domingo, 4 de agosto de 2013

Lagoa: o único parque público do mundo que tem duas barulhentas bases de helicópteros. Não demora, protetor para ouvidos e seguro de vida vão ser obrigatórios para quem quiser ir ao local

por Gonça
Nessa semana, Sérgio Cabral cancelou as demolições do Estádio de Atletismo Célio de Barros e do Parque Aquático Julio Delamare, no Maracanã. Às vésperas das Olimpíadas, nada mais absurdo do que destruir patrimônio público esportivo. Mas era o que estava escrito do contrato da privataria do Maracanã, cujo estudo, aliás, foi feito por um dos grupos que coincidentemente arrematou o estádio. Corrige-se um grave erro. Fala-se que o consórcio que ganhou o "presente" deve devolvê-lo ao estado. Ótimo. E o grupo que assumiu e já demonstrou que não sabe organizar nem venda de ingressos, obrigando os torcedores a filas quilométricas, ainda não pagou um centavo pela concessão. É só sair fora. Claro que a administração do estádio pode ser transferida a um administrador - um consórcio de clubes, por exemplo, - mas como prestador de serviço e não com a arrogância de "proprietários".
Falo isso porque arrogância é mercadoria farta no Rio. Me diz aí qual é a outra grande cidade no mundo que tem dois helipontos instalados em um parque público? Pois é. Sergio Cabral podia aproveitar a caneta e eliminar mais um absurdo fruto de uns e outros que se sentem donos da cidade. A Lagoa Rodrigo de Freitas, uma das mais belas áreas de lazer da cidade, padece dessa arrogância que tem patrocínio do governo estadual. Qualquer dia, quiosques, serviços de aluguel de quadriciclos para crianças, pedalinhos, ciclistas, todos terão como equipamento obrigatório protetores para os ouvidos. É íntenso, e até perigoso, o movimento de aparelhos no heliponto privado. Vôos turísticos, decolagem de aeronaves particulares e o desprezível transporte de autoridades infernizam o local. Do lado oposto do playground voador da elite fica uma base de helicópteros da polícia. Você consegue imaginar o Hyde Park, de Londres, o Central Park, em Nova York, ou  Tuileries, em Paris, com uma merda dessa? Não? Pois aqui tudo é possível. Ambos os helipontos ficariam muito mais bem instalados no Santos Dumont, Jacarepaguá, Galeão, em área não residencial (a Avenida Brasil está cheia de terrenos disponíveis). Destaque-se que helicóptero não é modalidade de transporte público de massa,.As empresas turísticas que promovem caríssimos vôos panorâmicos e os milionários que usam o local podem construir sua própria base em outro lugar, assim como o estado pode disponibilizar outro pouso para o destacamento aéreo policial. O Rio e a Lagoa agradeceriam mais essa boa canetada do governador..

2 comentários:

debarros disse...

É incrível como as autoridades governamentais neste país não tem um mínimo de respeito pelo seu povo. Tudo é feito para atender às suas comodidades. Ora, um Heliporto, à margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, em frente ao Pátios de Patins e dos Qiosques que ficam também nas margens da Lagoa, onde centenas de crianças, com seus pais, aos sábados e domingos. passeiam e brincam sem saber do risco que estão correndo se um desses heicópteros cai e explode matando dezenas de seres humanos que vieram àquele local apenas, passear e desfrutar da beleza da paisagem bucólica e tranquilizadora que a a Lagoa oferece. Depois ficam surpreendidos quando de repente o povo começa a exercer os seus direitos e passa em passeata a pedir que esses governantes gananciosos, pérfidos e corruptos sejam alijados do poder.

Manuela disse...

Já levei alguns amigos gringos às margens da Lagoa. Ficaram maravilhados. Não paravam de fotografar. Mas demonstraram espanto ao ouvir o barulho das turbinas ao caminhar na ciclovia que passa diante do heliponto e ver que ali havia uma movimentada base de helicópteros. "Marines?", perguntaram.