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segunda-feira, 13 de junho de 2016

Terror em Orlando - Fanatismo, homofobia e acesso fácil a armas: o mix sangrento da tragédia...

por Flávio Sépia
Em comunicado sobre o ataque que deixou 50 mortos em uma boate gay de Orlando, na Flórida, Barack Obama definiu o ato como de "terror e ódio". Mas não deixou de fazer uma referência às leis liberais que ativam a ampla circulação de armas nos Estados Unidos.

As primeiras investigações indicam que o atirador Omar Mateen, cidadão norte-americano muçulmano de família afegã, usou um fuzil AR-15 e uma arma leve, provavelmente uma pistola. Ele possuía duas licenças para armas. O Daesh assumiu a autoria do atentado, mas ainda não há confirmação se apenas estão explorando o triste episódio com intenção promocional ou se realmente Matteen foi o instrumento terrorista, o chamado "lobo solitário" instigado ao ataque.

O canal WFTV, da ABC, pôs no ar mensagens das vítimas. Pelo menos dois jovens que correram para o banheiro após o início do tiroteio teclaram recados para as famílias antes que o terrorista os fuzilasse.


Reproduções
Os três elementos citados no título deste post estão presentes no fato. Matteen, que foi morto pela polícia, era, segundo o pai, extremamente homofóbico. A estratégia do "lobo solitário" - quando o terror recruta e adota, geralmente a partir da pregação religiosa e de promessas místicas,  um elemento quase sempre acima de suspeita e residente legal no país-alvo e delega missões suicidas - encontra campo fértil nos Estados Unidos em função da facilidade de acesso a armas de combate. Mas nenhum país está a salvo desse tipo de agressão.  Ainda sobre os três itens do - fanatismo, homofobia e legislação favorável à ampliação do acesso a armas -, o Brasil já dispõe de pelo menos duas dessas condições. A homofobia, aqui, gera agressões quase diárias como os jornais registram, já provocou assassinatos e é claramente incentivada publicamente por certos grupos religiosos ou gangues de inspiração neonazista. Paradoxalmente, gera poucos processe e raríssimas prisões. Falta a facilitação do acesso a armas. Ou melhor, faltava. No embalo da conquista de apoio parlamentar para a queda de Dilma Rousseff, a estratégia dos golpístas incluiu favorecimento a projetos da chamada "bancada da bala" formada por políticos interessado em "flexibilizar" o Estatuto do Desarmamento e ampliar o acesso da população a armas.
Enquanto você lê essas linhas, o projeto está lá tramitando rumo a futuras tragédias.
Na nota oficial, Obama recomendou: "Não vamos nos render ao medo e nos virarmos uns contra os outros". O recado é para Donald Trump, ele próprio um "terrorista verbal", o pré-candidato à Casa Branca, que certamente vai tirar partido do atentado como alavanca para levantar apoios eleitorais para suas ideias radicais, que só farão bombar ainda mais a intolerância.