O primeiro mês de
seleção do programa Mais Médicos foi encerrado na última terça-feira (13) com a
confirmação da participação de 1.618 profissionais, que atuarão em 579
municípios e 18 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). Este grupo,
que contempla 1.096 médicos que já atuam no Brasil (938 profissionais com
diplomas do Brasil que já haviam homologado sua participação e 158 que
confirmaram sua atuação até segunda-feira), 358 estrangeiros e 164 brasileiros
graduados no exterior, atenderá cerca de 6,5 milhões de usuários do Sistema
Único de Saúde (SUS).
“Ao fecharmos esta
etapa, chama a atenção o aumento do número de municípios contemplados,
sobretudo o deslocamento para o interior e região de fronteira, que passarão a
ser ocupadas com a entrada dos médicos estrangeiros”, afirmou o ministro da
Saúde, Alexandre Padilha. Segundo ele, o Ministério da Saúde continuará
estimulando a ida de médicos brasileiros para regiões carentes.
Padilha anunciou a
construção de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAs) para
atração de mais médicos para ocupar as áreas prioritárias com vagas ociosas ou
que não tiveram indicação de nenhum profissional brasileiro. “Quantos mais
médicos trabalharem na atenção básica, melhor para o país. É nesta área de
atendimento que se resolve cerca de 80% dos problemas de saúde”, destacou.
A maioria (67,3%) das
regiões onde esses profissionais vão atuar, sejam brasileiros ou estrangeiros,
está em áreas de extrema pobreza e distritos de saúde indígena. As demais
32,7%, em periferias de capitais e regiões metropolitanas.
A entrada de médicos de
outros países representou a expansão no rol de municípios atendidos pelo
programa (chegando a 579 cidades) e a ocupação de áreas não atendidas pelos
brasileiros, sobretudo na faixa mais distante do litoral. Dos 782 municípios
que não despertaram o interesse de brasileiros, 79 tiveram vagas preenchidas
principalmente por médicos formados no exterior, sendo grande parte localizada
no interior do Norte e Nordeste.
O desempenho do
primeiro mês do Mais Médicos cobriu 10,5% da demanda apresentada pelos 3.511
municípios que aderiram ao programa e apontaram a existência de 15.460 vagas
nas unidades básicas de saúde. Mais de 1.096 cidades prioritárias não receberão
profissionais neste momento, de um total de 2.032 que ficaram de fora.
Para continuar
estimulando o preenchimento destes postos, o Ministério da Saúde abre
inscrições para a segunda seleção mensal para médicos brasileiros e
estrangeiros na próxima segunda-feira (19). Também será permitida a entrada de
novos municípios no programa. “O fluxo para os médicos será contínuo, e já
sabemos do interesse de médicos brasileiros que se formaram agora em julho.
Continuaremos ampliando o número de médicos nas regiões onde mais precisam”,
pontuou o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério
da Saúde, Mozart Sales.
Os municípios do
Nordeste tiveram a maior cobertura de profissionais do Mais Médicos, com 261
cidades com profissionais confirmados. Em seguida, vêm as regiões Sul (103),
Sudeste (101), Norte (78) e Centro-Oeste (36). Dos 18 distritos indígenas que
receberão médicos, 15 estão no Norte, um no Nordeste e dois no Centro-Oeste.
Considerando a
quantidade de médicos alocados, o Estado com maior número é a Bahia, com 144
profissionais, seguida de São Paulo (134), Rio Grande do Sul (119), Ceará
(117), Goiás (103), Minas Gerais (101), Paraná (98), Amazonas (88), Pernambuco
(84) e Rio de Janeiro (70).
ESTRANGEIROS – Os 522 estrangeiros
que homologaram sua participação no programa atuam como médicos em 32 países,
com destaque para 142 médicos formados na Argentina e 100 profissionais com
diplomas da Espanha.
O Ministério da Saúde
já deu início à emissão de passagens para o Brasil de 212 médicos de outros
países. Outros 310 aguardam, até sexta-feira, validação das embaixadas de seus
países para o deslocamento e a atuação no programa. Esta etapa, assim como o
resultado do médico na avaliação pelas universidades no módulo de três semanas,
é condição para que o médico seja liberado para atuar no Brasil.
Quando chegarem ao
Brasil, os médicos estrangeiros se concentrarão inicialmente em oito capitais:
Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador,
Recife e Fortaleza. Nessas cidades, participarão, por três semanas (de 26 de
agosto a 13 de setembro), de aulas de avaliação sobre saúde pública brasileira
e língua portuguesa, totalizando carga horária de 120 horas. Após a aprovação
nesta etapa, começam a atender a população na segunda quinzena de setembro.
Os profissionais que
vão atuar em áreas indígenas terão, além do módulo de acolhimento, treinamento
específico sobre saúde desses povos. Todos estes profissionais ficarão concentrados
em Brasília durante o período do módulo de acolhimento.
Os materiais que serão
utilizados nessas atividades foram elaborados por uma comissão formada por
professores de universidades federais inscritas no programa, Escolas de Saúde
Pública e Programas de Residência, sob orientação do Ministério da Educação
(MEC).
Depois de avaliados, os
médicos que tiverem sua qualificação atestada receberão um registro
profissional provisório. Durante o período de atuação, as prefeituras que
receberão esses profissionais serão responsáveis pela alimentação e moradia dos
médicos.
Os custos com
alojamento e alimentação serão pagos pelo Governo Federal. A organização
logística do módulo, incluindo recepção aos profissionais, será
responsabilidade conjunta dos ministérios da Saúde e da Defesa.
Como definido desde o
lançamento do programa, os brasileiros tiveram prioridade no preenchimento dos
postos apontados. As vagas remanescentes foram oferecidas primeiramente aos
brasileiros graduados no exterior e em seguida aos estrangeiros. Os médicos com
diplomas de fora do Brasil vão atuar com autorização profissional provisória,
restrita à atenção básica e às regiões onde serão alocados pelo programa.
O PROGRAMA - Lançado pela
Presidenta da República, Dilma Rousseff, no dia 8 de julho, o Mais Médicos faz
parte de um amplo pacto de melhoria do atendimento aos usuários do SUS, com
objetivo de acelerar os investimentos em infraestrutura nos hospitais e
unidades de saúde e ampliar o número de médicos nas regiões carentes do país,
como os municípios do interior e as periferias das grandes cidades. Os médicos
do programa receberão bolsa federal de R$ 10 mil, paga pelo Ministério da
Saúde, mais ajuda de custo, e farão especialização em Atenção Básica.
O Governo Federal está investindo, até 2014, R$ 15 bilhões na expansão e na
melhoria da rede pública de saúde de todo o Brasil. Deste montante, R$ 7,4
bilhões já estão contratados para construção de 818 hospitais, 601 Unidades de
Pronto Atendimento (UPAs 24h) e de 16 mil unidades básicas. Outros R$ 5,5
bilhões serão usados na construção, reforma e ampliação desses estabelecimentos
de saúde, além de R$ 2 bilhões para 14 hospitais universitários.
Mais de 95% dos
municípios contemplados nesta etapa do Mais Médicos acessam investimentos do
Ministério da Saúde para melhoria da sua infraestrutura. Dos 579 municípios
contemplados, 557 (96%) participam do Programa Requalifica UBS e estão
recebendo recursos para construção, reforma e ampliação de Unidades Básicas de Saúde.
Já o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica
(PMAQ) beneficia 551 cidades que receberão médicos pelo programa.
Fonte: Agência Saúde
4 comentários:
Não sou contra nem a favor do governo mas não entendo como alguém pode combater esse programa. Só à base de interesse muito mesquinhos e partidários. Isso me faz lembrar a violenta e odiosa campanha que opositores do Brizola, um grande jornal do Rio à frente, fizeram contra os Cieps até destruí-los. Antes, nos anos 60, os mesmo combateram e denuniciaram como 'comunista" um grande educador como Paulo Freire. A elite que que o país permaneça ignorante e dessasistido para escravizá-lo com mais eficiência, essa é a verdade.
O programa de educação criado pelo governo de Brizola no Estado do Rio de Janeiro foi até hoje o maior programa educativo que jamais se pensou nesse país. Na verdade todo esse programa foi concebido pelo Darcy Ribeiro, que foi inclusive ministro da educação. Esse programa acabaria como analfabetismo no Rio de Janeiro e como já estava sendo seguido e posto em prática pelo governo Collor em breve o Brasil não teria mais analfabetos. Mas, como sempre acontece os governos que se seguiram não deram continuidade a esse programa e a educação hoje no Brasil se tornou um dos seus maiores problemas.
Está me surpreendendo é a velocidade com que esse projeto "Mais Médicos" está se desenvolvendo. Se é tudo verdade o que o Ministério está divulgando nessa notícia postada no Blog, passo a acreditar que essa idéia vai dar certo. Em pouco mais de 1 mês e já se tem grupos de médicos inscritos e selecionados para trabalharem no interior do país.
Como cidadão, aplaudo o Mais Médicos e repudio o egoismo e a políticagem dos orgãos que mandam na medicina e não ligam para o péssimo atendimento e a desonestidade de muitos médicos. Lembram de um grupo de médicos de hospital público que mandaram fazer impressões digitias de silicone para burlar o ponto eletrônico, receber saalário indevidamente e assim roubar e assaltar o povo? Deviam estra na cadeia em vez de encher o saco dOs brasileiros. Que venham, sim, o médicos estrangeiros e brasileiros que se formaram lá fora para atender a população carente
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