O escritor e dramaturgo, que naquele mesmo ano chamou Pelé de "rei" pela primeira ver, pisou na bola ao comentar a atuação de Pelé no jogo contra País de Gales, quando o caçula da seleção fez o gol que classificou o Brasil para as quartas-de-final. E tudo por causa de um "mas". Veja o trecho. "E pergunto: como esquecer que foi Pelé, um garoto de cor, dos seus 17 anos, quem nos arrancou. ontem, da nossa agonia e de nossa morte?"Garoto de cor", disse eu. Mas um tipo racionalmente nobre, como Didi, por exemplo. Pelé em ação, dentro do campo, tem, na sua corrida, a cadência de certos cavalos de charrete, com perdão da imagem".
Mesmo sem a intenção de ofender - ao contrário, a crônica é uma exaltação a Pelé - Nelson usa o eufemismo "garoto de cor" e ainda emprega a infeliz conjunção adversativa mas. Com isso, da frase entende-se que Pelé é preto mas é racionalmente nobre.
Hoje, uma crônica dessas agitaria as redes sociais.
Ainda bem.
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