sábado, 20 de abril de 2013

Um bando de camelôs espalhados no campo de um jogo complicado e perigoso


por Eli Halfoun
A venda de jogadores pelos clubes de futebol é um negócio e, portanto, uma matemática sempre muito difícil e estranha de entender. A primeira complicação vem do fato de um jogador (no caso apenas produto) pertencer a mais de um dono, que deveria ser o clube. O passe de um jogador é quase sempre dividido em cotas como se fosse apenas um produto e não um ser humano que será atingido e não só profissionalmente. Essa questão tende a diminuir a partir de 2016 quando entra em vigor uma nova lei determinando que o passe do jogador de futebol pertença só ao clube sem intermediários e não seja dividido entre empresários individuais, empresas e oportunistas, que é o que mais se vê no futebol. A recente venda do zagueiro Dedé do Vasco para o Cruzeiro coloca novamente em foco uma questão muito clara: por precisar de dinheiro (todos os clubes vivem endividados) o clube se desfaz de um craque e ídolo (elo com a torcida) e fica menos forte não só em campo, mas também em todos os aspectos promocionais e comerciais. Sem bons jogadores (vendidos como se estivessem expostos em um balcão de supermercado) o time fica fraco, perde jogos e perde credibilidade, além de não se permitir renovar a torcida atraindo jovens torcedores. Um time sem bons jogadores é um time medíocre e incompetente e pronto para ser saco de pancada dos adversários. Perde um, perde duas, perde três vezes seguidas e vai perdendo entusiasmo e credibilidade e assim também as possibilidades de patrocínio, ou seja, de buscar a grana necessária. Certamente não necessária se o futebol fosse administrado com seriedade e como empresa. Do jeito que está (o meu Vasco que o diga) os clubes ficam parecendo um amontoado de camelôs espalhados na mesma calçada. (Eli Halfoun)

Um comentário:

debarros disse...

Na minha opinião o "passe "deveria ser dividido entre o clube e o jogador de futebol. 50% para cada um.