O tumulto que torcedores do Flamengo promoveram na véspera do jogo no Maracanã, na frente do hotel onde tentavam dormir os jogadores do Independiente, e antes, durante e depois do jogo que deu aos argentinos o título da Copa Sul Americana é mais do que previsível. É padrão.
Esses falsos torcedores não têm o menor interesse em futebol. Faturamento com venda de ingressos a cambistas, as brigas combinadas, roubos, espancamentos e até assassinatos fazem parte das suas prioridades.
O inquérito em andamento que apura o fornecimento de ingressos a esses bandos por diretores de grandes clubes pode, finalmente, revelar o que está por trás dos poderes dessas facções.
Por que diretores de grandes clubes entregam volumosas cargas de ingressos a tais grupos se com isso estão afastando milhares de torcedores autênticos que deixam de ir aos estádios por temer a violência das torcidas?
Sabe-se que as brigas combinadas horas antes dos jogos, até entre torcedores do mesmo time, são fruto das ligações destes com facções de traficantes de favelas rivais. Essa mesma prática do quebra-quebra é adotada em "manifestações" que queimam ônibus, saqueiam cargas, depredam transporte público e fecham rodovias. O modelo apenas foi agregado ao futebol. No tumulto, como se viu na Maracanã, é criado o cenário ideal para assaltos e arrastões.
O Vasco foi punido com a interdição de São Januário após brigas de torcida fora do estádio. Pelo mesmo critério, o Flamengo deverá ser punido. Botafogo e Fluminense também já sofreram sanções.
Os clubes são vítimas mas não inteiramente inocentes. O que explica tanto poder de chefes de torcida junto a alguns cartolas se está mais do que claro que causam enormes prejuízos aos clubes?
Não faz sentido.
Ou vai ver faz muito sentido e cabe à polícia aprofundar a investigação sobre essa estranha aliança.
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sexta-feira, 15 de dezembro de 2017
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