por Eli Halfoun
Lembro que há muitos anos, quando fui aos Estados Unidos (Washington) pela primeira e única vez, foi impossível
deixar de reparar como por lá as ruas eram (ainda devem ser) limpas. Não havia
uma única ponta de cigarro no chão. A limpeza e o comportamento das pessoas
fazia qualquer visitante porcalhão constranger-se em jogar um cisco na rua. No
carro em que estava acendi um cigarro, joguei a cinza no cinzeiro e ao final
não tive coragem de atirar a guimba pela janela como certamente teria
feito por aqui. A limpeza das ruas é um problema cultural e por isso mesmo levará
um tempo até que nos acostumemos a guardar no bolso ou em sacolinha apropriada o
lixo que sem a nova campanha “Lixo Zero” descartaríamos disfarçadamente em um
canteiro, uma árvore ou um poste. Não sei se a cidade oferece lixeiras
suficientes para que se possa jogar nelas o que geralmente descartamos no chão.
No primeiro dia da campanha “Lixo Zero” no centro do Rio foram aplicadas até às
15h30m 98 multas que variam de R$ 157 a 3 mil. Segundo O Globo ninguém
protestou ou se recusou a identificar-se para que a multa pudesse ser aplicada
– se a multa será realmente paga é outra e confusa história.
É triste saber que para
que os cidadãos se comportem civilizadamente em relação a sujeira pública seja
necessário mexer em seu bolso que é sem dúvida a única maneira de mobilizar e
ensinar as pessoas pelo menos e ainda no Brasil A primeira etapa do “Lixo Zero”
será complicada: demorará um tempo até que nos acostumemos a jogar o lixo em
seu devido lugar: a lixeira. Talvez agora também seja o fim do amontoado de
entulhos nas ruas - entulho descartado por um operário que realiza uma pequena
obra em qualquer casa. É certo que durante a obra, por menor que seja o vaso o
vaso sanitário trocado, os canos substituídos e outras sujeiras típicas de
pequenas obras sejam descartadas nas calçadas como se o lugar pelo qual
circulamos seja uma lixeira. O trabalho de conscientização (por enquanto e
inevitavelmente com aplicação de multa) apenas começou. Tenho esperança
de que com o tempo todas as pessoas fiquem constrangidas de jogar um palito que
seja na rua. Como fiquei quando estava na casa dos outros. É preciso aprender a
organizar e a respeitar a nossa própria casa. (Eli
Halfoun)
2 comentários:
Em todos os países, mesmo os mais desenvolvidos, a educação vem da multa. Lá fora, nas áreas principais das grandes cidades, centro, bairros históricos ou de classes mais altas,há guardas que multam que joga lixo fora. Dái, todo mundo é educadinho. Agora via ver os bairros populares de Washington, onde nem é bom ir corre-se risco de assaltos,lixo direto na rua. E isso vale para qualquer grande cidade do primeiro mundo. Resumindo: a educaçaõ vem do respeitos às leis e do medo da multa que doi no bolso. O Rio está certíssimo em reprimir e tirar dinheiro dos porcalhões.
Tudo está certo mas o estado precisa dar a alternativa aonde jogar o lixo, porque essas cestinhas amarradas no poste não são suficientes para receber a quantidade de lixo que é jogada fora nas ruas das cidades.
Multem os cidadãos que forem pegos por sujarem as ruas com os seus lixos, mas deem educação aos filhos desses cidadãos e eles nunca serão multado por sujarem as ruas.
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