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segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Chile - Demorou, mas chegou: Constituição de Pinochet vai para o lixo

 


A mídia mundial noticia com destaque a grande vitória do povo chileno. Um passo histórico que milhares de jovens conquistaram nas ruas. Muito pagaram alto preço ao enfrentar a polícia ainda viciada pela violência que a ditadura inoculou.  

A foto diz tudo sobre a comemoração.

E Pablo Neruda diz muito mais: "Poderão cortar todas as flores, mas não poderão deter a primavera."   

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Fotomemória da redação: Manchete engraxando coturnos...


A foto acima foi publicada na Manchete com data de capa de 25 de outubro de 1980. Na década de 1970 a revista passava vexames jornalísticos para não dizer outro nome, como esse, ao cobrir um encontro de ditadores sem um linha crítica sequer. 

Quarenta anos depois, Manchete virou memória, o general Figueiredo cavalgou para o inferno, Pinochet virou fast food para vermes, mas o que essa foto simbolizou está de volta ao Brasil: autoritarismo, democracia ameaçada, Justiça cooptada, militares em postos importantes, amigos do governo nadando em corrupção e cueca abonada pontificando no noticiário. Antes de ser o ditador de plantão, Figueiredo foi chefe do SNI, a Gestapo do regime. Na época, seu trabalho era dividir o país entre "bons" e "maus" brasileiros. Não por acaso, nesses dias, outro general de plantão no Planalto fez o mesmo: admitiu oficialmente que espiona compatriotas para caçar "maus brasileiros". 

A matéria da Manchete exagera na cara de pau e destaca "os aplausos do povo chileno a Figueiredo". Difícil acreditar, a não ser que "povo" seja lido como claque de apoiadores das ditaduras. Lá e cá. 

sábado, 26 de outubro de 2019

Fotografia: um monumento à democracia

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Plaza Itália - Santiago do Chile - Foto de Susana Hidalgo/Instagram
Santiago foi tomada ontem por um milhão de pessoas em protesto contra as consequência de uma política econômica que tem a marca da brutalidade neoliberal. Recuperar direitos e lutar contra a enorme desigualdade a que o Chile foi conduzido pelos fanáticos da especulação financeira e do mercado acima de tudo são as palavras de ordem.

A foto é da chilena Susana Hidalgo, publicada no Instagram @su_hidalgo.

É mais uma imagem que viralizou nas redes sociais, especialmente nas páginas dos brasileiros que sentem nas pele a ofensiva rentista do atual governo, com resultados muito mais graves em desemprego e supressão de direitos, em um processo ainda mais violento e criminoso de transferência de renda para os mais ricos.

Chile: a face dramática do neoliberalismo selvagem. O mesmo que o Brasil agora abraçou...


Chega a ser comovente o esforço do neoliberalismo brasileiro encastelado na mídia conservadora para desvincular as manifestações no Chile do impacto selvagem da política econômica dos chamados Chicagos Boys - os filhotes intelectualmente molestados por Milton Friedman -, que tiveram forte participação na ditadura de Pinochet. As imposições do radical Consenso de Washington, cujos resultados se tornaram dramáticos em várias economias, são hoje contestadas. Menos no Brasil. Paulo Guedes, o atual ministro da Economia, é egresso dos porões acadêmicos de Pinochet e aplica aqui as políticas que na imaginação dos "boys" deveriam fazer do Chile um paraíso neoliberal. Da mesma forma que aqui, lá trocaram artigos da Constituição por "leis" do mercado financeiro especulativo.

Na Folha de hoje, Roberto Simon arruma uma explicação prosaica para a crise chilena. Diz que o país não conseguiu dar conta das demandas criadas por uma nova classe média. Nova classe média? A pobreza, a concentração de renda e a desmonte das políticas sociais levam a população às ruas. Não é que a "nova classe média" sinta falta de Paris e da Disney, é empobrecimento mesmo. No começo dos anos 2000, enquanto o "milagre" chileno era exaltado pelos neoliberais, os subúrbios das grandes cidades já exibiam os sinais da tragédia social como produto final da era Pinochet. Quem fosse a Concepción, no sul do país, veria o drama em favelas, algumas com barracos de papelão, sob os rigores do inverno.

O futuro te espera na próxima esquina, Brasil

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

5 pautas para o jornalismo investigativo...

por O.V. Pochê 

Janeiro é mês de poucas notícias. Com parte do Brasil em recesso, não custa sugerir algumas pautas investigativas

* Apurar se outros deputados, além de Bolsonaro, "comem gente" com verba pública.

* Checar se é verdade que uma OS (Organização Social) de garotas de programa fornece nota fiscal de posto de gasolina para suas excelências declararem o valor do michê na verba de representação.

* Tentar localizar uma das jovens que foi "comida" e obter depoimento de "conteúdo humano", saber se tem perfil profissional ou se vai aos apês funcionais por amor à causa política, como sinal de "patriotismo", se sonha com a volta da linha dura, se é "Fora Temer" ou "Dentro Temer". Redes sociais pedem que os jornalistas preencham as muitas lacunas de informação nesse assunto...

* O Banco Mundial é uma espécie de entidade à qual economistas e colunistas neoliberais brasileiros prestam reverência diária, como se fosse a Pedra Negra de Meca. Segundo denúncia de um dos seus diretores, o Banco Mundial manipulou relatórios com objetivos políticos. Fez isso para comprometer a gestão da presidente socialista Michelle Bachelet e favorecer o conservador Sebastián Piñera. Após a denúncia, crescem as suspeitas de contaminação política em diagnósticos relativos a outros países da América do Sul. No caso dos relatórios sobre o Brasil, um caso a investigar.

* Como não há verba para concluir a obra, a futura estação do metrô na Gávea será inundada. O mega poço é anunciado como medida de segurança para evitar desabamentos. Não se sabe se os aedes aegypti do Rio de Janeiro já marcaram encontro para lotear a nova moradia no que poderá ser o maior mosquitódromo do mundo. Os moradores da Gávea agradecem se o assunto virar uma pauta.



segunda-feira, 27 de junho de 2016

Chile: a taça é deles


FOTOS CONMEBOL

A Argentina é a seleção da América do Sul que reúne os maiores talentos individuais. Messi, Di Maria, Aguero, Mascherano, o goleiro Romero... O Chile, além de bons jogadores, como Vargas e Vidal, tem o melhor conjunto e é o time que pratica o melhor futebol coletivo. Mereceu ganhar a Copa América Centenário. Foi eficiente. Mas ao longo do torneio, a Argentina brilhou mais.

Quatro finais perdidas, 23 anos sem ganhar um título... O futebol não quer premiar uma geração de craques excepcionais. Para muitos hermanos que estavam em campo, ontem, a Copa de 2018, na Rússia, será a penúltima chance. A última? A Copa América, no Brasil, em 2019. Ano que vem, tem Copa das Confederações. Mas o representante da América do Sul é, com todos os méritos, o Chile.

domingo, 5 de julho de 2015

Chile em festa e o abatimento dos argentinos...




Festa chilena. O título inédito do Chile chegou com uma geração privilegiada de jogadores como Vidal, Vargas, Sanchez e Valdívia. Fotos Comembol


Desolação de Mascherano, que já perdeu quatro decisões pela seleção argentina. Foto AFP/Fifa
A reação de Messi ao final da série de pênaltis. O super craque, aos 28 anos, ainda está devendo um título à seleção principal do seu país. É a segunda Copa América em que é vice. Perdeu a Copa do Mundo na decisão com a Alemanha e jamais foi a uma Copa das Confederações. Era reserva mas entrou em três partidas na Copa do Mundo da Alemanha, em 2006. Na África do Sul, 2010, fez uma Copa do Mundo sofrível, não marcou nenhum gol. Mas, fora da seleção principal, ganhou o Mundial sub-20 em 2005 e a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2010. Em 2018, para a Copa do Mundo de Moscou, Messi terá 31 anos, ainda a tempo de virar o jogo em matéria de currículo em Copas. Mas o fato é que uma brilhante geração de craques argentinos que reúne, além do Messi, Mascherano, DiMaria, Aguero, Pastore... acumula derrotas em finais. Foto EFE/Comembol

por Flávio Sépia
As fotos acima deveriam ilustrar as paredes da Granja Comary. Há muito o que a seleção brasileira aprender com esses dois momentos da Copa América 2015. Não só a seleção deve repensar seus rumos. Ontem, a vibração do Chile e a tristeza dos argentinos deu o que pensar. Colunistas esportivos brasileiros escreveram, com essas palavras, que "Copa América não vale nada". A final, ontem, reuniu muitos jogadores que, como tantos brasileiros, atuam na Europa, estão cheios da grana, realizados profissionalmente, pelo menos a maioria, e, no entanto, deram sangue e suor ao torneio de futebol mais antigo do mundo: a "Copa América que não vale nada" e que comemorará em edição especial ano que vem, nos Estados Unidos, 100 anos de bola rolando. Não é pouca coisa.
E como uma "copa que não vale nada" proporciona aquela festa emocionante para mais de 50 mil torcedores?
Chilenos, merecidamente campeões, e argentinos, um time de craques, engrandeceram o futebol naqueles 120 minutos, de lance a lance, e até na dramática disputa de pênaltis. Os dois times não deixaram dúvidas de que a seleção brasileira, com a bolinha que jogou, não merecia mesmo estar na final. Vendo Chile e Argentina ou mesmo, um degrau abaixo, Paraguai, Colômbia e Peru fica difícil aceitar a apatia demostrada por muitos jogadores brasileiros nos últimos anos. Posso estar errado, mas acho que poucos, nas últimas convocações, passam a impressão de que gostam de vestir a camisa da seleção. Parece um peso. Uma missão desagradável. Nem vou falar aqui de esquemas táticos, se estão a anos-luz ou a meses-luz de um Barcelona, um Chelsea, um Bayern de Munique. Falo só de empenho e vontade. Viu o abatimento dos jogadores argentinos? O Brasil mostrou algo parecido ao ser eliminado? Acho que não. Ou será que assimilou a frase do colunista de que a "Copa América não vale nada"? As Eliminatórias serão briga de cachorro grande. Para não entrar para a história como a primeira geração de jogadores que não leva o Brasil a uma Copa do Mundo, a seleção precisa resolver muitos problemas. Mas acredito que o principal é cada jogador se perguntar se vestir aquela camisa significa alguma coisa para eles e se vale a pena correr por ela. Argentinos, chilenos, colombianos. peruanos e paraguaios, para citar alguns adversários, mostraram na Copa América 2015 que não têm qualquer dúvida sobre isso.

A frustração argentina nas primeiras páginas... "otra vez"...





E A EUFORIA DOS JORNAIS CHILENOS...






sexta-feira, 24 de abril de 2015

Documentos da CIA revelam atuação de barão da mídia na ditadura de Pinochet. Dono do El Mercurio é expulso de associação de jornalistas chilenos

Jornal El Mercurio recebeu dinheiro da CIA para colaborar com a ditadura chilena. 

Barão da mídia chilena denunciado em documentos secretos agora desclassificados pelo governo americano: Agustin Edward Eastman fez campanha na mídia contra Allende e, após o golpe, continuou prestando apoio editorial à polícia de Pinochet, A notícia está no site do Conselho Nacional de jornalistas chilenos.
O Conselho Nacional da Associação de Jornalistas do Chile, com base em documentos secretos desclassificados recentemente nos EUA, expulsou da instituição Agustin Edward Eastman, dono da empresa que edita o jornal El Mercurio, após ficar provado que ele obteve recursos da CIA para apoiar uma política editorial de desinformação e contribuir para minar a democracia e facilitar o golpe contra Presidente Salvador Allende. O golpista, um dos barões da mídia na America Latina ( El Mercurio faz parte da organização de direita Grupo Diários da América, da qual é associado o jornal O Globo), chegava a publicar fotos de multidões em eventos assinalando com um círculo rostos de estudantes supostamente ligados a organizações socialistas. Ressalte-se que nos tempos das passeatas de 1968/1969 os grandes jornais brasileiros, como O Globo, faziam algo semelhante em uma política de "ajuda" à repressão ao publicar extensas relações com nomes, endereço e números de documentação de estudantes presos no Rio de Janeiro. E a Folha de São Paulo é citada no relatório da Comissão Nacional da Verdade por ter dado apoio e cedido veículos à OBAN, organização paramilitar responsável por prisões, tortura e assassinatos de opositores da ditadura.
A denúncia que envolve El Mercurio é uma boa dica para pesquisadores brasileiros e a própria Comissão da Verdade já que tem origem em documentos oficiais e secretos do governo americano agora liberados para a acesso público. O Conselho de jornalistas chilenos justifica sua decisão com o argumento de que o órgão não pode ter entre seus integrantes empresários que defenderam atos como tortura, prisões ilegais e assassinatos políticos.
LEIA MAIS NO SITE DO CONSELHO NACIONAL DE JORNALISTAS CHILENOS. CLIQUE AQUI

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Mineiros, marketing, realidade...

por Gonça
O mundo se emocionou com o resgate dos mineiros chilenos, como bem destaca o Eli em post abaixo. O tecnologia do salvamento também impressionou e certamente servirá de exemplo para países como a China e o México, que registram desabamentos frequentes e fatais. Políticos chilenos surfam na onda do marketing de ocasião e tentam faturar ao máximo os efeitos do episódio. Mas agora, passada a euforia, ganham força denúncias que antes não foram ouvidas pelas autoridades do país: as cruéis condições de trabalho nas minas. Hoje mesmo, o Jornal Nacional noticiou a morte de pelo menos um mineiro durante mais um desabamento em uma mina chilena. Este, infelizmente, não teve refúgio para protegê-lo nem cápsula para resgatá-lo. Morreu sem TV ao vivo, sem mídia, sem câmeras de internet, sem entrevistas coletivas, sem bandeiras do Chile, sem gritos de Chi-Chi-Chi-lê-lê-lê.
Que os mineiros resgatados usem agora a visibilidade,  voz  e fama que ganharam na mídia mundial para denunciar a exploração e as condições desumanas em que trabalham milhares de companheiros seus.

O resgate da vida. De todas as vidas

por Eli Halfoun
O mundo se comoveu (foi difícil conter as lágrimas) com o resgate dos 33 mineiros no Chile. Esse mesmo homem que torceu e chorou pela ressurreição de 33 vidas é o mesmo que pratica as guerras, mata por qualquer coisa e comete todo tipo der violência. O emocionante resgate dos mineiros chilenos foi mais uma demonstração de que a vida vale a pena. Até debaixo da terra. O homem precisa compreender isso e preservar de todas as formas todos os tipos de vida. Quem se comoveu com o resgate da vida de 33 pessoas certamente tem tudo para comover-se com a salvação e preservação de todas as vidas.