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quarta-feira, 24 de julho de 2024

A crise dos uniformes. A Olimpíada não começou mas o COB já ganhou medalha de lata

por Pedro Juan Bettencourt

Uma Olimpíada não acontece de surpresa. Certo? Para o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) parece que só receberam o aviso sobre os jogos de Paris ontem. No momento em que deviam estar concentrados apenas nos treinos e na adaptação aos locais de competição, clima, fuso horário e na alimentação adequada os atletas estao às voltas com kit insuficiente de uniformes. Os fabricantes jogam a responsabilidade para o COB. E o COB bota a culpa nas federações de cada modalidade. Trata-se incompetência dos dirigentes e uma tremenda falta de respeito do COB (afinal, a entidade brasileira máxima e privada encarregada de supervisionar toda a preparação, acima das federações) com os atletas. A irresponsabilidade se soma ao escândalo estético que é o estilo dos uniformes criados pela grife bolsonarista Riachuelo para o desfile inaugural da Olimpíada. De extremo mau gosto, ultrapassados, parecem desenhados por um fundamentalista fanático. O troço não combina coisa com coisa. Um das versões incorpora algo como um babador triangular gigante. Outro é um estranho conjunto de saia da vovó e jaqueta de guardador de carro, sem ofensa. O ápice é calçar os atletas com sandálias Havaianas. 

As meninas do vôlei não vão participar do desfile de aberto no Sena. Alegam que pode ser cansativo, passarão muito tempo em pé e nesse momento toda energia é necessária. Sorte delas: não viverão o vexame de vestir o uniforme mais grotesco, para dizer o mínimo, entre todas as delegações. Para poupar os leitores não mostro fotos das esquisitices. Este blog mesmo já mostrou e as imagens estão nas redes sociais recebendo uma montanha de crítica. 

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Investigação que começou na França leva Carlos Nuzman à prisão sob acusação de compra de voto de delegado do COI para garantir a Rio 2016. Os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 também estão sob suspeita


Repercute na França a prisão, hoje, no Rio, do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Nuzman, suspeito de participar de um suposto esquema de compra de votos para favorecer o Rio de Janeiro na escolha da sede para os Jogos Olímpicos de 2016.

O Le Monde digital noticia o caso. A investigação começou na França a partir da denúncia de um ex-presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, Eric Maleson, um desafeto de Nuzman que foi demitido das funções em 2012 sob acusação de gestão temerária, falsificação de documentos e desvio de verbas. Na época, a Justiça brasileira afastou o dirigente, que mora nos Estados Unidos. Maleson nega ter cometido irregularidades

A suposta manobra para compra de votos para a Rio 2016 teria a participação de Laminine Diack, filho do um ex-dirigente senegalês do COI Massata Diack e envolveria a articulação do ex-governador Sergio Cabral e do empresário Arthur Soares Filho, que teria subornado Lamine Diack e conquistado o voto de Massata Dick.

O caso deve ter outros desdobramentos já que o Rio ganhou o direito de sediar os Jogos por 66 a 32, uma ampla vantagem de 34 votos, superando Madri, Chicago e Tóquio. Entre os quatro finalistas, o Brasil era o único que representava um continente, a América do Sul, que jamais havia recebido os Jogos. Espanha já foi sede com Barcelona, Tóquio também recebeu uma Olimpíada e Los Angeles foi premiada duas vezes.

Os advogados de Nuzman, Sergio Mazzillo e Nélio Seidl Machado, afirmaram em nota que a escolha do Rio como sede olímpica foi feita "dentro da lei".

O COI faz sindicância interna e aguarda as provas que as autoridades brasileiras dizem ter. Embora admita que deva tomar medidas preventivas - Nuzman é membro do comitê de organização dos Jogos de Tóquio -  a entidade internacional divulgou nota em que afirma ter pedido às autoridades brasileiras acesso a todas as informações para que possa agilizar sua investigação. O COI diz, ainda, que respeitará a presunção de inocência e o direito de Nuzman de apresentar sua defesa.

A mídia brasileira destaca no escândalo apenas a Rio 2016, mas, segundo o Le Monde, a investigação  que começou na França em 2015, também apura suspeitas sobre a candidatura de Tóquio, que voltou a se apresentar após perder para o Rio e conquistou o direito de sediar os Jogos Olímpicos de 2020. Em 2013, Tóquio derrotou Istambul e, novamente, Madri.

Em julho de 2017, em Lima, depois de acordo entre os delegados e voto aberto, Paris foi escolhida a sede dos Jogos de 2024. Na mesma ocasião, o COI anunciou Los Angeles como anfitriã, pela terceira vez na história, das Olimpíadas de 2018.

ATUALIZAÇÃO EM 6/10/2017 - O Comitê Olímpico Internacional (COI) acaba de anunciar que afastou Carlos Nuzman das suas funções na entidade. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) também está suspenso. O COI acrescenta que os atletas brasileiros não serão prejudicados e poderão participar normalmente de competições internacionais.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Rio 2016: Valeu, Time Brasil !


Montagem; Fotos Públicas (*)

por José Esmeraldo Gonçalves

Em um balanço da participação dos atletas brasileiros na Rio 2016, o saldo é positivo.

Inegavelmente, foi a melhor performance do Brasil em Olimpíadas.  Ficou em um inédito 13° lugar, com 19 medalhas (7 de ouro, seis de prata e seis de bronze). À frente de países como Espanha, Dinamarca, Suécia, Canadá, Suiça, Bélgica, Noruega etc.

Além disso, com as 19 medalhas da Rio 2016, o Brasil avançou do 33° lugar para o 29° no ranking de toda a história das Olimpíadas, com um total de 128 pódios.

Havia a meta de o país ficar entre as dez grandes potências do esporte. Faltou pouco e fez muito. Em Londres e Pequim foram três ouros; agora, sete. E o Brasil subiu nove posições no quadro de medalhas em relação ao desempenho em Londres 2012, quando ficou no 22° lugar.

É possível que a ausência das equipes russas de atletismo tenha, de certa maneira, atrapalhado o ingresso do Brasil no raking dos dez primeiros, visto que alguns países ganharam ouro em certas modalidades que dificilmente conquistariam com a presença de favoritos russos.

Mas registre-se o fato de, apesar de ter conquistado algumas medalhas não previstas - o Time Brasil tenha ficado abaixo do esperado em modalidades como natação, judô, vela, vôlei feminino de quadra e futebol feminino. Tais esportes, com tradição de bons desempenhos, normalmente teriam levado o Brasil ao Top 10.

O resultado final configura um passo importante rumo ao posto de potência olímpica. E permanece a constatação de que o caminho até o pódio passa por questões sociais, como uma distribuição de renda mais justa, e pelo incentivo à prática de esportes assistida por instrutores nas escolas e universidades, apoio ao clubes formadores de talentos e a implantação de centros de treinamentos em todo o país.

Um país mais justo vai revelar naturalmente seus talentos hoje perdidos ou jamais descobertos.

O Comitê Olímpico Brasileiro desenvolve um programa pouco conhecido do público e da mídia. É o Projeto Vivência Olímpica, que visa antecipar a experiência olímpica de alguns talentos. Quatro dos atletas que foram a Londres levados pelo Vivência conquistaram medalhas na Rio 2016. São eles: Thiago Braz, Martine Grael, Felipe Wu e Isaquias Queiroz. Outros, como Hugo Calderano, Rebeca Andrade, Bernardo Oliveira e Lais Nunes tiveram bons desempenhos. O COB informou que a bem-sucedida experiência do Vivência Olímpica de Londres foi repetida no Rio de Janeiro. Vinte atletas com potencial de participação nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 ganharam experiência olímpica na Olimpíada. Um bom exemplo.

A expectativa é que sejam mantidos os recursos provenientes de Lei Agnelo/Piva e sustentadas outras estruturas de apoio como o Bolsa Atleta, Bolsa Pódio e o Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas, que mostraram resultados na Rio 2016.

O Time Brasil deixou sua marca na Rio 2016 e está de parabéns.


(*)  Os medalhistas brasileiros da Rio 2016: 

Ouro Thiago Braz (atletismo – salto com vara), Robson Conceição (boxe), Alisson e Bruno Schmidt(vôlei de praia), Rafaela Silva (judô), Kahena Kunze e Martine Grael (vela – 49er FX), Seleção masculina de futebol e seleção masculina de vôlei.

Prata: Isaquias Queiroz (canoagem velocidade – C1 1000), Isaquias Queiroz e Erlon Souza (canoagem velocidade C2 1000), Arthur Zanetti (ginástica artística – argolas), Diego Hipólito (ginástica artística – solo), Felipe Wu (tiro esportivo – pistola de ar 10m) e Agatha e Barbara (vôlei de praia).

Bronze: Isaquias Queiroz (C1 200), Arthur Nory (ginástica artística – solo), Rafael Silva (judô - acima de 100kg) e Poliana Okimoto (maratona aquática), Mayra Aguiar (judô – até 78kg) e Maicon Siqueira (taekwondo – mais de 80k


Brasil Olímpico: esperanças e diferenças no futebol...

A foto símbolo do ouro olímpico é o pódio, onde o capitão Neymar optou por exibir uma faixa polêmica que vai contra as regras sensatas do Comitê Olímpico Internacional. Foto Lucas Figueiredo/MoWa Press/CBF

Por oferecer medalhas e não taça, o torneio de futebol olímpico não deixa a famosa foto-logotipo que celebrizou os cinco títulos em Copas do Mundo. Reprodução

por José Esmeraldo Gonçalves
O ouro olímpico foi uma importante conquista do futebol. O troféu que faltava. Mas passada a euforia é bom baixar a poeira. 

A seleção olímpica penou pra chegar lá. Teve notórias dificuldades para realizar um fundamento do futebol: o gol. Mostrou alguma evolução em marcação coletiva mas errou no excesso de passes laterais, concentrou o jogo em Neymar, exibiu nervosismo em certos momentos, falhou demais na ultima bola. 

Positivo foi o poder de recuperação depois de quase não se classificar em um torneio que reuniu adversários medianos. Contaram pontos a disposição e uma disciplina em absorver o estilo de jogo pretendido por Rogério Micale. 

O Brasil aplaudiu a conquista e Tite, o novo treinador da seleção principal, também vibrou. Justo. Tanto que convocou sete jogadores do campeão olímpico. 

Entende-se que diante da proximidade de jogos pelas Eliminatórias Tite quis aproveitar jogadores em atividade, tanto os olímpicos quanto os que atuam no Brasil ou na China, onde o campeonato está em curso, preterindo os "europeus" que voltam de férias, sem ritmo de jogo. 

É uma aposta compreensível, mas é uma aposta. 

O Brasil, que tem 9 pontos e duas vitórias, pega o Equador - que está com 13 pontos e quatro vitórias - e em seguida a Colômbia, com 10 pontos e três vitórias. São jogos decisivos para uma recuperação da seleção que, no momento, está fora da zona de classificação.

O ouro olímpico tem, além do ineditismo, o mérito de dissipar algumas nuvens que pesam sobre o futebol brasileiro. Antes, durante e depois do fatídico 7x1. 

Nelson Rodrigues diria maktub: o título estava reservado para o Maracanã, o estádio-lenda de tantas glórias e de tantos craques. 

Foi o primeiro título mundial de uma seleção brasileira que o Maraca recebeu ao longo de 66 anos (é o segundo se o leitor quiser incluir a Copa das Confederações de 2013, um torneio menos emblemático também vencido pelo Brasil). Aquelas quatro linhas e aquele anel - que foram anfitriões orgulhosos de Ademir, Zizinho, Pelé, Garrincha, Gilmar, Nilton Santos, Didi, Gerson, Vavá, Rivelino, Romário, Ronaldo e tantos outros mágicos do futebol  - mereciam essa honra. 

Pena que, no ritual olímpico, não houve espaço para a foto-logotipo que marcou os cinco títulos de Copa do Mundo: a taça erguida pelo capitão. 

Primeiro, a imagem que simboliza a conquista olímpica é a dos vencedores no pódio. Segundo, o capitão do título é Neymar. Que não será um "eterno capitão", como Carlos Alberto, porque já "pediu as contas" do posto. 

Como capitão, sem taça para levantar mas com medalha para se orgulhar, Neymar será lembrado na Rio 2016 pelos gols, pelos passes e por dois momentos destacados: a frase rancorosa "vão ter que me aturar" e a faixa "100% Jesus".  O segundo poderia resultar em punição formal ao Brasil, já que o regulamento olímpico acertadamente rejeita manifestações políticas e religiosas. Teoricamente, a seleção poderia até perder a medalha. Diz-que que o COI, contudo, fará apenas uma advertência oficial ao COB. Em um evento associado à paz e à convivência respeitosa entre os povos, a pluralidade, a harmonia, a ostentação religiosa pode ser desagregadora.

A frase "vão ter que me aturar" embute um duplo sentido perturbador para quem a pronuncia. 

Muitos ídolos que pisaram no Maracanã, como os citados acima, foram "aturados" na boa por gerações de torcedores. 

É muito cedo para falar o mesmo de Neymar.

Falta um detalhe chamado Copa do Mundo. No mínimo.

  

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Equipe Olímpica de Refugiados terá 10 atletas de quatro países


(do site ONU Brasil
Os nomes foram anunciados na manhã desta sexta-feira (3) pelo Comitê Olímpico Internacional. “A iniciativa de montar um time de refugiados para os Jogos Olímpicos manda uma forte mensagem de apoio e esperança para os refugiados em todo o mundo”, destacou a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
Dez refugiados de quatro países são os integrantes da inédita Equipe Olímpica de Atletas Refugiados que disputará os Jogos do Rio 2016. A equipe será composta por dois nadadores sírios, dois judocas da República Democrática do Congo e seis corredores – um da Etiópia e cinco do Sudão do Sul.

Todos eles deixaram seus países devido a conflitos e perseguição, e encontraram refúgio na Alemanha, Brasil, Bélgica, Luxemburgo e Quênia. Os dois judocas Popole Misenga e Yolande Mabika vivem no Rio de Janeiro. É a primeira vez, na história dos Jogos Olímpicos que haverá uma equipe composta exclusivamente por atletas refugiados.

Em comunicado oficial, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) comemorou o anúncio da equipe. “A iniciativa de montar um time de refugiados para os Jogos Olímpicos manda uma forte mensagem de apoio e esperança para os refugiados em todo o mundo. Esta iniciativa chega no momento em que, mais do que nunca, milhares de pessoas têm sido forçadas a deixar suas casas por motivos de conflitos armados, violação de direitos humanos ou perseguição”, afirmou o ACNUR.

Ao final de 2014, a população global de refugiados, deslocados internos e solicitantes de refúgio era de 59,5 milhões de pessoas.

A Equipe Olímpica de Atletas Refugiados competirá em nome do COI, e sob a bandeira olímpica. Na cerimônia de abertura dos Jogos do Rio, em 5 de agosto de 2016, a equipe desfilará imediatamente antes da delegação brasileira. Os atletas refugiados, anunciados hoje pelo Comitê Executivo do COI, são:

- Ramis Anis, da Síria (Natação, 100 metros borboleta – masculino); vive na Bélgica;
- Yiech Pur Biel, do Sudão do Sul (Atletismo, 800 metros – masculino); vive no Quênia;
- James Nyang Chiengjiek, do Sudão do Sul (Atletismo, 400 metros – masculino); vive no Quênia;
- Yonas Kinde, da Etiópica (Atletismo, maratona – masculino); vive em Luxemburgo;
- Anjelina Nada Lohalith, do Sudão do Sul (Atletismo, 1.500 metros – feminino); vive no Quênia;
- Rose Nathike Lokonyen, do Sudão do Sul (Atletismo, 800 metros – feminino); vive no Quênia;
- Paulo Amotun Lokoro, do Sudão do Sul (Atletismo, 1.500 metros – masculino); vive no Quênia;
- Yolande Bukasa Mabika, da República Democrática do Congo (Judô, peso médio – feminino); vive no Brasil;
- Yusra Mardini, da Síria (Natação, 200 metros livres – feminino); vive na Alemanha;
- Popole Misenga, da República Democrática do Congo (Judô, peso médio – masculino); vive no Brasil;

“Estamos muito satisfeitos com a Equipe Olímpica de Atletas Refugiados. São pessoas que tiveram suas carreiras esportivas interrompidas após serem forçadas a abandonar seus países devido à violência e à perseguição. Agora, estes atletas refugiados de alto nível finalmente terão a chance de seguir seus sonhos”, afirmou o alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi. “A participação deles nas Olimpíadas é o resultado da coragem e perseverança de todos os refugiados que se esforçam para superar as diferenças e construir um futuro melhor para eles e para suas famílias. O ACNUR se solidariza a eles e a todos os refugiados”, acrescentou.

Por meio de projetos conjuntos, o ACNUR e o COI apoiam programas para a juventude e atividades desportivas em pelo menos 20 países, reformamos quadras poliesportivas em vários campos de refugiados e provimos kits esportivos para jovens refugiados.

Para os Jogos do Rio, o ACNUR atuou Comitê Organizador Rio 2016 em diferentes inciativas para integrar os refugiados ao evento e promover a causa dos refugiados. Dois refugiados foram selecionados para conduzir a Tocha Olímpica: a estudante síria Hanan Dacka, que carregou a chama olímpica em Brasília, e o guinense Abdoulaye Kaba, que é jogador de futebol no Brasil e conduzirá a Tocha em Curitiba, dia 14 de julho.

Fonte: ONU BR

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Deu no blog do Juca Kfouri: polêmica no Comitê Olímpico do Brasil

Reprodução

(do blog do Juca Kfouri)
"O “Blog de Daniel Brito”, aqui no UOL, contou ontem uma história que honra uma intelectual e desonra uma cartola. A intelectual, Katia Rubio, depois de mais de uma década de pesquisas, gravou e publicou uma obra monumental sobre todos os brasileiros que participaram, como atletas, de Olimpíadas. Brito, é claro, deu o nome da pesquisadora, mas não a de quem tentou fraudar a obra dela, porque, provavelmente, a própria autora, constrangida, não autorizou.
A história está AQUI, como Brito, com brilho, a publicou. O nome de quem falsificou a história é Cristiane Paquelet (foto), uma ex-nadadora do Fluminense que depôs como se tivesse participado da Olimpíada de Munique, em 1972, para indignação das nadadoras que, de fato, foram aos Jogos na Alemanha e tiveram suas histórias, de certa forma, furtadas pela farsa. Seria apenas um caso para os consultórios de psicologia não fosse o fato de a museóloga  Paquelet ser simplesmente Diretora Cultural do Comitê Olímpico Brasileiro, em tese uma guardiã de nossa memória olímpica, com sala ao lado de Carlos Nuzman, o cartola que preside o COB e o Rio-16".

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO BLOG DO JUCA KFOURI, CLIQUE AQUI



ATUALIZAÇÃO DO BQVMANCHETE -
De fato, como se pode ver na reprodução de um quadro (ao lado) com os nomes das atletas da natação publicado no livro "Sonho e Conquista", do COB, não há uma "Cristiane Paquelet" entre as integrantes da delegação brasileira para os Jogos de Munique, em 1972..



sábado, 16 de maio de 2015

Brasil espera que Comitê Olímpico faça jus ao espírito esportivo e puna ginastas que fazem bullying racista... Ou a cartolagem da CBG é conivente?

O Rio se prepara para sediar uma Olimpíada mas alguns atletas e dirigentes parecem dar exemplos de que não entendem nada de espírito olímpico. Uma federação, a de taekwondo, não acha nada demais levar na equipe atleta acusado de doping; outra, a de ginástica, agora abriga pretensos competidores que dão uma terrível demonstração de racismo em pleno ambiente de treinamento. A cena é grotesca e nem precisa de provas, o crime previsto no Código Penal foi devidamente gravado: em uma mesa, o ginasta Arthur Nory Mariano e os colegas Henrique Flores e Felipe Arakawa promovem uma sessão de bullying escroto com o atleta negro Ângelo Assumpção. O jogo racista consiste em um "charadinha" onde as perguntas são do tipo "se o celular funciona, a tela é branca, se estraga é de que cor? É branco!"; "o saquinho de supermercado é de que cor? É branco!. E o de lixo, é de que cor? É preto!". O vídeo foi postado na rede, o que agrava o crime. Depois da repercussão na internet, os atletas intolerantes ensaiaram um pedido de desculpa do qual o próprio ofendido participa, aparentemente constrangido. Alegam que foi "brincadeira", exatamente o argumento que torcedores racistas e madames que xingam atendentes negras de lojas usam para "justificar" o crime. A Confederação Brasileira de Ginástica divulgou uma nota ridícula e sem noção da gravidade do episódio onde a frase mais contundente é um "esperamos que fatos como esse não se repitam". Como "esperamos"? Os cartolas remunerados pelas verbas públicas estão lá (o grupo treina em Portugal às custas do contribuinte) para impedir que isso aconteça e punir se acontecer e não para encobrir graves manifestações de preconceito. Em matéria no Globo de hoje, levanta-se a suspeita de que o atleta negro não pode se queixar oficialmente para não correr o risco de exclusão da delegação. Ou seja, a vítima corre risco enquanto que para os autores do bullying e do assédio moral o recado da CBG é apenas esperar que o fato não se repita. Uma entidade consequente já desligaria imediatamente os autores da agressão. O Brasil não perderia nada. Não se sabe se os atletas agressores vão ganhar alguma medalha. Difícil. Mas nem o ouro, se por acaso conquistassem, valeria o preço das cenas que o vídeo mostra e do tipo de comportamento e educação que mostra em uns poucos mas reveladores minutos. Se nas próximos dias a CBG não tomar uma atitude decente, vai deixar claro porque tais fatos acontecem no seu ambiente.
VEJA O VÍDEO DO BULLYNG RACISTA, CLIQUE AQUI

ATUALIZAÇÃO EM 21/05
A Confederação Brasileira de Ginástica, segundo divulgou, suspendeu preventivamente por 30 dias os atletas envolvidos no caso de racismo. O prazo, se não for estendido, não impede que os autores do bullying representem o Brasil nos Jogos Panamericanos, em julho, em Ontário, Canadá. Quanto à acusação do crime em si, divulgado claramente na internet, a Educafro, entidade que defende os direitos dos negros, entrará com ação penal. O atleta vítima das agressões racistas, que não seria inéditas, tem dado declarações públicas minimizando a crise e, pelo que se sabe, preferiu não prestar queixa. Matérias na imprensa levantam a possibilidade de que ele teme represálias e prejuízos à sua carreira esportiva. O patrocinador (Caixa) não se pronunciou ainda e não manifestou qualquer repúdio ao fato ou preocupação de associar uma marca popular a práticas preconceituosas.