sexta-feira, 10 de junho de 2016

Universidade Federal do Paraná homenageia Daisy Benvenutti, ex-correspondente da Manchete na Itália e primeira aluna a se formar em Economia pela UFPR

Daisy Benvenutti. Foto de Samira Chami Neves/UFPR
Daisy Benvenutti; homenagem na UFPR. Foto de Samira Chami Neves




Daisy Benvenutti com a equipe da Desfile,em Veneza. A revista produzia especial de moda na cidade italiana.




A jornalista e economista Daisy Benvenutti, ex-correspondente na Itália da Manchete, Desfile e demais revistas da extinta Bloch Editores, foi homenageada pelo Coletivo Feminista, em evento realizado no dia 8 de junho, no Setor de Sociais da UFPR, como a primeira aluna a se formar em Economia, em 1953, pela Universidade Federal do Paraná.
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Assembleia de greve dos jornalistas de ‘O Dia’ e ‘Meia Hora’ será nesta terça-feira (14/06), às 15h

(do site do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro)

Participe da assembleia dos jornalistas de ‘O Dia’ e ‘Meia Hora’ para discutir os próximos passos e estratégias de mobilização da greve na Ejesa, que já dura 20 dias. A assembleia será nesta terça-feira (14/06), às 15h, no restaurante Miguelito (Rua dos Inválidos 204, Lapa).

O encontro da última terça-feira teve que ser transferido para o restaurante Miguelito por conta do fechamento imprevisto do restaurante Enchendo Linguiça – local onde a assembleia seria realizada anteriormente, e que constava no edital. Durante a assembleia, os jornalistas decidiram manter a greve com paralisações diárias à tarde na porta de jornal e deliberaram pelo envio de uma carta à direção da empresa pedindo a retomada do diálogo com os trabalhadores.

A realização da greve foi um verdadeiro ato de coragem dos jornalistas de ‘O Dia’ e ‘Meia Hora’ contra o descaso da empresa com o pagamento dos salários em dia – incluindo aí o 13º – e o cumprimento de direitos básicos, como o plano de saúde, o tíquete refeição e os depósitos de FGTS e INSS. Em 20 dias de pressão dos trabalhadores, com paralisações diárias na porta da empresa, a Ejesa pagou o salário atrasado de março, mas ainda não regularizou os de abril e de maio. Ainda há muita luta no horizonte.

Além de obstruir os escassos canais de diálogo com a comissão de redação e o Sindicato, a empresa demitiu ilegalmente uma dezena de jornalistas na semana passada – ferindo um princípio básico da lei de greve. A ilegalidade resultará em ações judiciais de reintegração (em que o trabalhador poderá retornar ao emprego e ainda receber o salário e os benefícios do período em que esteve afastado) e de indenização por danos morais.

Além de um passo importante para a luta dos jornalistas de ‘O Dia’ e ‘Meia Hora’ por seus direitos, a greve foi uma medida necessária para reduzir danos aos trabalhadores no cenário caótico em que se encontram as redações da Ejesa. É hora de intensificar a mobilização e a pressão sobre a empresa até que todos os salários, direitos e benefícios sejam regularizados.

Fonte: SJPMRJ

Procura-se o diretor de arte que sumiu com a perna esquerda de uma famosa atriz...


O seriado Pretty Little Liars, exibido no Brasil pela TNT Series, acaba de divulgar seu poster da nova temporada. Só tem um probleminha: Sasha Pieterse, a esquerda, ficou com apenas uma perna. O diretor de arte acionou a motosserra do photoshop e sumiu com a perna esquerda da garota.

Mobile View: nova tecnologia integra o digital ao impresso nas revistas da Abril...

por Ed Sá 
O Mobile View é a novidade da Abril para potencializar a interação entre as revistas da editora e os leitores.
A tecnologia permite que o usuário aponte a câmera do celular ou do tablet para a página e seja conduzido diretamente para o conteúdo digital exclusivo da publicação onde verá vídeos, galerias de fotos, gráficos etc.
A novidade acaba de estrear na Veja e nas próximas semanas chegará a Exame, Claudia, Estilo, Vip entre outros títulos.

Polêmicas na Alemanha: Uma brasileira acorda libidos em Munique e jogadoras alemãs tiram a roupa em Verl...

Reprodução/Twitter

por Clara S. Britto
A Europa tem muito com que se preocupar, da crise econômica e o desemprego até `a onda descontrolada de imigrantes, mas, nos últimos dias, a rede social registrou que facções moralistas do Velho Continente se incomodaram com, algo muito mais banal: um outdoor. Não se fala em outra coisa nos porões conservadores de Munique - onde Hitler já conspirou um dia - a não ser em um cartaz publicitário estrelado pela modelo brasileira Adriana Lima.  Segundo o jornal Süddeutsche Zeitung, a campanha publicitária da marca italiana Calzedonia está provocando polêmica. Já há até políticos denunciando  o outdoor como um "mau exemplo paras as jovens". Eu, hein?

Enquanto isso...
...Jogadoras alemãs mais liberais tiraram a roupa para comemorar a vitória em um torneio sub-19 de handebol na cidade de Verl. O time do Frederiksberg IF posou leve, solto e campeão ainda no vestiário e compartilhou a foto na rede social.
Reprodução


Memórias das redações - Conheça o site "FotoColeguinhas", de André Dusek, fotógrafo que trabalhou em Manchete e Fatos & Fotos


Reproduções do site FotoColeguinhas

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FMI admite que neoliberalismo é um fracasso




por Benjamin Dangl (para a Carta Maior)

Na semana passada, um departamento de investigação do Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou um informe no qual admite que o neoliberalismo é um fracasso.

O informe, cujo título é Neoliberalism: Oversold? (neoliberalismo: méritos exagerados?), é um sinal para que se abra uma esperança sobre a possível morte dessa ideologia.

O FMI está atrasado em apenas uns 40 anos. A jornalista canadense Naomi Klein escreveu um irônico comentário sobre o informe em seu twitter: “Então, os multimilionários criados (pelo neoliberalismo) devolverão o dinheiro, não é assim?”.

Muitas das descobertas do informe que atinge centro da ideologia neoliberal fazem eco ao que os seus críticos e vítimas vêm criticando há várias décadas.


“No lugar de promover o crescimento”, segundo o informe, “as políticas de austeridade impulsadas a partir das ideias neoliberais acabaram somente reduzindo as regulações, para limitar o movimento de capitais, o que, de fato, fez com que e aumentasse a desigualdade”.

Essa desigualdade “poderia por si só debilitar o crescimento…”. Portanto, segundo o informe, “os responsáveis políticos deveriam estar muito mais abertos à redistribuição (da riqueza) do que de fato estão”.

Entretanto, o informe omite alguns aspectos notáveis da história e do impacto do neoliberalismo.

O FMI sugere que o neoliberalismo foi um fracasso, mas que funcionou muito bem para 1% da população mundial, algo que sempre foi o propósito do FMI e do Banco Mundial.

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Juízes e promotores processam repórteres da Gazeta do Povo. Entidades opinam que ações configuram assédio judicial ao jornal




Repercute até internacionalmente a ação de juízes do Paraná contra cinco repórteres do jornal A Gazeta do Povo. Os magistrados se incomodaram com reportagens que denunciaram remunerações que ultrapassavam em mais de 20% o teto constitucional de R$30.417, 10..
As ações seguem uma tática que a Igreja Universal adotou há algum tempo ao processar jornalistas. Em uma espécie de logística processual, os juízes deram entrada na reclamação em diferentes cidades. São mais de 30 processos, o que obriga os repórteres a se deslocarem com frequência para dezenas de audiências, às vezes em datas quase coincidentes. Segundo a Gazeta, as reportagens tiveram como base informações públicas disponíveis do Portal da Transparência. O site Comunique-se revela que os repórteres pediram que o caso fosse levado ao STF já que os juízes e promotores locais que vão julgá-lo são parte interessada no processo, mas a ministra Rosa Weber negou  tal recurso. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) vê o caso como de assédio judicial ao jornal. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) apoia a Gazeta e os jornalistas intimidados. A Federação Nacional dos Jornalistas repudia o atentado à liberdade de imprensa e denuncia o constrangimento aos jornalistas.

Do Knight Center: WhatsApp cancela contas do jornal Extra

Fábio Gusmão, editor on line do Extra.
Foto reproduzida do Knight Center
por Heloisa Aruth Sturm (do Knight Center) 

O jornal Extra, do Rio de Janeiro, é conhecido internacionalmente como um pioneiro no uso de plataformas digitais de messagens, principalmente o WhatsApp, em sua comunicação  com milhares de leitores. Mais de 70 mil usuários do WhatsApp e leitores do Extra, no entanto, foram prejudicados pelo súbito cancelamento de contas do jornal porque os robots da plataforma de mensagens as identificam como possível spam, de acordo com o jornal.

Há duas semanas, a conta usada pelo jornal foi bloqueada pela quarta vez e, nesta segunda-feira, 6, o novo número divulgado há apenas quatro dias foi banido pelo aplicativo, afirmou Fábio Gusmão, editor online do Extra, em entrevista ao blog do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas.
“O mais triste é que quando tem bloqueio por algum juiz, o CEO do WhatsApp faz um discurso liberátrio dizendo que são 100 milhões de brasileiros punidos. Mas e os meus 70 mil que são cadastrados e nos procuram? E as pessoas que estão agora neste momento sofrendo com abuso policial e nao têm canal pra falar com a gente?”, afirmou Gusmão.

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Atualização em 11/6 - O Extra informou ontem à tarde que sua conta no WhatsApp foi desbloqueada. Os leitores já podem voltar a enviar fotos, vídeos e áudios.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Cantor Biel assedia repórter do portal IG e a revista Todateen tem que explicar às leitoras porque botou o funkeiro na capa...

Revista teve que explicar aos leitores porque pôs na capa
um cantor acusado de assediar uma repórter do IG. Segundo a editora da Todateen, a edição foi fechada
há várias semanas, antes da polêmica.
por Clara S. Britto
Nos últimos dias tem repercutido nas redes sociais uma denúncia de assédio sofrido por uma repórter do portal IG. A jornalista deu queixa à polícia após ter sido alvo de comentários e convites por parte do funkeiro Biel durante uma entrevista. O cantor a chamou de "gostosinha", além de revelar à jornalistas o que gostaria de fazer com ela: "Menina, se eu te pego, te quebro no meio".
Depois de receber milhares de críticas na web (tem também machistas que o defendem), Biel já prova algumas consequências do seu ato. A TV Globo suspendeu convite ao funkeiro para participações em programas, teria retirado da trilha sonora de uma novela um das músicas dele, até que a situação se esclareça totalmente, e a revista Todateen se justificou junto às leitoras porque a capa da edição que chegou às bancas é o Biel. A editora explica que a edição foi fechada há várias semanas, bem antes da polêmica.

terça-feira, 7 de junho de 2016

Em comercial, Daniella Cicarelli ironiza os próprios "rótulos"...


por Clara S. Britto
Não deu certo como modelo, não deu certo como atriz, teve um casamento relâmpago com um ídolo mundial, ficou na geladeira e sumiu. São vários os "rótulos" pregados na imagem de Daniella Cicarelli. Este é o conceito, ou o texto reverso, de um comercial que a Cicarelli fez para a Nextel. O vídeo tem repercutido nas redes sociais. Há quem interprete a expressão "geladeira" também como uma leve estocada no ex-jogador Ronaldo, com quem ela se casou em um castelo, na França. Foi há mais de dez anos e o casamento durou 86 dias. Cicarelli também foi protagonista de um vídeo célebre e polêmico feito por um paparazzo espanhol, mas o comercial não invade essa praia. Por tudo isso, mais a carreira de apresentadora interrompida na TV, ela é a estrela do filme cujo tema são os "rótulos que não definem". A Nextel pretende, com a campanha "Tá nas suas mãos" (da agência LDC), fazer um paralelo entre os "rotulados" e sua própria imagem pública, ainda confundida com operadora que fornece apenas serviços de rádio.
O texto é inteligente e Daniella Cicarelli convence no seu surto cênico de "sinceridade".
VEJA  O VÍDEO, CLIQUE AQUI

domingo, 5 de junho de 2016

Mais de 50 anos depois do suspeito fim do bondes, o Rio recebe o VLT...

Foto de Fernando Frazão/Agência Brasil

Foto de Fernando Frazão/Agência Brasil

Foto de Fernando Frazão/Agência Brasil


Foto de Fernando Frazão/Agência Brasil

Foto: J.P.Engelbrecht/ Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro


A primeira linha do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) que circula pelo Centro do Rio de Janeiro entrou em operação hoje, parcialmente, com apenas oito estações abertas e ainda sob horários restritos.
A inauguração da obra realizada pelo prefeito Eduardo Paes e que é um dos legados da Rio 2016 aconteceu neste domingo com direito a samba de Marquinhos de Oswaldo Cruz e atraiu cariocas de várias gerações, incluindo testemunhas do fim dos velhos bondes na cidade, nos anos 60. O Rio tinha, então, uma das maiores malhas ferroviárias urbanas do mundo. Uma canetada acabou com o sistema. O processo autoritário de extinção dos bondes correu sob suspeitas de corrupção, envolvendo interesses privados. O sistema foi substituído por contratos de compra de caríssimos ônibus elétricos que posteriormente  também foram retirados de circulação. A mesma decisão, que foi, além de tudo, burra (várias capitais da Europa modernizaram seus sistemas de bonde em vez de extingui-los) se repetiu com idêntica suspeição nas demais capitais brasileiras, com a desastrada e certamente lucrativa, para alguns, substituição por troleibus que, na maioria, não duraram muito.
Mais de 50 anos depois, o carioca volta a ter transporte sob trilhos nas ruas do Centro da cidade.


Plateia aplaude um "Fora Temer" no Programa do Jô


Aferir a popularidade do sem-voto Michel Temer é difícil já que o Ibope, geralmente sob encomenda do dinheiro público das confederações, e o Datafolha, por ter perdido o interesse, pararam de divulgar pesquisas a cada minuto como faziam na fase da conspiração do golpe sobre a popularidade de Dilma Rouseff. Mas as últimas pesquisas realizadas em abril e anteriores ao golpe dizem que se fosse candidato a presidente em eleições diretas Temer teria 1% ou 2% dos votos. Se for considerada a margem de erro de 3%, ele teria índice negativo e ficaria devendo voto ao eleitor brasileiro.
O indício mais recente de que o presidente do golpe é uma figura insignificante deu-se no programa do Jô Soares. Após ser entrevistado, o ator Guilherme Weber mandou um "fora Temer" e foi aplaudido pela plateia.
Veja o vídeo, clique AQUI

Delatores já são figuras obsoletas. Basta acessar a "nuvem": os dados estão todos lá... É só apontar o mouse-duro

por Omelete
O Brasil vive uma era de exaltação ao dedo-duro. No caso, cúmplices que livram a cara e ainda, pelos acordos, receberão milhões referentes a um percentual recuperado do total que ajudaram a desviar.

Sem entrar no mérito, ou demérito, caso a caso, a verdade é que a figura do 'cagueta' virou moda agora mas é frequente na história e no comportamento da brasileirada. Calabar, aliado dos portugueses, achou que Maurício de Nassau e a Companhia das Indias Ocidentais desembarcaram em Recife com mais grana do que os patrícios, com jeitão de quem vinha pra ficar, e passou a dar informações aos gringos. Deu-se mal porque portugueses, índios e negros se juntaram em Guararapes e botaram os holandeses pra correr.
E Calabar foi ser X-9 no céu.

Na Torre do Tombo, em Lisboa, há cartas que denunciam à corte mutretas de donatários nos tempos coloniais. A sangrenta Inquisição também montou uma vasta rede de delatores, que abasteceu de "hereges" prisões, salas de tortura e forcas, inclusive do Brasil Colônia. A delação institucionalizada sempre se ampara em "boas causas". No caso da Inquisição, matava-se e esquartejava-se em nome de Deus. Quer motivo maior?

A Bocca della Veritá, na entrada da igreja de
Santa Maria em Cosmedin, em Roma.
A boca recebia denúncias anônimas,
mas tinha o poder, segundo a lenda,
de morder quem estivesse mentindo.
A prática da 'caguetagem' tem dois símbolos universalizados: a Bocca della Veritá que, em Roma e Veneza, recebia denúncias anônimas, na maioria sobre conspiração, adultérios e bruxarias; e o indicador apontado, o célebre dedo-duro, o logotipo dos X-9.

Antes do golpe de 1964, organizações civis como o IBAD (Instituto Brasileira de Ação Democrática) e o IPES (Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais) incentivaram a delação de "comunistas" e montaram um rede de informantes, alguns até remunerados, que atuava em todo o país. É famosa, já sob o golpe, a devassa que houve na Rádio Nacional, poucos dias depois da derrubada de João Goulart, com demissões de "subversivos" com base em listão fornecida por colegas dedos-duros. Uma prática que foi reprisada em todo o Brasil, em centenas de repartições e até empresas privadas.

Na ditadura militar, a delação foi institucionalizada e, apesar de cada ministério e autarquia ter seu "serviço secreto" para vigiar servidores, foram recrutados dedos-duros avulsos em vários setores. Ser informante contava pontos no currículo para promoções ao longo da carreira.

No meio privado, em empresas e instituições, a delação também ganhou força. Arquivos liberados, hoje, no Rio e em São Paulo, revelam detalhes de reuniões estudantis, por exemplo, às vezes, meras discussões sobre jornaizinhos mimeografados sem grande expressão, com claros indícios de que, mesmo ali, entre jovens adolescentes, havia informantes infiltrados. Em várias redações, uns sujeitos suspeitos  eram geralmente contratados como "assessores". De fato, nem eram "suspeitos" já que pareciam "espiões portugueses" de óculos escuros, chapéu, bigode postiço e crachá indicando a função, tal a pinta que davam. Recentemente foram revelados documentos do Exército que pedem a atenção dos serviços de segurança a uma "campanha" promovida por alguns jornalistas contra "artistas colaboradores da Revolução". O documento sugeria que tais figuras estavam sendo perseguida por "subversivos" infiltrados na mídia. A mesma mídia, aliás, que também aderiu à caguetagem. O livro "Golpe de Estado", de Palmério Dória e Mylton Severiano, diz que o Globo denunciou 223 intelectuais que, segundo o jornal, "trabalhavam ativamente pela implantação do regime comunista no Brasil". Em dezembro de 1968, uma espécie de quadrilha institucional se reuniu para assinar o AI-5, que entre outras coisas suspendia direitos públicos e privados, incluindo aí a privacidade.

A tecnologia tende acabar com a figura, digamos, folclórica, do delator em modo artesanal. Como a agência norte-americana de espionagem, a NSA, já provou, smartphones, computadores, tablets, redes wifi, câmeras, rastreadores e uma infinidade de gadgets podem facilmente revelar mais informações sobre determinada pessoa do que um delator "pessoa física" jamais seria capaz de fazer. Todas essas informações ficam arquivadas em centenas de HDs. Um agente como o 007 cruzava o mundo em busca de uma informação. Hoje, Sua Majestade economizaria milhares de libras em passagens aéreas. Com um simples clique, James Bond pesquisaria todas as informações pedidas pelo M-16.

Pode crer: o dedo-duro como o conhecemos hoje já é obsoleto.

A delação, não. Basta consultar a "nuvem".

Os dados estão todos lá, de graça, em cumulonimbus carregadas, só esperando a hora da tempestade. Nem precisa premiar as delações. É só acionar o mouse-duro.


sábado, 4 de junho de 2016

Advogado anuncia: "A vida é curta. Divorcie-se"

por Clara S. Britto
Em entrevista recente, a presidente da OAB/Mulher, Daniela Gusmão, comentou que o mercado privilegia as advogadas mais bonitas e "as muito feias não têm vez na advocacia corporativa". A propósito de um evento sobre "Valorização da Mulher Advogada", ela defendeu que a mulher pode ser formal e feminina ao mesmo tempo.  Citou piadinhas machistas que as advogadas ainda escutam em audiências e falou que os salários das mulheres advogadas são inferiores aos dos homens, como em várias profissões. São problemas que estão no radar da OAB/Mulher.

Já o site Consultor Jurídico, em artigo de João Ozorio de Melo, revela uma questão em debate por advogados americanos que não tem a ver com a realidade brasileira, pelo menos não ainda, mas embute uma exploração da mulher, em outro sentido. No competitivo mercado americano, anúncios publicitários de advogados não são proibidos. Nem sempre são bem vistos, segundo João Ozorio, mas advogados especializados em busca de indenização por acidentes de automóveis, por erros médicos ou dedicados a ações de divórcio recorrem à propaganda.

E, em alguns anúncios reproduzidos na matéria, a mulher é o objeto e o apelo sensual.

"Vendem" advogados, mais parecem anúncios de cerveja para o verão.


Anúncio de um escritório especializado em descasamentos: "A vida é curta. Divorcie-se.


Anúncio em ônibus, de um advogado especializado em indenizações: "Ferido? Ligue agora! 

Literatura digital: "O amor nos tempos de #likes"

por Clara S. Britto

Já está nas livrarias "O amor nos tempos de #likes", lançado pela Record.

Escrito pelos booktubers Pam Gonçalves, Bel Rodrigues, Hugo Francioni e Pedro Pereira - quatro jovens que dão dicas literárias na web -, o livro o reúne contos que se inspiram em clássicos como "Romeu e Julieta", "Dom Casmurro" e "Orgulho e Preconceito", mas reconfiguram e desconstroem para a era digital tramas e personagens.

É abordado, também, o uso do You Tube, WhatApp e Facebook nos relacionamentos, especialmente entre os jovens.

Assim como aconteceu com o rádio, o cinema e a TV, novas tecnologias costumam influenciar autores ou estimular exercício de novos modelos literários.

A onda passou um pouco, mas vários autores já correram para escrever contos em segmentos de 140 caracteres, o limite do Twitter. Aparentemente, as redes sociais são melhores nas... redes sociais.
Enfim, se tais cruzamentos de meios vão gerar clássicos da literatura, essa é outra história.

Deu no Mashable - Fotografia: Rio 2016 será a Olimpíada das câmeras-robôs


Reprodução - link para o site Mashable, abaixo
por Niko Bolontrin
Robôs vão invadir o Rio durante a Olimpíada. A Getty Images, um das maiores agências de notícias do mundo, usará um tecnologia robótica totalmente nova desenvolvida pela Mark Roberts Motion Control para cobrir o evento. Câmeras-robôs, acionadas por rádio, não são novidades e já são usadas para ampliar o alcance e possibilitar mais ângulos, mas eram instaladas em pontos fixos e uma vez posicionadas e configuradas não permitiam que, à distância, fosse possível operar todos os recursos das câmeras. Na nova tecnologia, segundo o Mashable, as câmeras são mais" inteligentes" e dão ao profissional maior controle sobre ângulo, composição, foco, exposição etc, permitindo que o fotógrafo a opere tal como a uma câmera na mão. Além disso, podem ter seus sensores customizados para cada modalidade esportiva, o que vai facilitar a captura de imagens de ação em momentos cruciais das provas e jogos.


LEIA NO MASHABLE, CLIQUE AQUI

Cartaz do filme X-Men Apocalypse é acusado de incitar a violência contra as mulheres. Produtores pedem desculpas


por Clara S. Britto
A atriz Rose McGowan, do seriado "Charmed" protestou contra o cartaz promocional do filme X-Men Apocalypse. No poster, Jennifer Lawrece, que faz o papel da Mística, aparece sendo estrangulada pelo vilão Apocalipse.

McGowan acusou a Fox de incitar a violência contra as mulheres ao espalhar a imagem pelas ruas das grandes cidades. Nas redes sociais, muitas mulheres apoiaram a denúncia e, em alguns cinemas, os banners foram pichados.

A Fox divulgou uma nota pedindo desculpas: "No nosso entusiasmo para mostrar a vilania do Apocalipse, sequer reconhecemos naquele momento a conotação perturbadora desta imagem durante o processo de impressão. Uma vez que percebemos como essa imagem pode demonstrar insensibilidade, nós tomamos as medidas necessárias para removê-la. Pedimos desculpas por nossas ações. Nunca iríamos perdoar a violência contra as mulheres”. 

Muhammad Ali: o homem que nocauteou o preconceito e encurralou um país...

O campeão "nocauteia" os Beatles em 1964. Foto de Charles L. Trainor/
Reproduzida do livro The Beatles, de Geoffrey Stokes
por José Esmeraldo Gonçalves
Cassius Marcellus Clay deixou os anos 60 para trás, mas os anos 60 jamais o deixaram.

O campeão tornou-se para sempre mito e símbolo de uma época. É célebre a sequência de fotos de Charles L. Trainor, fotógrafo do Miami News, onde Clay finge esmurrar os Beatles, outro ícone da década, em 1964.

Quem seguiu em frente rumo aos 70 em diante foi Muhammad Ali. Até ontem. O maior boxeador de todos os tempos, que sofria do Mal de Parkinson, morreu ao 74 anos em Phoenix, Arizona, após problemas respiratórios causados por choque séptico, segundo o seu porta-voz.

O primeiro nome, Cassius, a família lhe deu em homenagem ao abolicionista que libertou escravos. O segundo, Muhammad, ele assumiu quando se converteu ao Islã.  Ainda como Clay, ganhou a medalha olímpica, em Roma, em 1960, aos 18 anos. E a luta que lançou definitivamente sua carreira como fora de série no boxe profissional foi contra Sonny Liston, em 1964, de onde saiu como campeão mundial de boxe aos 22 anos.

A mudança de nome, em 1964, considerada uma ofensa contra a religião dominante no país (para ele, apenas a religião do homem branco que escravizou os negros), irritou tanto a mídia americana que, por uns tempos, muitos jornais só o chamavam de Clay ou de "Champ" e o acusavam de ter sofrido "lavagem cerebral". Por aqui no Brasil, também. A Manchete ainda chamava Ali de Cassius Clay pelo menos até o começo dos anos 70. Assim como a Fatos & Fotos, até meados da década.

Quando venceu Sonny Liston, um jornal publicou uma frase de outro boxeador, Floyd Patterson, negro como Ali: "a imagem de um muçulmano negro como um campeão mundial dos pesos pesados ​​envergonha o esporte e da nação". Ali, depois, humilhou Patterson no ringue.

Ao mesmo tempo em que se tornava ídolo em um país conservador e profundamente racista como os Estados Unidos, mais ainda na época, Ali trouxe a "America" para o ringue. A conversão ao Islã foi um golpe e a amizade com os líderes negros radicais Malcolm X e Elijah Muhammad, um soco no estômago dos brancos. Uma das suas frases - "eu não sou americano, sou um homem negro" -, ecoou como um cruzado no rosto de Tio Sam.
E a recusa em seguir para o Vietnã - ele afirmava "nada ter contra os vietcongs" - o levou aos tribunais e à prisão. Foi solto sob fiança, perdeu passaporte, o direito de lutar e o título mundial. Tornou-se um símbolo da resistência à guerra. Só três anos depois recomeçou a carreira. Voltou a ganhar o título mundial em 1974 e 1978, quando a história já lhe dava razão e a guerra do Vietnã, além da humilhação da derrota para Ho Chi Minh e Giap e do enorme custo em vidas, era reconhecida como um dos maiores desastres da política intervencionista americana:

Sua última luta - na verdade, um drama, já não tinha condições físicas e o Mal de Parkinson havia sido diagnosticado um ano antes - foi em 1981, quando Trevor Berbick o derrotou.

Muitas das suas batalhas no ringue entraram para a história do boxe, mas uma delas, contra George Foreman, em Khishasa, no Quênia, em 1974, é considerada a maior luta de todos os tempos.

Alguns jornais norte-americanos reproduzem hoje uma das suas últimas manifestações públicas: Ali enviou uma mensagem, por twitter, no dia 10 de maio, ao vocalista Bono, do U2. No texto, deseja feliz aniversário ao cantor, "um campeão dos direitos humanos e um amigo inspirador".

Dele, o presidente Barack Obama acaba de dizer: foi "um homem que lutou por todos nós".


Reprodução


Na capa da Manchete, em 1971, quando perdeu para Joe Frazier, a quem derrotou depois por duas vezes. Na chamada, "Cassius Clay". A Manchete, como parte da mídia norte-americana, demorou a aceitar o nome islâmico Muhammad Ali, religião que o lutador adotou em 1964. 


Nasce o mito; em 1964, reportagem da Manchete mostrava a luta com Sonny Liston. 

Com Pelé, nos anos 70, em Nova York

Nos anos 70, a Fatos & Fotos publicou em encarte especial a história de Muhammad Ali, que a revista ainda chamava de Cassius Clay,
 escrita por ele mesmo em parceria com  o escritor e ativista Richard Duham.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Daisy Benvenutti, que por mais de 30 anos foi correspondente da Manchete na Itália, conta sua experiência em palestra na Universidade Federal do Paraná


Equipe Olímpica de Refugiados terá 10 atletas de quatro países


(do site ONU Brasil
Os nomes foram anunciados na manhã desta sexta-feira (3) pelo Comitê Olímpico Internacional. “A iniciativa de montar um time de refugiados para os Jogos Olímpicos manda uma forte mensagem de apoio e esperança para os refugiados em todo o mundo”, destacou a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
Dez refugiados de quatro países são os integrantes da inédita Equipe Olímpica de Atletas Refugiados que disputará os Jogos do Rio 2016. A equipe será composta por dois nadadores sírios, dois judocas da República Democrática do Congo e seis corredores – um da Etiópia e cinco do Sudão do Sul.

Todos eles deixaram seus países devido a conflitos e perseguição, e encontraram refúgio na Alemanha, Brasil, Bélgica, Luxemburgo e Quênia. Os dois judocas Popole Misenga e Yolande Mabika vivem no Rio de Janeiro. É a primeira vez, na história dos Jogos Olímpicos que haverá uma equipe composta exclusivamente por atletas refugiados.

Em comunicado oficial, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) comemorou o anúncio da equipe. “A iniciativa de montar um time de refugiados para os Jogos Olímpicos manda uma forte mensagem de apoio e esperança para os refugiados em todo o mundo. Esta iniciativa chega no momento em que, mais do que nunca, milhares de pessoas têm sido forçadas a deixar suas casas por motivos de conflitos armados, violação de direitos humanos ou perseguição”, afirmou o ACNUR.

Ao final de 2014, a população global de refugiados, deslocados internos e solicitantes de refúgio era de 59,5 milhões de pessoas.

A Equipe Olímpica de Atletas Refugiados competirá em nome do COI, e sob a bandeira olímpica. Na cerimônia de abertura dos Jogos do Rio, em 5 de agosto de 2016, a equipe desfilará imediatamente antes da delegação brasileira. Os atletas refugiados, anunciados hoje pelo Comitê Executivo do COI, são:

- Ramis Anis, da Síria (Natação, 100 metros borboleta – masculino); vive na Bélgica;
- Yiech Pur Biel, do Sudão do Sul (Atletismo, 800 metros – masculino); vive no Quênia;
- James Nyang Chiengjiek, do Sudão do Sul (Atletismo, 400 metros – masculino); vive no Quênia;
- Yonas Kinde, da Etiópica (Atletismo, maratona – masculino); vive em Luxemburgo;
- Anjelina Nada Lohalith, do Sudão do Sul (Atletismo, 1.500 metros – feminino); vive no Quênia;
- Rose Nathike Lokonyen, do Sudão do Sul (Atletismo, 800 metros – feminino); vive no Quênia;
- Paulo Amotun Lokoro, do Sudão do Sul (Atletismo, 1.500 metros – masculino); vive no Quênia;
- Yolande Bukasa Mabika, da República Democrática do Congo (Judô, peso médio – feminino); vive no Brasil;
- Yusra Mardini, da Síria (Natação, 200 metros livres – feminino); vive na Alemanha;
- Popole Misenga, da República Democrática do Congo (Judô, peso médio – masculino); vive no Brasil;

“Estamos muito satisfeitos com a Equipe Olímpica de Atletas Refugiados. São pessoas que tiveram suas carreiras esportivas interrompidas após serem forçadas a abandonar seus países devido à violência e à perseguição. Agora, estes atletas refugiados de alto nível finalmente terão a chance de seguir seus sonhos”, afirmou o alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi. “A participação deles nas Olimpíadas é o resultado da coragem e perseverança de todos os refugiados que se esforçam para superar as diferenças e construir um futuro melhor para eles e para suas famílias. O ACNUR se solidariza a eles e a todos os refugiados”, acrescentou.

Por meio de projetos conjuntos, o ACNUR e o COI apoiam programas para a juventude e atividades desportivas em pelo menos 20 países, reformamos quadras poliesportivas em vários campos de refugiados e provimos kits esportivos para jovens refugiados.

Para os Jogos do Rio, o ACNUR atuou Comitê Organizador Rio 2016 em diferentes inciativas para integrar os refugiados ao evento e promover a causa dos refugiados. Dois refugiados foram selecionados para conduzir a Tocha Olímpica: a estudante síria Hanan Dacka, que carregou a chama olímpica em Brasília, e o guinense Abdoulaye Kaba, que é jogador de futebol no Brasil e conduzirá a Tocha em Curitiba, dia 14 de julho.

Fonte: ONU BR

Operação Lava-Jato quer investigar a Lei Rouanet. Não se sabe ainda se a investigação vai acabar em delação premiada também na área cultural...

por Flávio Sépia
Criada em 1991, no governo Collor de Mello, a Lei Rouanet sempre foi discutida e polêmica. Da centralização de recursos federais para projetos no eixo Rio-São Paulo à problemas de prestação de conta apontados por tribunais ou a aprovação a pleitos de grandes corporações como Disney e Cirque de Soleil, espetáculos On Ice, Rock in Rio e apoios discutíveis para gravações de DVDs, turnês comerciais ou marketing empresarial, tudo isso foi apontado como motivo para justificar um  aperfeiçoamento do mecanismo, mas nada resultou em mudanças de parâmetros ou critérios.

Nos meios culturais, a Rouanet é considerada indispensável para a obtenção de patrocínios e muitos defendem que seja aprimorada e não extinta.

Ultimamente, com o Fla-Flu político, vários artistas que denunciam o golpe passaram a ser acusados nas redes sociais e na mídia de usufruírem de verbas públicas por meio do famosos instrumento de renúncia fiscal.

Segundo o Estadão, a Operação Lava Jato quer avançar agora sobre o financiamento de iniciativas culturais via Lei Rouanet e encaminhou ofício ao Ministério da Transparência Fiscalização e Controle solicitando detalhes sobre os 100 maiores captadores de recursos precisamente nos últimos dez anos. No pedido, segundo Estadão, não são informados motivos ou suspeitas supostamente apurados.

Se o alvo da Lava Jato forem os artistas que se solidarizaram com Dilma Rousseff e denunciaram a manobra golpista de um impeachment sem crime configurado e sem provas, a força-tarefa pode se surpreender. O site DCM divulgou uma pequena parte de uma planilha dos maiores beneficiários da Rouanet e, pelo jeito, o buraco é mais em cima e tudo indica que no torneio da renúncia fiscal não são os artistas os cabeças-de-chave.


Reprodução/DCM



Bispa evangélica cobra 100 reais para fieis tocarem nos seus pés...

Reprodução
(do site Conexão Jornalismo) 
"Como o milagre não vem de graça, exige esforço, fé e tempo de concentração, a bispa Ingrid Duque cobra R$ 100 por ele. Mas o que chama a atenção é que para alcançar a graça basta o fiel tocar no seu pé descalço. Trata-se da bispa Ingrid Duque, mulher do Apóstolo (?) Agenor Duque, da Igreja Plenitude do Trono de Deus. Tudo começou porque ela pediu para que fizessem oferendas e colocassem ao lado de seus pés. E, em seguida, poderiam tocá-los. Ao tocarem alguns afirmaram que se curaram de enxaquecas, diarreias e até impotência sexual. Viralizou. Os pés da bispa, ou seja, da mulher do Apóstolo, são, de certa forma, pouco comuns. Um tanto inchados por assim dizer. Mas ela garante que não é problema de renal, coisas como retenção de líquidos, calor ou mesmo gordura localizada: é excesso de graça mesmo. Tocou, a graça flui - afirma."

LEIA A MATÉRIA COMPLETA E VEJA VÍDEO NO SITE CONEXÃO JORNALISMO, CLIQUE AQUI


Apertem os cintos! Os patrões sumiram. Leia na página do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Minicípio do Rio de Janeiro...


LEIA NA PÁGINA DO SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO. CLIQUE AQUI

Na capa da revista Piauí, retrato para a posteridade: a impoluta corte reunida da Versalhes do Planalto Central

Na capa da Piauí, a corte reunida da nova república pós-golpe.

A capa do LP "Panis et Circensis", de 1968.  

por Ed Sá
A capa da revista Piauí que chega ás bancas é brilhante. Um perfeito retrato da república pós-golpe e uma irônica referência a um movimento cultural tão marcante quanto crítico, o Tropicalismo, liderado por Caetano Veloso e Gilberto Gil.  As patéticas figuras do novo regime sob o dístico "Ordem e Progresso" retirado do vetusto  Positivismo, mas que agora remete a algo como o slogan  "Segurança e Desenvolvimento", da ditadura, reencenam a histórica capa do disco "Panis et Circensis" ou "Tropicália", um marco da música em 1968.

A capa do LP, acima, foi fotografada por Oliver Perroy e o disco reunia faixas como "Geleia Geral", de Gil e Torquato Neto, "Parque Industrial", de Tom Zé, "Lindoneia", de Caetano, "Bat Macumba", de Gil e Caetano, "Coração Materno", de Vicente Celestino (clássico gravado com tiros de canhão), "Panis et Circense", de Gil e Caetano, "Baby", de Caetano, entre outras músicas que entraram para a história da MPB. Na capa do Panis, Sergio Dias, Caetano (com a foto de Nara Leão), Arnaldo Batista, Tom Zé, Rogério Duprat,  Gal Costa, Torquato Neto e Gil (com a foto de Capinam) mostram no figurino, nos adereços e nos utensílios, como o penico que Duprat segura, uma imitação dos padrões e da moral vigente. do conservadorismo e da repressão vigentes.

Quase 50 anos depois, como zumbis, voltam os padrões mortos-vivos perfeitamente simbolizados pelas figuras que agora habitam a Versalhes do Planalto Central do país. No alto, a reprodução da capa da Piauí, onde desponta a corte golpista representada por Geddel Viana, José Serra (com o penico), Gilberto Kassab, Romero Jucá, Alexandre Padilha, Moreira Franco (com o pato da Fiesp, representando a ditadura militar da qual é egresso), Henrique Meireles, a boneca inflável do tipo recatada, e Michel Temer segurando respeitosamente a foto do seu patrono, Eduardo Cunha.

Como canta a letra de "Geleia Geral", "assiste a tudo e se cala, quem não dança, não fala" e aí estão 'no meio da sala", as "relíquias" (para não dizer outro nome) do Brasil.