sexta-feira, 17 de junho de 2016

Quando um antigo escândalo imobiliário vira arte - Exposição ocupa torre inacabada da Barra da Tijuca...

A torre inacabada, parte de um projeto que lesou centenas de pessoas, recebe a exposição "Permanências e Destruições. Foto: Cristina Lacerda/Divulgação

Vista do interior de um dos aprtamentos. Foto Cristina Lacerda/Divulgação

Uma das intervenções artísticas de Daniel Albuquerque transforma uma coluna em um "cigarro''.
Foto Cristina Lacerda/Divulgação

A oca de Anton Steenbock. Foto de Cristina Lacerda/Divulgação

O anúncio do lançamento das torres nos anos 70
iludiu compradores. 

O governo da Guanabara apoiava o projeto que se transformou em um grande escândalo imobiliário. No anúncio, o slogan "Brasil Grande", da ditadura.

por Flávio Sépia
Durante as Olimpíadas, a Barra da Tijuca vai receber milhares de turistas. Muitos destes que virão ao Rio talvez tenham interesse em arquitetura e incluam nos seus roteiros obras de Oscar Niemeyer na cidade e em Niterói conhecidas internacionalmente.

Mas só um guia muito senior vai lembrar de indicar uma obra do famoso arquiteto plantada bem no caminho da Cidade Olímpica.

Os cariocas estão cansados de ver aquelas torres que, há mais de 40 anos, fazem parte do cenário da Avenida das Américas. Muitos nem nascidos eram quando Mucio Athayde, político mineiro, deputado que passou pela UDN, PTB e PMDB, contratou o projeto urbanístico de Lúcio Costa e a prancheta de Niemeyer para erguer 70 imensas torres redondas de apartamentos. Apenas três saíram do papel, duas ficaram prontas, depois de anos e anos, e uma é ainda pouco mais do que um esqueleto.

Ao longo de décadas, o que o empresário construiu foi um dos maiores escândalos imobiliários do país. Muitas pessoas que compararam unidades na planta foram lesadas, tiveram prejuízo irrecuperáveis e a maior parte do terreno que abrigaria o conjunto Athaydeville que, no lançamento chamava-se Centro da Barra, foi vendida.

Quem tiver curiosidade em conhecer o projeto de Niemeyer que já era sem nunca ter sido pode ir lá, até domingo, 19, conferir a exposição "Permanências e Destruições" (Projeto de Arte Pública da Oi Futuro, com trabalhos de Daniel Albuquerque, Anton Steenbock, Igor Vidor, Angelo Venosa, Janaina Wagner, entre outros), que reúne obras de artistas plásticos que reinterpretam o espaço.

Em 37 andares, pinturas, inscrições, túneis de pano, oca, cama elástica no terraço, projeção de vídeo ocupam a torre. O caos da construção inacabada faz parte do exercício artístico.

O grandioso "Centro da Barra" virou um incômoda lembrança urbana.

Eles devem e não pagam. E ai, político? Vai encarar


por Flávio Sépia
Em qualquer país, uma informação dessas seria um escândalo com consequências imediatas. Aqui, é um fato conhecido que esporadicamente vira notícia de jornal.
A Folha publica hoje matéria em que mostra que apenas 135 pessoas físicas e empresas devem 272 bi de impostos. Todas as notícias alarmantes que você lê sobre o déficit fiscal do governo se referem a um desequilíbrio de cerca de 100 bilhões. Em função desse déficit, o governo pós-golpe vai cortar verbas de educação, saúde, meio ambiente, segurança, previdência, vai vender ativos na bacia das almas, frear políticas sociais etc. Só não corta salários de marajás, como ficou demonstrado nos recentes aumentos para setores privilegiados. E também não vai cobrar pra valer o imposto sonegado dessa turma. É mais fácil arrochar a população.
Você também deve ver com frequência nos jornais e TV uma badalação das Fiesp da vida sobre um painel caricato de impostos, o Impostômetro. Geralmente, alardeiam cifras acima do trilhão. Esquecem, contudo, de colocar ao lado o painel do Sonegômetro.
Os trabalhadores, os pequenos comerciantes, pequenos industriais, os profissionais liberais, pequenas empresas do setor de serviço, esses estão entre as estatísticas de sonegação mínima. Trabalhadores de carteira assinada nem têm a chance de sonegar já que são descontados na fonte.
Os número acima se referem na maioria a 135 tubarões que têm poderosos departamentos jurídicos para encontrar brechas para não pagar impostos. E quando não encontram essas brechas, deixam de pagar assim mesmo, ou "pagam pra ver", já que existe o Refis, que é um maná para os devedores e joga a dívida parcelada para as próximas décadas.
Especialistas afirmam que o Brasil não está entre os países que mais arrecadam impostos do mundo, Mas é o que tem a malha fiscal mais injusta do planeta e o que menos dá retorno à população em formas de serviços públicos.
O topo da pirâmide surfa na tabuleta do Impostômetro. Deve e não paga. E daí. Vai encarar?

 

Extrema direita cristã comemora atentado de Orlando

por Clara S. Britto
Além da tragédia em si, dos mortos e feridos, os ataques terroristas atingem as liberdades individuais. O 11 de Setembro resultou e leis que vitimaram a privacidade e restringiram direitos; os recentes atentados na Europa idem. Sem falar no medo, um componente que passa a fazer parte dos grandes eventos, dos shows ou do simples ato de ir a uma discoteca ou restaurante, casos de Paris, Orlando, Tel Aviv e tantos outros.
Diz-se que o atentado na Flórida vai servir para revigorar o discurso radical de Donald Trump, candidato à Casa Branca. Mas não só Trump vai surfar na onda de sangue que vem de Orlando. A edição brasileira do HuffPost conta que o atentado que matou 49 pessoas foi comemorado por uma parcela de cristãos de extrema direita dos Estados Unidos. Pastores afirmaram que a carnificina foi uma "obra divina" para eliminar "pecadores" e que "Deus enviou o atirador para tirar vidas de sodomitas. "Então você está triste pelos 50 sodomitas que foram mortos hoje? Não... Eu acho ótimo. Eu acho que isso ajuda a sociedade. Eu acho que Orlando e a Flórida está um pouco mais segura esta noite", disse um pastor. Outro disse suspeitar que o ataque faz parte de uma estratégia para promover o controle de armas nos Estados Unidos e deixar os cristãos desprotegidos.

Reprodução

O Brasil não ficou de fora desse lamentável discurso. O pastor Marco Feliciano disse no Twitter que grupos LGTB estão usando a tragédia para "se promover".

2022: caso da holandesa estuprada no Catar e acusada de fazer sexo "fora do casamento" é um alerta para a Fifa, torcedores ocidentais e jornalistas que pretendem ir à Copa

por Niko Bolontrin
A Fifa optou ou foi optada pelo Catar como sede da Copa do Mundo de 2022. Ditadura religiosa, o país acende alguns sinais vermelhos aos ocidentais, com leis islâmicas rígidas. Um exemplo; há poucos dias vazou o caso de uma holandesa de 22 anos que foi drogada e estuprada durante sua viagem ao Catar e ao procurar as autoridades e denunciar o crime, foi autuada por "sexo fora do casamento" e condenada a pagar multa. A turista está presa desde março e aguarda ser deportada.
O Catar é acusado de impôr trabalho escravo e condições degradantes aos operários que constroem as instalações e de ter subornado dirigentes para vencer a disputa pela sede do Mundial, além de não ter tradição futebolística.
Em função do calor em junho/julho, a Fifa foi obrigada, a pedido das federações, a mudar a Copa para o mês de novembro/dezembro, pela primeira vez na história.
Relações sexuais, que eles chamam de "ilícitas", uma das práticas mais comuns e festivas entre torcedores de várias nacionalidades durante o evento, podem render cadeia e chibatadas, consumir álcool em público também garante junto com a ressaca uma sessão de flagelação. Blasfêmia dá sete anos de cana. Homossexualidade pode resultar em pena de morte. Mulheres devem evitar vestidos sem mangas, roupas curtas, leggings e homens não devem usar bermudas.
O país permite que ocidentais consumam álcool mas apenas em hotéis cinco estrelas. A Fifa está em negociações para que cerveja seja vendida em "fan fests" e estádios.
Normalmente, os países assumem compromissos de abrir exceções em certas normas internas já que a Copa é um acontecimento cosmopolita. Mas não se imagina que o Catar seja um paraíso liberal em 2022. Daí, será aconselhável que torcedores e torcedoras que forem ver os craques da época levem um "manual de sobrevivência cultural" para não levar bola nas costas.

Jornalistas brasileiros são vítimas de agressão racista por parte de torcedores alemães. Polícia francesa se recusa a agir contra os hooligans neonazistas.

O cinegrafista Oliveira foi agredido
por alemães em Paris.
Reprodução/Band 
por Jean-Paul Lagarride 

Uma equipe da Band foi agredida por torcedores racistas, em Paris. A repórter Sonia Blota e o cinegrafista Fernando Oliveira estavam em frente à Gare du Nord, de onde partem trens que levam Stade de France, quando foram cercados por alemães - esses grupos de torcedores são geralmente gangues de neonazistas - que aos gritos  de "go out niggers" empurraram e chutaram os jornalistas. um deles ainda os ameaçou com uma pedaço de madeira e deu um tapa na cara do cinegrafista. Os repórteres procuraram ainda no local policiais que, na prática, foram coniventes sob a alegação de que não podiam fazer nada já que não havia feridos e que se interviesse poderia iniciar um conflito mais grave.
A repórter Sonia Blota: vitima
de torcedores neonazistas alemães. 

As vítimas não foram atendidas na Gare e se dirigiram a uma delegacia onde levaram quatro horas só para registrar a queixa.

A polícia francesa já está sob a suspeita de promover uma repressão seletiva aos hooligans. torcedores violentos ingleses e alemães que não têm sido alvos de medidas mais rigorosas, embora tenham protagonizado tumultos e cenas como a que atingiu os brasileiros. Até o momento, o alvo principal são os hooligans russos, dezenas deles presos e dois já condenados a dois anos de cadeia. Esses grupos, como os assemelhados que atacam os estádios brasileiros, são formados basicamente por bandidos independentemente das suas nacionalidades. E não podem ser combatidos seletivamente apenas por razões de política e geopolítica. Especula-se que, no momento em que a Inglaterra está às vésperas de decidir sair ou não a União Europeia, as autoridades não querem criar problemas com repercussão diplomática ou na opinião pública britânica.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Portal de jornalismo de dados cobre apuração das eleições do Peru em tempo real. Caso lembra momento histórico do jornalismo brasileiro quando atuação independente da Rádio JB evitou fraude em curso nas eleições do Rio de Janeiro em 1982

(da Redação)
Para quem anda preocupado com os rumos éticos da mídia, vale lembrar que nem tudo está perdido. Profissionalismo e ousadia, além de um 'occupy web", podem ressaltar o papel do jornalismo independente, agora com um poder maior do que representou a imprensa alternativa nos tempos da ditadura.

São muitas as iniciativas que resgatam novas práticas e formas de um jornalismo-cidadão. O blog "Jornalismo nas Américas" destaca hoje a cobertura das recentes eleições do Peru por um portal de jornalismo de dados.  Havia o temor de fraude executada por parte das forças que apoiam o grupo do corrupto Alberto Fujimori, ainda influente apesar de condenado por seus crimes.

O trabalho do portal peruano "Convoca" lembrou, respeitadas as eras tecnológicas, um momento histórico do jornalismo brasileiro. Em 1982, Leonel Brizola era candidato ao governo do Rio de Janeiro. A ditadura escalou Moreira Franco, hoje ministro do governo interino pós-golpe, para enfrentar o gaúcho. Com a participação de grupos de comunicação, foi montado um esquema suspeito. E, no desenrolar da apuração, surgiram indícios de uma jogada destinada a beneficiar o candidato dos militares.

O complô foi desmascarado graças ao profissionalismo e a integridade do saudoso jornalista Procópio Mineiro, da Rádio JB. Ao lado do colega Peri Cota, Mineiro montou uma apuração paralela e independente que conferiu e antecipou totalizações de votos, usando, para isso, dezenas de jornalistas e estagiários que checavam os números dos boletins de cada seção eleitoral e passavam as somas por telefone (fixo, não havia celular, é bom lembrar) ou entradas ao vivo direto para a rádio.

Enquanto isso, jornais e TV ligados ao regime divulgavam uma apuração "oficial" muito mais lenta e baseada em uma estranha matemática que indicava suposto aumento de votos em branco e uma espécie de apropriação dessa tendência pelos percentuais do candidato da ditadura.

O criterioso trabalho da Rádio JB com base nos boletins de cada seção eleitoral mostrou a verdade e desmascarou a mentira. Informado da mutreta, Brizola convocou uma coletiva, para a qual, em uma tática inteligente, chamou exclusivamente correspondentes estrangeiros, e denunciou a iminente fraude. O caso teve repercussão internacional.

Mas foi o ágil trabalho da equipe de Procópio Mineiro na Rádio JB - e a suspeita repercutida, em seguida, pelo Jornal do Brasil em uma série de reportagens -  que se antecipou ao estelionato de votos e melou o esquema.

Brizola foi eleito e Mineiro, sem o saber, tornou-se o pioneiro desse tipo de cobertura eleitoral independente e em tempo real. Trinta e quatro anos depois novas tecnologias, como essa do "Convoca", ampliam e repetem a fórmula. O jornalismo ético, aquele que representa os interesses dos cidadãos, sai ganhando.

 

Portal de jornalismo de dados cobre pela primeira vez em tempo real as eleições presidenciais no Peru

(por Paola Nalverte/HAS/Blog Jornalismo nas Américas)

Com o intuito de garantir um processo mais transparente, o portal peruano de jornalismo de dados Convoca decidiu realizar um projeto para informar em tempo real, a partir  de seu próprio site, os resultados do segundo turno das eleições para presidente realizado em 5 de junho. A organização também criou uma campanha nas redes sociais onde as pessoas poderiam denunciar as irregularidades deste processo.

“Sabíamos que os resultados [do segundo turno eleitoral] seriam apertados; havia muito alarme nas redes sociais (...) por temor de fraude, vinculado ao fujimorismo”, explicou Milagros Salazar Herrera, jornalista peruana e diretora do Convoca, ao Centro Knight para o Jornalismo nas Américas.

É que o possível retorno de Fujimori ao poder, representado por Keiko Fujimori, causou preocupação entre alguns peruanos. Keiko é filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), que foi condenado por atos de corrupção e por crimes contra os direitos humanos, entre outras acusações. Ele também foi acusado de vencer as eleições de 2000 de forma fraudulenta, quando foi eleito presidente pela terceira vez.​

Com estes precedentes, causou alarme a recente conjuntura eleitoral, que estava cheia de controvérsia após algumas denúncias de irregularidades. Por exemplo, um candidato com grande representatividade cidadã, como Julio Guzmán, foi expulso pelo Júri Nacional de Eleições (JNE), um mês antes da votação. No entanto, o partido Força Popular de Keiko continuou na corrida para a presidência, apesar de também ter várias queixas junto ao JNE envolvendo irregularidades durante sua campanha.

LEIA NO BLOG JORNALISMO NAS AMÉRICAS, CLIQUE AQUI


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CONHEÇA O PORTAL "CONVOCA" E ENTENDA PORQUE É UMA BOA IDEIA O JORNALISMO INDEPENDENTE BRASILEIRO ADOTAR ESSA FÓRMULA NAS ELEIÇÕES DESTE ANO E, PRINCIPALMENTE, EM 2018, CLIQUE AQUI



quarta-feira, 15 de junho de 2016

Claudia Cruz arregalou e, finalmente, piscou...

Foto: Reprodução Facebook
A jornalista Barbara Gancia, que foi demitida da Band por se recusar a "pegar leve" com Eduardo Cunha, usou nove closes de olhos arregalados e apenas uma palavra para comentar o indiciamento da Claudia Cruz, mulher do presidente afastado da Câmara, na Lava Jato, além do bloqueio de bens do casal e da aplicação de multa de R$132 mil por não declarar recursos à Receita federal. Claudia, segundo o título do post de Barbara Gancia, finalmente... piscou

Copa América na terra do soccer e a "lei da mordaça" revelada por Dunga antes de deixar o cargo

por Flávio Sépia

A Copa América é o mais antigo campeonato entre seleções ainda ativo. Durante muitos anos, até 1975, foi chamado de Campeonato Sul-Americano e não tinha um país-sede: as equipes se enfrentavam mais ou menos no moldes da atual Libertadores.

E, desde 1993, a Conmebol convida para o torneio duas seleções de fora da América do Sul, até o Japão já fez um participação, além do México, um convidado frequente. Foi para comemorar os 100 anos que os Estados  Unidos se ofereceram como sede dessa edição extra que acaba de despachar o Brasil e que reúne excepcionalmente seleções de todo o continente. A Conmebol topou, mas não sem polêmica. Algumas federações foram contra.

Começa a circular agora uma ideia de ampliar definitivamente a Copa para toda a América. Os Estados Unidos pretenderiam sediar um das próximas. A de 2019 já está marcada para acontecer no Brasil. O Uruguai se posicionou contra essa fórmula que incluiria times do Caribe e Américas Central e do Norte. A Fifa não se manifestou quanto ao tema, mas federações que se opõem a essa ideia apontam a inconsistência do "soccer" no Estados Unidos, a falta de popularidade ainda visível no país (o que prejudica os patrocinadores, já que resulta no espaço relativamente pequeno que a mídia norte-americana dá ao soccer, como na atual Copa Centenário), a falta de uma campeonato nacional de clubes (lá existem inúmeras ligas e cada uma faz seu campeonato), a ausência de divisões normatizadas que legitimem a ascensão e o descenso de clubes por mérito esportivo (os clubes mudam de divisão não por conquistas em campo mas por se "candidatarem" a trocar de ligas, o que precisar ser referendado por uma entidade nacional, e há duas delas) e gramados (muitos usam grama artificial) etc.

Dunga, ainda nos Estados Unidos, pouco antes de deixar o torneio, prestou um serviço ao revelar uma cláusula secreta imposta à Copa América Centenário: uma "lei da mordaça". Dirigentes, treinadores e jogadores das seleções que criticarem a organização da competição estarão sujeitos a altas multas. Mesmo assim, o ex-técnico do Brasil contou que em um dos treinamentos a seleção não teve nem vestiário à disposição para os jogadores trocarem de roupa e tomarem banho. Os jogadores usaram um caminhão para vestir o uniforme de jogo, já que a opção oferecida era inviável, por ser bem distante do estádio. Dunga acrescentou que mais do que isso não podia dizer em função do regulamento. Repórteres do Estadão ouviram fontes da organização da Copa América que confirmaram o item restritivo a alegaram que era para impedir que a competição fosse "denegrida", que reclamassem do gramado e que mostrassem o "lado negativo" do torneio em vez de destacar as "coisas positivas'. A geração de TV também evitou mostrar a maiorias da invasões de campo. Os próprios narradores da Globo se referiam a episódios desse tipo não visualizados. Apenas duas uma cenas envolvendo Messi foram exibidas: uma quando ele descia do ônibus e foi agarrado por uma fã; e outro ao deixar o campo quando foi assediado por um torcedor e, nesse caso, a TV mostrou apenas o "final feliz" quando o argentino pediu calma, afastou os seguranças e deu um abraço no rapaz. Os gringos são mais espertos. Dunga deve ter estranho esse tipo de postura porque aqui no Brasil não precisamos de restrições, somos livres para falar mal e a mídia também. Aliás, no nosso estilo de "vai dar merda" até preferimos a autocomiseração, que o digam a Copa 2014, Olimpíada 2016 etc etc.

Apesar das críticas à ampliação de Copa América, o projeto também recebe muito apoio por quem considera importantíssimo para o futebol a conquista do mercado norte-americano, que está crescendo em função do interesse da população de imigrantes (se Donald Trump não os mandar de volta) e dos seus descendentes. A FIFA tem interesse no desenvolvimento do futebol nas Estados Unidos e no Canadá mas se incomoda com a insistência do norte-americanos em criar regras para tornar o soccer mais palatável na terra do "futebol americano". Os proprietários dos clubes jap fizeram várias tentativas por enquanto infundadas. Quiseram contar o tempo de 90 minutos regressivamente e parando o relógio quando a bola não estivesse rolando. Culturalmente, eles não entende o empate. Daí, bolaram o Shoot-Out. Caso o jogo não definisse um vencedor, um jogador receberia a bola a 35 metros do gol e teria 5 segundos para correr e chutar. Seriam cinco tentativas, tal como nas cobranças de penaltis. Também experimentaram o "gol de ouro", a "morte súbida" para resolver os empates. Muitos torcedores, aqueles que de fato apreciam o jogo na forma em que é o mais praticado em todo o mundo, rejeitaram as mudanças e os norte-americanos pararam de querer refazer as regras do futebol. Ou deram um tempo.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Capas do Meia Hora brasileiro e do AS espanhol estão trolando a seleção brasileira. E o histórico gol "mano de Diós" de Maradona vira agora '"La Mano de Adiós"...






Anúncio é banido do metrô de Londres para não provocar vergonha alheia...


por Clara S. Britto
Depois do outdoor da modelo brasileira Adriana Lima, de biquini, provocar polêmica na Alemanha, um cartaz de publicidade instalado no metrô de Londres, às vésperas do início do verão europeu, causa agito na cidade. É o que diz a BBC.
Segundo o novo prefeito, Sadiq Khan, de origem muçulmana, anúncios que "pressionem as pessoas a ter um corpo "que não corresponde à realidade" ou é "insalubre" serão banidos do transporte público. O prefeito também pede às agências que procurem refletir nos anúncios a diversidade de Londres. A decisão do prefeito se ampara em uma petição assinada por mais de 70 mil pessoa pedindo o cancelamento da campanha que vende produtos para emagrecimento.
No cartaz, a pergunta que muitas pessoas consideraram ofensiva: "você já está com seu corpo de praia pronto?". Uma questão que, segundo os críticos, pode fazer as mulheres sentirem vergonha dos seus próprios corpos.

A seleção triste



por Flávio Sépia 

Está difícil voltar a inflar a bola murcha da seleção. Dunga - agora pendurado no paredão, quase sem a escada - tentou investir em jogadores que não participaram do trágico sete-a-um.  Ontem, contra o Peru, assim como ao enfrentar o Equador (Jamaica não valeu), o time mostrou inicialmente algum avanço, boa movimentação, toques rápidos, mas apenas nos respectivos primeiros tempos de ambas as partidas. E, mesmo assim, com falhas repetitivas no penúltimo passe ou no chute a gol. No segundo tempo dos dois jogos, caiu o padrão de jogo ou as jogadas se repetiram monotonamente, sem mais surpreender o adversário.

O Peru ganhou ontem com um gol de mão, claramente. Mas, se o Brasil tivesse se classificado com um mero empate, isso também seria um vexame.

Se bem que um empate teria poupado o torcedor de assistir àqueles minutos pós-gol do Peru, quando a seleção perdeu-se em campo e lembrou muito o apagão do fatídico sete-a-um.

Em plena campanha das Eliminatórias, onde já não está confortável, a seleção corre o risco de ter que começar tudo do zero. Caso o Dunga caia, quem virá? Saldanha, para chamar as "feras", não há mais. E qualquer outro treinador sem o básico, o tempo para treinar, terá dificuldades em tirar o time do atoleiro que vai enfrentar na estrada para a Rússia 2018.

Outro dia, uma matéria de jornal falava que a seleção tem um "motivador". Fico imaginando, o mesmo e saudoso Saldanha acharia de jogadores que precisam de "motivadores". Caramba, se jogar na seleção não for um motivo forte o suficiente, "motivador" algum vai dar um jeito nessa depressão. Se vários jogadores dessas novas gerações já apelam pra fé quando entram em campo e nada disso tem funcionado, como um mortal comum vai consertar o caos? Tá difícil.

Recorrer ao além ou a "fazedores de cabeça" talvez seja reflexo de um um fato real, este sim, ainda mais preocupante. Muitos dos jovens jogadores brasileiros estão bem nos seus clubes europeus. Bons contratos, títulos, reconhecimento, boas atuações, boa estrutura etc. Convenhamos: para eles, vir dos seus clubes, onde sofrem as críticas e pressões normais, para cair direto no sufoco e na instabilidade da seleção brasileira, atualmente, é como trocar um resort na Riviera por aldeia na Síria.

A mensagem irada que Neymar enviou aos jogadores é um indício desse estado de ânimo. A seleção parece ter se tornado um peso, um fardo. Ao mesmo tempo, é a vitrine que tem sistematicamente mostrado que os jovens craques que atuam em clubes milionários da Europa têm seus dias de vexame. Acho que não tem ninguém feliz com isso.

Em meio a tudo , estranho uma coisa: a Argentina, com ótima geração de jogadores nos últimos anos, não ganhou títulos (é forte candidata a ficar com o caneco dessa Copa América Centenário), mas os hermanos demonstram mais vontade e aparentam ter mais prazer em entrar em campo. Até Messi, que até a Copa de 2014 era visto por muitos torcedores argentinos como não muito vibrante ao vestir a camisa da sua lendária seleção, está se divertindo, e divertindo a audiência, com suas fantásticas exibições.

Na mensagem,o próprio Neymar diz que "ninguém sabe o que vocês sofrem". Se os caras "sofrem" para estar ali, sabe quando vai dar certo? Nunca. Neymar também fala em "orgulho". Acho isso meio "patriótico" demais.

Preferia que os jogadores voltassem a demonstrar o prazer e a alegria de jogar, que tem mais a ver com a arte da bola. Claro que não depende só deles. Só que a atual seleção nem orgulhosa é. Parece apenas triste.

Carta aberta a Dilma Rousseff - Por Mino Carta (e veja o vídeo que aponta o plebiscito como saída para a crise)

por Mino Carta (para a Carta Capital)

Escreve um velho jornalista, antes otimista na ação do que cético no pensamento

Prezada presidenta,
Nesta hora gravíssima, e tão dolorosa para um velho praticante do jornalismo, honesto porque verdadeiro, permito-me escrever-lhe, movido por aquele que enxergo como o interesse do Brasil. Deixa-me à vontade ter CartaCapital apoiado sua candidatura em 2010 e 2014, embora não a tenha poupado de críticas, amiúde contundentes, durante seu primeiro mandato e mais ainda no breve cumprimento do segundo, ignominiosamente interrompido pela manobra golpista urdida à sombra da casa-grande.

Inspira-me a possibilidade da reversão do primeiro resultado da votação do impeachment pelo Senado. Haverá quem diga ser chance remota, entretanto existe a ponto de levar a admiti-la o American Quarterly, importante publicação norte-americana próxima ao Departamento de Estado. E bem imaginamos o quanto desagradaria a Washington um retorno petista.

Chego ao busillis, como dizia um meu professor de latim: caso o destino a favoreça, a senhora ganhará a oportunidade de colocar o País na rota certa. Não disse recolocar, e explico. Perdoe a ousadia da proposta e a imponência das palavras: trata-se de aprimorar a ideia de refundar o Brasil, ao reconhecer a debacle geral, a derrota de todos nesta monstruosa refrega que nos pune sem exceção e nos reserva o caos final.

Não me refiro ao já desfraldado desastre do governo interino do seu pomposo vice, soberano apenas no uso da mesóclise. Governo desastrado até aos  olhos de Congresso disposto a rasgar a Constituição de 1988, a sacramentar o enterro dos modestos avanços sociais conseguidos nos últimos 13 anos e de embarcar na aventura golpista comandada por um bando de corruptos. Está aí, talvez, a razão pela qual um ou outro senador poderia rever seu voto, sem deixar de combinar a responsabilidade moral com a conveniência política.

Sejamos claros. O Brasil foi escalado pela natureza para ser um paraíso terrestre, como disse Amerigo Vespucci ao adentrar a Baía de Guanabara faz 515 anos. Dissera um ano antes Caminha: aqui tudo “em se plantando dá”. Não vamos nos fazer de desentendidos: o patrimônio, felizmente ainda em boa parte intocado, foi esbanjado por quem mandou, voltado exclusivamente para a satisfação das suas vontades.

LEIA O TEXTO COMPLETO NA CARTA CAPITAL, CLIQUE AQUI



Mino Carta é o último dos grandes revisteiros ainda em ação.Criou e dirigiu publicações como Quatro Rodas, Jornal da Tarde, Veja e Istoé. Atualmente na Carta Capital, ele, neste vídeo, apresenta a edição da revista, cuja capa defende  um plebiscito como saída para a atual crise, e fala sobre o impasse político. 
Veja o vídeo-  Clique AQUI

Terror em Orlando - Fanatismo, homofobia e acesso fácil a armas: o mix sangrento da tragédia...

por Flávio Sépia
Em comunicado sobre o ataque que deixou 50 mortos em uma boate gay de Orlando, na Flórida, Barack Obama definiu o ato como de "terror e ódio". Mas não deixou de fazer uma referência às leis liberais que ativam a ampla circulação de armas nos Estados Unidos.

As primeiras investigações indicam que o atirador Omar Mateen, cidadão norte-americano muçulmano de família afegã, usou um fuzil AR-15 e uma arma leve, provavelmente uma pistola. Ele possuía duas licenças para armas. O Daesh assumiu a autoria do atentado, mas ainda não há confirmação se apenas estão explorando o triste episódio com intenção promocional ou se realmente Matteen foi o instrumento terrorista, o chamado "lobo solitário" instigado ao ataque.

O canal WFTV, da ABC, pôs no ar mensagens das vítimas. Pelo menos dois jovens que correram para o banheiro após o início do tiroteio teclaram recados para as famílias antes que o terrorista os fuzilasse.


Reproduções
Os três elementos citados no título deste post estão presentes no fato. Matteen, que foi morto pela polícia, era, segundo o pai, extremamente homofóbico. A estratégia do "lobo solitário" - quando o terror recruta e adota, geralmente a partir da pregação religiosa e de promessas místicas,  um elemento quase sempre acima de suspeita e residente legal no país-alvo e delega missões suicidas - encontra campo fértil nos Estados Unidos em função da facilidade de acesso a armas de combate. Mas nenhum país está a salvo desse tipo de agressão.  Ainda sobre os três itens do - fanatismo, homofobia e legislação favorável à ampliação do acesso a armas -, o Brasil já dispõe de pelo menos duas dessas condições. A homofobia, aqui, gera agressões quase diárias como os jornais registram, já provocou assassinatos e é claramente incentivada publicamente por certos grupos religiosos ou gangues de inspiração neonazista. Paradoxalmente, gera poucos processe e raríssimas prisões. Falta a facilitação do acesso a armas. Ou melhor, faltava. No embalo da conquista de apoio parlamentar para a queda de Dilma Rousseff, a estratégia dos golpístas incluiu favorecimento a projetos da chamada "bancada da bala" formada por políticos interessado em "flexibilizar" o Estatuto do Desarmamento e ampliar o acesso da população a armas.
Enquanto você lê essas linhas, o projeto está lá tramitando rumo a futuras tragédias.
Na nota oficial, Obama recomendou: "Não vamos nos render ao medo e nos virarmos uns contra os outros". O recado é para Donald Trump, ele próprio um "terrorista verbal", o pré-candidato à Casa Branca, que certamente vai tirar partido do atentado como alavanca para levantar apoios eleitorais para suas ideias radicais, que só farão bombar ainda mais a intolerância.

domingo, 12 de junho de 2016

Nova campanha da grife Versace provoca polêmica racial...


por Clara S. Britto
A nova campanha da Versace está dando o que falar nas redes sociais. A ideia da marca, segundo o New York Times, foi mostrar "pessoas comuns da cidade", "mães poderosas", "mulheres executivas", em "famílias interraciais". Só que muita gente interpretou o destaque dado à mulher branca como um sinal de que "marido" negro e as crianças estavam em posição subalterna. A campanha outono/inverno 2016 mostra as modelos Gigi Hadid e Karlie Kloss fotografadas por Bruce Weber nas ruas de Chicago. Os negros que aparecem na campanha não são modelos profissionais mas  pessoas "comuns" da vida urbana, diz o fotógrafo. A escolha de Chicago como cenário para as fotos também foi questionada. Segundo internautas, a cidade é uma das mais violentas cidades dos Estados Unidos e onde a minoria sofre brutalidade policial e a campanha "vende" a ideia de que está tudo bem. A marca se defende via declaração de Donatela Versace: "Eu queria mostrar que a mulher é uma super estrela, e dona do próprio negócio e também chefe de uma família".

O tempo passa, os hooligans, não. Ontem, ingleses e russos se enfrentaram em Marselha. Há dez anos, em Colônia, a batalha foi entre suecos, ingleses e alemães




por José Esmeraldo Gonçalves

Algumas ruas de Marselha se transformaram ontem e na véspera do jogo Inglaterra 1 X 1 Rússia em uma praça de guerra. Antes e depois do jogo válido pela Eurocopa 2016, hooligans dos dois países e a polícia se enfrentaram nas ruas da cidade.
Segundo as imagens da TV francesa, o quadro era de ruelas embaçadas por gás lacrimogêneo, torcedores presos e feridos, um deles em estado grave, cadeiras e mesas quebradas lançadas nas ruas.
Os ingleses, que eram maioria em Marselha, invadiram restaurantes e jogaram garrafas de cerveja para o alto. Segundo a polícia londrina, há na Inglaterra cerca de 70 gangues de hooligans, com nomes belicosos como Suicide Squad, Blazing Squad e Red Army, como convém ao significado da palavra (vândalo) . Na Rússia, com menos grupos, as torcidas de briga atendem pelos nomes de Ultras, Gladiadores, entre outros, igualmente sugestivos.
A UEFA promete providências e, no que lhe compete - o ambiente interno dos estádios -, abriu investigação sobre a torcida russa, que teria lançado sinalizadores sobre os ingleses nas arquibancadas. Fora dos estádios, o trabalho fica por conta da polícia que, além da intensa vigilância contra as ameaças terroristas, deve se preocupar com o quebra-quebra dos hooligans. E as autoridades francesas sabem como isso pode acabar mal: em 1998, durante a Copa do Mundo, torcedores ingleses assassinaram um policial.
Em 2006, na Copa da Alemanha, houve conflitos entre hooligans ingleses e suecos que ocuparam Colônia. As hordas chegaram à cidade dois dias antes do jogo.

O caos em Colônia, em 2006. Reprodução

A polícia alemã, que já os esperava - na época, vários torcedores fichados foram impedidos de entrar no país -, dividiu o centro da cidade em zonas e montou cordões de isolamento para manter suecos e ingleses afastados. Com cada grupo no seu terreiro, eles bebiam dia e noite. As ruas e praças da cidade eram o escoadouro da cerveja processada em quantidades hospitalares e que nem bexiga de hooligan pode guardar por muito tempo. Até o dia do jogo, os danos eram mais sanitários.

Colônia, 2006, a torcida às margens do Reno. Foto J.E.Gonçalves


Suecos fecham ponte em junho de 2006, em Colônia. Foto J.E.Gonçalves
Havia uns 200 mil torcedores em Colônia, de várias nacionalidades. Pouco mais de 30 mil ingleses e 10 mil suecos foram ao estádio ver o jogo. A maioria ficou nas imediações da Catedral, na margem direita do Reno, ou no Fan Fest da Heumarkt e Roncalliplatz, onde imensos telões mostravam os jogos. Houve alguns conflitos perto de hotéis, mas as brigas se intensificaram depois do jogo, que acabou em 2X2, com a policia agindo mais forte.
Ontem, em Marselha, torcedores com a bandeira nazista.
Reprodução

E o pau comeu não apenas entre ingleses e suecos. Hooligans alemães provocavam os ingleses, que respondiam fazendo alusões à derrota nazista na Segunda Guerra. E aí os ânimos esquentavam ainda mais. Não sei quantos foram presos, mas os homens da lei passaram por mim conduzindo filas de torcedores de mãos dadas rumo ao distrito ou seja lá que nome tivesse a delegacia local. Os torcedores, como as nossas "organizadas", carregavam bandeiras. Menos como empolgação patriótica e mais pela intenção de usar o mastro como porrete. Naquele junho, há dez anos, não vi bandeiras nazistas.

Ontem, em Marselha, a suástica deu as caras. Sinal dos tempos?

sábado, 11 de junho de 2016

Os nerds também amam. Veja como...

Uma matéria do site Distractfy dá um exemplo de como os nerds entram no complicado terreno do amor sem perder a nerdice. A namorada de um deles - ela, pelo jeito, anda meio carente -, postou sua declaração no Snapchat na esperança de que o garoto deixasse de lado seus gadgets e prestasse atenção na vida. Dá uma olhada:
"Todos esses coolers mas eu ainda sou muito quente para você"

"Toda essa memória ram mas eu ainda sou muito devagar para você"

"Todos esses processadores mas você continua não processando que eu te amo".

VEJA A MATÉRIA COMPLETA NO DISTRACTFY, CLIQUE AQUI

"Fora Temer": povo protesta contra o golpe e denuncia tentativas neoliberais de retrocesso nas áreas sociais: da previdência à saúde, do meio ambiente à habitação...

SÃO PAULO




São Paulo. Fotos de Ricardo Stuckert/Instituto Lula e Paulo Pinto/agência PT

BRASÍLIA







Brasília. Foto de  Valter Campanato/Agência Brasil



RIO







Fotos de Fernando Frazão/Agência Brasil
Milhares de brasileiros foram às ruas, ontem, em 24 estados para protestar contra o golpe e gritar 'Fora Temer". Em faixas e cartazes, as multidões denunciaram as políticas que pretendem fazer retroceder o quadro social dos últimos anos nas áreas de previdência, saúde, educação e habitação, entre outras. O desmonte anunciado ultrapassa até mesmo medidas implantadas na última década em casos como os de políticas ambientais, agrárias e de demarcação de terras indígenas. Enquanto o mundo começa a questionar os resultados do neoliberalismo, que favoreceu apenas o mercado financeiro, o governo pós-golpe prioriza um política econômica ditada por especuladores.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Gervásio Baptista visita o Palácio do Planalto e faz a crise rir...

Gervásio Baptista; emoção e...

...bom humor na visita do decano da fotografia, aos 94 anos, ao Palácio do Planalto, onde foi recebido pelo presidente interino. Fotos: Beto Barata/PR

Às vésperas de completar 94 anos, no dia 19 de junho, o fotógrafo Gervásio Baptista dava uma entrevista à TV Senado, na manhã de hoje, quando foi chamado ao Palácio do Planalto para um encontro fora da agenda com o interino Michel Temer. Gervásio é um habitué mais legítimo e uma testemunha mais íntegra da história política do Brasil do que muitos presidentes.

Pelas suas lentes já passaram Getúlio Vargas, Juscelino Kubistchek, João Goulart, o quarteto de ditadores militares, além de Tancredo Neves,  José Sarney (período em que foi fotógrafo oficial da Presidência), Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma. Para citar alguns gringos, John Kennedy, Fidel Castro e De Gaulle também posaram para o velho baiano.

A maioria passou ou vai passar. Gervásio ficou. É o decano da fotografia brasileira e uma lenda da Manchete.

Para a extinta revista, ele cobriu desde concursos de misses e Copas do Mundo à Guerra do Vietnã; da queda de Perón à Revolução dos Cravos; da Revolução Cubana ao golpe de 1964. É dele a última foto de Tancredo Neves, é dele a mais marcante foto de JK, a que mostra o presidente, cartola à mão, saudando a inauguração de Brasília e que foi capa da Manchete.

Por tudo isso, nesses tempos de crises e jogo político, o Planalto ganhou mais dignidade com a visita de Gervásio Batista. E bom humor também. Que este é uma das marcas do querido fotógrafo.