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segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Mídia - "Caaaaalada! - Eliane Cantanhêde quer que Janja se manifeste apenas no quarto do casal

Janja no palanque. Foto de Ricardo Stuckert


por José Esmeraldo Gonçalves 

Ontem a Rede Globo exibiu no Fantástico uma entrevista com Rosângela da Silva, a Janja, casada com o presidente Lula e com participação destacada na campanha presidencial. 

Provavelmente, a entrevista foi gravada antes dos comentários machistas e preconceituosos que Eliane Cantanhêde lançou contra a socióloga. O protagonismo de Janja incomoda a jornalista. Autêntica, simples, sem a afetação que, aliás, a Cantanhêde transmite nas suas intervenções na TV, a entrevista de Janja foi uma resposta elegante ao ataque em estilo Século 19 que recebeu na Globo News. 

No fim quem restou exposta e obsoleta - e tem recebido milhares de críticas nas redes sociais - foi a jornalista. 

Afinal, o que a Cantanhêde quer para as mulheres brasileiras? Que vivam em "prisão domiciliar" enquanto os maridos não chegam do trabalho? Que usem uma tornozeleira afetiva?  

O humorista Chico Anysio interpretava um personagem, o Nazareno, casado com a coitada da Sofia. Cada vez que ela interferia em uma conversa, o marido disparava o bordão "caaaaalada!". 

"Ela não é presidente do PT, não é líder política”, disse a Cantanhêde. Para a jornalista, a socióloga "ocupa excesso de espaço". No mesmo comentário, ela definiu os únicos metros cúbicos nos quais Janja pode se manifestar: o quarto do casal. 

A Cantanhêde imita a famosa frase que Ciro Gomes disse sobre a função de Patricia Pilar, com quem estava casado: dormir com ele. 

Ciro se deculpou. A Cantanhede ainda não. 

Durante a campanha Janja recebeu muitas ofensas e foi vítima de fake news nas redes sociais. Ela verá, ao longo do mandato de Lula, que será um alvo de parte da mídia. Não falha. Dilma foi capa de revista por ser "nervosa", foi criticada até pelo "jeito de andar". A jovem Tereza Goulart, que fugia ao figurino conservador de "primeira-dama" (título deplorável, a propósito) era caluniada pelas "senhoras de Santana". 

Já Iolanda Costa e Silva, Scyla Médici, Lucy Geisel e Dulce Figueiredo só recebiam elogios. 

Em todo caso, democracia é melhor. Na sala, no quarto, no trabalho, nas ruas, na estrada, no morro, no asfalto...            

sábado, 15 de dezembro de 2018

Mídia: quando uma notícia tiver origem em "fontes próximas" duvide. É grande a chance de ser fake...

Reprodução Instagram


No Instagram, Fernanda Lima Fernanda Lima, do programa “Amor e Sexo”, da Globo, esclareceu dois assuntos que circularam na web nessa semana.

Uma nota de Ricardo Feltrin, do UOL, reproduzida em dezenas de sites, usa o manjado "fontes próximas" para afirmar que a apresentadora "deu chilique" ao ver que o cantor Eduardo Costa, a quem processa na Justiça, apareceu na Globo.

Outro assunto foi a ação por calúnia, injúria e difamação que Fernanda Lima move contra o cantor, que a chamou de "imbecil" e, certamente em alusão aos novos governos de direita, acrescentou que "a mamata vai acabar". Eduardo perdeu a linha nas redes sociais ao ouvir Fernanda falar contra machismo e conservadorismo. A apresentadora pede na Justiça indenização por danos morais e também move processo na área criminal. Ela não aceitou acordo proposto nem pedido de desculpas. Está certíssima.

Ao colunista Ricardo Feltrin, do UOL, a apresentadora mandou a seguinte mensagem;

“Colega, sua fonte sequer me conhece e muito menos é próxima. Quando tudo isso se deu, eu estava em um retiro de meditação, incomunicável por dois dias, e só fiquei sabendo dos acontecimentos quando cheguei em casa e minha assessoria me mandou a sua coluna”, escreveu a apresentadora. E prosseguiu: “Ricardo, essa é outra forma que o machismo estrutural usa para desqualificar uma mulher quando ela é vítima. É simples dizer que ela é louca, descompensada, dá chiliques, logo não tem razão nenhuma sobre os fatos. Inclusive, Ricardo, esse era o tema principal do Programa Amor e Sexo que gerou tanta polêmica”.

"Meu caro colega, me desculpe a intimidade, mas como também sou jornalista tomei a liberdade. Diante dos fatos relatados acima e depois de uma entrevista que o Sr. Eduardo Costa concedeu ao nosso colega Pedro Bial, o senhor publicou (e muitos veículos, sem checar a veracidade de sua nota, replicaram) que “fontes” muito próximas relataram que eu teria dado um “chilique” e que eu teria ficado “possessa” e até teria pegado “ranço” do Pedro Bial por ter entrevistado o cantor.
Colega, sua fonte sequer me conhece e muito menos é próxima. Quando tudo isso se deu, eu estava em um retiro de meditação, incomunicável por dois dias, e só fiquei sabendo dos acontecimentos quando cheguei em casa e minha assessoria me mandou a sua coluna. Outra inverdade da sua última nota sobre mim é que eu fracassei ao tentar fazer com que o Sr. Eduardo Costa não fosse mais convidado por outros programas da TV Globo.
Pois, para seu conhecimento, não tenho ingerência sobre a escolha de convidados da emissora (com exceção do Amor e Sexo).
Ricardo, essa é outra forma que o machismo estrutural usa para desqualificar uma mulher quando ela é vítima. É simples dizer que ela é louca, descompensada, dá chiliques, logo não tem razão nenhuma sobre os fatos. Inclusive, Ricardo, esse era o tema principal do Programa Amor e Sexo que gerou tanta polêmica.
– Viu como é importante falarmos e sabotarmos essa engrenagem machista? Conto contigo..."

Sobre Eduardo Costa:

“Em tempos de fake news é melhor esclarecer os fatos".
"Depois de ser difamada, agredida e ameaçada por ele através de um post indignado, procurei orientação jurídica a fim de proteger a mim e a minha família. Fui orientada a processá-lo, pois dessa forma inibiria agressões futuras. E assim o fiz.
Após eu autorizar o processo, o Sr. Eduardo Costa pediu desculpas através de outros programas a que foi convidado, deixando claro que não se arrepende do que disse e sim da forma como disse. Tendo em vista que ele me agrediu moralmente, me ameaçou, incitou o ódio de seus fãs contra mim (ontem mesmo minha assessoria recebeu telefonema de um fã dele me ameaçando) e atacou o meu trabalho, não entendo que pedido de desculpas é esse. Além disso, um pedido de desculpa verdadeiro pode até ser louvável, mas ele não repara o mal que fez a vítima.
Faz parte do machismo estrutural transformar a vítima em ré. Era justamente esse o assunto do programa Amor e Sexo que tanto indignou o meu agressor."

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Americana reproduz no corpo as mal traçadas frases de Donald Trump

Pílulas do dr. Trump: "Agarrem elas pela buceta"

"Você tem que tratar elas como merda"

"Deve ser uma linda cena você de joelhos"

"Jovem e bonito pedaço de bunda"
Fotos Reprodução Tumblir 
Trump não fala bem das mulheres. Na campanha produziu cenas sexistas, machistas e foi acusado de assédio. A estudante americana Ana Watson resolveu gravar seu protesto, literalmente, no corpo. Ela reproduziu algumas frases do sem noção Trump. O ensaio-manifesto está no Tumblir, hastag  #SignedByTrump   (Clara S. Britto)

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Memória da redação: o dia em que a revista EleEla acorrentou três mulheres...



Nos primórdios da revista EleEla, a censura da ditadura não permitia nudez explícita. Os fotógrafos se viravam para mostrar sem mostrar. Quando a tesoura oficial foi acometida de um mínimo de liberalidade, passou a permitir a exibição de um seio de cada vez. E as páginas da revista lembravam relevos gregos que retratavam guerreiras amazonas. Estas, segundo a mitologia, amputavam um seio para não prejudicar o manejo do arco e flecha.

O anúncio reproduzido acima fez parte de uma das campanhas promocionais da EleEla. A censura da ditadura nem se incomodou com a cena.

Hoje, curiosamente, seria impensável utilizar esse tipo de mensagem para conquistar leitores. Primeiro porque a mensagem machista  - "Uma receita que está fazendo sucesso no mundo inteiro. Prenda, no mínimo, três mulheres, para ter mais ou menos a certeza de que não acabará sozinho" - é claramente ofensiva e remeteria, hoje, a uma realidade de violência contra a mulher. Segundo, as redes sociais, um oráculo que nem sonhava existir na época, iam cair de pau na revista.

Talvez fossem tempos incorretos, inocentes mas nem tanto, culturalmente machistas, sei lá.

Vale lembrar que nos anos 60/70, Carlos Imperial não chamava mulheres de gatas, mas de lebres. E conjugava o apelido com o verbo abater. E nem por isso deu-se mal, ao contrário. O livro “Dez, nota dez! Eu sou Carlos Imperial”, de Denilson Monteiro, conta que ele chegou a morar com dez "lebres" em um apartamento na Avenida Atlântica, em Copacabana.  Não se sabe se conseguia "abater" tantas leporídeas.

sábado, 4 de junho de 2016

Advogado anuncia: "A vida é curta. Divorcie-se"

por Clara S. Britto
Em entrevista recente, a presidente da OAB/Mulher, Daniela Gusmão, comentou que o mercado privilegia as advogadas mais bonitas e "as muito feias não têm vez na advocacia corporativa". A propósito de um evento sobre "Valorização da Mulher Advogada", ela defendeu que a mulher pode ser formal e feminina ao mesmo tempo.  Citou piadinhas machistas que as advogadas ainda escutam em audiências e falou que os salários das mulheres advogadas são inferiores aos dos homens, como em várias profissões. São problemas que estão no radar da OAB/Mulher.

Já o site Consultor Jurídico, em artigo de João Ozorio de Melo, revela uma questão em debate por advogados americanos que não tem a ver com a realidade brasileira, pelo menos não ainda, mas embute uma exploração da mulher, em outro sentido. No competitivo mercado americano, anúncios publicitários de advogados não são proibidos. Nem sempre são bem vistos, segundo João Ozorio, mas advogados especializados em busca de indenização por acidentes de automóveis, por erros médicos ou dedicados a ações de divórcio recorrem à propaganda.

E, em alguns anúncios reproduzidos na matéria, a mulher é o objeto e o apelo sensual.

"Vendem" advogados, mais parecem anúncios de cerveja para o verão.


Anúncio de um escritório especializado em descasamentos: "A vida é curta. Divorcie-se.


Anúncio em ônibus, de um advogado especializado em indenizações: "Ferido? Ligue agora! 

terça-feira, 31 de maio de 2016

Conexão Jornalismo: a dor e a coragem da jovem vítima de estupro


LEIA NO CONEXÃO JORNALISMO E VEJA O VÍDEO DA ENTREVISTA, CLIQUE AQUI

LEIA SOBRE O BRASILEIRO COXINHA QUE FOI DEMITIDO DE UMA EMPRESA AMERICANA, NOS ESTADOS UNIDOS, POR IRONIZAR O CASO DE ESTUPRO COLETIVO.
CLIQUE AQUI

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Fernanda Colombo, a árbitra-musa agora é Fifa


Fernanda no Jardim Botânico, no Rio. Foto: Rafael Antonio / MF Models - Divulgação

Foto: Rafael Antonio /MF Models Assessoria -Divulgação

Foto: Rafael Antonio /MF Models Assessoria/ Divulgação

Fernanda Colombo em ação. Foto: Reprodução do site oficial do clube São Paulo. 
por Omelete
A árbitra assistente Fernanda Colombo Uliana, 25, é atração nos estádios. Às vezes sua perfomance supera a de muitos time e vale o ingresso. É musa do futebol, mas não apenas isso. Fernanda acaba de ser promovida de categoria e agora é aspirante Fifa, com direito a usar o escudo da entidade. Ela tem "bandeirado" jogos importante, incluindo a atual Copa do Brasil.
Atualização - O diretor do Cruzeiro, Alexandre Mattos criticou a bandeirinha Fernanda Colombo, que atuou, ontem, no jogo em que o seu tine perdeu para o Atlético por 2X1. Em um ataque de machismo e de preeconceito, ele disse; "Se ela é bonitinha, que vá posar para a Playboy, no futebol tem que se boa de serviço". Curioso é que Mattos afirma que o Cruzeiro foi prejudicado também contra o Bahia, contra o São Paulo e contra o Atlético (ou seja, o mundo está contra o Cruzeiro), mas em nenhum desses supostos erros ele mandou que os árbitros, no caso, homens, fossem posar nus. Ou será que mandou?

sexta-feira, 29 de março de 2013

Editor provoca: para a Esquire, mulheres são apenas ornamentos e não cérebros...


por JJcomunic
O editor da Esquire, Alex Bilmes, provocou polêmica segundo o Guardian. Admitiu que a revista usa mulheres como "ornamento", da mesma forma que publica fotos de um carro "cool".
"As mulheres que a revista apresenta são enfeites", disse ele, falando durante uma conferência Advertising Week Europa em Londres.  "Eu poderia mentir, se você quiserem e dizer que estamos interessados ​​em seus cérebros também. Nós não estamos". Ressaltou que estava sendo apenas honesto. E acrescentou que as revistas femininas fazem a mesma coisa. Bilmes ainda provocou a plateia ao citar o exemplo da atriz Cameron Diaz, 40 anos, que foi capa recente da Esquire. "A maioria das revistas femininas não coloca mulheres mais velhas."





Leia a matéria no Guardian, clique AQUI