por José Esmeraldo Gonçalves
Não é de hoje que governos ou movimentos políticos se ligam a marcas e símbolos. E as redes sociais tornam isso ainda mais explícito. Veja abaixo alguns copyrights e patentes que, involuntariamente ou não, se ligaram aos poderes e poderosos de plantão em todas as latitudes.
No Brasil
* Camisa amarela da seleção: virou "uniforme" espontâneo nas manifestações da direita brasileira.
* Lojas Riachuelo - o "figurino" da nova era.
* Havan - a loja de departamento dos novos "homens de bem" do Brasil.
* Slogan do comercial "Posto Ipiranga": foi apropriado como apelido funcional do futuro ministro Paulo Guedes.
* Sérgio Cabral colecionou jóias, ternos, mansões e lanchas, mas o que a história registrará mesmo será a sua marca mais favorita: a polonesa Xime, fabricante da privada inteligente e aquecida, de alta tecnologia, encontrada em seu apê. É associado também a guardanapos. De qualquer marca.
* O vinho Romanée-Conti, um dos mais caros do mundo, virou para sempre referência da happy hour de Lula na antiga Osteria Dell'Agnolo, em Ipanema. Lula colou também em um Airbus, o avião presidencial que ficou conhecido como Aerolula.
* Fernando Henrique popularizou na mídia uma marca luxuosa: a Avenue Foch, em Paris, onde fica seu apartamento.
* Juscelino Kubitschek ligou-se à música - Peixe Vivo era sua trilha sonora e presidente bossa nova seu apelido. O avião presidencial Vickers Viscount foi anexado à sua imagem de líder moderno. Era nele que JK percorria o país e visitava Brasília em construção. E virou nome de carro: o Alfa Romeo JK.
* Tancredo Neves e Hospital de Base são indissociáveis.
* O camarote presidencial do Sambódromo carioca passou a ter vínculo histórico com Itamar Franco e os nobres e visíveis atributos da sua acompanhante. Itamar também ressuscitou o Fusca, que não era mais fabricado no Brasil e grudou sua biografia na marca alemã.
* Brigadeiro: na corrida eleitoral de 1945, as fãs do brigadeiro Eduardo Gomes faziam campanha e boca de urna distribuindo um doce achocolatado que acabou ganhando a patente do candidato. Vai um brigadeiro aí?
* O ditador Garrastazu Médici encampou não só o uniforme canarinho de 1970, mas a seleção toda. O rádio portátil tipo Speaker que levava para os estádios também entrou em sintonia com o general da vez.
* A vassoura, de qualquer marca, virou símbolo de Jânio Quadro e vice-versa. O slack, uma espécie de roupa de safári de inspiração inglesa, também
* Collor de Mello e o Fiat Elba, carro que deu a prova final para sua destituição, estão para sempre no mesmo verbete da história.
No Mundo
* Hitler associou-se aos automóveis Mercedes, fábrica que fornecia modelos especiais para as carreatas do líder nazista.
* John Kennedy fundiu sua imagem a Marilyn Monroe, a maior griffe hollywoodiana da época.
* Perón antecipou-se, nesse item, a Kennedy: sua marca preferida era Evita.
* Fidel e o charuto Cohiba eram do mesmo partido.
* Churchill e o charuto Romeo y Julieta viraram um símbolo só durante a Segunda Guerra. O líder britânico também popularizou chapéu Fedora.
* No futuro será impossível escrever sobre Donald Trump sem incluir na mesma frase a palavra Twiter.
* Gossips de fino trato garantiram que o príncipe Charles também introduziu, literalmente, um Cohiba na corte. No caso, na intimidade da alcova que dividia com Camila Parker Bowles
* O general Douglas MacArthur, que durante a Segunda Guerra foi uma espécie de vice-rei do Oriente, popularizou os famosos óculos Aviator, da Rayban.
* Nixon e o conjunto de prédios Watergate, em Washington, nunca mais se separaram: dividem eternamente as mesmas memórias.
* De Bill Clinton pode-se dizer que tem o nome no Google associado às palavras-marcas "estagiária","sexo oral", "Monica Lewinsky".
Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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2 comentários:
No governo Collor a moda era uísque Logan. E Mãe Dihan.
A marca que político mais gosta chama-se propina
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