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quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Livro sobre a Vaza Jato expõe as tripas da grande mídia...

por José Esmeraldo Gonçalves
O livro "Vaza Jato - Os Bastidores das Reportagens que Abalaram o Brasil", de Letícia Duarte (Mórula Editorial), revisita irregularidades da operação Lava Jato, de resto confirmadas em espantoso fluxo de mensagens, traz capítulos inéditos e revelações que atingem alguns jornalistas e veículos. 

Na verdade, ficam expostos, como em uma fétida mesa de autópsia, as tripas de uns e outros e os desvios éticos que cometeram.  

A jornalista Letícia Duarte entrevistou a equipe do Intercept Brasil, responsável pela série de reportagens sobre os delírios de poder da força-tarefa dos rapazes curitibanos, além de ouvir outras fontes. 

São, contudo, duas reportagem inéditas que atingem do ponto de vista jornalístico algumas figuras da Rede Globo e revelam mensagens trocadas com os procuradores ou as conversas destes dando conta de aproximações, encontros, "consultorias" com os jornalistas. São citados João Roberto Marinho, um dos donos do grupo, Merval Pereira, colunista do Globo e comentarista da Rede Globo e Globo News e Wladimir Neto, este filho de Miriam Leitão, também funcionária dos Marinho. Cabia a Neto, segundo as mensagens, dar "orientações" ao procurador Deltan Dalagnol. Prestaria uma espécie de "consultoria" graciosa a uma suposta estratégia política e de mídia da força-tarefa paranaense. No mínimo, a coisa toda se configura como um caso de relações perigosas de jornalistas com as suas fontes. 
O livro já está à venda no site da Mórula Editorial  AQUI

domingo, 14 de julho de 2019

Lava Jato Ltda: mensagens do Telegram revelam o plano de negócios milionários por baixo do tapete da força tarefa...




Em parceria com Intercept Brasil, a Folha de São Paulo divulga novas mensagens do escândalo que revela a face secreta da Lava Jato. Dessa vez, o tema é dinheiro e de como faturar com a operação. O vazamento mostra que sob a aparência de legalidade, a Lava Jato é um iceberg cuja porção submersa  escondia negócios. Eventos, palestras e aulas patrocinados, a partir do conteúdo jurídico da Lava Jato, eram a base da "indústria" detalhada no grupo de procuradores no Telegram. O Procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa, imaginou um plano de negócios para lucrar na esteira da fama e dos contatos conseguidos durante a operação. Empresas com sócios secretos e em nome de "esposas laranjas",  criação de instituto "sem fins lucrativos" e parcerias com promotores de eventos são elementos do plano dignos de um power point de faturamento que o C.E.O do esquema planejou. O material, que é espantoso, poderia render vários capítulos da série "promocional" da Lava Jato, "O Mecanismo", exibida pela Netflix. É o que mostram as mensagens obtidas pelo Intercept e analisadas em conjunto com a equipe da Folha de S.Paulo.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA EM THE INTERCEPT BRASIL
 AQUI

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Jornalismo independente avança na web


O jornalismo, no Brasil, é notoriamente controlado por meia dúzia de grupos monocórdicos. Como tais clãs influem no direcionamento da publicidade privada e pública, os veículos independentes têm históricas dificuldades para respirar. E não são poucos os que foram, e são, asfixiados .

A Internet abriu um importante campo para a comunicação e a informação plural. Redes sociais e blogs independentes já dão valiosa contribuição ao jornalismo tanto na divulgação do contraditório quanto na publicação de opiniões e reportagens sobre temas frequentemente omitidos pela mídia dominante.

Não por acaso, essa vertente do jornalismo é fortemente combatida pelos grupos monopolistas.

Mas, aos poucos, alguma luz é lançada sobre essa penumbra.

Nos últimos meses, surgiram no Brasil iniciativas de checagem de reportagens e dados. São grupos de jornalistas experientes que montaram sites com o objetivo de passar um rigoroso scanner na veracidade do que é publicado e na legitimidade das fontes que abastecem determinadas apurações.

O crowdfunding (financiamento colaborativo) também dá bons sinais por aqui: estão disponíveis na internet várias reportagens investigativas sobre escândalos ignorados pela grande mídia por comprometer poderosos aliados dos barões da comunicação. Nesses casos, como a ação sugere, o esforço para trazer a público os assuntos "proibidos" é bancado pelos leitores através de contribuições on line.

Há poucos dias, o jornalista Gleen Greenwald lançou o site independente The Intercept Brasil, dedicado a reportagens originais sobre política, economia, questões sociais e culturais.

Greenwald detectou que há um grande interesse no jornalismo alternativo. Fato constatado até por fóruns internacionais. Há menos de três meses, a organização Repórteres Sem Fronteiras divulgou em seu relatório anual que o Brasil caiu para a 104° posição no ranking de liberdade de imprensa. Parte desse recuo foi atribuído à prática do jornalismo submetido e subjugado a uma agenda política de interesse dos grandes grupos dos "coronéis midiáticos".  Em resumo: para o RSF, os veículos hegemônicos simplesmente espelham, cada um e cada qual, as opiniões e o noticiário sob o mesmo viés e coreografado viés.

Jornalista, escritor e advogado, o britânico Greenwald mora no Rio de Janeiro. Em 2013, foi ele quem tornou públicas no jornal The Guardian as denúncias de Edward Snowden sobre as operações de espionagem do programa secreto de vigilância global dos Estados Unidos. Recentemente, Greenwald desmascarou fraude em interpretação de pesquisa publicada pela Folha de São Paulo. Uma manipulação de dados depois admitida pela ombusdman do jornal.

Em seu texto de apresentação do The Intercept Brasil, Gleen Greenwald conta como vai funcionar o novo site. Leia, abaixo: 

por Gleen Greenwald

Quando começamos a escrever sobre a crise política que assolou o Brasil, não tínhamos a menor ideia do impacto que isso geraria. Mas a reação foi extraordinária. Nossos artigos sobre o Brasil (em inglês e português) têm aparecido entre as matérias mais lidas do The Intercept com frequência e nosso público tem crescido rapidamente.

Ficou claro para nós que há um enorme apetite por formas alternativas de jornalismo no país. Há muito tempo, o quinto país mais populoso do mundo é dominado por um número reduzido de veículos de comunicação, dos quais a grande maioria apoiou o golpe de 1964 e os 21 anos da violenta ditadura de direita que se seguiram. Essas instituições ainda pertencem às mesmas cinco famílias extremamente ricas e poderosas que tiveram um papel central nesse período. Em um país de tamanha diversidade  e pluralidade, esse monopólio resultou em um mercado de comunicação que asfixia a diversidade e a pluralidade de opiniões.

Acreditamos que a sede por um jornalismo mais independente, pluralístico e destemido vai além da crise política pela qual passa o país. Ao simplesmente ignorar grande parte da população, os grandes veículos de comunicação brasileiros mascaram os principais desafios sociais e econômicos presentes, assim como a diversidade de opiniões e movimentos existentes no país.

Mais especificamente, o grupo observou que “de forma pouco velada, a mídia nacional dominante encorajou o povo a ajudar a derrubar a Presidente Dilma Rousseff” e “os jornalistas que trabalham nesses grupos midiáticos estão evidentemente sujeitos à influência de interesses privados e partidários, e esses conflitos de interesse permanentes são obviamente prejudiciais à qualidade do jornalismo produzido.”

Embora o Brasil desfrute de um dos conjuntos de jornalistas independentes e blogueiros mais dinâmicos e talentosos do mundo, eles normalmente enfrentam uma carência no apoio institucional necessário para que se atinja um impacto social amplo.

Com o intuito de ajudar a preencher essa lacuna, anunciamos hoje o lançamento do The Intercept Brasil. Para este projeto piloto, reunimos uma excelente equipe de jornalistas e editores brasileiros (conheça nossa equipe aqui) que produzirão matérias originais sobre as questões políticas, econômicas, sociais e culturais a serem publicadas na versão em português de nosso site. Também trabalharemos com jornalistas freelance de destaque e outros veículos independentes. Além disso, vamos traduzir nossos artigos de interesse internacional para o inglês, além de publicar outras traduções de matérias do Intercept em português. Siga-nos no Facebook (aqui) e no Twitter (aqui).

Neste mês, nosso foco inicial será o julgamento e a votação final do impeachment da Presidente Dilma Rousseff no Senado Federal, assim como matérias sobre os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Além da publicação de conteúdo original, vamos implementar os mesmos princípios de proteção de fontes que ocupam um espaço central na missão do Intercept. As mesmas tecnologias adotadas para que nossas fontes forneçam informações confidenciais contando com a máxima proteção contra vigilância e ataques on-line (como o SecureDrop) também serão disponibilizadas para nossas fontes de informação brasileiras.

A crise política do ano passado enfatizou como a homogeneidade da mídia brasileira é uma ameaça à democracia e à liberdade de imprensa. Por ser um país vasto e diversificado, o Brasil agora ocupa um espaço importante no cenário internacional, e a maioria de seus problemas e conflitos são extremamente relevantes no âmbito internacional.


Assim, o Intercept Brasil tem dois objetivos: alavancar o reconhecimento deste país imprescindível por todo o mundo e fornecer uma plataforma para que os excelentes jornalistas e escritores brasileiros compartilhem informações essenciais com seus compatriotas sobre as questões políticas, econômicas e sociais de seu país.

VISITE THE INTERCEPT BRASIL E CONHEÇA O "SECURE DROP" UM GUIA PARA O ENVIO DE DADOS E INFORMAÇÕES AOS JORNALISTAS DO SITE. CLIQUE AQUI