quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Robótica: as androides já chegaram e dão até entrevista...

Reprodução
por Ed Sá
O cinema já mostrou muitos robôs a serviço do homem. Geralmente eram mordomos, secretários ou aventureiros como os simpáticos R2d2 ou C-3PO de StarWars. Mas isso era ficção. Na real, os robôs humanoides que estão no mercado e cada vez mais evoluídos são as bonecas sexuais inteligentes. Você só não se deparou com uma dessas no quarto do seu sobrinho nerd porque o preço ainda é proibitivo: os modelos mais sofisticados custam em torno de 20 a 30 mil reais dependendo da configuração e dos requisitos que o freguês desejar. Não por acaso, os maiores compradores estão nos países desenvolvidos, pela ordem, Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e França.
Elas demonstram emoções, têm um vocabulário básico (algumas conversam fluentemente e guardam milhares de frases no HD), sensores em zonas erógenas e foram esteticamente aperfeiçoadas (esqueça aqueles jurássicos modelos infláveis que só motivavam presidiários nas solitárias de Alcatraz).
O mercado está em alta com a evolução da robótica e da nanotecnologia, mas o que impulsiona a indústria é o modo de vida atual, com menos oportunidades de convivência social. Os marqueteiros da nova indústria partem para a provocação e adicionam um novo quesito nessa análise: bonecas não fazem denúncia de assédio sexual. Isso não envolve qualquer crítica às mulheres que defendem seu direito de dizer não e reagem aos importunadores, mas é um novo dado mercadológico em avaliação pelos fabricantes. A tendência é que muitos homens, principalmente aqueles sem ficha corrida de assédios e conscientes dos novos comportamentos, redobrem a cautela e evitem abordagens que corram o risco, mínimo que seja, de serem interpretadas como inapropriadas. Estes se sentirão mais seguros com a imitação tecnológica.
Se serão felizes, o tempo dirá. Mas, com certeza, será difícil esperar que uma androide, por mais aperfeiçoada que seja, inspire um Vinicius de Moraes do futuro. 
VEJA UMA CÔMICA ENTREVISTA COM UMA ANDROIDE. CLIQUE AQUI

"Ela sabia". Meryl Streep é criticada por não revelar o histórico de assédio sexual do produtor Harvey Weinstein

por Ed Sá 
Sobrou para Meryl Streep. Circula nas redes sociais uma foto da atriz com o produtor Harvey Weinstein, que assediou onze em cada dez estrelas de Hollywood. Na imagem, uma venda onde se lê:  "She Knew". A informação é do Mashable.

Streep é acusada de ter ficado calada durante anos embora soubesse das investidas predatórias de Weinstein.

Ela nega que tivesse conhecimento dos casos e confirma que vai se vestir de preto em todas as premiações, inclusive no Oscar, para demonstrar seu repúdio ao assédio sexual.

Revista Carioquice vira Almanaque. Conheça o Rio que diz "Xô, baixo astral!"


Lançada há 12 anos, a revista trimestral Carioquice, do Instituto Cultural Cravo Albin, muda de formato e de periodicidade. Passa a se chamar Almanaque Carioquice e será anual.
Veja no link abaixo:
http://almanaquecarioquice.com.br/pdf/almanaque.pdf

Marcelo Odebrecht no Le Monde. Oh, que delícia de prisão...



por Jean-Paul Lagarride

O Le Monde destaca a chegada em sua mansão - que o jornal chama de palácio - de Marcelo Odebrecht.

O empresário se junta ao time dos delatores premiados que voltam a levar boa vida. Odebrecht chegou a São Paulo a bordo de avião fretado por ele. A mansão tem piscinas, ginásio, home theater. Se os acusados de corrupção da Arábia Saudita estão hospedados em um hotel de luxo, o "príncipe", como era conhecido antes da investigação da "Lavage Express", tem seu próprio cinco estrelas.

A foto do Le Monde mostra a agitação dos fotógrafos diante da mansão-prisão. Segundo o Le Monde,  Odebrecht deixou saudades na prisão, em Curitiba: ele compartilhava com o demais presos iguarias que recebia durante visitas da mulher.

O "preso" pode receber visitas, mas com limites de até 15 pessoas, o que parece suficiente. Vamos combinar que não são esperadas mais de 15 pessoas para ver um empresário que entregou à Justiça um arquivo com 200 nomes de políticos, autoridades e funcionários que receberam propina.

Que, sem perder a elegância, chamamos de pot-de-vin.


terça-feira, 19 de dezembro de 2017

A melhor arma do jornalismo profissional contra fake news é a velha e boa honestidade aliada a uma antiga lição: apurar antes de publicar. Parece básico, mas não é...

por José Esmeraldo Gonçalves

Em tempo de fake news - fenômeno impulsionado por redes sociais, mas ao qual a grande mídia nunca esteve imune -, uma tentativa de fazer com que o Washington Post caísse em uma armadilha apontou para uma antiga lição: nunca dispensar a apuração rigorosa dos fatos antes da publicação.

É norma básica do jornalismo, até "cláusula pétrea", como se diz da Constituição, mas é muitas vezes desprezada pela pressa (nos sites dos veículos é grande a pressão para volume de cliques), por engano ou por interesses políticos, corporativos e até pessoais dos veículos, dos seus editores e colunistas.

A maior parte das fake news que circula em redes sociais, os fatos mais absurdos e até inverossímeis, é compartilhada e passada adiante por pessoas que "querem muito" acreditar naquele conteúdo que "combina" com suas ideias ou opiniões sobre determinados fatos ou pessoas. Não seria exagero dizer que o mesmo sentimento ou interesse pode levar um jornalista a ser, digamos, receptivo, a uma notícia falsa. Os bons profissionais devem resistir a esse impulso e deixar permanentemente ligado o alerta de fake news.   

O Veritas Project, organização americana de extrema direita, enviou um email à repórter Beth Reinhard com um "dica" explosiva sobre Roy Moore, candidato ao senado do Alabama. Segundo a "fonte", o político teria se envolvido com adolescentes no fim dos anos 1970 e obrigado uma delas a fazer um aborto. A repórter entrevistou a "fonte" duas vezes, percebeu lacunas do relato, incoerências, recusa em dar detalhes precisos sobre a suposta vítima. O Washington Post não publicou a história e optou corretamente por apurar e denunciar o grupo especializado em produzir fake news.

O Washington Post admite o uso eventual de "fonte" não identificada. Mas os editores exigem, nesse caso, que os repórteres investiguem seus informantes, suas ligações e, principalmente, suas motivações. Qual o interesse em passar adiante determinada informação? Em quais circunstâncias teve acesso à informação? A quem será útil? Quem se beneficiará daquela revelação, o leitor ou a "fonte'?

A grande mídia brasileira está longe de ser assim tão rigorosa. Claro que já foi pior. Aqui, há um flagrante excesso no uso da figura de "um interlocutor", "uma pessoa próxima" e "fontes ligadas ao fulano" etc, não como uma indicação para a apuração de uma informação, mas como a própria informação pronta e acabada e assim levada ao público. Nos anos 1950 e 1960, algumas reportagens eram peças de ficção, como seus próprios autores revelaram anos depois. Na década de 1970, a mídia ratificava as versões oficiais sobre fatos que envolviam a guerrilha urbana, crises econômicas e omitia, por exemplo, tragédias ambientais e o extermínio de tribos cometidos em obras como a Transamazônica e a instalação de agrovilas em plena floresta. Nem sempre sob veto da censura, quando esta estava ao lado dos mesmos e corporativos interesses. Houve depois o Caso da Escola Base, do programa de TV entrevistando falso líder do PCC, outro que exaltou falso filho do dono de uma companhia aérea, além de pós-verdades e omissões deliberadas de determinados escândalos de corrupção. Há pouco meses, o caso do reitor Luiz Carlos Cancellier, da Universidade Federal de Santa Catarina, mostrou a passividade da grande mídia diante da versão oficial de uma operação contra suposto desvio de recursos na instituição. O reitor foi enfaticamente citado como envolvido nos roubos, quando estes, se efetivamente provados, aconteceram antes da sua gestão. Cancellier era alvo da operação apenas por uma também até aqui suposta "interferência nas investigações". O reitor, como se sabe, se suicidou e, em bilhete, atribuiu o gesto à injustiça sofrida, o que nenhuma agência de checagem ajudaria a corrigir.

O aparecimento de agências de checagem de notícias, especialmente sobre fatos ou declarações que têm origem nos discursos e números que autoridades divulgam, é bem-vindo. Mas não basta, até porque a checagem é feita a posteriori. Se a notícia publicada for falsa, os seus efeitos já terão se realizado. Muito antes da onda das fake news alguns colunistas já eram criticados por publicar a notinha recebida de uma "fonte", não checa-la (sob a alegação de "falta de tempo") e, no dia seguinte, publicar o desmentido. Com se fosse legítima essa espécie de efeito suspensivo da fake news por 24 horas. E os danos às vítimas da informação inverídica?

No ano que vem, prevê-se, no Brasil, tsunamis de fake news, robôs e algoritmos como elementos de  campanhas eleitorais. A participação das agências e sites de checagem será essencial. E o rigor na apuração dos fatos e notinhas, antes da publicação e não como suíte de matérias e colunas, é o que os leitores merecem esperar da grande mídia.

Há alguns meses, The New York Times - precisamente em função dos efeitos das polêmicas sobre a cobertura das últimas eleições presidenciais nos Estados Unidos -, lançou uma grande campanha publicitária cujo tema seria bem aplicado aqui no complicado ano que vem: “The Truth Is Hard to Find”.

Fácil não é, mas deveria se obrigatória.

sábado, 16 de dezembro de 2017

Montreux, 1985 - A noite mágica de João Gilberto, segundo Roberto Muggiati

João Gilberto está na Veja dessa semana. Não há música nem poesia nessa matéria de capa. Aos 86 anos, o cantor e compositor, uma lenda da bossa nova, vive um drama pessoal. Há muitos momentos marcantes na brilhante trajetória do genial baiano de Juazeiro desde o seu disco de estreia, o Chega de Saudade, que entrou para a história. Mas sua performance no Montreux Jazz Festival, em 1985, é apontada como a melhor hora de João Gilberto. Foi também uma dramática queda-de-braço entre ele e Tom Jobim, uma confrontação terrível entre as duas figuras maiores de bossa nova. O editor Roberto Muggiati e a fotógrafa Lena Muggiati estavam lá. Aconteceu (na Suíça), virou Manchete...




Filme "O Paciente", sobre Tancredo Neves, faz remake da foto histórica de Gervásio Baptista


Foto de Gervásio Baptista

A jornalista Mônica Bergamo divulga hoje na Folha de São Paulo o remake de uma famosa foto de Tancredo Neves, Risoleta e médicos feita por Gervásio Baptista, publicada em primeira mão na Manchete, em 1985, e  logo depois replicada por todos os veículo do país.

A cena atual, fotografada por Ricardo Borges, da Folhapress, é das gravações do filme "O Paciente", de Sérgio Rezende, sobre os últimos dias de Tancredo, longa que será lançado ano que vem, com Othon Bastos revivendo o mineiro e Esther Goés interpretando Risoleta.

A Folha só faltou dar o nome do autor da foto original: Gervásio Baptista que está com 93 anos e teve o prazer de fotografar Tancredo Neves em vários momentos da sua vida pública e familiar. Gervásio também fotografou Aécio. Mas essa é outra história a provar que ninguém é perfeito.

Fotomemória da redação: Wally esteve na Rua do Russell

Foto Acervo J.C.Jesus
Era uma tradição incluir nas edições especiais da Manchete algumas páginas-selfies das redações mostrando os diversos setores e etapas que faziam as revistas. A foto acima é de um desses momentos, quando o fotógrafo, de quem infelizmente não temos o crédito, reuniu algumas dezenas de funcionários e a direção - incluindo o próprio Adolpho Bloch - em frente ao prédio da Rua do Russell. A foto lembra um "onde está Wally", mas se você que trabalhou na Bloch clicar na imagem e ampliar a cena vai reconhecer alguns passageiros daquele Titanic.

Assédio nos bastidores: em "Frida", a cena que Selma Hayek não queria fazer...

por Ed Sá 
Entre as histórias sobre assédios sexuais nos bastidores de Hollywood, poucas são tão impressionantes quanto o caso que Selma Hayek relatou ao site Vulture.

Quem a viu em Frida, não podia imaginar o quanto lhe custou aquele papel: durante as filmagens, ela assediada pelo compulsivo Harvey Weinstein. Segundo o depoimento da protagonista, o poderoso produtor lhe pedia com insistência que tomasse banho com ele, que tirasse a roupa na sua frente, que o visse nu, que o massageasse, e batia na porta do seu quarto do hotel pedindo que transasse com ele. Diante das negativas, Weinstein insultava a atriz. Chegou a ameaçar cancelar o longa ou veiculá-lo apenas na TV.

Selma Hayek e Ashley Judd; contra a opinião do elenco de Frida, Harvey
Weinstein insistiu que essa cena fosse feita enquanto, nos bastidores, assediava a atriz.  

Havia uma cena no filme sobre o relacionamento entre a Frida Kahlo de Selma Hayek e Tina Modotti, interpretada por Ashley Judd. Era uma sequência delicada, um número de dança de tango que terminava com um beijo. Wienstein quis ir muito além disso, queria sexo ardente e trepidante. Hayek e o elenco relutaram e argumentaram que a cena ficaria gratuita, ele insistiu. A atriz revela que com medo de comprometer todo o trabalho do elenco, concordou. Pouco antes de gravar, teve uma crise nervosa e caiu no choro. Ela contou ao site Vulture que chorou não porque ficaria nua com outra mulher, mas porque ficaria nua para Harvey Weinstein.

Anos depois, Weinstein se aproximou dela durante uma festa e lhe disse cinicamente: "Você esteve ótima como Frida. Nós, fizemos um lindo filme".

Um assessor de Harvey Weinstein divulgou uma nota negando que o produtor tenha obrigado a atriz a fazer a cena de lesbianismo em Frida. O comunicado alega que ele nem assistiu àquela filmagem e desmente as acusações de assédio sexual.

Ao New York Times, Selma Hayek confirmou o relato:

- Durante anos, Harvey Weinsatein foi o meu monstro".

O presidente Temerário e o ministro da hora

Revoltado com o horário de verão, Gilmar Mendes ataca um relógio.
O ministro só se acalmou depois que Temer concordou em adiar
a medida no ano que vem. 

por O.V.Pochê
Por motivo eleitoreiro, o horário de verão foi afanado.

Temer assinou ontem decreto que corta em 15 dias a duração do horário de verão de 2018. O presidente atendeu a um pedido de Gilmar Mendes. O ministro do STF, que é também presidente do TSE, quer que o horário de verão do ano que vem comece no dia 4 de novembro, uma semana depois do segundo turno das eleições, em vez da data tradicional em outubro.

Há suspeitas de que o horário especial foi vendido para a gelada Lapônia em troca de passagens para um tour boca-livre de autoridades da República à terra de Papai Noel.

Revista Caros Amigos encerra edição impressa. Na versão digital, a luta continua.

A edição impressa da revista Caros Amigos põe um ponto final na sua bela trajetória quando o jornalismo mais precisa de publicações que façam um contraponto à mídia dominante. Fará falta seu sopro de liberdade em um ambiente onde predominam os interesses corporativos e políticos acima da honestidade. O site Caros Amigos será mantido. 
O jornalista Fábio Lau publicou no Conexão Jornalismo o texto abaixo, seguido de um depoimento de Camilo Vanucchi e do editorial do último número.  


(por Fábio Lau, para o Conexão Jornalismo)

O fim da Revista Caros Amigos é sinal definitivo de que o jornalismo que se aventura a fazer o diferente, especialmente como impresso, terá dificuldades. A sobrevivência da mídia se dá via publicidade oficial - nos três níveis da administração pública. No campo privado ocorre porque o empresário que se vê forçado, de maneira sutil, a patrocinar alguns.

O modelo mata algumas empresas, as menores e que vivem de um só negócio, enquanto os mais fortes (que atuam em vários seguimentos) seguem superavitários - é a tal da publicidade casada. Patrocina um e ganha três ou quatro veículos com desconto. Irresistível.

O mercado de jornalistas encolhe e se precariza. Talentos são deixados pelo caminho e quem sobrevive acende uma vela e segue a vida esperando que seu momento lhe seja pelo menos indolor. Não há solidariedade quando falta comida ou há risco de faltar.

E a gente vai levando!.

Em um texto emocionado, o jornalista e escritor
Camilo Vannuchi se despede dos leitores:

"Foram 20 anos na trincheira com "a primeira à esquerda", conforme o slogan da publicação.

Acompanhei com alegria seu lançamento.

Li com brilho nos olhos a primeira edição, com Juca Kfouri na capa, e as que se seguiram. Adorava as longas entrevistas, fantásticas, ao estilo "Pasquim". Nessa época, comprava todo mês. Achei incrível quando a direção decidiu fotografar a mesma criança para as capas das edições comemorativas de 1 ano, 2 anos e 3 anos. Caros Amigos foi também a primeira revista que eu assinei, com meu dinheiro, acho que aos 18 anos, no finalzinho de 1997. Por muito tempo, guardei a coleção completa das 36 primeiras edições. Também tive a oportunidade, como estudante de jornalismo, de participar de uma das entrevistas intermináveis, com o ator Pedro Cardoso, que acabava de interpretar Fernando Gabeira no filme "O que é isso, companheiro?", num período anterior a Agostinho Carrara, e que coincidentemente voltou ao noticiário no mês passado, manifestando-se contra o desmonte da EBC. Jovem, conheci muitos gigantes da imprensa brasileira por meio de suas páginas, colunistas e repórteres. O fundador Sérgio de Souza, Roberto Freire (o escritor e psicoterapeuta, não o político), seu filho Paulo Freire, Alberto Dines, José Arbex Jr., Frei Betto (esse eu já conhecia!), Marina Amaral, Guto Lacaz, Myltainho, João Pedro Stédile e tantos outros.

Acompanhei com agonia seu crepúsculo.

Reconheço com tristeza que já não lia a revista com assiduidade nem com o mesmo interesse. Nos últimos anos, me parecia faltar ali o tesão, a irreverência e a genialidade dos gigantes que encontrei nos primeiros tempos. Mas não era raro me deparar em suas páginas com análises maduras e críticas bem embasadas, sobretudo ao golpe. De vez em quando, encontrava o Wagner ou a Ciça, que invariavelmente traziam informações tristes, sobre dificuldades financeiras, quebra iminente, tentativas de renegociação. A equipe que a tocava nos últimos anos fazia dela sua militância e sua profissão de fé. O modelo de negócios ruiu, não sei dizer exatamente quando, mas tenho certeza de que o fim da Caros Amigos - e de outros jornais, revistas e sites que ainda se debatem pela democracia neste país - atende com carinho aos desejos mais íntimos do fascismo agora aquartelado no Jaburu, nos MBLs, no Escola Sem Partido, na Cidade Linda, na Justiça de Curitiba, no tribunal regional de Porto Alegre.

Caros Amigos sobreviveu a 2016, mas não suportou 2017. Sucumbiu por falência múltipla de órgãos. Sua última edição chega às bancas com esta capa (foto) e com um editorial de despedida que pode ser lido aqui: https://www.carosamigos.com.br/index.php/edicao-atual/11555-edicao-248-editorial-e-sumario

Muito obrigado aos que fizeram a revista ao longo dessas duas décadas e, por extensão, contribuíram para minha formação como jornalista e como cidadão".



LEIA O EDITORIAL DO EDITOR ARAY NABUCO NA ÚLTIMA 
CAROS AMIGOS EM VERSÃO IMPRESSA



Fim de Caros Amigos

É o pior editorial que um jornalista pode escrever: anunciar o fim de um projeto acalentado por 20 anos. A revista Caros Amigos resistiu o quanto pôde, mas não resistiu ao golpe, ao cerco ideológico do governo ilegítimo, ao aprofundamento da crise deste ultraneoliberalismo que pune a nação com vingança, ódio e descaramento institucional contra os avanços e conquistas sociais. Circula esta, sua última edição, também diante de um mercado editorial em profunda transformação, com queda nas vendas em todos os nichos, e o avanço das mídias digitais, dominadas por grandes corporações e assoladas por fake news e ações de rapina ideológica. Mas também é da necessidade de bom jornalismo nesses tempos de “mídias da confusão” e ambiente digital bruto que a editora vai manter o site de Caros Amigos e continuar oferecendo nas bancas republicações de suas edições temáticas, produzidas ao longo dessa jornada.

A última edição de Caros Amigos aproveita para olhar para este contexto da era digital e suas “novidades”. A guerrilha virtual das fake news, robôs e novos hábitos de busca e consumo de informação, como os da plataforma de vídeos YouTube, que cria celebridades de conversas banais e por vezes racistas e discriminatórias e é contudo, sonho de fama das novas gerações. Como questiona o teórico da contemporaneidade Massimo Canevacci, em uma das reportagens, não era pra ser assim — para ele, a era digital cria a “personalidade digital autoritária” de um “fascismo sem controle”.

Esta edição tem ainda a história dos jornais da resistência, publicações que desafiaram ditadores, governos, censura e mesmo o mercado, para manter acesa a chama por um mundo mais justo e plural. E, ainda, artigos sobre a democratização da mídia e análise dos governos petistas e seus laços com projetos neoliberais, seus impactos na geopolítica na América Latina. Além das colunas dos colaboradores, que também se despedem de Caros Amigos, alguns deles, sem falhar em nenhuma das 248 edições. Fique aqui registrada uma profunda admiração e nosso agradecimento. A todos que passaram pelas páginas e redação de Caros Amigos, jornalistas, articulistas, são tantos; aos anunciantes que acreditaram na marca e ajudaram na sobrevivência, FNAE, CNTE, entre outros. Também aos caríssimos e fiéis leitores. Valeu a caminhada!

A revista se vai nesse vendaval de mudanças tecnológicas e seus impactos nas relações sociais, na comunicação de massa, na reorganização das  sociedades e mercado. O site vai manter a chama dessa batalha no ciberespaço selvagem e sempre manipulável das novas plataformas e atores da informação. Embora de outra forma, o sonho continua.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Passaralhos e perus natalinos...

* Tão pontual quanto as aves migratórias, a Abril promove sua tradicional revoada de passaralhos do Natal. Já estão sendo demitidas entre 110 e 170 pessoas das áreas jornalística e administrativa. A informação está no Valor Econômico de hoje. A matéria questiona o atual presidente da Abril, Arnaldo Tybiriçá, sobre um suposto pedido de "recuperação judicial" no horizonte da editora. Ele nega. "Recuperação judicial", aliás, parece expressão típica da New-speak do Big Brother de 1984. É pura Novilíngua e um dos eufemismos notáveis de nossa época, capaz de "gourmetizar" o que antigamente era "bancarrota", ou simples "falência".
Novilíngua ou novafala é um idioma fictício criado pelo governo hiperautoritário na obra literária 1984, de George Orwell. A novilíngua era desenvolvida não pela criação de novas palavras, mas pela "condensação" e "remoção" delas ou de alguns de seus sentidos, com o objetivo de restringir o escopo do pensamento. Uma vez que as pessoas não pudessem se referir a algo, isso passa a não existir. Assim, por meio do controle sobre a linguagem, o governo seria capaz de controlar o pensamento das pessoas, impedindo que ideias indesejáveis viessem a surgir.

* Um colaborador do blog lembra que o Brasil está hoje às voltas com perus natalinos. Temos um governante portando uma sonda no pingolim  presidencial e, em Goiás, um polêmica em torno de bonecas distribuídas por uma organização que todo ano presenteia crianças carentes. Acontece que a boneca e o boneco têm discretas indicações dos respectivos órgãos sexuais. Isso irritou os moralistas patológicos que só pensam naquilo. Um sinal do quanto o Brasil está doente: bonecas do mesmo tipo foram distribuídas no ano passado e não causaram histeria.

ATUALIZAÇÃO EM 18/12/2017 - Além das demissões em massa, a Abril ameaça parcelar as verbas indenizatória em até 10 vezes. É uma espécie de "carnê do baú" da esperteza e um total desrespeito aos funcionários que, além de perderem os empregos, terão que indiretamente financiar o caixa da empresa por quase um ano.   

Viu isso? Apê à venda em Miami por $33. Veja antes a forma de pagamento, se estiver interessado...

Apartamento à venda em Miami, de um quarto. Mas o vendedor só aceita pagamento em bitcoins (veja na última linha do post).

Preço no alto do anúncio? $33 em moeda digital, o que dá uns 560 mil dólares na cotação do bitcoin, que ainda está subindo vertiginosamente.

Concorrente ameaça lugar do Brasil no ranking da corrupção

Assim não dá, a revista The Economist está sempre querendo prejudicar o Brasil.

Os corruptos brasileiros têm que vestir a camisa amarela e dar mais gás na roubalheira, a África do Sul está ameaçando o primeiro lugar.

Mas a associação dos carregadores de malas de dinheiro não está preocupada.

O ano que vem é de eleição e o que não vai faltar é pedido para transportar numerário de um lado pra outro. Entregadores delivery de propina prometem cantar "o campeão voltou".

O drama de João Gilberto e o barquinho de Gilmar Mendes em águas agitadas

Aos 86 anos, João Gilberto vive uma crise familiar e financeira. É a capa da Veja.
Mas o que vai dar o que falar é aquela chamadinha lá em cima: "o juiz e o empresário".
O barquinho de Gilmar Mendes está navegando rumo a um iceberg...

Violência nos estádios: a quem interessa

O tumulto que torcedores do Flamengo promoveram na véspera do jogo no Maracanã, na frente do hotel onde tentavam dormir os jogadores do Independiente, e  antes, durante e depois do jogo que deu aos argentinos o título da Copa Sul Americana é mais do que previsível. É padrão.

Esses falsos torcedores não têm o menor interesse em futebol. Faturamento com venda de ingressos a cambistas, as brigas combinadas, roubos, espancamentos e até assassinatos fazem parte das suas prioridades.

O inquérito em andamento que apura o fornecimento de ingressos a esses bandos por diretores de grandes clubes pode, finalmente, revelar o que está por trás dos poderes dessas facções.

Por que diretores de grandes clubes entregam volumosas cargas de ingressos a tais grupos se com isso estão afastando milhares de torcedores autênticos que deixam de ir aos estádios por temer a violência das torcidas?

Sabe-se que as brigas combinadas horas antes dos jogos, até entre torcedores do mesmo time, são fruto das ligações destes com facções de traficantes de favelas rivais. Essa mesma prática do quebra-quebra é adotada em "manifestações" que queimam ônibus, saqueiam cargas, depredam transporte público e fecham rodovias. O modelo apenas foi agregado ao futebol. No tumulto, como se viu na Maracanã, é criado o cenário ideal para assaltos e arrastões.

O Vasco foi punido com a interdição de São Januário após brigas de torcida fora do estádio. Pelo mesmo critério, o Flamengo deverá ser punido. Botafogo e Fluminense também já sofreram sanções.

Os clubes são vítimas mas não inteiramente inocentes.  O que explica tanto poder de chefes de torcida junto a alguns cartolas se está mais do que claro que causam enormes prejuízos aos clubes?

Não faz sentido.

Ou vai ver faz muito sentido e cabe à polícia aprofundar a investigação sobre essa estranha aliança. 

Patrícia Poeta: vida nova, outras capas...

Patricia Poeta na capa da Corpo a Corpo deste mês,
fotografada por Chico Cerchiaro.
Em abril deste ano, Patricia Poeta foi fotografada por
Bruno Castanheira para a revista Boa Forma. Foto: Divilgação. 

Para Patrícia Poeta, apesar de toda a importância do telejornal, a bancada do Jornal Nacional devia ser uma pesada âncora. Existe todo um código que que enquadra o comportamento dos apresentadores de telejornais mesmo - e principalmente - fora do estúdio. Da participação em campanhas publicitárias a limites em redes sociais pessoais, do comportamento em público à manifestações de opinião, há marcos que não podem ser ultrapassados.

Assim como Fátima Bernardes, que ficou mais leve ao trocar o Jornal Nacional pelo entretenimento do "Encontro", Patrícia Poeta livrou-se do peso do telejornal ao se transferir para o "É de casa". E as revistas também foram beneficiadas por essa descontração.

Na Claudia, uma...

produção mais sóbria, assim como...

...na extinta edição impressa da Contigo. 
Há alguns anos, Patrícia relutava em posar para capas e, quando o fazia, pedia uma produção com figurinos mais formais. A capa e as fotos da Corpo a Corpo de dezembro mostram que esse problema é passado.

Coincidentemente, também são passado os maridos das duas ex-âncoras do Jornal Nacional. Mas essa é outra história.

Fotografia: faça check in, aperte o cinto e veja exposição de fotos a 11 mil pés de altura...

Foto de Cássio Vasconcellos-Divulgação

As fotos poderão sr vistas na parte dianteira da cabine dos aviões da Gol,
Foto Divulgação
por Ed Sá

A Gol Linhas Aéreas promoverá uma exposição fotográfica inédita: a bordo, a 11 mil pés de altura.
"Gol mostra Brasil" estará em cada um dos 116 jatos da companhia e reunirá fotos de profissionais brasileiros e estrangeiros, sobre aspectos positivos do Brasil relacionados a paisagens naturais, povo, cultura regional etc.

As fotos ficarão expostas na parte frontal da cabine de passageiros. A série já começou e foi aberta pelo fotógrafo Cássio Vasconcelos, que também é piloto e, por isso, especialista em imagens aéreas.

Cirque de Soleil faz acrobacia com dinheiro público

Reprodução Projeto Colabora

Se há uma coisa que o Cirque de Soleil gosta de fazer quando vem ao Brasil é acrobacia com dinheiro público.

Em 2006, a empresa descolou mais de 20 milhões via Lei Rouanet. Foi considerada uma bizarrice, no mínimo.

Segundo o jornalista Fernando Molica, em matéria no site Projeto Colabora, a troupe reincide no caixa público. Dessa vez, apesar do rombo fiscal, dos atrasos de salários e da PM caindo aos pedaços, do caos na saúde, o governo do Estado do Rio de Janeiro abre mão de R$ 1,6 milhão abatidos do ICMS, na prática, um presentão, para financiar as piruetas dos canadenses cujo ingresso é, aliás, bem caro.

A dinheirama foi autorizada pelo famoso  Bertoldo Brecha, o ex-secretário de Cultura André Lazzaroni. 

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

A "bitcoin" do Padim Ciço...

por José Esmeraldo Gonçalves

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, faz alerta no Globo, hoje, para os riscos da bitcoin. Há várias moedas digitais, mas essa é a mais conhecida e, nas últimas semanas, a que registra uma valorização espetacular.

Moedas digitais têm o mesmo DNA do Uber, do Airbnb e de tantos aplicativos que inauguram novos e dinâmicos formatos nas relações tradicionais entre clientes e setores de serviços.

Uma moeda como a bitcoin dispensa, por exemplo, o emprego de um presidente de um banco que cuida da burocracia monetária oficial. Autoridades alegam que moedas digitais não têm lastro, estão inflando bolhas que uma hora dessas explodem. Equivaleriam às "pirâmides" financeiras. Não é possível dizer o que vai acontecer com essa moeda virtual. Pode entrar em crise eventualmente, pode mudar, governos tentarão regulamentá-la, corretoras se incomodarão com o "invasor", mas o sistema paralelo de investimento veio para ficar.


Ao ler sobre a corrida de investidores à bitcoin, recordo uma matéria que fiz em 1988, para a Geográfica Universal. A pauta era o Padre Cícero e o mundo de misticismo e do consumo desembestado que se formou à sua sombra em Juazeiro do Norte, no Cariri, extremo Sul do Ceará.

Além dos depoimentos de dezenas de romeiros que veneravam o Padim como alvo de devoção, tentei focalizar o chefe político que ele foi. Favorecido pelo fato de ter nascido na região - no Crato, a poucos quilômetros de Juazeiro do Norte -, ouvi relatos de famílias sobre  um tipo de salvo-conduto com a assinatura do padre vendido a fazendeiros como uma espécie de permissão para conduzir gado em estradas, aqui sem o risco de serem roubados por Lampião e seu bando. Vi antigos recortes de jornais colecionados pelo padre que narravam a trajetória de Augusto Sandino, o guerrilheiro nicaraguense que morreu em combate. Aparentemente, o Padim o admirava. E vi vendedores empurrando um "diploma de romeiro" aos passageiros de um pau-de-arara sob o argumento de que era um "documento obrigatório" na volta do devotos para casa. A maioria comprava o "passaporte" alardeado como compulsório e "assinado pelo prefeito".

Mas a história mais curiosa descrevia a 'bitcoin" do Padim Ciço. Emissários do "coronel de batina", como alguns dos seus críticos o rotulavam, percorriam o sertão lá pelos anos 1910 oferecendo um "investimento" que consistia em aplicar dinheiro em Juazeiro do Norte. O sujeito entregava ao emissário cinco contos de réis e três meses depois recebia o dobro. Se reinvestisse, triplicaria o capital em mais 90 dias. Era o melhor negócio do sertão. A notícia se espalhou, a "pirâmide" cresceu, ganhou mais investidores e, um dia, como toda "pirâmide", desabou. A história oral do Cariri conta que ficou por isso mesmo. Nenhum investidor prejudicado, especialmente aqueles que escalaram a "pirâmide" no fim das vacas gordas, às vésperas da implosão, teve coragem de ir a Juazeiro cobrar a dívida. A "guarda pretoriana" do Padim, formada por jagunços fiéis e dotados do bom argumento de um rifle Winchester 44, desestimulava qualquer tentativa de resgate da poupança.

As vítimas da bolha financeira de Juazeiro do Norte preferiam entregar o prejuízo a Deus.

Em tempo: o povo apelidou a "bitcoin" do Padim Ciço, muito a propósito, de "ingulidêra"       

Do Portal dos Jornalistas: vai e vem na Infoglobo...



(do Portal dos Jornalistas) 

Antes mesmo da virada do ano, a Infoglobo anunciou a nova configuração de suas editorias para 2018. Na sexta-feira (8/12) a Diretoria Geral emitiu um comunicado com as modificações que completam o quadro anunciado no final de outubro.

A chamada Mesa Central – que responde pela produção e publicação de notícias e onde então os editores executivos – passará a contar com Alexandre Freeland, que vem da InPress Porter Novelli para assumir como editor executivo de Produção.

Há cerca de 15 anos, Freeland trabalhou em O Dia com Ruth Aquino, a nova diretora Editorial da redação integrada de O Globo, Extra, Expresso e Época. Ele era editor de multimídia, respondendo pela então pioneira integração entre o impresso, o online e dois canais de tevê que tinham parceria com o jornal.

Ao deixar o jornal, há cerca de cinco anos, era diretor de Redação, à frente também dos jornais Meia Hora e os esportivos Marca RJ e SP. Levava na bagagem dois prêmios Esso de Primeira Página e quatro SND (Society ofr News Design). Em seguida, foi para a In Press a convite de Kiki Moretti, quando da criação da área de Branded Content na agência. Lá, trabalhou na Comunicação Pública e, no último ano e meio, dirigiu o escritório do Rio. Ao anunciar a saída de Freeland, em e-mail informal e emocionado, Kiki Moretti realçou “sua inteligência bem-humorada, sua obsessão pela informação precisa, as análises profundas e sempre brilhantes”. A agência ainda não anunciou quem o substituirá.

Leticia Sorg virá de São Paulo para assumir a editoria executiva de Produtos Digitais. Formada em Jornalismo pela USP, com especialização em Oxford, já foi editora e repórter especial de Época, além de editora da Agência Estado. Estava ultimamente no Estadão, trabalhando com novos produtos e processos para o site.

Os editores executivos Paulo Motta, Silvia Fonseca, Denise Ribeiro e Alexandre Maron deixam a empresa. Até a integração das redações, Motta era editor executivo do Globo, cargo que passou a ocupar depois de premiada carreira como editor de Rio. Silvia também era do Globo. Denise tinha o mesmo cargo no Extra, com longa trajetória no jornal. Maron veio de Época, em São Paulo, para participar da integração das redações. Na Editora Globo, foi diretor de Projetos Online e de Inovação Digital.

PARA LER A MATÉRIA COMPLETA, CLIQUE AQUI

Dois anos de prisão a preço de banana

Entre os países onde as leis islâmicas estão acima das constituições, o Egito é considerado até moderado em termos de liberdades individuais. Imagine se não o fosse.  A cantora egípcia Shaimaa Ahmed, a Shyma, foi condenada a dois anos de prisão por “incitar a depravação e a libertinagem”,
O motivo? Um videoclipe da música "I have issues" onde ela aparece degustando uma banana e lambendo uma maçã indignou as bancadas religiosas locais. Um videoclipe de Anitta no Cairo renderia prisão perpétua os apedrejamento.
VEJA O VÍDEO DE SHYMA, CLIQUE EM 
https://www.youtube.com/watch?v=toAy1iClD9I

Previsões de Allan Richard Way para 2018. Depois não digam que o vidente não avisou

por Allan Richard Way II

Temendo intercepção por alguma força-tarefa, o vidente A.R Way II enviou suas previsões para 2018 através de um imediato de um navio de carga britânico. O documento foi deixado no pequeno canteiro que fica em frente ao antigo prédio da Manchete, na Rua do Russell e recolhido após aviso por what's app. O local escolhido é mais uma ironia do guru, que assim faz referência a um bilhete deixado no mesmo local pelos guerrilheiros que sequestraram o embaixador americano Charles Elbrick em 1969.
Vamos aos fatos antecipados pelo vidente.

* Os advogados Hélio Bicudo e Janaína Paschoal, que assinaram os pedidos de impeachment de Dilma Rousseff e denunciaram Nicolas Maduro, da Venezuela, ao Tribunal Penal Internacional, em Haia, estarão mais ativos do que nunca. Em 2018, encaminharão outras denúncias aos tribunais internacionais. Na mira dos superherois Pinguim e Mulher Maravilha, como são chamados no meio jurídico, estarão a Netflix (por veicular filmes sobre Che Guevara), o Big Brother Brasil (eles acusam o reality de envergonhar a família brasileira e querem que os BBBs sejam "edificantes" e reflitam o "momento brasileiro": um juiz da Lava Jato, um delator, Dilma, Silvio Santos, Rogério 157, um agente da PF, um "patriota" do MBL, o general Mourão e os próprios Bicudo e Janaína).

* Michel Temer tentará se lançar candidato a presidente. Antes, enviará projeto de lei restabelecendo a eleição indireta. O projeto prevê que só votarão senadores e deputados que fornecerem ao comitê eleitoral os números das suas contas bancárias no Panamá.

* Senadores democratas descobrirão que Kim Jong-un e Donald Trump são "amigos" no site de relacionamento Tinder e já se encontraram secretamente várias vezes desde que o empresário era candidato e deu match no líder norte-coreano. Em mensagens vazadas, eles trocaram ideias sobre penteados e se divertiram com pegadinhas sobre guerra nuclear que viralizam na mídia.

* Com a aposentadoria de Usain Bolt, o TRF-4 baterá recorde de velocidade em todas as modalidades em 2018.

* A próxima caravana de Lula passará por Bangu 1, Papuda, Benfica, Presidente Prudente

* Um helicóptero lotado de cocaína pousará em fazenda de Minas Gerais. O nome do dono da fazenda não será revelado. As autoridades apresentarão uma escritura dos tempos de capitania hereditária e arquivarão o caso por falecimento do titular.

* Uma mala de dinheiro será encontrada no avião presidencial. Autoridades dirão que mala de dinheiro em avião presidencial não prova nada.

* Malas de dinheiro, joias, quadros de Romero Britto, privadas com água quente, lavagem de propina em igrejas, contas na Suíça, direitos de transmissão de futebol e cavalos de raça se tornarão "investimentos' nostálgicas em 2018. HDs com bitcoins serão o must da temporada.

* Em 2018, Temer continuará com as "reformas". Reformas tributária, industrial, esportiva, religiosa, ambiental, rodoviária, marítima, carnavalesca, urinária, do axé e da música sertaneja. No segundo semestre, reformará o banheiro da sua casa em São Paulo, o guarda-roupa de Marcela, a cela de Geddel e a coleção de malas Louis Vuitton.

* Haverá incêndios na Califórnia, como em todo ano. A diferença é que o governo americano acusará imigrantes mexicanos de botarem fogo no mato.

* Dois atores e um político brasileiros serão acusados em rumoroso caso de assédio sexual. As acusações virão a público depois de um desentendimento durante um encontro do trio em apartamento funcional.

*  Marcelo Crivela cancelará o Carnaval de 2019. Ele alegará que teve um pesadelo onde desfilava no Sambódromo usando apenas uma folha de parreira. Considerará ter recebido um aviso divino sobre a Sodoma e Gomorra carioca.

* O Brasil não ganhará a Copa. O treinador abrirá a concentração para famílias dos jogadores, a convivência não dará certo e o clima ficará tenso. Será um tal de parente interromper o treino para pedir pra trocar rublos, reservar voos, reclamar que o banheiro do hotel entupiu, pra saber como é camisinha em russo, onde tem pagode... Tite também reclamará que os jogadores não ouvem as instruções nos vestiários porque não largam os smartphones e as redes sociais. O Brasil voltará para casa nas oitavas de final após ser goleado pela Alemanha. Placar: 8 x1. Na final do mundial, jogarão França e Alemanha. Mas o Brasil trará um título para casa: seleção campeão de likes no Facebook.

* Maio de 1968 completará 50 anos em 2018. A partir de abril, o assunto estará na midia. Mas não só na mídia: exposições, livros, filmes, debates, passeatas vintages e shows entrarão na programação. Ana Maria Braga fará um programa especial sobre o cardápio dos estudantes antes das manifestações; Luciano Huck perguntará o que foi isso; Bolsonaro fará o enterro simbólico de discos e livros alusivos ao tema e dirá que estudante bom é estudante morto; a Globo chamará de baderna; Silvio Santos vai perguntar ao auditório se aquilo foi briga das torcidas do Flamengo e Corinthians na final do Torneio Rio-São Paulo; Magno Malta vai dizer que tinha pedófilo no meio das passeatas; Luciana Gimenez fará um desfile das lingeries usadas nos protestos; Gilberto Gil não lembrará mais do que rolou; Gabeira dirá na Globo News que se arrependeu de tudo e pedirá perdão ao vivo; e, por fim, Demétrio Magnoli escreverá no Globo que foi mentira dizer que a polícia matou Edson Luís, que não morreu, está vivo, é reitor de uma universidade corrupta e em breve será conduzido coercitivamente pela Polícia Federal.

* Depois da Eletrobras, o governo do PMDB privatizará a Petrobras, a Caixa, o Banco do Brasil. Em compensação, vai estatizar o Senado e a Câmara. Já o povo irá às ruas no segundo semestre pedindo a privatização de Moreira Franco, Rodrigo Maia, ACM Neto, Eliseu Padilha, Aloísio Nunes, Eunício Oliveira, Aécio Neves e a terceirização de Gilmar Mendes.

* O Brasil lamentará mais uma vez a perda de um cantor sertanejo vítima de acidente automobilístico.

*  Político evangélico apresentará projeto para banir religiões afro-brasileiras. Deputados da mesma bancada farão emendas com outros dispositivos como proibir mulher andar de bicicleta, criminalizar as abaixadinhas em baile funk, tatuagem que não seja a cara do Edir Macedo, marquinha de biquini, piercing, nudez em casa e nas ruas, Branca de Neve e, principalmente, os sete anões, Chapeuzinho e, principalmente, o lobo mau e curtir Anitta no Facebook.

* Sem pilotos brasileiros na Fórmula-1, Galvão Bueno, Reginaldo Leme e Mariana Becker vão abrir uma loja de empadas com logotipos da Ferrari, Renault, Red Bull e Mercedes.

* Justiça Eleitoral encontrará no comitê de um candidato a presidente o livro Mein Kampf, o filme Triunfo da Vontade, um poster de Eva Braun, um pedaço do pijama de Goering, uma pistola Lugger, restos de um prato com Eisbein mit Sauerkraut e um cartão postal da  Berghof, em Berchtesgaden. Autoridades dirão que nada disso prova crime.

* O programa de governo de Bolsonaro informará aos eleitores que "até 2020 o Brasil entrará para esse tal de Brexit".

*  Depois dos gêmeos de Ivete, Cláudia Leitte providenciará trigêmeos para o fim de 2018.

* Dois procedimentos jurídicos que se consolidaram em 2017 estarão com força total em 2018: delação premiada e condução coercitiva. Empresas, colégios, igrejas e clubes de futebol tenderão a adotar ambos os procedimentos para resolver conflitos internos.

* "Delação Premiada e Condução Coercitiva" também será o nome de longa-metragem que estreará no ano que vem.

*  Pesquisas recentes informaram que o Brasil tem a segunda maior população carcerária do mundo. Mas isso vai mudar em 2018. Com a popularização da delação premiada, cadeias vão se esvaziar. Em compensação, os Supermercados Guanabara venderão tornozeleiras eletrônicas com desconto no seu próximo aniversário. Haverá mais brasileiros com tornozeleiras do que cidadãos livres do adereço. Também será criada a Bolsa da Delação Premiada, onde investidores poderão comprar ações de suspeitos e assim participar da alta rentabilidade da caguetagem.

* A  hastag mais popular em 2018 será #eutambemperdidinheironobitcoin  

* Em virtude do afastamento temporário de Rogério 157, o RH de renomada facção criminosa convoca os Rogérios portadores das senhas 158, 159, 160, 161 e 162 para se apresentarem no local de trabalho na Rocinha, no Rio. Serão entrevistados para emprego intermitente, segundo a Reforma Trabalhista, para começar na função logo após o carnaval.

* Depois de El Niño e La Niña, um novo fenômeno meteorológico atacará o Oceano Pacífico com graves reflexos em igrejas: El Pedofilo.

* Por achar que auxílio paletó e auxílio moradia não são suficientes, autoridades criarão o auxílio Netflix, auxílio balada, o auxílio copa do mundo (para ir a Rússia), auxílio iPhone última geração, auxílio tv 60 polegadas, auxílio Rolex e auxílio Porsche Carrera.

* Liminar de Gilmar Mendes vai impedir que a PF espere Temer ao pé da rampa do Planalto no dia 1º de janeiro de 2019, caso o presidente tenha perdido fórum especial por não haver sido sido reeleito para o cargo ou para deputado federal.

* Finalmente, no início do ano, será dada solução aos casos de William Waack (racismo) e José Mayer (assédio). Waack será designado para correspondente na Nigéria e Mayer participará de seriados na TV da Arábia Saudita, onde mulheres não trabalham junto com homens.

* Vazamento indicará que Lula é o verdadeiro dono do estádio do Corinthians.

* Garotinho denunciará que foi atacado à noite por um cara de roupa de couro preta, com facas que saiam das mãos e cabeleira quadrada. Em depoimento, ele dirá que só tem certeza de que não era o Wolverine.

* O Rio vai precisar de mais dinheiro emprestado. Vai buscar na China e entregar como garantia tudo que o carioca não aguenta mais: o Piranhão, o Palácio Guanabara, a Assembleia, Rogério 157, Picciani, o sírio da esfiha, Muralha, o carro dos ovos, Naldo Benny, Tiago Leifert, Crivella, Rodrigo Maia, as UPPs, todos os vídeos que mostram Sérgio Cabral depondo, Kéfera, Padre Fábio, Ruelda, Eduardo Bandeira de Mello, Eurico Miranda...

* Liminar impetrada pelas fãs, com base do Estatuto dos Idosos, impede a Globo de cancelar o Especial de Roberto Carlos em 2018.

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Leitura Dinâmica: shit news da terra em transe...








Melhor do que bitcoin? Jogador brasileiro investe em time da quarta divisão do "soccer" na Flórida. E não é por castigo...


Reprodução O Globo
Nos Estados Unidos, o soccer, como eles apelidam, é pouco mais do que uma piada. Quer ser torturado? Assista a uma partida do "campeonato americano". Não é por falta de tentativa para emplacar um jogo que, descontando a parcela hispânica da população e a rede de apostadores que empenha dólares até em briga de vizinho, apenas uma minoria entende e acompanha.

Tanto que eles já tentaram convencer a Fifa a mudar regras, acabar com o empate e o impedimento, por exemplo, por não captar o sentido de uma coisa nem de outra.. 
O Cosmos, nos anos 70, foi um grande investimento que levou Pelé, Carlos Alberto e Beckenbauer a Nova York. Ganhou divulgação, ameaçou pegar, mas não decolou. Los Angeles também tentou ser um polo de futebol. David Beckham em fase final de carreira foi parar lá. Mesmo com alto índice de hispânicos, Los Angeles não virou a meca do futebol. Nos últimos anos, o foco dos investidores se voltou para Miami. Ronaldo Fenômeno e Adriano Imperador já compraram participações em times locais, sem maiores resultados, apesar de canais hispânicos da TV por assinatura darem alguma visibilidade ao soccer. Kaká em reta final foi bater o que restou da sua bola em campos da Flórida. 

A coluna Ancelmo, do Globo, hoje, noticia que Felipe Melo - jogador inesquecível da Copa de 2010, quando pisou em Roben e foi expulso, deixando a Holanda à vontade para vencer o Brasil (sem esquecer a colaboração do goleiro Júlio Cesar) -, vai investir em um time da divisão D, em Palm Beach.. 

Consegue imaginar o que é um time da Divisão D dos Estados Unidos? Deve levar de 7X1 até do Ibis, de Pernambuco, que há muitos anos se orgulha de ser "o pior time do mundo".

Bom, vai ver que Felipe Melo pressente alguma coisa que ninguém sabe em matéria de futuro do soccer no país da bola oval, é bom de palpite ou o time dele vai valorizar mais do que bitcoins.

Vale lembrar que o jogador também faz uma aposta declarada para as eleições de 2018. Ele é bolsominion militante e quer muito ver seu líder subindo a rampa do Planalto.


Memória da publicidade: afinal, quem descobriu a preferência nacional ?


Preferência nacional você sabe o que é. A expressão frequentou muitas chamadas de capa das revistas Playboy, EleEla, Status, Sexy. Foi até nome de uma revista erótica especializada em... preferências nacionais.

Em 1964, uma campanha do Crush veiculada na Manchete usou  pela primeira vez esse título para badalar a nova embalagem do refrigerante de vidro claro e curvas destacadas que substituia a anterior e clássica, de vidro marrom e linhas horizontais empilhadas.

Nos anos 1970, a marca de cigarros Continental também deu ao seu produto a alcunha de preferência nacional.

Mas se você digitar "preferência nacional " no Google dificilmente vai encontrar a expressão associada a refrigerantes e cigarros.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Relatório da UNESCO aponta as duas maiores ameaças ao jornalismo: fake news e polarização política

"Fake news" e polarização política ameaçam a credibilidade da indústria da mídia mundial. É o que conclui relatório lançado há poucos dias pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) sobre, pluralismo,  liberdade de imprensa, independência e segurança de jornalistas.
Em meio às mudanças que afetam a comunicação, o documento destaca como positivas iniciativas da sociedade civil para democratizar o acesso à informação, a atuação e a independência de jornalistas cidadãos e a cooperação de veículos de mídia na checagem de notícias e dados.
 leis de liberdade de informação. O relatório completo está disponível, em inglês, AQUI


Piquet na ESPN sobre comparação com Senna; "Eu estou vivo. O que é melhor que isso?"


Tricampeão mundial de Fórmula 1 em 1981, 1983, 1987, Nelson Piquet é um dos maiores pilotos da história da categoria. Foi tão rápido e agressivo nas pistas quanto foi fera na briga de foice dos bastidores e certeiro em entrevistas e declarações. Para o competitivo Piquet, a imagem que interessava era a dele no pódio. Relações-públicas, marketing de bom moço, diplomacia, fair play, nada disso era com ele.

Piquet e Ayrton Senna polarizam até hoje os torcedores e até parte da mídia especializada. Ambos são tri, tinham estilos diferentes ao volante e comportamentos opostos. Senna era uma espécie de genro que as mães sonhavam. Piquet era o bad boy, mas curiosamente um bad boy superligado à família. Hoje, é o patriarca que se orgulha de reunir à mesa sete filhos, cada um deles ainda com quarto próprio na sua casa.

No último fim de semana, a mídia marcou os 30 anos da conquista do tri por Nelson Piquet. Mas a melhor entrevista foi a da ESPN (o que não surpreende, na polarização entre Piquet e Senna, a Globo sempre teve um lado), com Piquet sem autocensura acelerando mais do que nunca, ouvido por Gustavo Faldon e Vladimir Bianchini com ESPN UK.

Confira alguns trechos.

* Sobre os adversários mais difíceis: "No começo tinha Alan Jones e Carlos Reutemman na Williams, tinha a briga com a Brabham. Depois veio (Gilles) Villeneuve na Ferrari, (René) Arnoux e Prost na Renault."

* Sobre conflitos com engenheiros das equipes: "Tem uma história engraçada da minha primeira corrida no Rio de Janeiro pela Williams. Depois do primeiro treino, eu falei para meu engenheiro o que precisava fazer, mostrei o que estava errado. E no treino seguinte estava igual. Eu perguntei 'Qual o seu problema?'. Ele disse 'Eu não acho que você estava certo'. Eu disse 'Estou cagando para o que você acha, eu quero desse jeito'. E disse ao Patrick (Head) que não precisava de engenheiro, que eu e meus mecânicos faríamos as mudanças. Eu era assim. Eu sabia o que tinha que fazer. "

* Sobre imagem, gerenciamento da carreira e comparação com Senna; "Eu nunca tive um assessor, um advogado para fazer contrato, eu mesmo fazia. Eu estou cagando para o que falam de mim ou não, não leio revistas. Eu gosto de dirigir e é isso. E me divertia. Eu não me preocupo com o que pensam. Me perguntam se acho eu ou Ayrton Senna melhor e eu falo 'Eu estou vivo'. O que é melhor que isso? Eu não me importo. Eu tive essa vida e hoje tenho uma vida muito melhor. Ganho mais dinheiro agora do que há 20, 30 anos atrás na F-1. Eu tenho sucesso, tenho uma vida boa e relacionamentos. Tenho sete filhos, todos juntos, todos têm um quarto na minha casa. Todos juntos no Natal. O que é melhor do que isso?"

* Sobre Felipe Massa, Rubens Barrichello e Brasil sem piloto na F1: "A Fórmula 1 se tornou popular no Brasil por causa do Emerson (Fittipaldi). Emerson veio aqui e ganhou a Fórmula 3, chegou na F-1, ganhou o título e depois disso milhares de brasileiros vieram atrás, eu, o Senna. Barrichello estava num caminho bom e teve o acidente em Ímola e depois disso virou um segundo piloto. Massa vinha num bom caminho e depois disso teve o acidente, bateu a cabeça e eu fui o primeiro a dizer que ele estaria acabado. Ele continuou, mas perdeu aqueles 0,2s, 0,3s que precisava para ser competitivo. Eu sei porque aconteceu comigo também. Sem um brasileiro na F-1 certamente, com as crises e os governos não colocando dinheiro. Porque a F-1 não é baseada numa promotora para ter o dinheiro e pagar...a F-1 é paga pelos governos, cidades, que querem ter seu nome porque a F-1 é uma grande publicidade. E se o governo não está preparado, não acho que teremos Fórmula 1 no Brasil."

VEJA O VÍDEO DA ENTREVISTA NA ESPN, CLIQUE AQUI

Casa de Rui Barbosa - ONU promove debate sobre migração com exibição gratuita do filme “Era o Hotel Cambridge”


(do site do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil - UNIC Rio)

"A  Organização Internacional para as Migrações (OIM) e a Fundação Casa de Rui Barbosa promovem na próxima terça-feira (12), no Rio de Janeiro, um cine-debate com a exibição do longa brasileiro filme “Era o Hotel Cambridge”. A sessão integra o Festival Global de Cinema sobre Migração, iniciativa da OIM que ocorre em diversos países com o objetivo de debater o tema. A entrada é franca.

Lançado em março deste ano, “Era O Hotel Cambridge”, da diretora Eliane Caffé, narra a trajetória de refugiados recém-chegados ao Brasil que se unem aos sem-teto e dividem a ocupação de um edifício no centro de São Paulo. Na tensão diária pela ameaça do despejo, revelam-se dramas, situações cômicas e diferentes visões de mundo.

Pelo menos 25 produções profissionais e 8 de diretores emergentes integram a mostra. No ano passado, o Festival ocorreu em 89 países, com exibição de 13 filmes e documentários e 200 curtas. Para marcar o Dia Internacional dos Migrantes (18 de dezembro), o evento ocorre entre os dias 5 e 18 de dezembro.

Confirme participação no evento pelo Facebook: www.facebook.com/events/559060081099770.

Fonte: UNIC Rio