil: dossiê contra políticas do governo brasileiro chega à Casa Branca. Democracia, coronavírus, emprego, direitos indígenas, desmatamento e violência policial estão entre os temas abordados





 
Matéria exclusiva da BBC Brasil publicada ontem e reproduzida por alguns jornais brasileiros, hoje, aponta que "quatro meses depois de fazer críticas públicas contra o desmatamento no Brasil, o presidente Joe Biden e membros do alto escalão do novo governo dos EUA receberam nesta semana um longo dossiê que pede o congelamento de acordos, negociações e alianças políticas com o Brasil enquanto Jair Bolsonaro estiver na Presidência."

A BBC Brasil obteve acesso aos documentos assinados por mais de 100 pesquisadores e já de posse do núcleo do governo Joe Biden, que ainda não definiu suas políticas para a América do Sul. A matéria é do repórter Ricardo Senna, correspondente do site em Londres e certamente será um bom tema para análises de dezenas de comentaristas nos canais de TV, logo mais. 

São mais de 31 páginas incisivas.  "O governo Biden-Harris não deve de forma nenhuma buscar um acordo de livre-comércio com o Brasil", frisa o dossiê, organizado em 10 grandes eixos: democracia e estado democrático de direito; direitos indígenas, mudanças climáticas e desmatamento; economia política; base de Alcântara e apoio militar dos EUA; direitos humanos; violência policial; saúde pública; coronavírus; liberdade religiosa e trabalho", recomenda o documento.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO SITE BBC BRASIL AQUI

domingo, 14 de julho de 2019

Lava Jato Ltda: mensagens do Telegram revelam o plano de negócios milionários por baixo do tapete da força tarefa...




Em parceria com Intercept Brasil, a Folha de São Paulo divulga novas mensagens do escândalo que revela a face secreta da Lava Jato. Dessa vez, o tema é dinheiro e de como faturar com a operação. O vazamento mostra que sob a aparência de legalidade, a Lava Jato é um iceberg cuja porção submersa  escondia negócios. Eventos, palestras e aulas patrocinados, a partir do conteúdo jurídico da Lava Jato, eram a base da "indústria" detalhada no grupo de procuradores no Telegram. O Procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa, imaginou um plano de negócios para lucrar na esteira da fama e dos contatos conseguidos durante a operação. Empresas com sócios secretos e em nome de "esposas laranjas",  criação de instituto "sem fins lucrativos" e parcerias com promotores de eventos são elementos do plano dignos de um power point de faturamento que o C.E.O do esquema planejou. O material, que é espantoso, poderia render vários capítulos da série "promocional" da Lava Jato, "O Mecanismo", exibida pela Netflix. É o que mostram as mensagens obtidas pelo Intercept e analisadas em conjunto com a equipe da Folha de S.Paulo.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA EM THE INTERCEPT BRASIL
 AQUI

sábado, 20 de maio de 2017

"Toma que o filho é teu": Demorou, mas a grande mídia aderiu ao "Fora Temer"...

Editorial do Globo 


Mídia aderiu ao "Fora Temer" mas
não às "Diretas Já". Reprodução
A mãe de todas as bombas, a JBS, provocou uma tremenda saia justa na moçada da mídia dominante.

Antes de o gravador de Joesley disparar novos "segredos" - mesmo após o vazamento da denúncia da Odebrecht que incriminou o ilegítimo - Temer era algo como a encarnação da suprema ética, o "nosso guia", alguém imbuído da missão divina de fazer as reformas a qualquer custo. Editoriais, colunistas e o noticiário exaltavam a pérola preciosa resgatada do lamaçal do Tietê, digo, do PMDB. Até que o raio paralisante da JBS caiu na redações. Nas primeiras entradas ao vivo, a perplexidade estava exposta em closes. Falar de Lula e Dilma seria mais voltagem do mesmo choque dos últimos anos. A notícia tinha ingredientes viçosos. Um típico caso jornalístico em que o homem (Joesley) mordeu os cachorros (Temer e Aécio). Não dava mais pra segurar, explode coração.

Nos primeiros minutos, ainda no susto e na velocidade dos acontecimentos, havia tensa cautela cada vez que Temer tinha que ser encaixado no texto. As análises eram timidamente superficiais, com um "se comprovadas as denúncias" exaustivamente encaixado entre centenas de vírgulas.



Ontem, a leitura dos jornais ou um simples zapear na TV mostravam outro clima: a opinião e a ênfase voltaram da folga e passaram a trabalhar. Um editoral do Globo foi a senha para levar Temer ao paredão do reality institucional do Planalto Central. Um dia antes, a Folha ousou dizer que os diálogos entre Temer e Joesley não eram "conclusivos". Veja e Época aderiram ao "Fora Temer". A Istoé, que vinha em uma trajetória de marcado adesismo, diluiu Temer ao lado de Dilma e Lula e tardiamente "descobriu" que a Lava Jato "não escolhe partidos". Só em Istoé.

Em outras circunstâncias históricas (1964),
o  "Basta" do Correio da Manhã.
Por coincidência, ressalvadas as circunstâncias históricas,  Veja destacou um "Basta!", na capa. Lembrou o Correio da Manhã, em 1964, quando a mesma interjeição pedia que Jango fosse derrubado.

A Época fez um capa tétrica do momento nacional inspirando-se em um bullying que Temer sofre: a conhecida referência ao seu visual de mordomo de filme de terror.

Em geral, para muitos coleguinhas não deve ter sido fácil acompanhar a brusca guinada. Mas à medida em que os veículos conservadores explicitaram posição e ligaram seus radares e GPSs políticos, diminuiu a tensão, âncoras, articulistas e colunistas dessas redações puderam relaxar e coreografar com mais precisão suas intervenções. Mesmo assim, haja equilibrista. Um deles, tido como "porta-voz informal de Temer", foi buscar ajuda no escritor Robert Stevenson, autor de "Dr. Jekyll and Mr. Hyde" para aliviar um pouco a barra e conceder a Temer pelo menos uma dupla personalidade. É preciso reconhecer a habilidade inserida na "opinião" que o dito jornalista construiu: "O presidente Michel Temer poderá ser levado a renunciar ao cargo por pressão do professor de Direito Constitucional Michel Temer, um homem tão cioso do cumprimento das normas constitucionais e dos princípios ético que regem a moral pública. O professor está envergonhado do ato praticado pelo presidente da República".

Por esse raciocínio de ficção, o Dr. Jekill Temer é inocente, a culpa foi do Mr. Hyde Temer. Se o culpado for para a Papuda, o STF vai ter que rebolar para saber o que fazer com o inocente.

Complicado vai ser se Mr. Hyde Temer fizer delação premiada e melar ainda mais a vida do Dr.
Jekill Temer. 

sábado, 14 de janeiro de 2017

TeresinaLeaks: Hackers piauienses captam sinais de gigantesca "operação blindagem" no Planalto Central

por Omelete

Fotos captadas por satélites e reveladas por hackers piauienses mostram que nos últimos dias vários comboios de carretas transportando placas de aço se dirigem a Brasília.

A maioria estacionou perto da Praça dos Três Poderes. Como não há nenhuma obra gigantesca no local, ganha força o vazamento de que trata-se de material necessário para blindagem de alguns setores.

Coincidentemente, o fluxo de caminhões aumenta exatamente no momento em que são divulgadas denúncias sobre os poderosos do PMDB, Geddel Vieira e Eduardo Cunha e um esquema de propinas na Caixa Econômica Federal. Ao mesmo tempo, o mutirão do STF analisa delações premiadas.

Também por acaso a mídia noticia que emissários de Brasília tem visitado prisões curitibanas para empreender diálogos construtivos com algumas investigados que são granadas em pino ou verdadeiras bombas humana.

Alvos republicanos estão confiantes de que as placas de aço - dizem que várias siderúrgicas estão fazendo hora-extra para suprir as encomendas - poderão ser um alívio nos próximos meses. Os hackers piauienses obtiveram trechos de conversas no Whatsapp em que se consolida a suspeita de que lotes de placas de aço reforçarão a blindagem de parte relevante da mídia.

Estão reservadas placas de titânio para proteger alguns personagens especiais. Informações do TeresinaLeaks.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Conversa marginal: o som ao redor do golpe...

Temer, o interino pós-golpe, é vaiado ao chegar ao Congresso após a divulgação do grampo Jucá-Machado. Nos cartazes, "Temer e Jucá; golpe revelado". e... 

"Delcídio = Jucá - Prisão e Conselho de Ética Já". Fotos de Lula Marques/Agência PT


A repercussão internacional da baixaria política do governo pós golpe

O golpe foi encaminhado pela oposição e desmascarado imediatamente no segundo dia do segundo governo de Dilma Rousseff. Nos meses seguintes, apenas se acelerou, testou "justificativas" jurídicas e contábeis, até forçar a versão que chegou à Câmara, fundamentada na ficção e na virada de mesa. O diálogo divulgado pela Folha de São Paulo entre o breve ministro Romero Jucá e Sergio Machado, ex-senador e líder do PSDB, nos anos 90 e filiado ao PMDB desde 2001, desmoraliza de vez o complô e expõe os verdadeiros motivos do golpe. As gravações já seriam conhecidas desde antes da votação do golpe na Câmara e no Senado. Políticos conhecidos perdem o sono com o possível aparecimento de outras conversas gravadas.
Esses grampos deveriam ser a trilha sonora dos trios elétricos e dos panelaços do pessoal que vestiu nas ruas a camisa da CBF para cantar Prá frente Brasil.

Agora, foi patético ouvir ontem e ler hoje certos comentaristas e articulistas apoiados simbolicamente nas próprias mãos e joelhos a tentar justificar as revelações e a defender interpretações extremamente criativas do baixo diálogo nos porões golpistas. Sinistro.

OUÇA TRECHOS DA "SINFONIA" DE ROMERO JUCÁ E SERGIO MACHADO. CLIQUE AQUI

Leia alguns trechos de um diálogo "edificante" e sem asteriscos no lugar dos palavrões:

Sérgio Machado 
Acontece o seguinte, objetivamente falando, com o negócio que o Supremo fez (autorizou prisões logo após decisão de segunda instância), vai todo mundo delatar.

Romero Jucá
Exatamente, e vai sobrar muito. O Marcelo (Odebrecht), e a Odebrecht, vão fazer.

Machado
Odebrecht vai fazer.

Jucá
Seletiva, mas vai fazer.

Machado
A Camargo (Correa) vai fazer ou não. Estou muito preocupado porque acho que... O (procurador-geral, Rodrigo) Janot está a fim de pegar vocês. E acha que sou o caminho.

Jucá
(inaudível)

Machado
Hum?

Jucá
Mas como é que está sua situação?

Machado
Minha situação não tem nada, não pegou nada, mas ele quer jogar tudo pro (juiz Sergio) Moro. Como não tem nada e como estou desligado...

Jucá
É, não tem conexão né...

Machado
Não tem conexão, aí joga pro Moro. Aí fudeu. Aí fudeu para todo mundo. Como montar uma estrutura para evitar que eu "desça"? Se eu descer...

Jucá
O que que você acha? Como é que você...

Machado
Queria discutir com vocês. Cheguei a essa conclusão nesta semana. Ele acha que sou o caixa de vocês, o Janot. Janot não vale cibazol (algo sem valor). Quem esperar que ele vai ser amigo, não vai... (...) E ele está visando o Renan (Calheiros) e vocês. E acha que sou o canal. Não encontrou nada, não tem nada.

Jucá
Nem vai encontrar, né, Sérgio.

Machado
Não encontrou nada, não tem nada, mas acha... O que é que faz? Como tem aquela delação do Paulo Roberto dos 500 mil (reais) e tem a delação do Ricardo (Pessoa), que é uma coisa solta, ele quer pegar essas duas coisas. Não tem nada contra os senadores, joga ele para baixo (Curitiba). Tem que encontrar uma maneira...

Jucá
Você tem que ver com seu advogado como é que a gente pode ajudar. (...) Tem que ser política, advogado não encontra (inaudível). Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra... Tem que mudar o governo para poder estancar essa sangria.

Machado
Tem de ser uma coisa política e rápida. Acho que ele está querendo... o PMDB. Prende, e bota lá embaixo. Imaginou?

Jucá
Você conversou com o Renan?

Machado
Não, quis primeiro conversar contigo porque tu é o mais sensato de todos.

Jucá
Acho que a gente precisa articular uma ação política.

Machado
Quis conversar primeiro contigo, que tenho maior intimidade. Depois quero conversar com (José ) Sarney e o Renan, com vocês três. (...) Estou convencido, com essa sinalização que conseguiu do Eduardo (incompreensível). Desvincula do Renan.

Jucá
Mas esse negócio do Eduardo está atacando (incompreensível).

Machado
Mas ele (Janot) está querendo pegar vocês, tenho certeza absoluta.

Jucá 
Não tenha dúvidas.

Machado 
Não, tenho certeza absoluta. E ele não vale um cibazol. É um cara raivoso, rancoroso e etc. Então como é que ele age? Como não encontrou nada nem vai encontrar. (inaudível)

Jucá
O Moro virou uma Torre de Londres.

Machado
Torre de Londres?

Jucá
Mandava o coitado pra lá para o cara confessar.

Machado
Para o cara confessar. Então a gente tem que agir como (incompreensível) e pensar numa fórmula para encontrar uma solução para isso.

Jucá 
Converse com ele (Renan), converse com o Sarney, ouça eles, e vamos sentar pra gente...

Machado 
Isso, Romero, o que eu acho primeiro: que é bom para a gente.

Jucá
Acho que você deveria procurar o Sarney, devia procurar o Renan, e a gente voltar a conversar depois. [incompreensível] Como é que é...

(...)

Machado
É porque... Se descer, Romero, não dá.

Jucá
Não é um desastre porque não tem nada a ver. Mas é um desgaste, porque você, pô, vai ficar exposto de uma forma sem necessidade.

Machado
O Marcelo (Odebrecht), o dono do Brasil, está preso há um ano. Sacanagem com Marcelo, rapaz, nunca vi coisa igual. Sacanagem com aquele André Esteves, nunca vi coisa igual.

Jucá
Rapaz... (concordando)

(...)

Machado
Outra coisa. A frouxidão de vocês em prender o Delcídio foi um negócio inacreditável. (O Senado concordou com prisão decretada pelo STF)

Jucá
Sim, pô, não adianta soltar o Delcídio, aí o PT dá uma manobra, tira o cara, diz que o cara é culpado, como é que você segura uma porra dessa dentro do plenário

Machado
Mas o cara não foi preso em flagrante, tem que respeitar a lei. Respeito à lei, a lei diz clara...

Jucá
Pô, pois então. Ali não teve jeito, não. A hora que o PT veio, entendeu, puxou o tapete dele, o Rui (Falcão, presidente do PT), a imprensa toda, os caras não seguraram, não.

Machado
Eu sei disso, foi uma cagada.

Jucá
Foi uma cagada geral.

Machado
Foi uma cagada geral. Foi uma cagada o Supremo fazer o que fez com o negócio de prender em segunda instância, isso é absurdo total que não dá para interpretar, e ninguém fez nada. Ninguém fez Adin, ninguém se questionou. Isso aí é para precipitar as delações. Romero, esquentou as delações, não escapa pedra...

Jucá
(incompreensível) no Brasil.

Machado
Não escapa pedra sobre pedra.(incompreensível)(...)Estou com todos os certificados do TCU, agora me deram, não devo nada, zero. E isso adianta alguma coisa? Então estou preocupado.

Jucá
Não, tem que cuidar mesmo.

Machado
Estou preocupado porque estou vendo que esse negócio da filha do Eduardo (Cunha), da mulher, foi uma advertência para mim. E das histórias que estou sabendo, o interesse é pegar vocês. Nós. E o Renan, sobretudo.

Jucá
Não, o alvo na fila é o Renan. Depois do Eduardo Cunha... É o Eduardo Cunha, a Dilma, e depois é o Renan.

Machado
E ele (Janot) não tem nada. Se ele tivesse alguma coisa, ele ia me manter aqui em cima, para poder me forçar aqui em cima, porque ele não vai dar esse troféu pro Moro. Como não tem nada, quer ver se o Moro arranca...

Jucá
 ... para subir de novo.

Machado
...para poder subir de novo. É esse o esquema. Agora, como fazer? Porque arranjar uma imunidade não tem como, não tem como. A gente tem que ter a saída porque é um perigo. E essa porra. A solução institucional demora ainda algum tempo, não acha?

Jucá
Tem que demorar três ou quatro meses no máximo. O país não aguenta mais do que isso, não.

(...)

Machado
Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel (Temer).

Jucá
(concordando) Só o Renan que está contra essa porra. Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha. Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra.

Machado
É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional.

Jucá
Com o Supremo, com tudo.

Machado 
Com tudo, aí parava tudo.

Jucá 
É. Delimitava onde está, pronto.

Machado
Parava tudo. Ou faz isso... Você viu a pesquisa de ontem que deu o Moro com 18% para a Presidência da República?

Jucá
Não vi, não. O Moro?

(Sobre Aécio)

Machado
É aquilo que você diz, o Aécio (Neves) não ganha porra nenhuma...

Jucá
Não, esquece. Nenhum político desses tradicionais não ganha eleição, não.

Machado
O Aécio, rapaz... O Aécio não tem condição, a gente sabe disso, porra. Quem que não sabe? Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu, que participei de campanha do PSDB...

Jucá
É, a gente viu tudo...

Machado
O primeiro a ser comido vai ser o Aécio.

Jucá
Todos, porra. E vão pegando e vão...

Machado
(Sussurrando) O que que a gente fez junto, Romero, naquela eleição, para eleger os deputados, para ele ser presidente da Câmara? (Mudando de assunto) Amigo, eu preciso da sua inteligência.

(Sobre STF e impeachment)

(...)

Machado
Mas viu, Romero, então acho a situação gravíssima.

Jucá
Ontem fui muito claro. (...) Só acho o seguinte: com Dilma não dá, com a situação que está. Não adianta esse projeto de mandar o Lula para cá ser ministro, para tocar um gabinete, isso termina por jogar no chão a expectativa da economia. Porque se o Lula entrar, ele vai falar para a CUT, para o MST, é só quem ouve ele mais, quem dá algum crédito, o resto ninguém dá mais credito a ele para porra nenhuma. Concorda comigo? O Lula vai reunir ali com os setores empresariais?

Machado
Agora, ele acordou a militância do PT.

Jucá
Sim.

Machado
Aquele pessoal que resistiu acordou e vai dar merda.
(...)

Jucá
(Em voz baixa) Conversei ontem com alguns ministros do Supremo. Os caras dizem 'ó, só tem condições de (inaudível) sem ela (Dilma). Enquanto ela estiver ali, a imprensa, os caras querem tirar ela, essa porra não vai parar nunca'. Entendeu? Então... Estou conversando com os generais, comandantes militares. Está tudo tranquilo, os caras dizem que vão garantir. Estão monitorando o MST, não sei o quê, para não perturbar.

Machado
Acho o seguinte, a saída (para Dilma) é ou licença ou renúncia. A licença é mais suave. O Michel forma um governo de união nacional, faz um grande acordo, protege o Lula, protege todo mundo. Esse país volta à calma, ninguém aguenta mais. Essa cagada desses procuradores de São Paulo ajudou muito. (Possível referência ao pedido de prisão de Lula pelo Ministério Público de SP e à condução coercitiva ele para depor no caso da Lava-Jato)

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

"Bala de prata": Edições extras nas bancas e na boca de urna... vai vendo

Exclusivo: Em delação premiada funcionário de gráfica revela capas que estarão nas bancas até domingo.





E mais uma edição que não vai para as bancas e já foi apreendida porque a segurança interna descobriu a tempo que que foi feito por um funcionário que estava tentando "aparelhar" a gráfica. 

Para ver outras capas com graves denúncias, clique AQUI 

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Polêmicas e denúncias envolvem grupos Fora do Eixo e Mídia Ninja

A DENÚNCIA

A cineasta Beatriz Seigner, que conheceu os métodos do Fora de Eixo, a que chama de "seita", publica graves denúncias contra o Fora de Eixo, núcleo que gerou o Mídia Ninja, no Facebook.
Leia. Clique AQUI 


A RESPOSTA


LEIA OS ARGUMENTOS DE BRUNO TORTURRA, PARTICIPANTE DO GRUPO DENUNCIADO. ESTÁ NO PORTAL BLUE BUS. CLIQUE AQUI