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sexta-feira, 3 de junho de 2016

Operação Lava-Jato quer investigar a Lei Rouanet. Não se sabe ainda se a investigação vai acabar em delação premiada também na área cultural...

por Flávio Sépia
Criada em 1991, no governo Collor de Mello, a Lei Rouanet sempre foi discutida e polêmica. Da centralização de recursos federais para projetos no eixo Rio-São Paulo à problemas de prestação de conta apontados por tribunais ou a aprovação a pleitos de grandes corporações como Disney e Cirque de Soleil, espetáculos On Ice, Rock in Rio e apoios discutíveis para gravações de DVDs, turnês comerciais ou marketing empresarial, tudo isso foi apontado como motivo para justificar um  aperfeiçoamento do mecanismo, mas nada resultou em mudanças de parâmetros ou critérios.

Nos meios culturais, a Rouanet é considerada indispensável para a obtenção de patrocínios e muitos defendem que seja aprimorada e não extinta.

Ultimamente, com o Fla-Flu político, vários artistas que denunciam o golpe passaram a ser acusados nas redes sociais e na mídia de usufruírem de verbas públicas por meio do famosos instrumento de renúncia fiscal.

Segundo o Estadão, a Operação Lava Jato quer avançar agora sobre o financiamento de iniciativas culturais via Lei Rouanet e encaminhou ofício ao Ministério da Transparência Fiscalização e Controle solicitando detalhes sobre os 100 maiores captadores de recursos precisamente nos últimos dez anos. No pedido, segundo Estadão, não são informados motivos ou suspeitas supostamente apurados.

Se o alvo da Lava Jato forem os artistas que se solidarizaram com Dilma Rousseff e denunciaram a manobra golpista de um impeachment sem crime configurado e sem provas, a força-tarefa pode se surpreender. O site DCM divulgou uma pequena parte de uma planilha dos maiores beneficiários da Rouanet e, pelo jeito, o buraco é mais em cima e tudo indica que no torneio da renúncia fiscal não são os artistas os cabeças-de-chave.


Reprodução/DCM