domingo, 9 de dezembro de 2018

Final da Copa América 2019 será no Maracanã. Resta saber se a seleção brasileira estará lá...

Logotipo da Copa América. Div. Conmebol
por Niko Bolontrin

Inaugurado em 1950, o Maracanã logo de cara ganhou o seu maior trauma: a derrota da seleção brasileira para o Uruguai e a perda de uma Copa que parecia certa.

Mesmo nos domingos ensolarados das grandes vitórias, essa nuvem não deixava de lançar uma sombra eterna sobre a sua biografia.

O Maracanã teve que esperar 64 anos para ver outro estádio lhe arrebatar com todas as desonras o título de maior palco da urucubaca futebolística brasileira. O Mineirão, uai, que se tornou o azarento inesquecível ao receber a seleção brasileira para o jogo da vergonha, a derrota por 7 X 1 para a Alemanha, em 2014.

Tudo indica que o título vai ficar com o Mineirão por décadas: há seis anos, a CBF deixa o Maracanã fora do roteiro da seleção.

Talvez, no ano que vem, o Rio receba o time de Tite para um amistoso antes da Copa América 2019 que o Brasil sediará.

A Conmebol acaba de divulgar que a seleção brasileira jogará em vários estádios, incluindo o Mineirão, mas, tal qual na Copa de 2014, só virá ao Maracanã para disputar a final.

Se  chegar lá. 

Veja pelo lado bom. O Maracanã tem menos chances de ser associado a eventuais vexames.

Em tempo: a última vez que o Brasil pisou em grama carioca foi no dia 30 de junho de 2013, quando venceu a Espanha por 3 X 0, dois gols de Fred e um de Neymar, e conquistou a Copa das Confederações.

E no dia 20 de agosto de 2016, a seleção olímpica do Brasil, sem o logo da CBF na camisa, ganhou o ouro em jogo contra a Alemanha: 1X1 no tempo regular, gol de Neymar, e vitória nos pênaltis.

No Maracanã.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Martins, barman do Novo Mundo, comemora 80 anos, 60 de balcão. Entre 1968 e 2000, ele testemunhou casos e acasos da Manchete, que morava ao lado...

Martins, o lendário barman do Novo Mundo, comemora 80 anos de vida e 60 como anfitrião de um bar
que faz parte da história do Rio de Janeiro e foi referência boêmia para gerações de jornalistas.
Foto de Marcelo Horn em 06/12/2018.

O bar do Hotel Novo Mundo já foi frequentado pelos presidentes que residiram no vizinho Palácio do Catete, por políticos, artistas, craques do futebol e jornalistas.

O hotel foi construído nos anos 1940 para receber os visitantes da Copa do Mundo de 1950 e, a pedido do então presidente Dutra, para dar maior comodidade aos brasileiros de outros estados e estrangeiros que tinham audiências na Presidência da República.

O bar do Novo Mundo, que já foi uma boate, recebia famosos, mas sempre teve a sua própria celebridade: Antonio Martins, o popular Martins. Nada menos do que o "presidente" daquela "república" carioca.

Martins comemora seus 80 anos, 60 de Novo Mundo, onde entrou aos vinte anos, quase às vésperas da transferência da capital para Brasília.

Em fins de 1968, há 50 anos, a Bloch inaugurava a luxuosa sede da Manchete, a poucos metros do Novo Mundo e do seu histórico bar.

Na época, o bar, no andar térreo, mantinha um estilo inglês, balcão de madeira e mármore, detalhes em couro verde. Havia dois ambientes. Um deles tinha jeito de restaurante comum. No outro, com a luz rarefeita ainda remanescente da antiga boate, as mesas eram mais baixas, as poltronas estofadas como de sala de visitas, o clima bem mais intimista.

Foi como juntar a sede com a vontade de beber. Logo o bar tornou-se um point para os jornalistas da Manchete.

Martins é a própria memória desse tempo que ele antecedeu e ultrapassa. Entre 1968 e 2000, ano da falência da Editora Bloch, o barman mais antigo do Rio foi testemunha das comemorações, das crises, dos romances, dos casos, das fofocas, dos encontros e desencontros das várias gerações e até das inúmeras conspirações em torno dos pequenos poderes das redações.

Além dos frequentadores do bar, o hotel hospedava os jornalistas das sucursais que vinham ao Rio para fechamento das suas matérias. Nos anos 1980, com a inauguração da Rede Manchete, tornou-se o hotel de apoio para artistas e diretores. A frequência do bar, naturalmente, triplicou.

Mas não esperem que esse mero texto revele o mundo que o bar do Novo Mundo deixava na penumbra.

Sob o mandato do Martins, sempre perene e renovado, a discreta "constituição" do Novo Mundo segue a lei maior de Las Vegas.

O que acontece no Novo Mundo fica no Novo Mundo.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Tite, no Globo de hoje, diz que a França foi campeã do mundo mesmo sem saber "pressionar no tiro de meta"...

Em entrevista aos repórteres Carlos Eduardo Mansur e Márvio dos Anjos, Tite é acometido de sinceridade:

"A França marcou da linha do meio-campo para trás, não pressionava no tiro de meta. Se eu estivesse com a França não seria campeão".

Tiro de meta? Tite quis dizer que a França não soube sair jogando e mesmo assim fez quatro gols?

Antes da Copa do Catar, a seleção terá a Copa América no meio do caminho e, se vencer, a Copa das Confederações (isso se a Fifa não acabar com esse torneio).

E toda chance do mundo para mostrar que sabe bater tiro de meta. Coisa que a França, embora tenha levado o caneco pra casa, não conseguiu fazer na final contra a Croácia...

Eu, hein?

Tio Trump vai dar bronca: Brasil exporta doença para os Estados Unidos


por Ed Sá 

Segundo o G1, a JBS anunciou hoje que está recolhendo aproximadamente 2,5 mil toneladas de carnes nos Estados Unidos que podem ter sido contaminadas por salmonela. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos confirma 246 casos da doença em 26 estados do país.

Em tempo de "Estado mínimo" e de órgãos de fiscalização na marca do pênalti, os consumidores brasileiros esperam que carne temperada com bactéria não venha pra mesa sem toalha do Réveillon tupiniquim.

Já o Tio Trump não vai gostar nem um pouco do presente de Natal ruralista que o agronegócio mandou pra lá.

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Fotomemória da redação: em torno da mesa de luz... alguém sabe o que é isso?

1977, fechamento de uma edição da Fatos & Fotos: de olho na mesa de luz, o redator
Eduardo Lacombe, o editor Esmeraldo, o produtor Claudio Segtowich e, ao fundo,a repórter Heloísa Marra.

por José Esmeraldo Gonçalves 

E... no sétimo dia dava-se o fechamento. Se redação de revista fosse igreja e a conclusão de cada edição da semana fosse um culto, a mesa de luz seria o altar da pajelança final.

É preciso explicar à geração dos millennials digitais que raios era isso de mesa de luz.

Os fotógrafos de revistas como Manchete e Fatos & Fotos trabalhavam principalmente com filmes Ektachrome. As redações recebiam centenas de cartelas de plástico que acondicionavam slides de 35mm ou 6x6. Esse material era selecionado pelos editores em uma grande mesa em "L", cujo tampo, em um dos lados, era uma peça de acrílico montada sobre backlights fluorescentes. Aquilo esquentava e, depois de algum tempo, cansava vistas tal a brancura da luz projetada. Ali se decidia o fracasso ou o sucesso de uma edição.

A foto acima é de um desses fechamentos. Mais precisamente, a seleção de cromos para a capa da semana. Em seguida, o material era projetado em uma cabine, de onde saía a foto vencedora. Um curioso recurso artesanal dava maior precisão à escolha da capa: a foto era projetada sobre um caixote de madeira marcado com o logotipo da revista. Era uma espécie de "tela" branca que se destacava do fundo. Nunca se soube quem inventou aquele macete. O caixote criava um tosco mas eficiente "efeito 3D" que ajudava na avaliação do impacto da foto quando impressa ou exposta em bancas.

Impossível lembrar que capa era essa que a equipe examina. Mas a cena reflete o ritual de cada semana em torno da mítica mesa de luz de onde saíam tanto edições que quebravam as bancas quanto encalhes memoráveis.

No primeiro caso, tudo era festa; no segundo, sobrava para a mãe do editor que provavelmente era mais xingada na surdina do que genitora de juiz de futebol.

Na capa da Piauí: o "presépio" de 2019...


segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Leitura Dinâmica - Chipgate, tornozeleira, gilets jaunes, Mr. Hyde...

* Leão com fome digital - Houve uma época em que a Receita Federal lia a revista Caras para detectar ostentação de novos ricos e conferir se lanchas e mansões apresentadas eram bens declarados ou sonegados. As revistas perderam relevância e o Leão agora busca carne fresca nas redes sociais. Em 2019, carrões, as joias da patroa, flats em Miami, obras de arte na parede, o aniversário milionário de 15 anos compartilhado na internet, tudo isso poderá ganhar likes e dislakes do felino.


*Memória do vexame - O Sportv lançará um programa no formato "paredão": oito entrevistadores "contra" um entrevistado. O nome da nova atração? 8 X 1. Lembra o antológico 7 X 1 que ridicularizou a seleção brasileira em 2014 com o acréscimo do oitavo gol que a Alemanha teve a compaixão de não fazer.


* Sujou! - Quando a baixa politicagem eleitoral invade camisas de times, a camisa sai perdendo. Aconteceu com o uniforme amarelo da seleção e, agora, com o Verdão.

*Chipgate - Reportagem da Folha de São Paulo expõe, na verdade, mais uma ponta da fraude de proporções industriais que catapultou candidaturas. O futuro - quando secret papers forem desclassificados - mostrará o tamanho dessa encrenca.

* Boca de sino - Taxista preocupado se haverá tornozeleira eletrônica na medida do pé do Pezão. Ficou mais tranquilo ao saber que o dispositivo é acoplado na perna e adaptável a canelas de todas as circunferências.


* É na rua - Os gilets jaunes estão falando na França a única linguagem que o neoliberalismo entende.

* Efeito gótico -  Alguns colunistas de política e economia, de assalariados, a PJs ou convidados diletantes, lembram o Dr. Jeckyl. Passaram anos criando um Mr. Hyde em laboratório e agora se surpreendem com o monstro vivo e solto nas ruas.


* Patriotismo - A revista Sexy desafia a crise das revistas masculinas e pretende bater recorde de circulação com a edição da dezembro. Na capa, a Miss Bumbum 2018, Elen Santana. O detalhe é que ela aparecerá no ensaio usando camisetas com caricaturas de Donald Trump e Bolsonaro.




* Brasil doente - A atriz Leticia Colin posou para a capa da Marie Claire de dezembro. A foto é até comportada mas, acredite, provocou terremotos nas hordas moralistas das redes sociais. O "deitado eternamente" da letra do hino nacional finalmente ganhou um significado: o do país onde a milícia da moral precisa ir ao divã resolver seus graves problemas sexuais antes que queime de vez os circuitos cerebrais.

domingo, 2 de dezembro de 2018

Mídia: Ruth de Aquino deixa O Globo

(do Brasil 247)

A jornalista Ruth de Aquino está deixando o cargo de sênior publisher da editora Globo, responsável pelos jornais O Globo e Extra e revista Época; oficialmente, seu desligamento ocorrerá em fins de dezembro, mas ela já informou aos amigos e colegas de redação o pedido de demissão em caráter irrevogável; saída de Ruth encerra uma desgastante queda de braço travada com o diretor geral da empresa, Frederic Kachar, que tenta de todas as formas ter o absoluto controle editorial das publicações. Extremamente vaidoso, Kachar não aceita dividir o poder. Historicamente, o comando da redação se reportava diretamente à família Marinho. Ao substituir Ascânio Saleme, Kachar imaginava que todos os seus problemas estavam resolvidos. E não foi bem assim. Competente e zelosa de sua responsabilidade profissional diante da linha editorial da empresa, Ruth não se dobrava a orientações politicamente estapafúrdias oriundas do diretor geral. Após um processo crescente de confrontos, ela preferiu pedir o boné a continuar a medir forças para garantir seu espaço.

Numa nova tentativa de obter o controle absoluto da redação, Kachar resolveu extinguir o cargo de diretor editorial das empresas. Assim, passa a orientar diretamente os editores responsáveis pelas publicações – Globo, Extra, Valor e Época – sem a mediação de um profissional, hierarquicamente forte, capaz de oferecer ponderações lógicas às suas ordens.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO BRASIL 247 AQUI

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(do Portal dos Jornalistas)
Ruth de Aquino, que desde o final de outubro de 2017 vinha ocupando a Diretoria Editorial da Infoglobo (O Globo, Extra, Expresso) e de Época, deixa a empresa na próxima semana. Segundo comunicado de Frederic Kachar, diretor-geral de Infoglobo, Época e Valor Econômico, a saída dela deve-se a “ter concluído a missão de consolidar a estrutura do novo time [N.da.R: formado na época da contratação], aplicando a sua experiência em grandes jornais e revistas do País para nos colocar na vanguarda do mercado editorial”.

Ainda de acordo com a nota de Kachar, os diretores de Redação Alan Gripp (O Globo), Daniela Pinheiro (Época) e Humberto Tziolas (Extra) passam a responder diretamente a ele. Embora o comunicado não informe, J&Cia apurou que também saem os editores executivos Chico Amaral, que fez a reforma gráfica este ano, e Alexandre Freeland, ligado a Ruth. Até onde se sabe, permanecem os outros editores executivos: Maria Fernanda Delmas, Fernanda Godoy, Flávia Barbosa, Letícia Sorg e Pedro Dias Leite.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO PORTAL DOS JORNALISTAS AQUI

Como o diabo gosta: brasileiros levam dinheiro para "lavar" em Lisboa...


Segundo o jornal português O Diabo, o mercado imobiliários de Lisboa se transformou em uma imensa lavanderia de dinheiro. E os muitos brasileiros são os maiores usuários da política do "Golden Visa", que dá cidadania europeia a quem investe entre 350 mil, principalmente em pequenas e médias empresas, com determinadas condições, e a partir de 500 mil euros no mercado imobiliário. Há suspeitas de que o sistema estaria sendo utilizado por alguns empresários para enxaguar e secar fortunas de origem duvidosa.

Deu na Folha, hoje... roubaram até os CPFs dos vovôs para turbinar eleições


Francisco Dornelles: "Não esqueceram de mim"


Reprodução O Globo. Foto de Marcelo Régua.

Divulgação

por O.V.Pochê 

Com a prisão do governador Pezão, do Rio de Janeiro, o vice Francisco Dornelles foi convocado a assumir o cargo. Quase no fim do governo, o mineiro esperava virar o ano em silêncio, longe da fogueira que consome políticos do estado. Não deu. Foi obrigado a segurar o rabo-de-foguete. A foto de Marcelo Régua, no Globo, diz tudo. Dornelles replicou Macauley Culkin. Com uma diferença: preferia ser esquecido nessa hora.

Enganaram o torcedor

por Niko Bolontrin

O que dizer de um time que faz promoção no preço dos ingressos e atrai ao Maracanã mais de 50 mil torcedores? Quis dar um presentão de fim de ano para a torcida, certo? Errado. O Flamengo convidou seus torcedores para uma estranha "festa": bater palmas para uma das suas boas promessas que o clube acaba de vender para o futebol europeu.

Paquetá se vai, assim como Vinicius se foi. Resta ao torcedor, esse otário, aplaudir a entrada da grana em caixa. A torcida do Flamengo é uma massa que costuma ter o mês maior do que o salário, mas nos últimos anos tem passado longe de títulos importantes. Só tem a comemorar a alegada saúde financeira do clube. Não demora muito a galera vai ter que levar para o estádio faixas alusivas a isso: "Flamengo sem dívidas", "Mengão saiu do Serasa", "Torcida Flafinanças saúda o tesoureiro do Mengão". "Viva o caixa do nosso Mengo"...

Ah, sim, e na "festa" para Paquetá o torcedor também teve direito a assistira a uma virada do Atlético PR: 2x1. A massa rubro-negra, revoltada, entoou o já tradicional coro de "time sem-vergonha'.

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Afanaram a Libertadores

O jornal espanhol Mundo Desportivo usou um termo de orgiem africana - quilombo - para definir a chegada de River Plate e Boca Juniors a Madri. No Brasil, a palavra quilombo tem hoje conotação positiva e lembra a resistência dos negros durante a escravidão. Na tradução racista da Espanha, quilombo significa desordem, prostíbulo, lugar de devassidão. 

por Niko Bolontrin

O futebol sul-americano já está em nítida decadência e tenta resistir mesmo sufocado pela força do euro que leva craques, futuros craques e promessas de craques.

A Conmebol resolveu ajudar esse processo de desintegração levando a final da Libertadores para o estádio do Real Madri. O interesse é, claro, apenas financeiro, o resto é desculpa. Para isso, a entidade atropela os direitos do River Plate, do Boca Juniors e dos torcedores, a maioria, que não pertencem a facções e gostariam de ver seus times jogarem a decisão.

Se tumulto em futebol implicasse em levar jogo de um continente para outro a França jamais voltaria a sediar uma Copa do Mundo. Lá, em 1998, houve graves tumultos que causaram até a morte de um policial.

Agora mesmo, na Liga das Nações de 2018, houve quebra-quebra nos jogos Inglaterra X Espanha e Inglaterra X Eslováquia. E a Inglaterra deve se candidatar a sediar a Copa de 2030.

Recentemente, o site Red Bull listou as cinco torcidas mais perigosas do mundo. A primeira é inglesa, do Milwall Bushwackers, temida em todo o Reino Unido. A segunda é a UltrAslan, do Galatasaray, da Turquia. O lema deles ao receber adversários em Istambul é "bem-vindo a inferno". A terceira torcida mais violenta do mundo é La Doce, do Boca Juniors. Mas entre os barra-bravas, como são conhecidas as torcidas organizadas na Argentina, há vários outros grupos perigosos. A quarta torcida de alto risco e a do Estrela Vermelha, da Sérvia. Para complicar, são nacionalistas radicais e racistas. A quinta torcida mais intolerante é a do Lazio, clube italiano que foi ligado ao fascismo. São agressivos, racistas e levam suásticas para os estádios. Na Espanha, no começo deste ano, um policial morreu durante briga de torcedores do Athletc de Bilbao e Spartak de Moscou.

Mesmo assim, a Fifa e a UEFA não pensam em levar decisões europeias para o Butão.

A Conmebol leva Boca x River Plate para a Espanha por um motivo simples: viu nos condenáveis acontecimentos de Buenos Aires uma oportunidade de faturar alguma grana ou ouviu a irresistível conversa de empresários sortudos. Ou caiu infantilmente na conversa de Gianni Infantino, o presidente da Fifa, que não bate prego sem estopa. Só isso.

ATUALIZAÇÃO EM 02/12/2018 - O River Plate e o Boca Juniors se recusam oficialmente a jogar a final da Libertadores em Madri. Demonstram mais bom senso e respeito às suas torcidas do que a Fifa e a Conmebol com a estranha e nada transparente decisão de levar um dos mais históricos clássicos da América do Sul para a Europa. Aguarda-se a reação dos cartolas. Se, mesmo assim, o jogo se realizar, espera-se que depois de um dos tumultos que envolvem com frequência torcidas de clubes europeus em brigas e demonstrações de racismo, a Fifa traga para a América do Sul um dos seus jogos ameaçados por hooligans. A lamentar que boa parte da mídia esportiva brasileira declarou-se em colunas e mesas redondos a favor da exótica decisão da Conmebol e da Fifa. Esses coleguinhas acabam de ganhar o troféu Vira-Lata, com direito a beijar as mãos dos cartolões Gianni Infantino e Alejandro Dominguez. 

Afogaram Donald Trump em praia brasileira...

Estátua de Trump em praia do sul do Brasil 

por Ed Sá 

Como vários dos seus seguidores, Donald Trump não acredita em poluição, em aumento de CO2 na atmosfera, em contaminação espalhada por combustíveis fósseis, em mudanças do clima e muito menos em aquecimento progressivo do planeta. 

Se não vai acontecer amanhã, não é problema dele. No máximo, deseja que seus bisnetos que se virem. 

Com base nessas crenças e no fanatismo neoliberal que prega a utilização máxima de recursos do planeta em nome do lucro para poucos, Trump retirou os Estados Unidos dos acordos climáticos. 

Em protesto, o movimento Downed Statue plantou em uma praia do sul do Brasil uma estátua de Trump... afogado. Uma das consequências do efeito estufa é o aumento do nível dos oceanos. Simbolicamente, o presidente dos Estados Unidos e demais líderes que seguem sua cartilha anti-ambientalista ganharam estátuas semelhantes ao redor do mundo. Cada lançamento de políticos  "afogados" será registrado no canal do You Tube do movimento. 

O Trump com água acima do pescoço é apenas o primeiro. A estátua será retirada quando e se ele voltar a validar os acordos climáticos Clique AQUI

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Olha isso! Luana Piovani superaquece a rede mundial de computadores

Reprodução Instagram

por O.V.Pochê
Os servidores da web precisaram acionar geradores extras de refrigeração. Luana Piovani quase detonou a internet ao postar ontem, no Instagram Stories, esse nude aí, de alto teor explosivo. Igrejas fecharam portas, carolas pediram folga, ministros nomeados se chicotearam em porões, grupos de transição ameaçaram beber cicuta, líderes iniciaram jejum radical, assessores caminharam sobre brasas. Era o próprio apocalipse chegando mais cedo. 

Vai um chester? Preconceito na ceia de Natal...


Ou o comercial de Natal da Perdigão é um lamentável equívoco ou "sem querer querendo" se ajusta ao novo horizonte dos tristes trópicos. A campanha promete que a cada Chester vendido, a Perdigão doará outro para “uma família que precisa”. O problema é que para passar essa mensagem, o roteiro da peça publicitária abusa dos estereótipos preconceituosos e do lugar-comum. A "família que precisa" é negra; a família que é solidária, boazinha e convida os "carentes" à mesa da "casa grande" é branca. A intenção pode ser sido boa, mas o comercial apenas reproduz a visão nutella de que o branco é o "generoso" e o negro é  o "inferior", que merece "pena" e deve ser amparado.
VEJA AQUI

Livro revela bastidores da Abril - Da era de ouro à implosão editorial


O jornalista Adriano Silva, que trabalhou na Exame e dirigiu as revistas Superinteressante e Mundo Estranho, lança o livro "A república dos editores" que conta a trajetória da Abril no que ele define como a década de ouro, os anos 2000. Curiosamente, a era em que a Abril viveu o auge também engloba, a partir de 2013, o período em que começou a perfilhar a decadência. Em 2001, a editora tinha quase 14 mil funcionários; pouco mais de dez anos depois esse número caiu para menos de quatro mil.
O livro de Adriano Silva é a soma das suas memórias pessoais com os êxitos, as mudanças, as indefinições e perplexidades diante da internet e dos meios digitais, as "reestruturações" e turbulências que podaram a editora da árvore verde e pulverizaram milhares de empregos.

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Cadê o caviar do Veríssimo...

De Luís Fernando Veríssimo - que está lançando o livro de crônicas "Ironias do Tempo" - em entrevista ao Estadão: 

"Escrevo o que penso, sem me preocupar muito com a reação. Quem não gosta do que eu penso e escrevo tem a opção de não me ler, para não se incomodar. Tem os que mandam cartas agressivas. No tempo do Collor, ameaçavam minha família se eu não parasse de criticá-lo. Mas a reação não incomoda. As cartas me chamam de comunista, me mandam ir viver em Cuba ou na Venezuela. Uma me mandou ir para a Coreia do Norte! Mas não passa disso. Só quando me chamam de esquerda caviar eu reclamo. O caviar não tem chegado à minha mesa, acho que o Chico Buarque está ficando com a minha parte."

Em breve, Amazônia poderá virar set dos filmes Mad Max...


Matéria da Paris Match, com base em informações do Greenpeace, demonstra que o Brasil perdeu 7.900 quilômetros quadrados de floresta amazônica em 2018, um aumento de 13,72% em relação a 2017 e o maior índice desde 2008. A destruição equivale a uma área de um milhão de campos de futebol.

A julgar pelas perspectivas de aceleração dessa destruição, ninguém tira do Brasil o título de maior destruidor da maior floresta do mudo. Se há um projeto que o país está realizando com espantosa "eficiência" é o da destruição do meio ambiente. Houve um tempo em que nacionalistas temiam a internacionalização da Amazônia. O Brasil não corre esse risco por um motivo muito simples: a médio prazo a "obra" estará completa e não haverá mais Amazônia para "internacionalizar".

Resta um consolo: o cenário apocalíptico poderá ser usado para filmes Mad Max.

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Bernardo Bertolucci, o adeus do inconformista e o que a manteiga da Normandia tem a ver com isso

Bernardo Bertolucci. Foto: Divulgação
Bernardo Bertolucci morreu nesta segunda-feira, aos 77 anos, em Roma, após longa enfermidade.

Se você buscar a notícia, hoje, no Google, verá centenas de tópicos que associam o diretor italiano a um filme de 1972: O Último Tango em Paris.

Bertolucci foi muito mais do que o regente da ousada contradança existencial e sexual lubrificada por manteiga e executada por Marlon Branco e Maria Schneider. Entre outros filmes, ele dirigiu O Conformista, 1900, La Luna, o Último Imperador, que lhe deu um Oscar, Beleza Roubada, O Pequeno Buda, Os Sonhadores e sua última produção, Io e Te, de 2013.

Sobre O Ultimo Tango, Bertolucci disse, há cinco anos, em entrevista ao jornalista Rodrigo Fonseca, do Globo:

"Aquele filme foi uma tsunami na minha vida. Quando comecei a rodá-lo, acreditava estar apenas contando a história de um americano velho que se envolvia com uma garota em Paris. Do nada, fui pego pela surpresa quando ele virou um sucesso sem tamanho e me permitiu fazer projetos que vieram depois, como “1900”. Sei que até hoje fico envergonhado quando esbarro com alguém dizendo “‘Último tango...’ mudou minha vida”. Isso acontece muito. A bestialidade dele moveu as pessoas. É bom ainda descobrir como ele mobiliza. Cinema não muda um país, mas toca um indivíduo".



Bertolucci tinha razão. Ninguém assistia ao Último Tango impunemente.

Carlos Heitor Cony, por exemplo, que em 2004 escreveu para a Folha de São Paulo a crônica que se segue.

Bertolucci, Marlon Brando e Maria Schneider
nos bastidores das filmagens de O Último Tango em Paris.Divulgação


CARLOS HEITOR CONY

O último tango em Paris e a ligação errada

"Revendo meu caderno de notas, encontrei seu endereço, resolvi telefonar, alô, alô, como vai você, não venha com a desculpa de que eu errei a ligação." Não parece, mas é o início de um sambinha dos anos 50, cujo autor e intérprete não lembro. Lembro o garagista onde guardava meu carro que sempre o cantava enquanto lavava os automóveis entregues à sua guarda.

Volta e meia essa letra mais ou menos infame me vem inteirinha, sobretudo quando, sem muita coisa a fazer, fico que nem o personagem desse samba, "revendo meu caderno de notas" e outros cadernos e papéis avulsos que fui guardando pelo tempo afora.

Acontece que, às vezes, ainda como o personagem do samba, erro de ligação e entro onde não devia nem queria. Foi assim que, numa tarde dessas, encontrei alguns recortes do tempo em que escrevia sobre cinema para uma revista que não existe mais e que me mandava a Paris ou Roma para ver filmes que demoravam a chegar ao Brasil ou que nunca chegavam, e quando chegavam tinham sua exibição proibida pela censura.

Num desses recortes, pomposamente datados de Paris, encontro a pequena resenha que fiz para um filme que provocava espasmos na ocasião, havia gente que atravessava o Atlântico para ver a preciosidade que, antecipadamente sabia-se, jamais seria exibida em telas castas como as nossas daquele tempo.

O filme era "O Último Tango em Paris", que outro dia passou numa das TVs a cabo, quase anonimamente e sem fazer os estragos morais que se temia. Transcrevo a resenha, tal como foi publicada ali pelos inícios dos anos 70:

"Filme inqualificável, esse de Bertolucci, mais escândalo do que sucesso em Paris e agora em Nova York. Uma temática infanto-juvenil (a exaustão do sexo como forma de diálogo) diluída num moralismo de congregado mariano e tratada por um cineasta que domina o seu ofício, mas ainda não tem nada a dizer. Seu mérito mais ostensivo é a coragem de mostrar, a ousadia de condenar aquilo que mostra - uma ousadia de cruzado medieval que nada fica a dever à simpática cara-de-pau dos membros do Exército da Salvação. 

Bertolucci abriu as porteiras - e agora o dilúvio. Como qualquer dilúvio, fará bem à humanidade, exceto aos cineastas do chamado Terceiro Mundo, que resistem a qualquer dilúvio saneador. Marlon Brando arfa durante o filme inteiro e mostra-se desinformado em matéria de certas brincadeiras. 

Utiliza-se da celebrada manteiga da Normandia para indevidos fins, demonstrando total ignorância dos macetes que qualquer menininho do Brasil conhece desde cedo.

Maria Schneider estoura na tela como ninfômana e atriz - as duas coisas em igual medida. A favor de Bertolucci, uma façanha: Jean-Pierre Léaud, aquele canastrão embrionário e obrigatório dos filmes de Godard, aqui aparece realizado, conseguindo um papel que lhe cai sob medida e para o qual não precisou fazer esforço: o do jovem idiotizado pelo cinema. Ele tem o físico, o entusiasmo e a vida pregressa para ser ele próprio o idiota, não o da família, mas o do cinema.

A música é quase excepcional. "O tango é uma maneira de caminhar pela vida" - disse Borges. E um reparo final: Marlon Brando só deixa de arfar na cena em que Maria Schneider, depois de cortar as próprias unhas, aplica-lhe uma massagem estimulante. No fundo, um filme mais inútil do que impróprio para maiores de 18 anos, que daqui a algum tempo será exibido nos colégios de freiras e nos quartéis das Forças Armadas".

É isso aí. Um escritor profissional, como o cronista, obriga-se a escrever tanto que, embora erre muito, é impossibilitado de errar sempre. É mais ou menos como nas antigas apostas da Loteria Esportiva, em que se cravava palpites em 13 jogos, nas hipóteses de vitória, derrota ou empate. Era mais fácil fazer os 13 pontos do que errar em todos, sempre se acertava em um ou dois jogos.

Anos depois, o mesmo Marlon Brando fez furor num filme ítalo-americano em que, no papel de um poderoso chefão da Máfia, aparecia com as bochechas cheias de algodão, arfando o tempo todo por outros motivos que não os provocados pela lasciva mocinha do último tango em Paris. 

Alguns atores nacionais achavam que arfar era moda e quase todos arfavam, uns mais, outros menos, até mesmo quando faziam discursos cívicos pela reforma agrária e contra o imperialismo.

Bem, voltemos ao sambinha com que inicio esta crônica. Lembro agora o nome dele, "Joãozinho Boa-Pinta", parece coisa do Haroldo Barbosa ou do Miguel Gustavo. E tem um segmento que considero um primor na poética popular: "Não sei se ainda posso lhe chamar de meu amor, não sei se ainda tenho aquela velha intimidade...".

Remexi meus papéis avulsos, tal como o Joãozinho Boa-Pinta revia seu caderno de notas. De repente, encontrei o nome e o telefone de uma intimidade que, sem ser velha, era antiga. 

Antes que caísse em tentação e discasse aquele número, pensei melhor e fiquei sem a desculpa de que errara na ligação.


domingo, 25 de novembro de 2018

Jovem negativada em banco leiloa virgindade...

por Clara S. Britto

Sob o pseudônimo de Siena Payton, uma jovem de Sydney, Austrália, pode perder sua virgindade para um banco.

Explica-se, seus pais estão com a hipoteca da casa atrasada e podem ter que entregar ao sistema financeiro o único imóvel que possuem.

Payton, 18 anos, resolveu leiloar sua virgindade como último recurso que encontrou para impedir que sua família se torne sem-teto. Ela criou um site, estabeleceu uma série de condições, já está recebendo propostas e espera arrecadar, no mínimo, 70 mil dólares.

Entre as exigências, assinatura de contrato, garantia de sigilo, o encontro se realizará na Austrália por razões legais, o ganhador usará camisinha e só terá direito a sexo vaginal, documentos das autoridades do sistema de saúde australiano comprovarão a virgindade.

A notícia é do Daily Mail, da Austrália. As redes sociais se dividem entre quem entende o drama e quem critica o polêmico método de tirar o nome da família do "Serasa" local. Outros acusam o "capitalismo selvagem" de cobrar juros escorchantes e "extrapolar na exploração do proletariado".

O destino da Abril

Os rumores de que um fundo financeiro especializado em adquirir empresas em dificuldades, recuperá-las e vendê-las estaria interessado em comprar a editora Abril existem, mas há obstáculos para virar realidade. Normalmente, investidores que se interessam por esse tipo de negócio procuram identificar as causas da crise interna, renegociar dívidas e planejar o futuro da empresa-alvo. O problema estaria nesse último passo. A Abril, que está em recuperação judicial, seria ainda dependente dos seus veículos impressos e, ao longo dos últimos anos, não teria feito uma transição eficiente e rentável para novos modelos de negócios. Outro risco, este comum às regras do mercado, seria um eventual interesse de um comprador, mas apenas em relação a um determinado produto de potencial lucrativo, o que poderia levar a um fatiamento do grupo. Do prazo legal de recuperação judicial da Abril, o chamado stay period de 180 dias para negociação das dívidas, cerca de metade já se foi desde a decretação da medida em agosto desse ano.

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

As marcas (e adereços) do poder...

por José Esmeraldo Gonçalves

Não é de hoje que governos ou movimentos políticos se ligam a marcas e símbolos. E as redes sociais tornam isso ainda mais explícito. Veja abaixo alguns copyrights e patentes que, involuntariamente ou não, se ligaram aos poderes e poderosos de plantão em todas as latitudes.


No Brasil 

* Camisa amarela da seleção:  virou "uniforme" espontâneo nas manifestações da direita brasileira.

* Lojas Riachuelo - o "figurino" da nova era.

* Havan - a loja de departamento dos novos "homens de bem" do Brasil.

* Slogan do comercial "Posto Ipiranga": foi apropriado como apelido funcional do futuro ministro Paulo Guedes.

* Sérgio Cabral colecionou jóias, ternos, mansões e lanchas, mas o que a história registrará mesmo será a sua marca mais favorita: a polonesa Xime, fabricante da privada inteligente e aquecida, de alta tecnologia, encontrada em seu apê. É associado também a guardanapos. De qualquer marca.

* O vinho Romanée-Conti, um dos mais caros do mundo, virou para sempre referência da happy hour de Lula na antiga Osteria Dell'Agnolo, em Ipanema. Lula colou também em um Airbus, o avião presidencial que ficou conhecido como Aerolula.

* Fernando  Henrique popularizou na mídia uma marca luxuosa: a Avenue Foch, em Paris, onde fica seu apartamento.

* Juscelino Kubitschek ligou-se à música - Peixe Vivo era sua trilha sonora e presidente bossa nova seu apelido. O avião presidencial Vickers Viscount foi anexado à sua imagem de líder moderno. Era nele que JK percorria o país e visitava Brasília em construção. E virou nome de carro: o Alfa Romeo JK.

* Tancredo Neves e Hospital de Base são indissociáveis.

* O camarote presidencial do Sambódromo carioca passou a ter vínculo histórico com Itamar Franco e os nobres e visíveis atributos da sua acompanhante. Itamar também ressuscitou o Fusca, que não era mais fabricado no Brasil e grudou sua biografia na marca alemã.

* Brigadeiro: na corrida eleitoral de 1945, as fãs do brigadeiro Eduardo Gomes faziam campanha e boca de urna distribuindo um doce achocolatado que acabou ganhando a patente do candidato. Vai um brigadeiro aí?

* O ditador Garrastazu Médici encampou não só o uniforme canarinho de 1970, mas a seleção toda. O rádio portátil tipo Speaker que levava para os estádios também entrou em sintonia com o general da vez.

* A vassoura, de qualquer marca, virou símbolo de Jânio Quadro e vice-versa. O slack, uma espécie de roupa de safári de inspiração inglesa, também

* Collor de Mello e o Fiat Elba, carro que deu a prova final para sua destituição, estão para sempre no mesmo verbete da história.

No Mundo

* Hitler associou-se aos automóveis Mercedes, fábrica que fornecia modelos especiais para as carreatas do líder nazista.

* John Kennedy fundiu sua imagem a Marilyn Monroe, a maior griffe hollywoodiana da época.

* Perón antecipou-se, nesse item, a Kennedy: sua marca preferida era Evita.

* Fidel e o charuto Cohiba eram do mesmo partido.

* Churchill e o charuto Romeo y Julieta viraram um símbolo só durante a Segunda Guerra. O líder britânico também popularizou chapéu Fedora.

* No futuro será impossível escrever sobre Donald Trump sem incluir na mesma frase a palavra Twiter.

* Gossips de fino trato garantiram que o príncipe Charles também introduziu, literalmente, um Cohiba na corte. No caso, na intimidade da alcova que dividia com Camila Parker Bowles

* O general Douglas MacArthur,  que durante a Segunda Guerra foi uma espécie de vice-rei do Oriente, popularizou os famosos óculos Aviator, da Rayban.

* Nixon e o conjunto de prédios Watergate, em Washington, nunca mais se separaram: dividem eternamente as mesmas memórias.

* De Bill Clinton pode-se dizer que tem o nome no Google associado às palavras-marcas "estagiária","sexo oral",  "Monica Lewinsky".

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Leitura Dinâmica: viaduto Cerveró, Black Friday, cupins no Brasil, idioma titês...

* Viaduto que cedeu e se desnivelou na Marginal, em São Paulo ganha um apelido popular: "Cerveró". O humor resiste.

* Novo apelido de Ciro e Cid Gomes: Debi e Lóide.

* Não é verdade que Michel Temer quer aproveitar sua última Black Friday para vender algumas estatais.

* A política externa agressiva dos Estados Unidos está gerando desconfiança em investidores. China, Rússia e Japão estão gradativamente se livrando de títulos do tesouro americano. Pode ser que Donald Trump peça uma ajudinha ao Brasil, que tem mais de 300 bilhões de dólares em reservas desde 2007.


* New York Times publica matéria sobre a descoberta, no Brasil, de um imenso aglomerado de térmitas, os populares cupinzeiros. Alguns, segundo datação, têm mais de 4 mil anos. Inicialmente, o cientista britânico Stephen J. Martin, que faz pesquisas no Brasil sobre o declínio mundial de abelhas, pensou que fossem pilhas de lixo. São milhares de ninhos que ficam perto de Feira de Santana, na Bahia. Nesse momento, descobrir cupins no Brasil parece realidade aumentada. Ou é tremendamente simbólico.

* Tite fazendo escola: Globo News tem um comentarista que agora descreve o jogo abusando do Titês, o já famoso vocabulário do treinador da seleção: "jogo agudo", "fulano tem o passe", "triagulação", "amplitude", "flutuação", "jogo reativo", "transição".

Em Paris: exposição "Povos da Floresta" reúne fotos de J.L.Bulcão



(do Facebook de J.L.Bulcão)

"Chico Mendes e Frans Krajcberg já não estão mais entre nós. Porém suas idéias pelo direito dos povos da Amazônia e preservação da natureza resistem e são temas cotidianos. Assim sendo, convido a todos que estiverem em Paris a visitarem a minha exposição "POVOS DA FLORESTA" em lembrança dos 30 anos do assassinato de Chico Mendes. O lugar da exposição não poderia ser mais significativo, visto que o Espace Krajcberg é um centro cultural de resistência ecológica. CONFERÊNCIAS + PROJEÇÕES + ATELIERS são organizados pelo Centre Culturel du Brésil, com apoio do Espace Krajcberg e contando ainda com a parceria dos amigos da GUAYAPI, NOSSA!, AUTRES BRÉSILS, MULHERES DO BRASIL e FORNO DE MINAS ! 
Conto com a presença de todos! Compartilhem entre seus amigos!
Vernissage dia 29 de Novembro de 2018 entre 18 e 22hs"

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Memória da redação: um dia como esse...

Em 1995, o 20 de novembro, data da morte de Zumbi dos Palmares, foi comemorado pela primeira vez. Era ainda um feriado municipal do Rio de Janeiro que, depois, se estendeu pelo país e passou a ser celebrado como o Dia da Consciência Negra.

Na velha Bloch aquele foi um dia marcante por um triste motivo. Era uma segunda-feira chuvosa como essa terça-feira de hoje. Adolpho Bloch tinha morrido na madrugada de domingo, 19, e era velado no saguão do primeiro prédio da Manchete, na Rua do Russell, 804, debaixo da escultura de Frans Krajcberg.

Fotomemória - Parte da redação da Manchete em 20 de novembro de 1995, no saguão do Russell,
onde era velado Adolpho Bloch. Vê-se João Silva, Regina Baroni, Orlandinho, Alberto, José Carlos,
Muggiati, Sério Ross, Ney Bianchi, Esmeraldo, Paulinho e Wilson Pastor. 
A redação se alternava entre as homenagens prestadas ao fundador da editora, no hall, e a preparação de uma edição especial, no oitavo andar.

Após o velório, formou-se uma caravana de vários carros e ônibus rumo ao cemitério judaico de Vila Rosali para a despedida de Adolpho. Alertada pela televisão e pelo rádio, uma multidão aguardava a comitiva. No local, a rua estreita, criou-se um tumulto. O povão se agitava com as presenças de figuras conhecidas, como Xuxa, Angélica e outras. Os famosos eram aplaudidos, mas havia um ensaio de vaias para alguns fotógrafos, repórteres e demais anônimos: era a multidão expressando irreverência e decepção quando via que não eram celebridades da TV.

Era difícil chegar ao portão do cemitério e, para os jornalistas,  mais complicados ainda a circulação e o trabalho lá dentro nos estreitos caminhos entre as sepulturas.

Alguns tiveram que subir em túmulos em busca de melhores ângulos. E aí deu-se um acidente. Um dos fotógrafos apoiou-se em uma lápide, que não aguentou o peso e desabou. Ao tentar se segurar  instintivamente no colega ao lado, a primeira vítima deu início a uma queda sucessiva de lápides como em um dominó enfileirado. As lápides de mármore eram pesadas, por sorte ninguém se feriu.

Não se sabe quem pagou o prejuízo, até porque os fotógrafos, assim como editores e repórteres da Manchete, tinham uma edição especial para fechar e voltaram rapidamente para a redação.

O primeiro Dia de Zumbi ninguém esquece.

Viu isso? Cada craque um estilo. Como CR7, Messi, Pogba e Neymar batem e comemoram pênaltis


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Jornalistas sob ataque virtual...

Reprodução Twitter

domingo, 18 de novembro de 2018

A pátria amada faz 'selfie'...

Reproduzido do Globo de 17/11/2018

por Ed Sá

O fotógrafo Jorge William capturou os sorrisos acima, que Chico Caruso caricaturou no Globo. Traços desafiadores de homens que vislumbram o poder conquistado nas urnas e que serão fotografados milhares de vezes nos próximos anos.

No país rachado, o riso vitorioso do quarteto deve assombrar a metade vencida.

Detalhe do quadro Cristo, de  Bosch. Reprodução

O holandês Hieronymus Bosh, o pintor dos horrores medievais, era também, como o fotógrafo e o cartunista,  um observador rigoroso do seu tempo. Bosch distorcia rostos para explicitar vícios e pecados, tentações e temores e satirizar a atualidade do seu tempo.

Era um especialista em close-ups de figuras simbólicas, algo como selfies caricaturais.

Diz um amigo que ele tomou emprestada a Leica de Cartier-Bresson para retratar em composições diabólicas os "homens de bem" que comandavam a massa medieval e o poder político e religioso da época.

Provavelmente, ia se sentir em casa se desse um rolé tropical no florão da América.

ATUALIZAÇÃO EM 19/11/2018


A foto de Jorge William, em estilo que sugere selfie e com retoques que lembram a seção  "Fotopotoca" (de Ziraldo no O Cruzeiro), foi republicada hoje por Chico Caruso, no Globo. Uma pequena variação sobre o mesmo tema, agora deixando mais clara a hierarquia do grupo sorridente e a quem a turma subalterna deve escovar para preservar os sorrisos...

Jornalista desmistifica: português não é a língua mais difícil do mundo para os gringos e a palavra saudade tem tradução...


por Flávio Sépia 
Criador de um canal de vídeo na internet (Amigo Gringo),  o jornalista americano Seth Kugel visita o Brasil desde 2003. Ele diz que já se adaptou aos costumes, linguagem e culinária locais. Em um vídeo e um texto publicado no site Quora Digest, Kugel desmistifica duas afirmações muito comuns: português é o idioma mais difícil do mundo e a palavra saudade não tem tradução.


VEJA O VÍDEO EM PORTUGUÊS AQUI


LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO QUORA DIGEST AQUI

Zico, Flamengo e memórias de um fotógrafo-torcedor. Por Guina Araújo Ramos

Zico e Bruno, 1978 - Foto de Guina Araújo Ramos
E, da mesma sequência, a imagem que virou capa da
Manchete Esportiva. Foto de Guina Araújo Ramos



por Guina Araújo Ramos

A data real de fundação do Clube de Regatas do Flamengo é 17 de Novembro de 1895, mas seus fundadores, certamente influenciados pela ainda recente Proclamação da República, registraram como data oficial o 15 de Novembro, o que é, talvez, a primeira das muitas contradições deste clube de elite que se tornou o mais popular do Brasil, quiçá do mundo...

Além do esforço por sucesso na nobreza das regatas, os primeiros atletas flamenguistas logo se voltaram para o futebol, prática mal vista pela elite carioca. Por alguns anos o time apenas disputou amistosos, até a chegada de um time inteiro de futebol, dissidência de outro clube ainda mais esnobe, o Fluminense.

A mudança progressiva no perfil dos torcedores (não o da diretoria...) foi efeito não só das vitórias, a partir dos anos 1920, mas da expansão do rádio, com a formação de cadeias nacionais para a transmissão dos jogos, que tornaram conhecidos os times cariocas em todo o Brasil. Cresceram principalmente, com os bons resultados nas décadas de 1940 e 1950, as torcidas de Vasco e Flamengo, e esta, no Rio, também era estimulada pela Charanga, uma bandinha irritante na arquibancada...

A partir de meados dos anos 1970 e até início dos anos 1990, o Flamengo novamente recebe uma onda de torcedores: outra excelente fase de vitórias!... É então que brilha o maior de todos os jogadores lendários do Flamengo: Zico.

A partir da Era Zico, o Flamengo continua a sua epopeia, sempre na primeira divisão nacional, com seis títulos brasileiros (incluindo o nacional de 1986) e até ultrapassando o velho rival Fluminense em campeonatos cariocas, muitos já no século XXI, com destaque para o show do gringo Petkovic, em 2001, na final contra o Vasco.

A esta altura, Zico (Arthur Antunes Coimbra), maior artilheiro do Flamengo, que também jogara na Itália e Japão, tornara-se técnico de futebol, trabalhando nos mais inesperados países.

Com esta história, simplesmente o Flamengo acumulou a maior torcida no mundo, cerca de 40 milhões de torcedores... Inclusive eu, desde os cinco anos de idade, ao ver o Fla tricampeão (1953-54-55), e justo sobre o América, para o qual meu pai me catequizava (tema, emulando Guimarães Rosa, do premiado conto Grã Decisão: Viradas).

Meus primeiros contatos com Zico se deram nos tempos em que trabalhava na Bloch Editores, em matérias para a revista Manchete Esportiva, onde, em geral, cobria esportes amadores (a concorrência fotográfica era grande...). Desta vez, a tarefa era uma foto bem posada, típica das revistas da Bloch Editores, de Zico com o seu recém nascido filho Bruno, ambos com camisas do Flamengo, é lógico. Apesar da forte sombra do flash direto, de certo modo uma falha técnica (desculpável, talvez, pela minha pouca experiência ou pela emoção de torcedor), a foto foi capa da revista.

Outra passagem na Bloch que levo divertidamente na memória é a de um plantão de fim de ano (1978, 1979?), em que me colocaram de acompanhante do tão efusivo quanto sério do repórter Tarlis Batista, “o repórter das missões impossíveis”... Íamos cobrir um réveillon de luxo, se não o do Copacabana Palace, o de algum outro luxuoso salão do bairro. Só que ele sempre inventava algo mais... Veio logo avisando que iríamos registrar também a passagem do ano na casa do Zico, na Barra. Precisando estar tanto na Barra quanto em Copacabana no mesmo momento, à meia-noite, foi necessário que fizéssemos, na casa do jogador, uma simulação (e nisso ele era muito bom, tinha prática). Depois viemos da Barra em desabalada carreira, na medida em que o engarrafamento nos permitia, para cumprir a pauta da cobertura do réveillon, a contagem regressiva, o espocar de champanhe, em Copacabana. É claro que chegamos um pouco atrasados, mas nada que uma nova simulação não resolvesse...

Em Junho de 1980, me transferi para o Jornal do Brasil e passei a cobrir, com certa frequência, os treinos do Flamengo. Num deles, na saída dos jogadores, vendo o alvoroço em torno de Zico, me aconteceu de, pela primeira e única vez, pedir um autógrafo a um dos meus fotografados (aliás, a qualquer pessoa, exceto escritores), que de repente senti que era uma oportunidade única... Na época, até presidentes faziam questão de conhecer Zico, que o diga João Figueiredo, que o encontrou após o jogo Brasil 1 x 0 Alemanha, no Maracanã, em 1982.

Zico sob abraços. A foto da comemoração  da vitória sobre o Cobreloa, no Maracanã, abriu o Caderno de Esportes do JB.
Foto de Guina Araújo Ramos

Outro momento de associação entre nós, eu e Zico, ainda que à distância, aconteceu no primeiro jogo da final da Taça Libertadores da América, em 1981, contra o Cobreloa do Chile, no Maracanã. Deixei de fazer a foto do gol Zico, em que driblou vários e entrou pela área para fazer o gol, simplesmente porque estava torcendo... Ainda bem que fiz uma bela foto da comemoração, todos em cima dele, abriu a página de Esportes. Conto a história no livro A Outra Face das Fotos, mas devo reconhecer que realmente a paixão pelo Flamengo me atrapalhava um pouco como fotojornalista...

MATÉRIA COMPLETA E MAIS FOTOS NO BLOG BONECOS DA HISTÓRIA, AQUI

sábado, 17 de novembro de 2018

Publicidade: Havaianas já entra no clima ordem unida do verão 2019...


por Ed Sá

Dizem que o mercado financeiro está vibrando com o "novo Brasil". Tudo indica que sim. Havaianas, agora controlada por investidores do setor bancário, acaba de lançar sua campanha para o Verão 2019 que, aparentemente, pelo menos na cena final, coincide com os novos tempos. A marca Havaianas, do grupo Alpargatas, pertencia a Joesley e Wesley Batista.  No ano passado, o controle da empresa foi vendido à Cambuhy Investimentos e Brasil Warrant, da família Moreira Salles, e Itaúsa, grupo que controla o Itaú, comandado pela família Setubal e Pedro Moreira Salles.
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