por Wilson B. Alzer
O Diário do Grande ABC publica hoje matéria sobre a invasão de imigrantes haitianos, famintos e miseráveis, no norte do Brasil. Um grave problema social nas mãos dos governos locais. O Haiti é solenemente ignorado pela midia brasileira. Não há registro de instituições e lideranças da direita terem convidado, por exemplo, uma blogueira hatiana para falar dos problemas do país. O Haiti é capitalista, pratica os dogmas do mercado, e haitianos morrem há décadas dentro desses sistema perfeito. O Haiti é tão miserável que não merece a atenção nem do diretor Dado Galvão, o baiano que fez um documentário sobre a blogueira cubana. Mesmo que quisesse, Dado talvez nem recebesse financiamento para exercitar sua suposta arte se o tema fosse o pobre Haiti. Quem liga pro Haiti, capitalista e desbloqueado? Por lá deve estar tudo bem. O país, exemplo de capitalismo e livre mercado, tem renda per capita de pouco mais de 400 dólares, mais da metade da população é analfabeta. Já o país da blogueira ali ao lado, mesmo sob um bloqueio econômico que já passa de 50 anos, tem PIB per capita de cerca de 9 mil dólares, 85 por cento da população moram em casa própria e 99.1 por cento são alfabetizados. O Haiti nem um blog tem para gritar seu drama ao mundo. E não há registro de que entre os miseráveis que fogem da fome, doenças, desemprego e desesperança tenha um blogueiro, sequer alguém possa passar um SMS pro mundo. Cuba, país "fechado", recebe mais de dois milhões de turistas por ano. O número de turistas que chegam ao Haiti não passa de 600 mil/ano. A maioria fica em navios de cruzeiro. Porto Príncipe, a capital, tem apenas um hotel de nível internacional e oferece ao todo não mais do que 500 leitos. O governo brasileira tem colaborado para o incremento de uma indústria de turismo local com programas de capacitação e treinamento de profissionais. Mas os anfitriões da festiva blogueira não estão nem aí pra isso. Seus interesses são outros e não estão no Haiti nem em Cuba e muito menos na blogueira, um mero instrumento de campanha da direita brasileira.
Leia matéria sobre o drama dos haitianos. Clique AQUI
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Um comentário:
O maior produto do Haiti foi a "Josephine de Beauharnais" que se tornou Imperatriz da França depois de se casar com Napoleão Bonaparte, e o detalhe de que um país da América Central tem como seu idioma oficial a língua francesa.
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