Monumento "As Castanheiras do Eldorado dos Carajás", às margens da BR-155 lembra o massacre. Reprodução |
A História não esquece jamais e costuma lançar luzes simbólicas nas sombras da política.
Hoje, golpistas se reúnem na Câmara dos Deputados - no capítulo decisivo de um jogo sujo que começou no dia seguinte à posse da presidente eleita para seu segundo mandato.
Que dia é hoje? 17 de abril de 2016. Há 20 anos, em um trágico 17 de abril (1996), a Polícia Militar do Pará, então governado pelo PSDB, assim como tucanos reinavam no Planalto, foi despachada para uma operação - como se fosse um pelotão do Isis - de extermínio de sem-terras que reivindicavam reforma agrária. Dezenove trabalhadores rurais foram executados. Alguns à queima-roupa, como a perícia mostrou, outros foram perseguidos e mutilados por policiais.
Hoje, haverá um ato ecumênico na BR-155, no local da chacina, em Eldorado dos Carajás, com a presença de sobreviventes e representantes de movimentos sociais, além de delegações da Europa, Ásia, África e América Latina. Este tornou-se o Dia Internacional da Luta no Campo.
A impunidade dos responsáveis pelo massacre agravou a tensão na região. Na época, o Ministério Público denunciou 150 policiais, dos quais apenas dois foram condenados. Os mandantes do fuzilamento não foram alcançados pela lei. A falta de punição consolidou a prática de assassinatos de sem-terras como método de solução de conflitos. Trabalhadores continuam sendo vítimas, agora de pistoleiros contratados por fazendeiros e grileiros. Ao longo dos anos, após o massacre, 271 sem-terra foram mortos no Pará, segundo a Comissão Pastoral da Terra. A impunidade é flagrante: apenas um terço dos casos resulta em inquéritos. E, desses, pouco mais de 20% vão a julgamento.
Hoje é 17 de abril. O massacre do Eldorado de Carajá faz 20 anos. É o Dia Internacional da Luta no Campo.
É o dia em que, unidas, as oligarquias de sempre pretendem impor ao Brasil seus velhos métodos.
É o dia em que a Democracia está, mais uma vez, sitiada e ameaçada.
3 comentários:
Que coincidência, hein? São as forças que infelizmente impedem o desenvolvimento igualitário do Brasil. Minha homenagem aos trabalhadores rurais, verdadeiros herois. Hoje estamos lutando por uma parcela da democracia que não chegou ao rincões do Brasil onde os poderosos são assassinos impunes.
Esse é o Brasil que eles querem trazer de volta
A data não é coincidência está mais para ato falho dos fascistas
Postar um comentário