domingo, 25 de agosto de 2013

Precisamos de médicos brasileiros e estrangeiros. Saúde não tem pátria

por Eli Halfoun
A declaração de um médico brasileiro formado na Argentina e “importado” agora pelo Brasil parece ser a melhor definição da discussão em torno da “importação” de médicos determinada por uma necessária medida provisória. O médico brasileiro que enfim desembarca para trabalhar em seu país disse que é ‘melhor minha mulher ser atendida por um médico de foram do que morrer na fila de um hospital sem médicos. Bingo: isso define perfeitamente a situação: o Brasil pode até ter muitos médicos, mas não tem médicos suficientes que aceitem trabalhar longe dos grandes centros do país. Pesquisas recentes mostram que a população aprova a “importação” provisória de médicos. Só quem não quer os médicos de outros países trabalhando por aqui é a abastada população que pode pagar por um milionário plano de saúde e os próprios médicos que sabem perfeitamente que essa importação de estrangeiros coloca em questão não a competência de nossos médicos, mas sim a incapacidade humana de atender pacientes necessitados e que não podem pagar por tratamentos em consultórios particulares ou em hospitais particulares que sem dúvida funcionam em melhores condições do que os nossos falidos hospitais públicos. Os médicos importados não estão tirando os empregos de ninguém até porque irão atuar em municípios nos quais os médicos brasileiros não se dispuseram a atender pacientes como, aliás, deveriam fazer porque esse é o juramento que prestam quando se formam. Uma questão de saúde está se transformando em uma briga jurídica que como sempre afeta o povão que continua sendo tratado pela medicina como se fosse um pedaço de gaze usada e descartada no lixo. É evidente que os médicos estrangeiros não resolverão o problema de saúde no país, mas sem dúvida poderão melhorar muito situações calamitosas que se repetem onde mais se precisa de médicos, de saúde e de atenta atenção de todos. Medicina não é só para faturar alto em consultórios. Pelo contrário: é para ser exercida em benefício das pessoas. De todas as pessoas. (Eli Halfoun)

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