por Eli Halfoun
Os brasileiros estão
fartos de ouvir falar em violência, mas ainda não se fartaram de falar dessa
mesma violência. Em qualquer roda familiar ou de amigos a violência é assunto
quase obrigatório: tem sempre alguém contando um caso de roubo, assalto ou
crime. Às vezes fica a impressão de que a violência desbancou o futebol nas
conversas. É verdade que a mídia nos sufoca com o noticiário sobre a violência,
mas apenas cumpre o seu papel de informar quando acontecem crimes mais do que cruéis
como o assassinato da dentista em São Paulo que foi queimada porque não tinha
dinheiro na conta bancária. O terrível
fato é um sinalizador tão cruel quanto o assassinato: o de que falta de dinheiro
na conta bancária é uma sentença de morte para a maioria dos brasileiros.
Não há como evitar tomar conhecimento de fatos
violentos que nos dão ânsia de vômito e provocam pesadelos: a imprensa não pode
e não deve silenciar diante dos fatos. Já que não podemos ficar livres de
indigesto e sangrento noticiário bem que a polícia poderia nos livrar dos
bandidos que matam cruelmente e mesmo assim acham que seus direitos humanos
devem ser respeitados. Embora eles, bandidos, não respeitem de os de ninguém.
Sem assassinos brutais não
haverá crimes e sem crimes não haverá esse tipo de noticiário e de conversa.
Enquanto isso o melhor a fazer é não ficar alheio ao noticiário, mas falar o
menos possível sobre o assunto. Pode não resolver, mas certamente diminuirá o pavor
que nos atropela em cada esquina. (Eli Halfoun)
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