Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017
Piquet na ESPN sobre comparação com Senna; "Eu estou vivo. O que é melhor que isso?"
Tricampeão mundial de Fórmula 1 em 1981, 1983, 1987, Nelson Piquet é um dos maiores pilotos da história da categoria. Foi tão rápido e agressivo nas pistas quanto foi fera na briga de foice dos bastidores e certeiro em entrevistas e declarações. Para o competitivo Piquet, a imagem que interessava era a dele no pódio. Relações-públicas, marketing de bom moço, diplomacia, fair play, nada disso era com ele.
Piquet e Ayrton Senna polarizam até hoje os torcedores e até parte da mídia especializada. Ambos são tri, tinham estilos diferentes ao volante e comportamentos opostos. Senna era uma espécie de genro que as mães sonhavam. Piquet era o bad boy, mas curiosamente um bad boy superligado à família. Hoje, é o patriarca que se orgulha de reunir à mesa sete filhos, cada um deles ainda com quarto próprio na sua casa.
No último fim de semana, a mídia marcou os 30 anos da conquista do tri por Nelson Piquet. Mas a melhor entrevista foi a da ESPN (o que não surpreende, na polarização entre Piquet e Senna, a Globo sempre teve um lado), com Piquet sem autocensura acelerando mais do que nunca, ouvido por Gustavo Faldon e Vladimir Bianchini com ESPN UK.
Confira alguns trechos.
* Sobre os adversários mais difíceis: "No começo tinha Alan Jones e Carlos Reutemman na Williams, tinha a briga com a Brabham. Depois veio (Gilles) Villeneuve na Ferrari, (René) Arnoux e Prost na Renault."
* Sobre conflitos com engenheiros das equipes: "Tem uma história engraçada da minha primeira corrida no Rio de Janeiro pela Williams. Depois do primeiro treino, eu falei para meu engenheiro o que precisava fazer, mostrei o que estava errado. E no treino seguinte estava igual. Eu perguntei 'Qual o seu problema?'. Ele disse 'Eu não acho que você estava certo'. Eu disse 'Estou cagando para o que você acha, eu quero desse jeito'. E disse ao Patrick (Head) que não precisava de engenheiro, que eu e meus mecânicos faríamos as mudanças. Eu era assim. Eu sabia o que tinha que fazer. "
* Sobre imagem, gerenciamento da carreira e comparação com Senna; "Eu nunca tive um assessor, um advogado para fazer contrato, eu mesmo fazia. Eu estou cagando para o que falam de mim ou não, não leio revistas. Eu gosto de dirigir e é isso. E me divertia. Eu não me preocupo com o que pensam. Me perguntam se acho eu ou Ayrton Senna melhor e eu falo 'Eu estou vivo'. O que é melhor que isso? Eu não me importo. Eu tive essa vida e hoje tenho uma vida muito melhor. Ganho mais dinheiro agora do que há 20, 30 anos atrás na F-1. Eu tenho sucesso, tenho uma vida boa e relacionamentos. Tenho sete filhos, todos juntos, todos têm um quarto na minha casa. Todos juntos no Natal. O que é melhor do que isso?"
* Sobre Felipe Massa, Rubens Barrichello e Brasil sem piloto na F1: "A Fórmula 1 se tornou popular no Brasil por causa do Emerson (Fittipaldi). Emerson veio aqui e ganhou a Fórmula 3, chegou na F-1, ganhou o título e depois disso milhares de brasileiros vieram atrás, eu, o Senna. Barrichello estava num caminho bom e teve o acidente em Ímola e depois disso virou um segundo piloto. Massa vinha num bom caminho e depois disso teve o acidente, bateu a cabeça e eu fui o primeiro a dizer que ele estaria acabado. Ele continuou, mas perdeu aqueles 0,2s, 0,3s que precisava para ser competitivo. Eu sei porque aconteceu comigo também. Sem um brasileiro na F-1 certamente, com as crises e os governos não colocando dinheiro. Porque a F-1 não é baseada numa promotora para ter o dinheiro e pagar...a F-1 é paga pelos governos, cidades, que querem ter seu nome porque a F-1 é uma grande publicidade. E se o governo não está preparado, não acho que teremos Fórmula 1 no Brasil."
VEJA O VÍDEO DA ENTREVISTA NA ESPN, CLIQUE AQUI
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