A Manchete Esportiva cobriu os momentos iniciais da carreira de Pelé. O arquivo desaparecido da Bloch guardava imagens valiosas dos primeiros gols do craque, ainda reserva no Santos, em jogos contra times cariocas.
Ele tinha apenas 16 anos quando a revista começava a chamá-lo de craque e publicava fotos de alguns dos seus gols no Maracanã. A reprodução acima é a primeira matéria dedicada integralmente ao jogador. Uma página apenas, das milhares que o focalizariam nas revistas Manchete, Fatos & Fotos e na própria Manchete Esportiva.
O repórter José Carlos Stabel conta na matéria uma história curiosa. Pelé, que a revista ainda grafava como Pelê, tentou a sorte em vários clubes antes de chegar ao Santos. Um desses clubes foi o Palmeiras que lhe deu permissão para treinar no Parque Antártica. O então técnico, Aimoré Moreira, que depois se tornaria um dos admiradores do menino, não estava presente: treinava no Pacaembu a seleção paulista. Coube a um diretor que a história não registra o nome ver e não gostar do que viu. Ao fim do treino, mandou Pelé embora. Antes entregou ao garoto uma nota de 20 cruzeiros para a passagem (hoje, valeria centavos). Valdemar de Brito, que descobrira o jogador ao vê-lo em uma pelada em Bauru, resolveu então levá-lo para o Santos. Na Vila Belmiro, o treinador Lula não precisou de muito tempo para recomendar a contratação de Pelé. Um ano depois, impressionando estádios, ele ganhava 6 mil cruzeiros por mês. "Eu sabia que um dia acabaria acertando num clube", disse Pelé à Manchete Esportiva. O resto da história é... História.