Estou
arrependido”, diz suspeito de abusar de 15 mulheres em ônibus.
Por deBarros
Com essa manchete abrindo uma
matéria na capa o jornal que a editou consegue , com ela, atrair os curiosos
que param nas bancas de jornais para ler essa notícia por demais intrigante,
que no fim os leva a comprar esse veículo que imprimiu tal notícia.
O jornal conseguiu o seu objetivo
principal: vender a matéria ao mesmo tempo que vende o seu produto, o jornal.
O título da notícia diz textualmente
que o acusado abusou de 15 mulheres em um ônibus. Ora, o que leitor entende em
primeira leitura é que o homem estuprou 15 mulheres dentro do ônibus. A
curiosidade do homem é infinita e deseja, ansioso, saber como foi possível tal
façanha. Se atacar e estuprar uma só mulher já é complicado imagina 15 dentro
de um ônibus.
Ao proceder a leitura da notícia,
depois de ter comprado o jornal, vem a explicação para tal ato criminoso. O
acusado, na verdade, procurava sempre, nos horários de maior movimento de ida
para o trabalho viajar em pé nos ônibus lotados, e neles se encostarem em
mulheres. Como algumas aceitavam tal encosto, o homem foi aprimorando os seus
ataques e logo estava se masturbando com o seu órgão sexual pra fora das calças e assédios se repetiram
15 vezes até ser surpreendido em flagrante e preso.
O que está em foco aqui é a
manipulação da notícia. Ela não é mentirosa no seu todo, mas a forma com que é
expressa dando a entender que houve um ataque sexual contra 15 mulheres dentro
de um ônibus. Ora, a notícia se torna falaciosa, na medida que atrai um
comprador para comprar esse jornal em que ela é publicada. Pode-se até entender
que é uma publicidade enganosa – o que é crime em termos de economia de mercado
– e crime também diante dos códigos jurídicos.
A imprensa poderia se abster de
cometer esses pequenos crimes contra a boa fé dos seus leitores. Para vender o
seu produto não é necessário mentir ou enganar o leitor manipulando notícias
que levam o seu usuário a entender errado após a leitura de suas manchetes.icia
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