por Eli Halfoun
Não é saudosismo, mas bons tempos em que se esperava ansioso pela chegada de dezembro e com o 13º salário na mão sair por aí passeando e comprando, comprando e passeando sem medo de ter a bolsa arrancada das mãos e de ser assaltado em qualquer esquina e agora também dentro das lojas e não só na hora de pagar. A triste realidade do Rio nesse mês de festas (os bandidos é que continuam fazendo a festa maior) é uma cruel insegurança que a cada dia nos oferece novos e estarrecedores números. Quem compra tem medo, quem vende também: pesquisa revela que a insegurança provocou o fechamento de 10 mil estabelecimentos comerciais nos últimos dez anos (média de mil lojas por ano), o que mostra um abandono bem antigo. Faz muito tempo que não temos a tranquilidade pela qual pagamos – e pagamos caro. Agora cada um é obrigado a buscar sua própria proteção e não é diferente com os lojistas que, como nós, mereciam ter a proteção do Estado, mas não podem contar com isso. Assim são obrigados a gastar cada vez mais com proteção particular. Os gastos já somam R$ 1,3 bilhão, ou 4% do faturamento, segundo o Clube de Diretores Lojistas. Esse ano foram gastos 10% a mais do que no ano passado e só com vigilância eletrônica (câmeras e alarmes) serão gastos esse ano nada mais nada menos do que R$500 milhões. Mesmo assim os fregueses saem amedrontados (na verdade apavorados) e na maioria das vezes preferem nem sair. Não é à-toa que aumentam os serviços de entrega em domicílio. A tendência é de que o consumidor passe a fazer suas compras pela internet. O que, convenhamos, nesses tempos de “farejadores” da informática também é um perigo. Estamos vivendo cada vez mais na base do “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Como se vê, não é só Papai Noel que precisa ter saco (e bem grande) para aguentar o Natal, que já foi sinônimo de paz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário