por Eli Halfoun
"Está acabando a paciência da opinião pública com manifestações de 200 ou 300 pessoas que bloqueiam o trânsito prejudicando milhares de outras" - o aviso está na respeitada coluna que Élio Gaspari publica aos domingos em O Globo. O atento jornalista reflete o que se tem visto desde que as manifestações transformaram-se em uma espécie de piquenique que parece fazer a festa de quem não tem mais o que fazer. Nenhum cidadão que busque o melhor para si e para a população é contra manifestações, mas como era de se esperar o elevado e disperso número de protestos espalhados pelas esquinas acabou perdendo força e em consequência o apoio maciço das pessoas que querem sim protestar, mas não podem continuar sendo prejudicadas no seu sagrado e democrático direito de ir e vir. O esgotamento da paciência popular mostrou-se inteiro quando um motorista de ônibus desceu de seu veículo no centro do Rio para tirar satisfações com um manifestante mascarado que parecia estar ali no meio da rua divertindo-se com a satisfação de atrapalhar a vida dos outros e talvez por isso sem coragem de mostrar o rosto, de dar a cara a tapa - tapa que, aliás, ele levou do motorista que fez não há dúvidas, o que muita gente anda querendo fazer com manifestantes oportunistas que muitas vezes nem sabem contra o que estão se manifestando.
O grito popular através de manifestações é importante e por isso mesmo não deve ser utilizado para que se proteste contra qualquer coisa. Se continuar desse jeito não demora muito teremos moradores de reunidos em frente ao prédio manifestando-se contra o síndico. Manifestação só tem força e valor quando reúnem milhares de pessoas. Do contrário viram baderna barata. Quem apóia verdadeiras manifestações certamente não aprova nem agüenta mais os piqueniques baderneiros que se multiplicam sem motivo coletivo em todo o país. (Eli Halfoun)
2 comentários:
Pode estar havendo abuso nessas manifestações, que levantam alguns a possibilidade de serem orientadas por agremiações, antes insuspeitadas, como "Fora dos Eixo ", "Black Block " e Mídia Ninja ".
De qualquer maneira nunca serei contra qualquer manifestação de cunho popular que venha através dela expor as suas insatisfações contra quem quer que seja como governos federais, estaduais ou municipais, agremiações esportivas e por aí afora. Por que não ser contra determinadas ações que claramente venha prejudicar uma maioria em seus direitos?
Ao que parece, depois das demonstrações das passeatas de junho, contra o aumento das passagens dos coletivos de transporte de massa, o povo brasileiro perdeu o medo de protestar e saiu às ruas gritando que "não aguenta mais tantas safadezas de governos".
Virou coisa de desocupados e arruaceiros
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