sexta-feira, 22 de abril de 2016

Europa pode ser epicentro de nova crise. Alguns países defendem combate à especulação e regulação do mercado. Tudo indica que Brasil da chapa Cunha-Temer irá na direção oposta, a do bundalelê financeiro

por Jean-Paul Lagarride
Há poucas semanas, o governo italiano transferiu dinheiro público para a especulação privada, alegadamente para salvar bancos que, se quebrassem,"'colocariam em risco o sistema financeiro". Esse suposto risco é usado como uma espécie de chantagem em períodos de crise de liquidez geralmente provocada pelos próprios bancos.  Aconteceu no Brasil, no embalo do neoliberalismo predatório dos tucanos no final do anos 1990. Aconteceu em 2008, na crise americana, na festa especulatória do criminoso subprime, dos derivativos e de outros mecanismos de espoliação que arrastaram o mundo e estão até comprometendo economias.

Tem crescido na Europa a tendência para, finalmente, regular o mercado financeiro. Sem isso, a crise não será superada. Pior, há sinais claros de uma próxima grande crise. Mercados voláteis - como esse que vive atualmente o Brasil com a ajuda e o impulso da conspiração golpista e com muitos grupos, inclusive corporações da mídia, ganhando muito dinheiro em "aplicações" -, e a depreciação de preços de commodities estão entre os gatilhos do caos.

Economista que previu 2008, o britânico George Magnus disse em entrevista que desenha-se um quadro muito semelhante às vésperas do desastre de oito anos atrás. Durante a conversa, o repórterassinalou que Magnus bateu três vezes na madeira ao pronunciar o agouro.

Do jeito que está, como mercado fazendo o que quer, as crises financeiras tornaram-se cíclicas, obedecendo a um padrão: 1987 (quando o índice  Dow Jones  caiu em quase 23% em um dia); em 1994 (quando o México era o "queridinho" do mercado financeiro internacional, que gerou uma "bolha", afundou a terra de Pacho Villa e provocou o "efeito tequila" que atingiu dezenas de países. Um efeito agravado porque, para conter prejuízos, bancos americanos fizeram lobby para o FED aumentar brutalmente os juros no Estados Unidos, o que atraiu capitais para o país, fragilizando outras economias); em 2001, estourou a "bolha" das empresas de alta tecnologia (os especuladores valorizaram artificialmente a cotação da corporações da internet, decidiram realizar os lucros em manada e derrubaram os preços); em 2008, a "bolha" do subprime.
Economistas afirmam que só não estourou outra grave crise, ainda, porque a de 2008 não acabou totalmente. Mas os sinais estão aí: há alguns meses, títulos do governo americano sofreram uma queda-relâmpago de 40 pontos, logo recuperados, mas o fenômeno foi visto como uma luz vermelha de advertência. Especula-se que a próxima crise envolverá títulos de dívida pública da Europa, atualmente inflados e procurados por mercados do mundo inteiro já que proporciona, na prática, empréstimos mais baratos.

Reprodução/O Globo
Enquanto analistas sérios lançam, lá fora, essas advertências - e a necessidade de regulação - , no Brasil, os sinais apontam para direção oposta, uma virtual associação com o mercado, que pode levar o país a disparar junto com a manada da especulação. A mídia aponta como provável ministro da Fazenda do governo da chapa do golpe, Cunha-Temer, o presidente da Federação dos Bancos (Febraban) Murilo Portugal. Portugal era, em 1998, representante do Brasil no FMI. Foi a época em que  o governo - que hoje é credor - caiu de quatro diante do Fundo.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Pulitzer premia fotógrafo brasileiro e reportagens investigativas. E mostra que jornalismo e grande mídia não precisam ser incompatíveis

Milhares de coletes, câmaras de ar, botes de borracha na ilha grega de Lesbos, deixados por refugiados sobreviventes ou que deram à praia após naufrágios frequentes, que têm causado milhares de mortes. A foto, feita em novembro do ano passado pelo brasileiro Maurício Lima, do New York Times, é uma das vencedoras do Prêmio Pulitzer 2016.  
Com a foto acima, o brasileiro Maurício Lima (The New York Times) foi um dos vencedores do Prêmio Pulitzer 2016. Mas três fotógrafos do jornal (Sergey Ponomarev, Tyler Hicks e Daniel Etter),
tiveram trabalhos destacados na categoria Breaking News, abordando o drama dos refugiados que lutam para chegar à Europa.

Nos quesitos de texto, esta talvez tenha sido a edição do Pulitzer que mais selecionou, entre os vencedores e finalistas, reportagens investigativas e de interesse social que saíram em grandes publicações, várias delas até classificadas como "conservadoras". Um alento contra os sinais de crise do jornalismo. Ou, por contraste, uma preocupante constatação: a grande mídia brasileira não tem produzido reportagens imparciais com tal alcance social ou comunitário.

Pelo menos não desse tipo, com fortes denúncias de interesse da sociedade, dos consumidores, dos cidadãos, enfim, que envolvam corporações poderosas, agressões ao meio ambiente, trabalho escravo etc, à margem do foco corporativo ou político-conspiratório.

Na última década, a mídia cartelizada privilegiou o engajamento político-partidário com todo o impacto e a distorção que tal posicionamento causa no verdadeiro jornalismo. E muito citada - e geralmente em contexto suspeito - a famosa frase de Millôr Fernandes ("Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados"). Certo. Mas a "oposição", no caso, sendo Millôr quem foi, não deve se aplicar apenas a governos. Mercado financeiro, grupos poderosos, madeireiras predadoras, corruptos (mas de todas as siglas, não só os alvos de denúncia seletiva), empresas que usufruem de trabalho escravo etc. também fazem parte do sistema, da "situação", no sentido do complexo de forças que predomina, influi e governa o país. Esses, muito raramente, são temas de matérias de interesse social na grande mídia.

O Pulitzer premiou a Associated Press por uma matéria investigativa sobre trabalho escravo cujos beneficiários são grandes supermercados e redes de restaurantes dos Estados Unidos. Vai encarar? Aqui, a mídia pouco se interessa sobre um projeto de lei em andamento na Câmara para aliviar a fiscalização do trabalho em condições desumanas no Brasil. O que se explica: o projeto é defendido por grupos ligados a corporações midiáticas. Outro prêmio foi para uma reportagem sobre violência e negligência em hospitais psiquiátricos na Flórida e não apenas a rede pública; uma matéria sobre a construção de uma base de dados para denunciar os assassinatos por parte da polícia, geralmente vitimando jovens negros, foi vencedora.
Entre os premiados, além da AP e do NYT, estão veículos como Tampa Bay Times, Los Angeles Times, The Baltimore Sun, Sarasota Herald-Tribune, The Wall Street Journal e The Boston Globe.

Adivinhe: nenhum deles é de esquerda. Mas nem por isso se limitam a praticar apenas o coxismo jornalístico.

Mídia internacional denuncia o golpe

por Flávio Sépia
A imprensa internacional - com destaque para publicações como Der Spiegel, The Guardian, El País, New York Times - têm classificado a investida contra Dilma Rousseff de golpe, a maioria, ou lançado sérias dúvidas sobre a legalidade do processo de impeachment. Muitos incluem a grande mídia brasileira como indutora do golpe no papel de representante dos setores financeiros, industriais, do agronegócio e aliada à direita e a políticos investigados mas até aqui poupados pela Lava Jato.
Alguns jornais estão irados com essa repercussão. Atribuem a divulgação internacional do golpe à coletiva que Dilma deu à mídia estrangeira. Mas, quem se der ao trabalho de ler as matérias do repórteres que para aqui se deslocaram ou dos correspondentes verá que são destacados o inacreditável show dos horrores no último domingo, a que eles assistiram no Congresso, a ausência de crime (tese amparada pelos principais juristas do país, os independentes, entrevistados por eles) e as acusações que pesam sobre os líderes do golpe. É citada também a prevalência do modelo de golpe "constitucional" que substitui a quartelada, o mesmo que destituiu governos do Paraguai e de Honduras e mesmo o da Ucrânia.
O título da Der Spiegel, por exemplo, é "A Crise Institucional no Brasil: Um Golpe Frio”.

Na sessão que referendou o golpe, apenas 36 dos 513 deputados foram eleitos com seus próprio votos. A grande maioria é "biônica" e chegou lá no embalo de uma legislação absurda

por Flávio Sépia
O voto em legenda foi instituído, no Brasil, em meados do século passado. De lá para cá, a lei foi emendada diversas vezes, sempre para pior, favorecendo a eleição de candidatos que, na verdade, não eram os escolhidos diretamente pelo eleitor.

A ditadura, em 1965, ampliou esse deformação eleitoral mesmo para eleger um Congresso de maioria fake e servil, que já votava sob controle. Em setembro de 1997, a Câmara dos Deputados promulgou lei que passava a considerar voto para a legenda até aqueles em que fosse ilegível na cédula o nome do deputado, mas identificável o do partido. Estava instituída, de vez, a zona,  que não é eleitoral, é zona mesmo,  que ajuda a explicar o dantesco espetáculo de domingo passado.

Segundo a Secretaria Geral da Mesa da Câmara, apenas 36 dos 513 deputados foram eleitos com votos próprios. Os demais 477 foram levados pelo "arrastão" de votos dados a candidatos mais conhecido ou detentores de "currais eleitorais", alguns concessionários de rádios,TVs e donos de jornais ou controladores de ' máquinas" públicas ou, ainda, artistas e figuras populares recrutados especialmente por partidos de baixa representatividade.

Dos 36 deputados que conseguiram alcançar esse quociente próprio na atual legislatura (que repete praticamente o quadro das anteriores), cinco são de São Paulo, cinco de Minas Gerais e cinco do Rio de Janeiro, quatro de Pernambuco, três no Ceará, três da Paraíba, dois de Goiás, dois de Santa Catarina. Amazonas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Sergipe e Roraima, elegeram, cada um, um deputado com votos "reais". O que equivale a dizer que aa bancadas desses estados têm, em sua maioria, deputados "biônicos".

Segundo o site DCM, nenhum deputado do Acre, Alagoas, Amapá, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, Rio Grande do Sul e Tocantins alcançaram o quociente eleitoral com votos próprios.

Ou seja: quando se diz que "brasileiro não sabe votar", é bom considerar essa legislação eleitoral calhorda. O problema não é saber ou não votar, o problema é que o destino desse tipo de voto, enquanto não for feita um reforma eleitoral digna desse nome - e o Congresso não parece disposto a mexer na mamata, a não ser para melhorar para os políticos que pegam carona na legislação e piorar para o eleitor. - pode ate ser legal mas não tem legitimidade.

Não é por acaso que o Plenário da Câmara dos Deputados tem um tapetão.

Bela, recatada e do lar: policial tira a roupa na viatura

A policia Nidia García, que é do lar, segundo os colegas, fez uma selfie que bombou na rede. Reprodução Facebook.

por Omelete
Talvez pelo terrível calor do deserto mexicano, a policial Nidia Garcia, de quem os colegas disseram que é disciplinada, recatada e do lar, fez uma selfie de topless na viatura. As imagens se espalharam pela web e Nidia foi suspensa pela corporação. Mas é agora a mais popular policial do México e ganhou o codinome de Airbag, já que seus atributos entraram para a tropa de elite entre os mais curtidos na internet..

domingo, 17 de abril de 2016

Acabou a sessão do golpe...


Câmara dos Deputados: começou a sessão do golpe

A Câmara dos Deputados, sob o comado de Eduardo Cunha,
se reúne para referendar o golpe. Foto Antonio Augusto.

Em 1964,mais  um momento vergonhoso de Congresso: o senador Aldo de Moura Andrade declara que Jango está fora do Brasil, quando o presidente ainda se encontrava no Rio Grande do Sul. Foi a patética "legalização" do golpe
por Flávio Sépia 
Historicamente, o Congresso, com poucas e corajosas exceções, não representa o povo brasileiro. Financiada por empresas, a maioria defende interesses próprios. As tentativas de uma reforma eleitoral que amplie a representatividade da Casa são sucessivamente barradas. Esse osso eles não querem largar.

Dá para contar nos dedos de uma mão os momentos, ao longo da curta prática de democracia na história do Brasil, em que a dignidade ganhou crachá para entrar no plenário.

A sessão que busca referendar o golpe começou há poucos minutos.

Vale lembrar, hoje, um dos momentos mais vergonhosos do Congresso. Em 2 de abril de 1964, parlamentares também se reuniram em um momento grave da vida do país. Os militares haviam tomado o poder e pretendiam o impossível: dar um caráter de legalidade ao golpe.

Servilmente o senador de triste memória Auro de Moura Andrade, do PSD, de São Paulo, convocou uma sessão relâmpago. Ignorou questões de ordem e declarou vaga a Presidência da República sob o argumento de que João Goulart havia deixado o país. Foi lido, mas desconsiderado, um ofício enviado ao Congresso por Darcy Ribeiro informando que o presidente se encontrava no Rio Grande do Sul, à frente de tropas legalistas e em pleno exercício dos seus poderes constitucionais. O resto dessa história e suas trágicas consequências, todos sabemos: por elas o Brasil pagou caro durante 20 anos.

Como em 1964, parlamentares estão reunidos agora para implodir a democracia. Como ontem, há deputados lutando, nesse momento, para deter golpe.

Só uma coisa não mudou: a precariedade moral e a ficha corrida de muitos engravatados que ali estão.

Copacabana: ato contra o golpe





Fotos Tania Rego/Agência Brasil

São Paulo: Já tem luta!

Foto Midia Ninja








São Paulo/Fotos de Paulo Pinto/Agência PT


Há 20 anos, em um trágico 17 de abril, as oligarquias de sempre chocavam o mundo ao promover o massacre de sem-terras no Eldorado dos Carajás...

Monumento "As Castanheiras do Eldorado dos Carajás", às margens
da BR-155  lembra o massacre. Reprodução
por Flávio Sépia 
A História não esquece jamais e costuma lançar luzes simbólicas nas sombras da política.

Hoje, golpistas se reúnem na Câmara dos Deputados - no capítulo decisivo de um jogo sujo que começou no dia seguinte à posse da presidente eleita para seu segundo mandato.

Que dia é hoje? 17 de abril de 2016. Há 20 anos, em um trágico 17 de abril (1996), a Polícia Militar do Pará, então governado pelo PSDB, assim como tucanos reinavam no Planalto, foi despachada para uma operação - como se fosse um pelotão do Isis - de extermínio de sem-terras que reivindicavam reforma agrária. Dezenove trabalhadores rurais foram executados. Alguns à queima-roupa, como a perícia mostrou, outros foram perseguidos e mutilados por policiais.

Hoje, haverá um ato ecumênico na BR-155, no local da chacina, em Eldorado dos Carajás, com a presença de sobreviventes e representantes de movimentos sociais, além de delegações da Europa, Ásia, África e América Latina. Este tornou-se o Dia Internacional da Luta no Campo.

A impunidade dos responsáveis pelo massacre agravou a tensão na região. Na época, o Ministério Público denunciou 150 policiais, dos quais apenas dois foram condenados. Os mandantes do fuzilamento não foram alcançados pela lei. A falta de punição consolidou a prática de assassinatos de sem-terras como método de solução de conflitos. Trabalhadores continuam sendo vítimas, agora de pistoleiros contratados por fazendeiros e grileiros. Ao longo dos anos, após o massacre, 271 sem-terra foram mortos no Pará, segundo a Comissão Pastoral da Terra. A impunidade é flagrante: apenas um terço dos casos resulta em inquéritos. E, desses, pouco mais de 20% vão a julgamento.

Hoje é 17 de abril. O massacre do Eldorado de Carajá faz 20 anos. É o Dia Internacional da Luta no Campo.

É o dia em que, unidas, as oligarquias de sempre pretendem impor ao Brasil seus velhos métodos.

É o dia em que a Democracia está, mais uma vez, sitiada e ameaçada.

sábado, 16 de abril de 2016

Novo presidente de Portugal é conservador mas quebra o protocolo ao posar para a foto oficial

por Jean-Paul Lagarride 
O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza, foi eleito em janeiro, tomou posse em março, mas só na semana passada posou para a foto oficial. 

Uma repórter do Público acompanhou a sessão de fotos, que foi inovadora. 

O novo presidente vestiu casaca solene, pôs a faixa, mas impôs uma condição ao fotógrafo oficial, Rui Ochoa: queria posar no terraço do Palácio da Cidadela, com o mar ao fundo, e não no salão nobre ou na biblioteca, como manda a tradição. 

Como a imagem descontraída  rompia com um protocolo de décadas, foi submetida à aprovação da Casas Civil, Militar. Levou quatro horas para que a foto recebesse o aval das autoridades. 

Leia a matéria, abaixo. É quase uma crônica.


No terraço do Palácio da Cidadela, o presidente Marcelo Rebelo de Souza e o fotógrafo oficial Rui Ochoa.
Foto Presidência da República de Portugal/Miguel Lopes

O presidente e os chefes das Casas Civil e Militar: a aprovação da foto levou quatro horas.
Foto Presidência da República de Portugal/Rui Ochoa

A foto aprovada; sorriso, casaca, ar livre e mar ao fundo.
Foto Rui Ochoa/Presidência da República de Portugal



A fotografia oficial do Presidente 
(também) fugiu ao protocolo

Marcelo queria uma fotografia em que tivesse o mar atrás de si.

por Leonete Botelho (do Público, de Portugal)
Foi no domingo, dia de temporal, no Palácio da Cidadela. Já tinha passado um mês sobre a tomada de posse e Rui Ochoa, fotógrafo oficial de Belém, sentia-se pressionado: as embaixadas, militares e polícias exigiam o retrato oficial do chefe de Estado para pendurar nos sítios oficiais.

Lá foram logo de manhã para Cascais, fotógrafos e todo o material, maquilhadora… o alfaiate não pôde ir e ainda não se sabia se a casaca obrigatória, comprada na altura do doutoramento do professor, ia servir. Serviu, embora apertada.

Começaram os preparativos: Marcelo queria uma fotografia com o mar ao fundo, mas a casaca – explicaram os homens do protocolo – é uma indumentária para usar só a partir do fim da tarde. A foto teria de ser de interior, como todas as dos Presidentes anteriores.

Era então preciso encontrar um lugar no palácio com grandes janelas e vista de mar. Encontrar a cadeira certa, a vista certa, o decór certo. Para ter o ângulo certo, foi preciso montar estrados. Luzes. Câmaras. Acção.

Marcelo entretanto passeava-se pelo palácio, cujos cantos aproveitou para conhecer. Já tinha o laço branco, a tricolor Banda das Três Ordens (de Cristo, de Avis e de Sant’Iago da Espada) atravessando o peito por baixo da casaca, a placa dourada do grande colar ao peito. Lá se fez a fotografia. Uma. Duas. Três. E ainda chovia, o céu de chumbo.

De repente, abriu-se o sol e o Presidente quis ir ao terraço. E foi aí que surgiu a fotografia certa, ainda que fugisse ao protocolo. O céu azul, as nuvens brancas, o mar ao fundo. Diferente em tudo das dos antecessores. Sem mãos à vista e com sorriso aberto. Ao ar livre, como Marcelo tanto queria.

Vieram os chefes da Casa Civil e da Casa Militar, era preciso que todos concordassem. Viram-se todas as fotografias, vingou aquela. Quatro horas depois.

Agora já só falta passar da fotografia ao cartaz que será reproduzido em litografias, com as Armas de Portugal sobre a esfera armilar por cima da foto e o nome do Presidente da República por baixo. Mas até aqui o Presidente quis inovar e mandou gravar em braille o seu nome e cargo. E assim será.
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Luiz Eduardo Soares: "Sou contra o impeachment porque penso no dia seguinte"

por Luiz Eduardo Soares (*)
"Meus amig@s, não tenho a intenção de demonizar ninguém que seja a favor do impeachment, tenho muitos amigos favoráveis e a maioria de meu partido prefere o impeachment. Quero apenas compartilhar as razões pelas quais sou contra, razões que tenho repetido há meses, em textos e debates públicos. Aprovado o impeachment, no dia seguinte, a mídia vai clamar por uma trégua para que o novo presidente possa trabalhar em paz e para que a economia se reequilibre. O ministro Gilmar Mendes, novo presidente do TSE, vai empurrar com a barriga o processo contra a chapa Dilma-Temer, para não desestabilizar o novo governo. Dirá: “O Brasil não aguenta outra queda de presidente”. Editorialistas escreverão: “A economia não resistirá a uma nova perturbação da ordem. Deixem as eleições para 2018. Agora, todos devem dar uma trégua ao presidente Temer. Agora, vamos trabalhar para restabelecer a confiança e reeguer a economia”.

O ministro da Justiça será forte, fortíssimo, alguém com autoridade para segurar a polícia federal (e atenção, confio na integridade e independência da PF e do MP, mas sei quão poderosas podem ser as pressões e manipulações na contra-mão da vontade dos profissionais). Quem? Talvez um ex-ministro da Defesa e da Justiça, ex-presidente do Supremo. Este ministro forte agirá. A lava-jato, que é, não nos enganemos, a grande moeda política no Congresso, razão para que dezenas de suspeitos e investigados votem contra ou a favor do impeachment, a lava-jato vai sair das manchetes e escorregar para as páginas policiais. E boa parte da população, iludida, vai celebrar a derrota da corrupção, como se o PT fosse o único partido corrupto, como se Temer e o PMDB não fossem cúmplices do PT, como se esta gigantesca manobra de Cunha et caterva não tivesse como objetivo justamente neutralizar a lava-jato.

Quem for a favor do impeachment por acreditar que depois de derrubar Dilma o povo pressionará pelo impeachment de Temer, vive no mundo da lua. Quem for a favor, supondo que a lição será dada ao PT e logo depois ao PMDB, com a cassação da chapa no TSE, está inteiramente equivocado. Passando o impeachment, fecham-se as tampas para mais mudanças. O Brasil perderá a potência da lava-jato, esse fenômeno único e transformador em nossa história – independentemente de seus erros. Além disso, o país será submetido a um arrocho sem precedentes. Quem pagará o preço, mais uma vez, serão os mais pobres. O país trocará Dilma pelos direitos dos trabalhadores e pela oportunidade única em sua história de passar a limpo essa classe política degradada, em seu conjunto.

O único caminho promissor é o impeachment não ser aprovado, porque, no dia seguinte, todas as expectativas da sociedade se voltarão para o TSE e não haverá a possibilidade do engavetamento. A chapa Dilma-Temer será cassada e haverá novas eleições. As provas são cabais de que houve uso, na campanha, de recursos oriundos de corrupção. Quem cairá será a chapa Dilma-Temer, porque esses recursos não elegeram somente Dilma, elegeram também Michel Temer.

Portanto, se você quer novas eleições, quer a continuidade da lava-jato e quer um enfrentamento vigoroso, sem tréguas e profundo à corrupção, diga não ao impeachment. Se eu fosse deputado e tivesse a chance de votar, diria, apontando para Eduardo Cunha: “Considero o governo federal corrupto e abjeto, indefensável ética e politicamente, mas voto não ao impeachment porque não vou entregar meu país a Vossa Excelência e a seu grupo inqualificável (como deputado, estaria livre para aplicar os adjetivos apropriados), não vou entregar o Brasil a V.Exc, a Michel Temer, a Renan Calheiros. Os senhores são cúmplices, são a outra face da mesma moeda. Novas eleições, já. E se esta Casa tivesse vergonha, faria o impensável: renunciaria, coletivamente, para que as novas eleições fossem gerais. Como isso não vai acontecer, a Nação deve voltar os olhos para o TSE e cobrar decisão urgente."

Você, favorável ao impeachment, creia: provavelmente sou tão crítico ao PT quanto você, desde o desgoverno na economia à derrocada ambiental, do atoleiro político à degradação ética. Mas prezo a lava-jato e não sou ingênuo: não creio que os problemas do Brasil se resumam ao PT. Quem acreditar nisso está iludido e dará, involuntariamente, sobrevida à corrupção e às mazelas nacionais, na política.

(*) Texto reproduzido do site Justificando.com - Luiz Eduardo Soares é antropólogo, escritor, dramaturgo e professor de filosofia política da UERJ. Foi secretário nacional de segurança pública e coordena curso sobre segurança pública na Universidade Estácio de Sá. Seu livro mais recente é “Rio de Janeiro; histórias de vida e morte" (Companhia das Letras, 2015).

Pequena declaração ​de princípios (e de continuidades) [Aos amigos que não encontro no Facebook]

por Aguinaldo Ramos 
Quando o golpe de 1964 ocorreu eu tinha 13 anos, morava perto da refinaria da Petrobras, em Duque de Caxias e, de diferente, notei apenas as tropas do Exército pelas redondezas.

Em junho de 1968, quando da "passeata dos 100 mil" e outras, eu, aos 17 anos, morava em Olaria, nos subúrbios do Rio, e acompanhei pelos jornais.

A partir daí, convivendo com a turma de jovens da igreja local, fui me inteirando da situação. Vieram o AI-5 e o governo Médici e, de repente, eu trocava a pretensão de ser engenheiro pela curiosidade das Ciências Sociais e entrava, em 1971, para o IFCS/UFRJ.

Em 1973, com ainda mais curiosidade sobre a sociedade humana e depois de uns 15 colegas serem presos durante as férias, saltei fora da universidade e tentei, com parceira e amigo, ir de carona até o Chile de Allende. Por falta de dinheiro e, talvez, premonição dos perigos, voltamos de Mendoza, a 100 km da fronteira chilena...

A partir de 1977, fui fotojornalista na Manchete (e outras revistas da Bloch) e no Jornal do Brasil, freelancer na imprensa após 1986 e para empresas no correr dos anos 1990. Em todo esse tempo a minha postura diante de protestos ou arranjos, de lutas ou acordos, sempre foi a da maior "neutralidade" possível: dava atenção à imagem e não às ideias.

Da virada dos anos 2000 para cá, à medida que ressurgia em mim a necessidade de refletir (e de escrever) sobre a convivência humana, fui me envolvendo com (e opinando sobre) temas próximos, até ficarem evidentes os princípios que buscava desde o início:  SOMOS TODOS IGUAIS NESSA TERRA E É ASSIM QUE DEVEMOS CONVIVER.

Nos últimos anos, as condições sociais e políticas do Brasil me apontaram que a nossa desigualdade social é não só injusta, mas também praticamente insuportável, tanto para quem a sofre quanto para quem tenha consciência disso. E também me indicaram que só a superação dessa desigualdade social trará paz, desenvolvimento, soberania e, em última instância, felicidade ao povo brasileiro.

Então, hoje, me percebo (e me sinto contente de ser) um cada vez mais intenso ativista político (e social, e cultural etc), entendendo cada vez mais a necessidade de, na medida do possível, estar presente nos atos que constituem a luta por avanços sociais, desde a paciente atuação cotidiana até a emocionante presença em momentos coletivos.

Se a luta é árdua, se há quem não a entenda ou se há os que apenas defendem o seu pequeno mundo, paciência... Importante é que aprendi que essa perspectiva é justa, é construtiva, é libertadora. E, melhor ainda, é que nesta caminhada tenho encontrado companheiros que enquanto me trazem fé e alegria, vão se tornando queridos.

Sobre a foto: A selfie foi feita no Largo da Carioca, em 31/03/2016, durante manifestação contra a ameaça de golpe político-jurídico-midiático em curso no Brasil. A camisa azul, além de indicar que a democracia tem todas as cores, é uma homenagem à comunidade de Vila Autódromo, por sua resistência contra o poder econômico da especulação imobiliária, que lhes é imposta pela Prefeitura do Rio. A camisa vermelha, levada como alternativa, foi improvisada sobre a cabeça, como proteção por conta de uma gripe insistente. Os cabelos brancos são uma espécie de registro desta trajetória. As bandeiras ao fundo dão a localização dessa luta: o povo do Brasil é a referência.

No MMA político, a chapa Temer-Cunha pode virar Cunha-Temer...

por José Esmeraldo Gonçalves
Caso a chapa Temer-Cunha chegue ao poder, o atual presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, terá sido entronizado como o homem mais poderoso do país.

Cunha é uma espécie de Barcelona na atual crise. Desde que assumiu o Presidência da Câmara, não perdeu um só jogo. No que diz respeito ao seu nome, conseguiu congelar a Lava Jato, o TSE não pronuncia seu santo nome em vão, o STF assina embaixo das suas decisões, a mídia não o incomoda, e na Câmara nenhuma Comissão sobrevive sem o seu aval, nenhuma Ética é discutida se for ele o alvo.

Pode-se dizer que Cunha tem considerável influência sobre os Três Poderes. No caso do Executivo, é o homem que levou o processo de impeachment ao Plenário, assim como é o principal arregimentador de votos contra Dilma Rousseff.

Talvez a chapa que irá assumir o governo, caso o golpe seja vencedor, deva ser invertida para Cunha-Temer.

Cunha é o zagueiro que nada deixa passar; Temer é o ponta-esquerda que vai e volta, recebe a bola e logo se livra dela e, quando não é acionado, escreve uma carta lamurienta ao treinador dizendo que "assim não dá".

Em quem você aposta no MMA político de um eventual governo pós-golpe?

Acha que vida de golpista é fácil? Se o golpe for vitorioso, ninguém quer entrar para a História como militante da chapa Temer-Cunha...

por José Esmeraldo Gonçalves
O que é a natureza - diria Zé Trindade. As forças que chutaram o traseiro da democracia já dão o golpe como certo. Com isso, nos últimos dias, - e aí, para citar a única frase histórica que a ditadura produziu - "às favas todos os  escrúpulos", do coronel Jarbas Passarinho -, caíram todas as máscaras.

Houve, e há, de tudo: vazamentos de discursos de posse, uma capa de revista festejou antecipadamente a "vitória", outra produziu para cada região do país um cartaz, que lembra os de "procurados" pelo regime militar, com fotos dos deputados indecisos ou que estariam decididos a votar contra o "golpe constitucional", sites de direita divulgaram endereços pessoais de políticos e até de magistrados para orientar ação de "comandos" de intimidação etc.

Com a conspiração chegando ao fim, na visão da oposição, foi curioso observar uma certa mudança de tom, nos últimos dias, por parte de alguns analistas que já devem avaliar ter cumprido a missão. Passaram a conceder, nas suas análises, um arremedo de falso "equilíbrio", de suposta "isenção", deram-se ao direito de "criticar", mesmo que levemente, alguns aspectos da provável sucessão.

Embora tenham ajudado - na hipótese do golpe vitorioso -, a colocar no poder a chapa Temer-Cunha, isso feito, parecem querer se dissociar da "vitória".

Queiram ou não, certos sociólogos, juristas, políticos, antropólogos, economistas, entre outros ofícios, atuaram fortemente na grande mídia como agentes da comunicação do processo de derrubada de um governo democraticamente eleito. Fizeram, sem querer querendo, sem querer ou querendo, o que um tal de Joseph Goebbels propôs ao listar os princípios do seu trabalho como Ministro da Propaganda.  Algumas dessas normas são bem identificáveis no quadro geral da atual crise. Goebbels resumiu seus manuais, que são extensos e detalhados, em princípios básicos próprios para a imprensa, o rádio e o cinema. Embora a televisão já existisse na Alemanha (as Olimpíadas de 1936 chegaram a ser transmitidas para um público restrito) não era ainda relevante como veículo de propaganda. Quanto à Internet, esta não frequentava nem a ficção científica de H.G. Wells, o autor de "A Máquina do Tempo", que morreu em 1946.

Ao ganhar a guerra, os aliados não importaram apenas os cientistas do foguete V2. As técnicas de Goebbels também foram rapidamente assimiladas. Aí vão alguns tópicos, apenas como exemplos desse tipo de marketing.

-  Simplifique não diversifique, escolha um inimigo por vez. Ignore o que os outros fazem concentre-se em um até acabar com ele.

- Divulgue a capacidade de contágio que o inimigo tem. 

- Atribua todos os males ao inimigo.

- Exagere as más noticias até desfigurá-las. Transforme um delito em mil delitos. 

- Espalha os boatos até se transformarem em 'notícias'.

Já viu isso em algum lugar? Pois é.

As últimas pesquisas mostraram que, apesar de todo o bombardeio, quase metade dos brasileiros não concorda com tudo o que lê, ouve e vê por aí. Daí, nessa reta final, vários dos citados articulistas identificados com o longo processo do golpe tentam, de alguma forma, limpar a imagem, um pouco que seja, se não para a História, pelo menos para seus filhos, netos, o açougueiro, o porteiro e o vigário da paróquia.

Devem ter razão: muitos profissionais do passado ficaram indelevelmente associados, como o foram, ao golpe de 1964.

E não deve ser fácil botar a cabeça no travesseiro após levar ao poder a chapa Temer-Cunha.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Donos do dinheiro...

Reprodução
por Luis Fernando Verissimo (reproduzido do Globo. hoje)

"Um governo para os pobres, mais do que um incômodo político para o conservadorismo, era um mau exemplo, uma ameaça inadmissível para a fortaleza do poder real

Gosto de imaginar a História como uma velha e pachorrenta senhora que tem o que nenhum de nós tem: tempo para pensar nas coisas e para julgar o que aconteceu com a sabedoria - bem, com a sabedoria das velhas senhoras. Nós vivemos atrás de um contexto maior que explique tudo mas estamos sempre esbarrando nos limites da nossa compreensão, nos perdendo nas paixões do momento presente. Nos falta a distância do momento. Nos falta a virtude madura da isenção. Enfim, nos falta tudo o que a História tem de sobra.

Uma das vantagens de pensar na História como uma pessoa é que podemos ampliar a fantasia e imaginá-la como uma interlocutora, misteriosamente acessível para um papo.

- Vamos fazer de conta que eu viajei no tempo e a encontrei nesta mesa de bar.

- A História não tem faz de conta, meu filho. A História é sempre real, doa a quem doer.

- Mas a gente vive ouvindo falar de revisões históricas...

- As revisões são a História se repensando, não se desmentindo. O que você quer?

- Eu queria falar com a senhora sobre o Brasil de 2016.

- Brasil, Brasil...

- PT. Lula. Impeachment.

- Ah, sim. Me lembrei agora. Faz tanto tempo...

- O que significou tudo aquilo?

- Foi o fim de uma ilusão. Pelo menos foi assim que eu cataloguei.

- Foi o fim da ilusão petista de mudar o Brasil?

- Mais, mais. Foi o fim da ilusão que qualquer governo com pretensões sociais poderia conviver, em qualquer lugar do mundo, com os donos do dinheiro e uma plutocracia conservadora, sem que cedo ou tarde houvesse um conflito, e uma tentativa de aniquilamento da discrepância. Um governo para os pobres, mais do que um incômodo político para o conservadorismo dominante, era um mau exemplo, uma ameaça inadmissível para a fortaleza do poder real. Era preciso acabar com a ameaça e jogar sal em cima. Era isso que estava acontecendo.

Um pouco surpreso com a eloquência da História, pensei em perguntar qual seria o resultado do impeachment. Me contive. Também não ousei pedir que ela consultasse seus arquivos e me dissesse se o Eduardo Cunha seria presidente do Brasil.

Eu não queria ouvir a resposta."


Deu no Comunique-se: em Minas, Diários Associados metem a mão no bolso dos jornalistas

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Rio 2016 - Sorteio no Maracanã: seleção brasileira conhece seus adversários na fase de grupos.

O sorteio foi relazado no Maracanã, estádio que já recebeu duas finais de Copa do Mundo e será palco de uma final olímpica. Foto Rafael Ribeiro/CBF

A ex-jogadora Aline Pellegrino e o campeão mundial Ronaldinho Gaúcho sorteiam os jogos da fase de grupos.
 Foto Rafael Ribeiro/CBF
Sorteio realizado no Maracanã definiu, hoje, os adversários do Brasil na primeira fase do torneio de futebol dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

A seleção, no Grupo A, enfrentará África do Sul, Iraque e Dinamarca. O primeiro jogo será no Mané Garrincha, em Brasília, no dia 4 de agosto, contra a África do Sul. No dia 7, enfrenta o Iraque, também em Brasília e, no dia 10, pega a Dinamarca, em Salvador.

A Alemanha, o carrasco de 2014, está no Grupo C, junto com Fiji, Coréia do Sul e México. A Argentina ficou no Grupo D, com Honduras, Portugal e Argélia. Colômbia, Suécia, Nigéria e Japão estão no Grupo B.  Se o Brasil ficar em primeiro no seu grupo, enfrentará, em São Paulo, o segundo colocado do Grupo B; se vencer, pode pegar a Argentina (supondo que a Argentina também não vacile), no Maracanã, na semi-final. Se passar, pode ser Alemanha (também suponto que a Alemanha siga invicta) na final. Se o Brasil ficar em segundo lugar no seu grupo pode pegar a Colômbia, nas quartas de final e a Alemanha na semifinal. Especulações, claro. Veja, abaixo, a tabela nas fases finais.



Fifa teria dado ultimato ao Catar: ou elimina o trabalho escravo nas obras da Copa 2022 ou a bola vai rolar em outro país...

por Niko Bolontrin
A imprensa europeia especula que a Fifa teria dado um prazo de 12 meses ao Catar para melhorar as condições de vida e trabalho dos operários que constroem os estádios para a Copa do Mundo de 2022.  A Anistia Internacional e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) têm denunciado situações degradantes, especialmente, em relação aos milhares de imigrantes envolvidos nas obras. Sob pressão, caso o Catar não elimine o que se caracteriza como uma relação de 'escravidão moderna", a Fifa poderá ser levada a mudar a sede daquela Copa. É mais uma dificuldade no horizonte do Mundial, além da oposição ao fato de ser o Catar uma ditadura religiosa com sérias limitações ao comportamento dos turistas e torcedores que irão ao país. Nos bastidores, Itália, Espanha e Inglaterra acompanham o problema ansiosos para voltar a sediar o maior torneio de futebol do planeta.

Taylor Swift na Vogue de maio


Fotos MERT ALAS AND MARCUS PIGGOTT/ VOGUE/ Reproduçõa Instagram
por Clara S. Britto
A cantora Taylor Swift, 26, é, ao lado de Beyoncé, uma recordista de capas de revistas internacionais. Dessa vez, na Vogue americana, edição de maio, deu Swift. Ela foi fotografada por Mert Alas e Marcus Piggott. A revista acompanhou a cantora em uma viagem de volta à terra natal, Reading, Pensilvânia, o que rendeu uma longa e nostálgica reportagem.


Vai ter Zumbilândia?

por Omelete
Sou sou só eu quem acha ou as figuras da ditadura reocuparam a praça numa  macabra reedição da antológica cena dos mortos-vivos de "Incidente em Anatares", de Érico Veríssimo?

Primeiro, Delfim Neto, o ministro dos governo militares que autografou o AI-5, passou ser convidado frequente dos principais programas de entrevistas na TV aberta e nos canais por assinatura. Virou o oráculo em economia divinatória. Tanto assim, que Delfim é uma dos redatores do programa de governo do PMDB,  "Uma Ponte para o Futuro", que reedita o pega-pra-capar da ditadura em relação aos direitos sociais dos trabalhadores.

Moreira Franco, ex-deputado da Arena, prefeito biônico de Niterói, na ditadura, mas com maleabilidade suficiente para integrar o governo Dilma Rousseff, é agora o conselheiro e marqueteiro da chapa Michel Temer-Eduardo Cunha.

Até Francisco Dorneles, secretário da Receita no regime militar, reapareceu por conta do afastamento de Pezão do governo do Estado do Rio de Janeiro. Como vice, assumiu e já disse a que veio: suspendeu até maio pagamento dos aposentados e proibiu manifestação na Praia de Copacabana, no próximo domingo, de grupos contrários ao golpe. A Av.Atlântica será dos golpistas. Quem quiser apoiar a passeata 'subversiva" a favor de Dilma deverá ir, talvez, para o Centro da cidade.

Paulo Maluf, político da Arena, durante a ditadura, ex-presidente da Caixa Econômica Federal, es-prefeito nomeado, ex-governador biônico de São Paulo, declarou seu apoio ao golpe. Coincidentemente, voltou a ter espaço na mídia, foi entrevistado por canais de TV e teve o prazer de ver noticiada nos jornais, com destaque, a decisão da Interpol que tirou o seu do político da lista dos impedidos de viajar para vários países.

Não sei se é pesadelo ou delírio febril, mas recebi nas ruas um adesivo "povo limpo é povo desenvolvido", o balconista da padaria me perguntou onde pode matricular o filho no Mobral, aqui na rua passou um carro de som tocando Don e Ravel, ouvi falar que o PMDB, ao assumir, vai pedir ao povo que doe ouro para o bem do Brasil e vi um cartaz de "procura-se" com uma porção de retrato 3x4, mas quando cheguei perto era apenas a capa de um revista que 'denunciava" deputados que prometeram votar contra o impeachment ou estavam indecisos.

Em todo caso, anotei na agenda os endereços de algumas embaixadas caso precise pular um muro.

É que passou por mim uma mulher que nem devia ser nascida nos anos de chumbo mas usava uma camisa amarela com um slogan em verde: "Brasil, ame-o ou deixe-o!"  Talvez ela tenha tirado a camisa do armário do avô. Talvez nem tenha se ligado no sentido da frase.

Mas e se não for? E se a tal camisa entrar na moda na próxima estação?

Atualização - O Secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, havia autorizado as duas manifestações em Copacabana, no domingo, dia 17, em horários diferentes. o governador em exercício Francisco Dorneles vetou e teria permitido apenas o ato dos coxinhas. O jornal O Dia informa hoje, 15/4, que a passeata dos golpistas e a manifestação antigolpe voltaram a ser autorizadas na Av Atlântica, em horários e trechos diferentes.

Vazou! O primeiro passo após o golpe: futuro governo promete fazer uma Constituinte privê

Se você não leu o "programa de governo" do PMDB, está na hora de conhecer o tamanho da encrenca. O tal do "Uma Ponte para o Futuro", uma cartilha primária do governo pós-golpe, é, na verdade, uma tremenda piroga para o passado. Veja algumas tramoias:

* "Estabelecer um limite para as despesas de custeio inferior ao crescimento do
PIB, através de lei, após serem eliminadas as vinculações e as indexações que
engessam o orçamento". 

O que isso quer dizer: verbas para educação e saúde deixam de ser obrigatórias.

* "Executar uma política de desenvolvimento centrada na iniciativa privada, por meio
de transferências de ativos que se fizerem necessárias, concessões amplas em
todas as áreas de logística e infraestrutura, parcerias para complementar a oferta de
serviços públicos e retorno a regime anterior de concessões na área de petróleo,
dando-se a Petrobras o direito de preferência".

O que isso quer dizer: privatização ampla, grupos privados assumindo serviços públicos (parcerias extremamente lucrativas e que costumam resultar em mais despesas) e um liberou geral no petróleo especialmente no cobiçado pré-sal. 

* "Realizar a inserção plena da economia brasileira no comércio internacional, com
maior abertura comercial e busca de acordos regionais de comércio em todas as
áreas econômicas relevantes – Estados Unidos, União Europeia e Ásia – com ou
sem a companhia do Mercosul, embora preferencialmente com eles".

O que isso quer dizer: o comércio exterior volta a se submeter aos Estados Unidos e União Europeia, dois mercados com conhecidas barreiras protecionistas principalmente no setor agrícola que é decisivo para as exportações brasileiras. Quanto às amarras do Mercosul, foram criadas pelo próprio PMDB no governo trapalhão de José Sarney. 

* "Na área trabalhista, permitir que as convenções coletivas prevaleçam sobre as
normas legais, salvo quanto aos direitos básicos".

O que isso quer dizer: o PMDB pretende criar uma "legislação" pirata, paralela à legislação legal. O objetivo é livrar as empresas do cumprimento das normas que protegem o trabalho. Isso equivale a relativizar salários, horas extras, benefícios, saúde e segurança dos trabalhadores. Como no Brasil Colonial, caberá aos "senhores" escolher como serão as relações de trabalho. Os "direitos básicos" não são definidos pelo documento, daí...

* "Na área tributária, realizar um vasto esforço de simplificação, reduzindo o número
de impostos e unificando a legislação do ICMS, com a transferência da cobrança
para o Estado de destino; desoneração das exportações e dos investimentos;
reduzir as exceções para que grupos parecidos paguem impostos parecidos".

O que isso quer dizer: 70% dos impostos, no Brasil, são pagos por assalariados. O PMDB quer aliviar ainda mais grandes grupos, o sistema financeiro etc. O item não fala no contribuinte pessoa física para quem vai sobrar a conta. 

* "Promover a racionalização dos procedimentos burocráticos e assegurar ampla
segurança jurídica para a criação de empresas e para a realização de investimentos,
com ênfase nos licenciamentos ambientais que podem ser efetivos sem ser
necessariamente complexos e demorados".

O que isso quer dizer: licenciamento ambiental é norma tradicionalmente combatida por empresas, pelo agronegócio, por grileiros e pela grande mídia. A intenção aí é a "enfase" na desregulamentação ambiental.

* "Para ser funcional (o Estado) deve distribuir os incentivos corretos para a iniciativa privada".

O que isso quer dizer: Deve ser mais ou menos como o PMDB fez no Rio de Janeiro ao conceder festiva isenção de ICMS a grandes empresas em valores que somam quase dez vezes a cifra do atual rombo nas contas do Estado do RJ. 

* No Relatório Global de Competitividade 2015-2016, do Fórum Econômico Mundial,
publicado recentemente, o Brasil ficou em 75º lugar, entre 140 países, perdendo
18 posições em relação ao relatório anterior, de 2014 (...) Na decomposição dos fatores
que compõem o índice o nível dos impostos e a complexidade tributária, combinados,
respondem por 25% – o maior fator – dos problemas para realizar negócios no país. As
leis trabalhistas e a corrupção vêm muito abaixo, com 14% e 12%, respectivamente".

O que isso que dizer: Aí tem um ato falho, o PMDB quer dizer que a corrupção não é tão prejudicial assim ao país? "Uma Ponte para o Futuro" tem 6.369 palavras. E corrupção é verbete citado apenas uma vez. A palavra parece provocar arrepios nas internas.

*  "Outra questão da mesma ordem provém da previdência social. Diferentemente de quase
todos os demais países do mundo, nós tornamos norma constitucional a maioria das regras
de acesso e gozo dos benefícios previdenciários, tornando muito difícil a sua adaptação
às mudanças demográficas".

O que isso quer dizer: É curioso. O PMDB defende a "segurança jurídica" para investidores, sejam aqueles que injetam dinheiro no setor produtivo, sejam os especuladores, mas advoga "insegurança jurídica" para aposentados e usuários dos sistemas públicos de previdência e assistência. O que o PMDB chama de "adaptação" é, na prática, cassação de direitos sociais.

* "Na ausência de uma ação forte e articulada, que conduza a um conjunto de reformas nas leis e na constituição, a crise fiscal não será resolvida".

O que isso quer dizer: o PMBD defende "ação forte e articulada" para mudar a Constituição. Chegando ao governo, deixa claro que não vai jurar defender a atual Constituição,  mas reescrevê-la como se montasse uma Constituinte privê.

* "É  necessário em primeiro lugar acabar com as vinculações constitucionais estabelecidas, como no caso dos gastos com saúde e com educação, em razão do receio de que o Executivo pudesse contingenciar, ou mesmo cortar esses gastos em caso de necessidade, porque no Brasil o orçamento não é impositivo e o Poder Executivo pode ou não executar a despesa orçada."

O que isso quer dizer: esse ponto chega a ser tristemente cômico. O PMDB  alega ter receio de que o Executivo não cumpra com os gastos obrigatórios em educação e saúde. Por isso, os cérebros do partido preferem acabar logo de vez com a vinculação. Educação e saúde? Não interessa e o resto não tem pressa. 

* "Quando a indexação é pelo salário mínimo, como é o caso dos benefícios sociais, a distorção se torna mais grave, pois assegura a eles um aumento real, com prejuízo para todos os demais itens do orçamento público, que terão necessariamente que ceder espaço para este aumento. Com o fim dos reajustes automáticos o Parlamento arbitrará, em nome da sociedade, os diversos reajustes conforme as condições gerais da economia e das finanças públicas. Em contrapartida a este novo regime, novas legislações procurarão exterminar de vez os resíduos de indexação de contratos no mundo privado e no setor financeiro". 

O que isso quer dizer: o PMDB avisa que achatará o salário mínimo e os benefícios. Obviamente, preços e tarifas de serviços subirão de acordo com o mercado. Isso é um cruel programa de transferência de renda dos mais pobres para os mais ricos. Quanto a salários de deputados, senadores, vereadores, juízes, promotores etc, claro que não terão limites. Como se sabe, são arbitrados pelos respectivos Legislativos, como tem sido, e sempre com a ajuda decisiva dos votos do... PMDB. Tem outra curiosidade aí: quando propõe desindexar salários e benefícios, o PMDB fala em "necessidade". E quando cita a indexação de contratos privados e do setor financeiros, coloca lá um "procurarão exterminar". Pode apostar que apenas os salários e benefícios sofrerão cortes. O PMDB não tem colhões para mexer em contratos privados e no setor financeiro.

* "Finalmente, vamos propor a criação de uma instituição que articule e integre o Poder Executivo e o Legislativo, uma espécie de Autoridade Orçamentária, com competência para avaliar os programas públicos, acompanhar e analisar as variáveis que afetam as receitas e despesas, bem como acompanhar a ordem constitucional que determina o equilíbrio fiscal como princípio da administração pública". 


O que isso quer dizer: nesse item, o bicho pega. O PMDB ameaça, simplesmente, criar um quarto poder institucional. Uma estranha instituição chamada  uma "espécie" de "Autoridade Orçamentária", que terá poderes que vão muito além do orçamento. Que "espécie" é essa! Trata-se de uma anomalia que terá poderes para avaliar programas públicos, analisar despesas e até acompanhar a ordem constitucional (o que até aqui é atribuição do STF). Certamente terá poder de veto, do contrário não faria sentido ter tal Quarto Poder. Pergunta-se: essa Autoridade será eleita? Será nomeada? Será uma pessoa sorteada na megassena? Bom ver isso porque a Sua Excelência Autoridade Orçamentária terá poderes que poderão ser maiores que os do presidente eleito, dos ministros do Supremo e até do Congresso. Será uma "espécie" de agência regulatória neoliberal capaz de enquadrar o Executivo, o Legislativo e o Judiciário?Pode apostar que o Eduardo Cunha vai querer esse cargo. 

quarta-feira, 13 de abril de 2016

No Rio já tem golpe do PMDB: a farra da isenção fiscal que esvaziou os cofres do Estado... E a Assembleia Legislativa quer é mais...

O Estado do Rio de Janeiro vive situação crítica: atrasos de salários, corte de recursos para saúde, educação e segurança, racionamento de combustível para viaturas em serviço etc, tudo isso que você tem lido.

A culpa, dizem os analistas, é da crise, do preço de petróleo que caiu, das empreiteiras paralisadas pela Lava Jato, dos estaleiros vítimas dos cancelamentos de encomendas por parte da Petrobras. 

Muito disso é verdade - descontadas as ênfases nos interesses políticos - mas faltou contar ao povo o que diz o relatório do Tribunal de Contas do Estado-RJ:  nos últimos anos, o governo do PMDB concedeu isenção fiscal a grandes empresas no total de pouco mais de 138 bilhões de reais.

Poiso rombo do Estado do Rio é calculado em cerca de 18 bilhões de reais. Foi esse o pixuleco que deixou de entrar na conta do ICMS. Não é preciso ser uma sumidade em matemática para concluir que sumiu ali, faltou aqui.  

E o pior é o seguinte: temendo que a farra chegue ao fim - há um projeto para acabar com a suruba fiscal que faz a alegria de muitas empresas -, a Assembleia Legislativa está correndo para providenciar a saideira da festa com dinheiro público.  

Segundo o Extra, deve chegar ao plenário amanhã, rapidinho, um projeto para conceder novos benefícios antes que o cofre seja fechado, se for. Pelo menos cinco grandes corporações estão na expectativa para aliviar o caixa nem que para isso os funcionários do Estado do Rio e os aposentados fiquem se receber por algum tempo. 

Isso equivale a sapatear sobre o relatório do TCE-RJ.

O PMDB é o partido titular da chapa Michel Temer-Eduardo Cunha que investe em outro golpe: isentar Dilma Rousseff da presidência no próximo domingo.

Do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo: "Em um mercado de trabalho profundamente precarizado, repórteres fotográficos chegam a receber por trabalhos publicados em diversos veículos, inclusive, na grande imprensa, a irrisória quantia de R$ 2,00 por foto, o que foi considerado em debate realizado na sede do Sindicato trabalho análogo ao da escravidão"


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Deu no Portal Imprensa: mais passaralho na Folha de São Paulo


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No lançamento do livro "A cara do Rio" , de Ricardo Amaral e Raquel Oguri, Luiza Brunet relembra capa da Manchete


Reprodução coluna Gente Boa, o Globo

No lançamento do livro "A cara do Rio", de Ricardo Amaral e Raquel Oguri, os autores receberam amigos na Fiorentina, no Leme.

Junto com o livro, Amaral está lançando o Rio Book Maravilha, um aplicativo gratuito da Infoglobo com a lista dos dez melhores programas de dez bairros cariocas.

O objetivo de Ricardo Amaral é mostrar aos cariocas e visitantes que o Rio é muito mais do que o circuito Ipanema-Leblon-Barra e indicar atrações típicas e comidinhas selecionadas em bairros fora do eixo da Zona Sul.

Mas o livro, em quase 500 páginas, vai além.

Os autores revelam personagens da vida das cidade e fatos engraçados e representativos do jeito de ser do carioca, de D.Pedro a Madame Satã e Leila Diniz, do jogo do bicho ao carnaval, do Verão da Lata às musas de todos os tempos.

Na fila de autógrafos, Luiza Brunet relembrou um point marcante do Rio nos anos 80: o Hippopotamus, o club privê do Amaral, que atraiu à Praça N.S. da Paz, em Ipanema, onde se localizava, o soçaite brasileiro, celebridades da música e do esporte e o jet set internacional.



Foi lá que ela fez uma capa da Manchete ao lado do cantor Julio Iglesias, que visitava o Rio.

Luiza, que ficou como recordista de capa da extinta Manchete, contou à coluna Gente Boa que quer comemorar seus 54 anos na boate que marcou uma época do Rio e será reaberta, em junho, por Amaral.

Ao lado, a capa a que ela se refere na nota do Globo de hoje. É de 1987.

Na chamada, um sugestivo "Julio Iglesias-Luiza Brunet: encontro romântico no Rio".

Celebridades norte-americanas declaram seus votos nas próximas eleições

por Clara S. Britto
Vários astros e estrelas estão antecipando seus votos nas próximas eleições norte-americanas. Predominantemente democratas, celebridades consideram Donald Trump uma ameaça não só aos Estados Unidos mas ao planeta. Segundo os marqueteiros americanos, poucos artistas têm o poder de influenciar muita gente. Mas ajudam, principalmente, porque usam suas famas para promover e divulgar jantares e eventos para arrecadação de fundos. Obama, na sua campanha, recebeu um forte apoio da turma do cinema. Nomes como Oprah, reconhecida como formadora de opinião entre o seu imenso público feminino, Morgan Freeman e Demi Moore fizeram campanha para Obama. Esse ano, Hillary Clinton tem em Beyoncé e Jennifer Lopez apoios fortes, inclusive em doações poderosas. Vejam abaixo uma lista parcial de votos declarados.
* Steven Spielber - Bernie Sanders
* Kendall Jenner - Hillary Clinton
* Rosario Dawson - Bernie Sanders
* Susan Sarandon - Bernie Sanders
* Spike Lee  - Bernie Sanders
* Katy Perry - Hillary Clinton
* Sarah Silverman - Bernie Sanders
* AnnaWintour - Hillary Clinton
* Martha Stewart - Hillary Clinton
* Tobey Maguire - Hillary Clinton
* Mark Ruffalo - Bernie Sanders
* Danny de Vito - Bernie Sanders
* Amy Schumer - Hillary Clintomn
* George Clooney - Hillary Clinton
* Juliette Lewis - Bernie Sanders
* Ariana Grande - Hillary Clinton
* Jennifer Lopez - Hillary Clinton
* Beyoncé - Hillary Clinton
* Demi Lovato - Hillary Clinton
* Neil Young - Bernie Sanders
* Red Hot Chili Peppers (toda a banda) - Bernie Sanders
* David Crosby - Bernie Sanders
* Serj Tanjian (System of a Down) - Bernie Sanders
*  Michael Moore - Bernie Sanders
* Ronda Rousey - Bernie Sanders
* Dustin Hoffman - Hillary Clinton
* Jack Nicholson - Hillary Clinton
* Kim Kardashian - Hillary Clinton
* Robert De Niro - Hilary Clinton
* Eva Longoria - Hillary Clinton
* Britney Spears - Hillary Clinton
* Magic Johnson - Hillary Clinton

Embora seja avaliado como um candidato folclórico e perigoso, com posições fascistas e um imprevisível radical de direita, o republicano Donald Trump tem algum apoio entre as celebridades do cinema, esporte etc. Mike Tyson é um dos seus fãs. Hulk Hogan, o ator fortão de filmes de porradaria, também. Lou Ferrigno, que fez o personagem Hulk, está no time Trump. Em comum, esses aí têm o fato de ter levado muita pancada na cabeça, seja em filmes de ação ou no ringue. Charlie Sheen também apoia Trump, ao lado de Dennis Rodman, Clint Eastwood e Jon Voight. Já o republicano Ted Cruz recebeu apoio de Chuck Norris e James Wood.

terça-feira, 12 de abril de 2016

Sindicato dos Jornalistas. Rio: Assembleia de prestação de contas de 2015 será nesta quinta-feira (14/04), às 19h30

A diretoria do Sindicato convida todos os jornalistas associados para a assembleia de prestação de contas do ano de 2015. O encontro será realizado nesta quinta-feira (14/04), às 19h30, no auditório João Saldanha, na sede (Rua Evaristo da Veiga 16, 17º andar). Os balancetes estão disponíveis para consulta dos associados em nossa sede.

O Dia/Meia Hora: criatividade em protesto contra atraso de salários

Reproduçõa/Site SJPMRJ
Para protestar contra salários atrasados, inclusive o décimo-terceiro, jornalistas do O Dia e Meia Hora usaram máscaras do executivo Nuno Vasconcelos, da Ejesa, empresa proprietária das duas publicações. Além dos salários atrasados, inclusive o 13º, a empresa não deposita INSS e FGTS.
Fonte: Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro

Ao natural

por Clara S. Britto
Onze mulheres posam nuas para a revista Weight Watchers para mostrar beleza natural e saudável. É para a edição de Maio/Junho e reúne pessoas comuns entre 29 a 51 anos. Estudos recentes mostram que 89% das mulheres americanas estão insatisfeitas com seus corpos. Repórteres da Weight Watchers foram atrás de mulheres que superaram esse problema e construíram nova perspectiva de vida sem perder a naturalidade. As fotos não foram retocadas.
Reprodução Weight Watchers

Reprodução Weight Watchers


Deu no New York Times: Dilma não é alvo de acusações de enriquecimento ilícito pessoal



A matéria do New York Times destaca que Dilma Rousseff é uma das raras figuras políticas do Brasil que não tem enfrentado acusações de enriquecimento ilícito pessoal.

Exclusivo: polícia secreta do Paraguai descobre que Temer dorme com um inimigo. É o cara que vaza tudo o que ele escreve e fala... Sem querer, querendo...

por Omelete
De receita de bolo a oração a São Judas Tadeu, de cartas e discursos, áudios e vídeos, nada é segredo na casa de Michel Temer. Impressionante! A famosa e lamurienta carta da Dilma, já se sabe, foi vazada para um jornalista que recebeu a nobre missão de ser uma espécie de estafeta-porta-voz da missiva. Uma resposta de Temer a críticas feitas por Renan Calheiros também vazou através do mesmo jornalista.

Agora, vaza o áudio de algo como um discurso de posse de Michel Temer na Presidência da República, isso com Dilma ainda respirando por aparelhos.

Eu, se fosse o Temer, mandava fazer uma varredura nos computadores de casa e do serviço e selecionava melhor as companhias. Daqui a pouco vazam coisas mais íntimas, como o diário de adolescência do vice, selfies tiradas com a Constituição ao fundo, a foto de Judas na mesa de cabeceira ou anotações do tempo em que foi oficial de gabinete de Ataliba Nogueira, secretário de Educação de Ademar de Barros (isso, segundo a Wikepedia), que governou São Paulo de 1963 a 1966.

Imagine a cena: uma dessas tardes, sem nada para fazer a não ser esperar que Dilma seja defenestrada pelo golpe, Temer desliga o celular (Eduardo Cunha liga toda hora) e resolve escrevinhar um discurso aos brasileiros. Depois de aprontar o palavrório, liga o gravador, tempera a voz, e passa a ler o "pronunciamento à nação". A cena é meio patética, não se sabe se ao fundo estariam a bandeira do Brasil e as Armas da República. Também não se sabe se Temer estava sozinho quando gravou ou se havia uma claque aplaudindo o "momento histórico". O fato é que, sem querer querendo, o discurso foi vazado no Whatapps.

Se Temer assumir após o golpe, sua assessoria vai ter que deixar claro, a cada pronunciamento, se vazou ou se é real. Digamos que ele fale em rede nacional. O país vai ficar bolado: é pra valer ou é vazamento? Isso pode criar até problemas diplomáticos. Temer convida Donald Trump para vir ao Brasil e o presidente americano não dá bola. Depois da gafe, a embaixada explica: "Ele pensou que era vazamento".
Nesse clima de susto, o portal Sensacionalista tem preocupação muito maiores. Veja, abaixo.
Sensacionalista/Reprodução

Um defunto, um cassado, um golpe: todos os caminhos levam o PMDB à Presidência da República. Menos o voto direto do brasileiros...

por Flávio Sépia
O PMDB jamais elegeu um presidente pelo voto direto. Em 1985, Tancredo Neves, do PP (depois incorporado pelo PMDB)  foi "eleito" na vergonhosa cenografia do colégio eleitoral da ditadura.

Tancredo morreu e José Sarney, do PMDB, foi para o Planalto segurando a alça de um caixão. Talvez por isso seu governo tenha sido tão tétrico.

Eleito em 1989 pelo PRN, Collor foi alvo de processo de impeachment (no caso, com provas reais, como o famoso cheque assinado para compra do Fiat Elba que o ligou ao esquema do PC Farias) e renunciou. O PMDB chegou à presidência com o vice Itamar Franco.

A partir daí, o partido passou a simular "oposição" frente a alguns presidentes, como FHC e Lula, para logo aderir às "bases aliadas" dos ditos cujos. O cinismo político do PMDB leva o partido a deixar convenientemente e sempre um pé na "situação" e outro na "oposição". Assim, emplacou ministros de FHC a Dilma, apoiou Geraldo Alckmin quando este foi candidato derrotado a presidente, para logo garantir lugar no ministério do vencedor e, agora, deixa oficialmente o governo Dilma, embora fique com alguns representantes "independentes' no primeiro escalão.

Se Dilma cair, o PMDB chegará ao governo com, pela primeira vez, todas as fichas do jogo. Terá Michel Temer na presidência, Eduardo Cunha será o vice-presidente em caso de ausência do titular e permanecerá como presidente da Câmara; Renan Calheiros preside o Senado.

A chapa Michel Temer-Eduardo Cunha assume no embalo de um golpe.

Para um partido que uma vez chegou ao poder coligado com um defunto, não custa abater a democracia.

Crise: o marketing falso das milícias digitais

por Flávio Sépia
Essa semana será, certamente, uma das mais tensas da política brasileira pós-ditadura. Ao lado das pressões sobre a Câmara, junto com as manobras de Eduardo Cunha e os milhões de reais despejados na campanha pelo golpe, milícias digitais atuam na internet. Além de invasões de sites e contas no Facebook, circulam na web dois exemplos do marketing fascista: um áudio atribuído à jornalistas Cristina Lobo, que já desmentiu no twitter que a voz seja sua, e um vídeo que "alerta" para a deflagração de uma guerra civil no Brasil no próxima dia 15. No áudio, a falsa Cristiana "denuncia" que "estão enfiando dinheiro na ordem de R$ 1 milhão para quem votar contra o impeachment". Já o vídeo anuncia fantasioso confisco de poupança, arsenal de armas descoberto na Amazônia, avisa para as pessoas estocarem comida e "informa" sobre declaração de guerra civil.

CLIQUE AQUI PARA VER O VÍDEO