quarta-feira, 8 de abril de 2020

"Hello, crazy people!" - Dirigentes que piraram no poder...

por O.V.Pochê 

Não são incomuns na história dirigentes pirados.

Eram malucos nada beleza.

O rei George III, da Inglaterra, surpreendia o cerimonial ficando nu nas mais diversas ocasiões. Quando se sentia ameaçado no governo ou pressentia complôs ficava pelado, brandia a ceroula e balançava os colhões reais.

O rei Carlos VI, da França, ficou conhecido como "O Idiota", "O Inútil". Não gostava de tomar banho, fazia números um e dois nas calças, geralmente quando tinha acessos de fúria. E permanecia na boa, sentado no trono, como se nada tivesse acontecido ou  nada emanasse pelo salão real.

O Brasil já teve presidentes perturbados, um, pelo menos, segundo historiadores, tinha sérios problemas mentais. Governou por apenas alguns meses e mesmo assim foi tutelado para evitar viajasse na maioneses em pleno exercício da presidência.

Jânio Quadros não foi diagnosticado, mas ficou conhecido, digamos, pelo "exotismo". E cometeu o tresloucado gesto da renúncia, justificado, segundo ele, por "forças ocultas" que lhe tiravam o sono. Jânio era dado a governar por "bilhetinhos", o twitter da época.

D. Maria Doidaça
Maria I, "A Louca", também conduziu por algum tempo os destinos do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Sofria de depressão (na época chamada poeticamente de "melancolia"), e era "terrivelmente" católica. Certa vez decretou uma semana de luto no reino ao saber que ladrões haviam invadido uma igreja e espalhado hóstias pelo chão. D. Maria era louca mas não rasgava dinheiro. Uma das suas medidas foi proibir que o Brasil fabricasse tecidos e assim concorresse com a sede do reino. Durante seu governo, a corte ordenou a morte e o esquartejamento de Tiradentes. A família tentou tratá-la com os melhores especialistas. Um deles receitou-lhe poderosos purgantes. Que, aliás, não fizeram efeito, a não ser o óbvio e vertiginoso resultado que encharcava o seu nobre colchão. Quando ficou inviável seguir as ordens da D. Maria Pinel, arrumaram-lhe um regente para segurar a barra.

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Depois do jejum, a ordem é caminhar sobre brasas...

Reprodução Twitter Jornalistas Livres

Fotomemória da Redação: Cony no "circo do povo"

Cony durante o primeiro julgamento de Doca Street em Cabo Frio: em primeiro plano, no canto esquerdo da foto

Uma semana antes do julgamento, em outubro de 1979, ele entrevistou Doca Street em Búzios.
Reprodução Manchete
Na tarde de 30 de dezembro de 1976, o empresário Doca Street disparou quatro balas no rosto da socialite mineira Angela Diniz. Foi em Búzios. O crime ficou em cartaz na mídia até 1982.

Era comum, nos anos 1970, a Manchete acionar Carlos Heitor Cony para escrever sobre casos policiais de grande repercussão. No seu estilo, Cony recriava cenas e dramas. Às vezes, ele entrevistava os autores dos crimes. Outras vezes, era o observador, com olho de escritor, que narrava as tramas policiais.

Foi assim que Cony cobriu o julgamento de Doca Street, em Cabo Frio, em outubro de 1979, quando um júri popular formado por cinco homens e duas mulheres absolveu o assassino confesso. "Legítima defesa da honra" foi o argumento que o advogado Evandro Lins e Silva usou para obter a liberdade do matador de Angela Diniz (Doca foi condenado a dois anos e meio com direito a sursis). Cony deu à matéria o título "O Pão da Justiça no Circo do Povo".  O julgamento durou 21 horas e atraiu uma centena de jornalistas

A opinião pública reagiu ao veredito. A acusação recorreu e dois anos depois Doca Street foi novamente julgado e condenado a 15 anos de cadeia. Cumpriu três em regime fechado, dois no semiaberto e o restante  na condicional.           

domingo, 5 de abril de 2020

Quarentena criativa: acredite, tudo isso aí vai virar um livro de fotos...

Foto de Larry Towell

Em quarentena, o fotógrafo canadense Larry Towell decidiu que é uma boa hora para finalmente organizar e editar seu livro sobre a Ucrânia, onde cobriu eventos políticos desde 2014.
"A Ucrânia tem uma história longa e complicada que tenho lutado para resolver visualmente. É como montar um quebra-cabeça e é por isso que meu estúdio parece que eu esvaziei 1.000 peças em todos os lugares", diz ele diante da bagunça que o site da Magnum exibe.

sábado, 4 de abril de 2020

Pedalando para o São João Batista...

O Globo 04/4/2020 Reprodução

O confinamento dos brasileiros é estimado em 60%. Isso em algumas cidades. Muitos países alcançam os 80%. Significa que aqui não se pratica um isolamento efetivo.

As estatísticas de mortos pelo vírus pedalam em velocidade. Ainda assim, com o estímulo criminoso de Bolsonoro, muita gente voltou às ruas.

O Globo flagrou ontem a ciclovia de Ipanema assim, lotada de seguidores do discurso do sequelado que reside no Planalto.

Funciona assim, o ciclista que vai à frente solta no ar os perdigotos que o debilóide que vem atrás absorve. Alguns aí correm o risco de pedalar até o São João Batista. O problema é que vão contaminar muitos outros até encostar a bicicleta na cova.

Fotografia: Quarentena faz a Nikon liberar acesso gratuito para a Nikon School Online

A quarentena é entediante? Até 30 de abril, a Nikon deixa aberto o acesso livre a 10 aulas sobre fotografia. Bom lembrar que em tempos normais o custo das aulas vai até 50 dólares. Para virar aluno da Nikon basta se cadastrar.
MATRÍCULAS AQUI

Deu na CNN: Corona Beer entrou numa gelada

A Modelo Group, controladora das cervejas Corona, suspendeu a produção e o marketing da marca mexicana. Por tempo indeterminado. A interrupção está de acordo com as medidas tomadas pelo governo mexicano "em total apoio à luta contra a Covid-19", informam os fabricantes.
O texto da CNN avalia que "a julgar pelo acúmulo da Corona nos supermercados americano, o produto não vendeu bem nas últimas semanas". 
A Corona será um "case" para estudo. A marca lembra aquele cara que-não-se-chama-joaquim-nem-mora-em-Niterói: não tem nada a ver com o vírus, mas por impulsos subliminares o freguês prefere não levar para casa.

 

Não, a capa da Time não é sobre a bateção de panelas no Brasil


O chef José Andrés montou uma cozinha para atender vítimas da Covid-19 e mobilizou centenas de restaurantes nos Estados Unidos para aderirem ao movimento.

Mais uma tragédia atinge a família Kennedy

Maeve Townsend e o filho Gideon, neta e bisneto de Robert Kennedy, estão desaparecidos desde quarta-feira quando saíram para praticar canoagem na ‌‌Baía de Chesapeake. As equipes de resgate encontraram apenas a canoa e ‌‌‌o remo.
A família é marcada por tragédias. A Wikipedia acaba de atualizar a longa lista de mortes e acidentes que marcam a biografia do clã. A informação é da People.

‌1941 - Rosemary Kennedy sofria de depressão. O pai, Joe Kennedy, achava que ela era uma "retardada mental", o termo pejorativo que se usava na época, e a internou para uma cirurgia de lobotomia. Ela perdeu de vez as funções cognitivas e morreu no hospício décadas depois.
1944 - Joseph P. Kennedy, Jr. morre na explosão do avião que pilotava na Segunda Guerra Mundial.[
1948 - Kathleen Kennedy Cavendish morre em um acidente de avião na França
1956 - Jacqueline Kennedy perde uma filha natimorta.
1963 - Patrick Bouvier Kennedy, nascido em seis semanas prematuro, morre dois dias após seu nascimento.
1963 - O presidente John F. Kennedy é assassinado em Dallas, Texas.
1964 - Ted Kennedy envolve em acidente de avião que mata um de seus assessores e o piloto.
1968 - Robert F. Kennedy é assassinado por Sirhan Sirhan em Los Angeles.
1969 - No acidente Chappaquiddick, um carro dirigido por Ted Kennedy cai de uma ponte em Martha's Vineyard, afogando a passageira Mary Jo Kopechne, sua secretária.
1973 - Joseph P. Kennedy II é o motorista em um acidente de carro deixou Pam Kelley, permanentemente paralisado.
1973 - Edward "Ted" Kennedy, Jr., aos12 anos, perde parte da perna esquerda devido a um câncer.
1975 - A adolescente Martha Moxley foi assassinada aos 15 anos em Connecticut. Em 2002, Michael Skakel, sobrinho de Ethel Kennedy, se declarou culpado por homicídio qualificado, mas a sua condenação foi anulada em 2013.
1984 - David Kennedy morre de uma overdose em um hotel em Palm Beach, Flórida.
1991 - William Kennedy Smith é julgado por estupro e absolvido de todas as acusações.
1997 - Michael Kennedy morre em um acidente de esqui em Aspen, Colorado.
1999 - John F. Kennedy, Jr., sua esposa e sua cunhada morrem no avião pilotado por Kennedy.
16 de setembro de 2011 - Kara Anne Kennedy morreu de ataque cardíaco enquanto praticava exercícios em um clube de Washington DC.
2012 - A segunda mulher de Robert Kennedy, Jr., Mary, de 52 anos, suicida-se por enforcamento.
2012 - Kerry Kennedy é presa por dirigir sob o efeito de drogas, após sofrer um acidente.
2019 - A neta de Robert F. Kennedy, Saoirse Kennedy Hill, morre de overdose.
2020 - Neta de Robert Kennedy, Maeve Kennedy e seu filho desaparecem após embarcarem em canoa em Chesapeake Bay.

A revista Piauí analisa o Fator Lelé...



LEIA NA PIAUÍ, AQUI

Na capa da Caras: coronavírus vira celebridade...


A área vip não está imune ao novo coronavírus, certo? Então é natural que a Caras abra sua editoria de saúde.
Di Ferrero está na capa por ter se recuperado da Covid-19.

No texto da capa tem um detalhe que deve ter sido um ato falho, claro, ou uma construção de frase infeliz: diz que o cantor "esteve na Ilha de Caras antes da doença".

Como canta Gilberto Gil, "a fé também tá pra morrer"

Por pressão do lobby católico e evangélico, Bolsonaro incluiu igrejas como atividades essenciais. Os resultados já se fazem notar. Na pequena cidade de Aquiraz, no Ceará, dos 14 casos de Covid-19, 12 são originados em ambientes comunitários de uma seita católica chamada Shalom.  Há mais cerca de 40 casos suspeitos na cidade. Ouça Gil AQUI

Na capa da Veja

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Do El Pais: a economista Monica de Bolle deixa o ministro sem máscara...

* "O Paulo Guedes está completamente despreparado neste momento para enfrentar essa crise. A letargia e a inércia já demonstram isso. A incapacidade de largar os dogmas ideológicos que ele tem, como o Estado mínimo, o Estado que não pode gastar, é completamente inapropriada para esse momento. Hoje, dane-se o Estado mínimo, você precisa gastar. É preciso é errar pelo lado do excesso não para o lado da cautela numa crise desse tipo."

* "Isso é mais um despreparo, essa preocupação de passar recado para o mercado. Ninguém tem que passar recado para o mercado, precisa trabalhar para as pessoas, são as pessoas que estão morrendo de fome e que já não têm condições de se sustentar que importam. É incrível essa surdez e essa cegueira. O mercado tem o auxílio do BC, não é hora do ministro da Economia ficar falando com o mercado, fazendo live para o mercado. O que que é isso? Ele deveria estar pensando em como implementar a renda mínima, como fará a distribuição dos 600 reais para as pessoas elegíveis a receber. Como ele vai fazer para lidar com as diferentes áreas de atuação e planos de ação para as empresas e os planos de manutenção de empregos. Quanto realmente ele vai destinar para o SUS. A calamidade está decretada. A lei de responsabilidade já dá a flexibilidade necessária. Ele já tem tudo que precisa para agir, ele não precisa de mais nada, precisa de agir, mas perde tempo com o mercado fazendo conferência, numa situação de absoluta emergência onde as ações são necessárias para ontem." 
LEIA A ENTREVISTA COMPLETA NO EL PAIS, AQUI

Comportamento - o novo normal do coronavírus

por José Bálsamo 
A Covid-19 já mudou comportamentos em todo o planeta.
Conheça o novo normal que o #fiqueemcasa promove:

* Home office
* Teleconferências empresariais
* Serviços de streaming
* Video games
* Aulas on line
* Tele consultas médicas
* Delivery de comida e farmácia
* Delivery de cerveja
* Sexo virtual
* A vida sem futebol
* Personal trainer via internet
* Livros
* Compras on line para pets
* Call de vídeos para pais, avós, amigos
* Ir à geladeira toda hora
* Comprar voucher de bares e restaurantes para consumo pós-coronavírus
* Cozinhar, principalmente para estrear utensílios e gadgets comprados e nunca usados


Na capa da New Yorker: o drama familiar da profissional de saúde

"Bedtime" by Chris Ware

Fotomemória: quando a TV era "comida, diversão e arte"

Aerton Perlingeiro e seus comensais. A foto foi publicada na Manchete, nos anos 1970.

Lolita e Airton Rodrigues e seus convidados para a boca-livre televisiva. Reprodução 

por Ed Sá 

A TV Tupi desligou as câmeras há 40 anos. Mais precisamente no dia 12 de julho de 1980. Mas o assunto aqui é "comida, diversão e arte". A antiga emissora dos Diários Associados manteve por décadas dois programas cujo forte eram os carboidratos e as proteínas. O pessoal que hoje é "de risco" diante do coronavírus deve lembrar. Para os demais, explica-se: eram atrações nas quais o prato principal era literalmente... comida.

Um desses programas era o "Almoço com as Estrelas", apresentado por Airton e Lolita Rodrigues. O outro era o "Programa Aerton Perlingeiro". Nas tardes de sábado, os âncoras reuniam celebridades em alta ou em baixa para um regabofe pontuado por entrevistas.

Os artistas adoravam. Podiam falar de peças e filmes que estreavam e, ao mesmo tempo, descolar um rango farto. O ao-mesmo-tempo aí não é força de expressão. Muitos eram surpreendidos com perguntas em meio a colheradas de feijoada ou rabadas monumentais.

Na verdade, os artistas eram muito gratos a Airton, Lolita e Aerton, especialmente este que fazia o seu programa na sede da Tupi, na Urca. Para a maioria, era chance de divulgar seus trabalhos para o grande público. E para muitos jovens artistas ainda enfrentando dificuldades para se firmar e pagar aluguel, vivendo de uma atividade absolutamente instável, o almoço na TV era a refeição mais reforçada da semana.   

Ignorância punida. O bozolóide despenca nas pesquisas

Fonte do gráfico: Instituto de Pesquisas Sociais
Em parceria com o Instituto de Pesquisas Sociais, a corretora XP Investimentos, que obviamente não é uma instituição de oposição ao governo, divulga pesquisa que mostra Bolsonaro em queda livre. O ignorante que preside o país debocha sobre a crise é punido pela população. Em sentido contrário, os governadores são vistos como autoridades que trabalham para vencer os efeitos da pandemia e crescem na aceitação popular. A avaliação de péssimo e ruim para o sequelado foi de 36% a 42%. Os governadores passaram de 26% para 44%. A avaliação do Congresso, apesar da campanha que sofreu por parte dos milicianos governistas, passou de 13% para 18%.

Humor, por favor - Do Charlie Hebdo: rir é o remédio que vai nos salvar

Na legenda: "Tenha cuidado, estamos apenas em ensaios clínicos". Reprodução Charlie Hebdo

The Economist: essa é a imagem do mensageiro da morte

Reprodução 

Jejum na República Bolsonâmica...

Portador do vírus do fundamentalismo, Bolsonaro quer convocar um jejum nacional. Segundo ele, é a maneira de expulsar a Covid-19. Por enquanto, só por enquanto, ele não fala em implantar outras determinações bíblicas. Por exemplo, mandar apedrejar pessoas que insistem em praticar o isolamento social. Nem ofereceu aos trabalhadores que abandonarem o confinamento 70 virgens à espera no paraíso caso contraiam a "gripezinha".

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Forum da EleEla: como as páginas mais quentes do jornalismo erótico brasileiro se transformaram em fenômeno editorial

por Ed Sá 

Lojas de gibis, o Mercado Livre e os melhores e resistentes sebos da praça ainda vendem antigas edições da EleEla.

Devem ser alvo de colecionadores. Mas a cereja do bolo dessa memória erótica é o famoso Fórum, que fazia parte da revista.

No início era uma simples seção de cartas quentíssimas e mais estimulantes do que catuaba, o "viagra" da época.

Nos anos 1970, a revista da Bloch era parceira editorial da Penthouse americana, que inspirou a página onde leitores narravam suas experiências sexuais.

Os relatos fizeram tanto sucesso na EleEla que os editores resolveram dar mais páginas ao material. Havia mais espaço do que a correspondência via correio conseguia preencher. A solução foi contar com a imaginação dos redatores.

Dizem que um deles, em especial, se destacava. Era o Antonio Roberto, o popular Machadinho, criador de experiências sexo-ficcionais alucinantes.

A alma do Fórum era o saudoso Léo Borges Ramos. Ele levava tão a sério a "editoria de sexo" que, em nome da interação entre os leitores a EleEla e como parte das fantasias e alegorias eróticas que a seção estimulava, pediu certa vez aos leitores e leitoras que adicionassem pentelhos selecionados aos envelopes das cartas. Acredite, muitos atenderam ao apelo. Léo morreu jovem, nunca se soube se os pentelhos  serviriam a algum projeto editorial ou a pesquisas do DNA dos malabaristas sexuais do Forum. Antes que alguém ache isso absurdo, saiba que Van Gogh e Modigliani e Gustavo Courbet tinham predileção por retratar pentelhos. Courbet, aliás, inspirou uma exposição do artista plástico Peter de Cupere que, em 2014, exibiu obras que pintou usando um pincel feito apenas de pentelhos. Segundo ele, seus quadros pediam a "essência da vagina".

As cartas que mais repercutiam era aquelas onde rapazes comuns, que na vida real tinham que se esforçar para descolar a namorada possível, ganhavam a rara chance de comer mulheres maravilhosas. A galera delirava, talvez por se identificar com os heróis anônimos do Forum e esperançosa de viajar na ilusão de que um dia toparia com uma gata daquelas.

Era o bombeiro que ia consertar uma pia e era assediado pela dona de casa gostosa; o aluno do antigo ginasial que flagrava a professora nua no vestiário e era convocado para um dever de casa inesquecível; o contínuo que fazia hora extra no escritório e ganhava um tremendo habeas corpus da advogada carente; o motorista particular que era convidado a trocar o óleo da patroa; e até o faxineiro do pensionato de solteiras que literalmente passava o rodo no dormitório.

Pelo menos um editor da ElaEla observou que as páginas do Forum demoravam mais na paginação. Simples: era lidas antes de medidas. Muito justo.

Na Penthouse, o Forum também começou como seção e virou revista autônoma. O mesmo aconteceu com o seu filhote da EleEla, que evoluiu para um encarte e, depois, para edições inteiras e especiais.

Aquelas revistas batiam recordes de circulação, vendiam páginas de anúncio classificados e certamente rederam um bom dinheiro à Bloch, além, claro, de ajudar a garantir alguns empregos.

Nos anos 1980, já com o videocassete popularizado no Brasil, o Forum ganhou novo formato e deu nome a uma coleção de vídeos de sexo. Dessa vez, os filminhos, que eram vendidos em bancas, reforçaram em muito o caixa da editora.

Mas ninguém ficou mais feliz, além dos leitores, do que os jornaleiros. Pela primeira vez, as bancas receberam um produto que abriu um novo filão para as capatazias.

Vendia aos milhares. Até então, o jornaleiro da esquina conhecia nesse ramo do explícito, apenas os "catecismos" de Carlos Zéfiro e as revistinha suecas, ambos produtos vendidos "secretamente". Ser convidado para entrar na era do cassete, sem trocadilho, ajudou muitas bancas a levar o leite das crianças para casa.

Tudo isso graças a uma seção de cartas.

Cartas, aliás, viraram anacronismo e se transformaram em whatsapp, o erotismo agora está ao alcance do streaming, mas o Forum da EleEla permanece como o fenômeno editorial que, queiram ou não, escreveu uma página no mercado editorial brasileiro.

Com suspeita de Covid-19, jornalista Lauro Freitas Filho morre no Rio

por José Esmeraldo Gonçalves

Em 1985, um grupo de alunos do curso de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Estácio de Sá participou da coletânea "Esporte e Poder" (Vozes), organizada pela professora Gilda Korf Dieguez.

Éramos dez autores, quase um time de futebol.

Lauro Freitas Filho. Arquivo Pessoal
Entre estes, estava o tricolor Lauro Freitas Filho, que escreveu sobre a cobertura esportiva no rádio e no jornal. Desde 1988, apenas três anos após o lançamento do "Esporte e Poder", ele passou a integrar a equipe do Monitor Mercantil, onde escalou postos e era atualmente editor-chefe. 

Lauro foi internado no Hospital Casa de Portugal, no Rio, com sintomas da Covid-19, e faleceu no sábado, 28.

O Monitor Mercantil divulgou nota sobre a perda do seu editor, na qual incluiu um alerta a quem minimiza a pandemia.

"Nosso editor-chefe Lauro Freitas Filho deixa família e amigos. Tricolor, querido e íntegro, o jornalista serviu exemplarmente ao jornal e, através de seu trabalho, à sociedade. Faleceu sábado, sufocado: suspeita de coronavírus. Bolsonaro, a “gripezinha” é mortal"

Jornal Lance:agora só em edição digital

O Lance anunciou há poucos dias a suspensão de sua versão impressa. A versão digital será mantida. A decisão teria relação com a pandemia e a menor circulação de pessoas, além do fechamento crescente de bancas de jornais nos últimos anos.

Circulação de algumas revistas impressas é atingida pelos efeitos do coronavírus

A Editora Globo informa em nota que, em função do período de quarentena e isolamento social, as revistas mensais impressas Autoesporte, Casa e Jardim, Crescer, Época Negócios, Globo Rural e Pequenas Empresas, Grandes Negócios (PEGN) estarão disponíveis apenas em plataformas digitais. A revista Época manterá sua circulação impressa normalmente. A Marie Claire, mensal, continuará tendo sua edição impressa publicada mas passará a ter periodicidade bimestral. Os assinantes de qualquer um dos títulos da Editora Globo passam também a ter acesso ao conteúdo das demais revistas pelo aplicativo Globo Mais, que reúne as publicações da empresa e, também, o conteúdo do jornal O Globo. A medida tem o objetivo de reduzir o fluxo de funcionários nas gráficas e a circulação de pessoas e de veículos – inclusive os que fazem a distribuição das publicações.

Vagas para vítimas do coronavírus?

Deu na coluna de Lauro Jardim, no Globo. O ex-Trump Hotel, empreendimento que teve entre seus sócios o americano e os brasileiros Arthur Soares, vulgo 'Rei Arthur" e Paulo Figueiredo, neto do ditador João Figueiredo, ambos envolvidos na Lava-Jato, fechou as portas. Uma boa providência seria transformá-lo temporariamente em um hospital para vítimas do coronavírus.

Mídia conservadora embarca no "morde e assopra" de Bolsonaro

A mídia apontou "moderação" no pronunciamento de Bolsonaro, ontem. Houve até quem indicasse a esperada "virada" do capitão inativo "finalmente" em direção ao bom senso.
Razão tinham as panelas que ecoaram em protesto através do país.
Poucas horas depois, ele postou vídeo falso sobre "desabastecimento" na Ceasa de Belo Horizonte. O vídeo era falso, mas isso não importa ao Planalto. O sistema da mentira funciona assim há muito tempo. As milícias produzem os vídeos e os canais oficiais se encarregam de disseminá-los. É tudo uma coisa só.
A mídia, contudo, já teve tempo para aprender a não cair nessa armadilha. O vai-e-volta das fake news é parte da estratégia antidemocrática da ultra direita. Houve até ilações de comentaristas que se consideram bem informados sobre a suposta "pressão da ala militar" que levou o pai do Bananinha a deixar de incentivar o genocídio do coronavírus. Se aconteceu, a "pressão" foi delicada.
Ao postar o vídeo mentiroso, Bolsonaro mostrou que está no comando, tem um projeto político claro e manda nos milicos. 

terça-feira, 31 de março de 2020

Coronavírus na capa: a celebridade indesejada...









Humor, por favor...

Problema resolvido: o telepastor americano Kenneth Copeland acaba de "destruir" o coronavírus.

Depois dos fiéis engordarem devidamente a sacolinha, ele proibiu a Covid-19. "Em nome de Jesus, eu julgo você, Covid. Terminou! Acabou!. Se manda"!

Mas, atenção, os crentes brasileiros não devem sair por aí distribuindo ou recebendo perdigotos. O pastor é bem claro: expulsa o coronavírus apenas do território americano.  É preciso que alguém providencie o julgamento da Covid com validade para o Brasil. Veja o vídeo AQUI

Humor, por favor


A preocupação do Palácio do Planalto em encerrar logo a coletiva do ministro Luiz Mandetta, ontem, era tanta que o cerimonial fez um brusca interferência diante de uma pergunta sobre o passeio de Bolsonaro por Brasília distribuindo perdigotos aos apoiadores no momento em que a maioria das  pessoas, as não-sociopatas, pratica o isolamento social. Esse foi o detalhe político.

Já o toque ridículo foi a agressão gramatical da funcionária ao interromper a coletiva: "não haverão perguntas". O vírus da ignorância, aliás, já ataca o português praticado pelo governo bem antes da invasão do coronavírus.  Veja AQUI 

Humor, por favor

Reprodução/Twitter
Eduardo Bolsonaro, ex-candidato a embaixador do Brasil nos Estados Unidos, respondeu em inglês a um post sobre mensagens de Jair Bolsonaro que foram expurgadas do Twitter por contrariar a ética empresa ao promover desinformação sobre o coronavírus e viajou na maionese idiomática.
Para informar que não apenas o pai teve posts deletados, mas toda a família, ele escreveu hole family em vez de whole family. Imaginem a crise diplomática que o inglês do sujeito provocaria em Washington se é capaz de chamar o próprio clã de "Família Buraco".
As redes sociais adoraram a mancada e não perderam a chance de disparar memes.

Humor, por favor... mesmo black

O Coelhinho da Páscoa não vem este ano.

E Papai Noel – em confabulação com suas renas – está pensando seriamente no assunto...

Em compensação, Finados vai ser uma Festa!

domingo, 29 de março de 2020

A cobertura da Covid-19: na Europa, a mídia mostra a verdade chocante; no Brasil, a opção ainda é por jornalismo de serviço e informações úteis

A opção da mídia europeia pela dura realidade e...

...a escolha da imprensa brasileira pela "esperança" e otimismo. 
O governo federal culpa a imprensa por "exagerar" a tragédia na cobertura da Covid-19.
Imaginem se a mídia brasileira imitasse os veículos europeus.

Aqui, o verdadeiro drama nos hospitais ainda não chegou à TV, aos jornais, às revistas ou aos meios digitais. Coletivas de autoridades, divulgação de números e de medidas, alertas para distanciamento social, a palavra dos especialistas e dicas para proteção fazem a essência do trabalho.

Lá, a população acompanha o verdadeiro campo de batalha em que os hospitais se transformaram. O desespero de vítimas do vírus e das equipes que tentam salvar os doentes é estarrecedor.

Constatar de forma tão dramática o perigo devastador do vírus ajuda a tirar os europeus das ruas. Um exemplo está na matéria de capa da italiana L'Espresso. Em comparação com a escolha da Veja para a matéria principal, vê-se que a opção da mídia brasileira ainda é, de certa maneira, asséptica. Não mostrar o drama hospitalar acaba favorecendo o "gabinete do ódio" do governo na sua cruzada para provar que o coronavírus é "gripezinha" e não justifica confinamentos. Nos hospitais brasileiros já se desenrola uma terrível e ainda não mostrada batalha pela vida. O drama humano ainda não rendeu pauta. 

Paulo Guedes: o show dos pobres

Não há registro de que Paulo Guedes, o ministro da Economia, conheça um pobre sequer. Os chamados Chicago Boys, espécie de cheerleaders do neoliberalismo, facção da qual ele faz parte,  devem achar que é uma ficção estatística para falsear os índices de distribuição de renda. A última dele repercute no twitter: a visão do pobre como tipo um showman que nos diverte. 

Ana Paula Araújo rebate críticas de Mandetta á imprensa

Reprodução You Tube

O tom de voz e a expressão da âncora Ana Paula Araújo, no Jornal Nacional, da TV Globo, ontem, não eram o usual para quem lê editoriais ou notas oficiais da emissora. Nada de frieza. Ela parecia muito justamente indignada. O motivo? Uma resposta às críticas à imprensa feitas pelo Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que chamou os meios de comunicação de "sórdidos", "porque só vendem se a matéria for ruim".

O texto lido por Ana Paula classificou de "estarrecedor" que o ministro não reconheça o trabalho da imprensa sobre a pandemia.

Mandetta sugeriu até desligar a TV. "Às vezes ela é tóxica demais", criticou.

A mídia em geral tem feito um importante trabalho de conscientização e de serviço sobre a Covid-19. Certamente, ajudou em muito a alertar a população mesmo quando o próprio Ministério da Saúde não recomendava medidas restritivas e desprezava, por exemplo, controles sobre a chegada de passageiros de países afetados pelo vírus, fechamento de escolas, isolamento social etc.
Hoje, especialistas dizem que o Brasil perdeu tempo precioso na luta contra o poderoso inimigo. Se foram reticentes por pressões internas ou convicções, provavelmente jamais saberemos. Importa que o próprio ministério mudou de ideia ao ver o tamanho da catástrofe global no rastro do novo coronavírus.
VEJA O VÍDEO AQUI

Hospício Palace: lotação esgotada

Foto EBC
por José Esmeraldo Gonçalves 

Quando traçou sobre a prancheta as linhas do Palácio do Planalto, Niemeyer jamais imaginou que um dia a sede do governo se tornaria um hospício.

Ou não é um perfeito spa de desequilibrados o lugar de onde parte uma campanha institucional pregando a volta das multidões ao trabalho, ao transporte coletivo, às escolas, aos bares, às ruas, igrejas, praias e praças em plena explosão do contágio do coronavírus?

Ou não é uma casa de loucos o prédio onde um dos seus inquilinos classifica a pandemia global como uma "gripezinha"?

Ou não é um manicômio o bunker governista onde um alto funcionário é contaminado pela Covid-19 e, por conta própria, resolve sair do confinamento médico e voltar ao seu gabinete portando uma carreata de vírus, com risco de ter contaminado outros "pacientes" da instituição? "Desculpe, foi engano", teria dito ele.

Ou não é uma casa de alienados a repartição que estimula manifestantes Brasil afora, qual arautos da morte que vão às ruas literalmente "defender" o vírus, a desprezar as normas sanitárias, isolamento e distanciamento social recomendados por médicos, epidemiologistas e cientistas?

Pensando bem, é injusta a comparação com os loucos. Estes podem não saber o que fazem.

Certos internos do Hospício Planalto que minimizam a Covid-19, não, estes sabem bem das suas ações.

Estão em campanha para ganhar uma láurea tenebrosa: a de genocidas do ano.

A propósito, talvez Niemeyer tenha percebido ainda em 1961 a estranha destinação do palácio que criou. O segundo morador do endereço - desde a inauguração de Brasília pouco mais de dois anos antes -, era, digamos, instável.

Chegou lá mitificado pelos eleitores, ele e sua vassoura. Julgando-se sem apoio do Congresso - era o "antipolítico" da época -, bolou um plano teatral. Renunciou ao mandato imaginando que seus apoiadores o carregariam nos braços de volta ao Planalto e o Congresso seria obrigado a anular o auto-afastamento.

Era o golpe triunfal que lhe daria poderes totais. Foi o script delirante que fez o Brasil mergulhar em uma grave crise institucional.

sábado, 28 de março de 2020

Daniel Azulay (1947-2020) e o homem-tronco • Por Roberto Muggiati

Daniel Azulay. Foto: Reprodução do site oficial do desenhista e artista plástico


Durante muitos anos – não lembro bem por que – o Shopping da Siqueira Campos, hoje conhecido como Shopping dos Antiquários, foi uma imensa carcaça vazia. Lembro o primeiro grande evento que aconteceu lá, na segunda metade do ano de 1960, o lançamento do livro Furacão sobre Cuba, de Jean-Paul Sartre, com a presença do autor e de sua companheira, a fila dos autógrafos chegava até quase a praia de Copacabana. Nas megaenchentes dos verões de 1966 e 1967, o shopping inacabado serviu de abrigo para as populações desalojadas. Em 1970, o grande espaço onde se instalaria depois um supermercado, acolheu um dos primeiros festivais de rock do Rio, chamado de Curtisom. Daniel Azulay estava lá, à beira do palco, com o seu famoso triciclo psicodélico, uma daquelas bicicletas antigas toda equipada com luzinhas multicoloridas e outros adereços. Numa sexta-feira de setembro de 1978, Lena e eu pegávamos às onze da noite na estação Barão de Mauá o lendário Trem de Prata – o Santa Cruz – que fazia a ligação Rio-São Paulo. Na plataforma encontramos um pessoal da Manchete: Renato Sérgio e a namorada de plantão, o chefe de reportagem João Luiz de Albuquerque, com a mulher Elba e as duas filhinhas (uma delas, a Gabriela, foi uma das produtoras editoriais do livro Aconteceu na Manchete/As histórias que ninguém contou (Desiderata), que daria origem ao blog Panis com Ovum. O Daniel Azulay também estava lá, com sua vistosa bicicleta psicodélica, não sei até hoje como conseguiu embarcar o imenso aparato no trem. (Uma anedota do João Luiz: toda manhã o Jaquito aparecia nervoso na redação e mandava telefonarem para a casa do chefe de reportagem, que chegava sempre atrasado: “Ainda está chafurdando entre os lençóis”, rosnava o Jaquito. Pois não é que João Luiz e família não acordaram à chegada do trem na Estação da Luz, em São Paulo? Depois de despejar os passageiros, o trem rodou em frente, João Luiz e família só foram acordar num pátio de manobras a três quilômetros depois.)

Cartuns de Daniel Azulay na última...

...página da Manchete, no anos 1970.

No alto, à direita, o homem-tronco
Nessa época, Daniel Azulay (*) era cartunista da Manchete com um espaço nobre, a última página em cores. Curtíamos muito a sua figura especial e meio inocente, foi um dos raros humoristas que conheci que não era um chato como pessoa. Eu, o maestro que regia a revista, e Alberto de Carvalho, meu brilhante spalla, passamos anos pegando no pé do Daniel: “Você é genial, só está faltando fazer um cartum com um homem-tronco...” O Azulay desconversava, dizia que não sabia muito bem como encaixar o personagem no seu universo gráfico e ideológico, talvez já se sentisse inconscientemente tolhido pela camisa-de-força do “politicamente correto”.
Um dia, anunciou sua saída: iria dedicar-se a um programa de educação de crianças através das artes plásticas. Pouco depois. partia para o seu belo projeto. Antes, porém, num de seus últimos trabalhos, brindou-nos com um belo cartum de um homem-tronco...

(*) O desenhista e artista plástico Daniel Azulay morreu ontem, no Rio de Janeiro. Ele estava hospitalizado em luta contra uma leucemia e contraiu a Covid-19

Pornvid-19....

A pandemia global da Covid-19 contaminou o mercado pornô. Se na época da explosão da Aids a indústria do sexo viveu uma das suas maires crises, dessa vez o jogo virou. Sites eróticos estão em pleno orgasmo comercial impulsionado por bilhões de cliques.

Reprodução Twitter
Psicólogo atribuem a onda à tensão e ao tédio gerado pela quarentena, distanciamento e isolamento social. O mais curioso é que roteiristas correram para criar filminhos inspirados no coronavírus. Geralmente são sequências bem-humoradas sem deixar o erotismo de lado. Claro, mesmo nessa hora, humor é fundamental.

Um maiores portais do gênero, o Pornhub, registrou em poucos dias quase 15 milhões de buscas por coronavirus, corona virus e Covid. Surgiu na Índia até um novo site do gênero, o Quarantined.

Canais por assinatura passaram a oferecer alguns filmes grátis, como parte do esforço para amenizar o isolamento, e também viram suas estatísticas subirem. O número de visitas ao Sexy Hot, segundo informou o G1, aumentou 31% no período de 14 a 19 de março, em comparação com a  semana anterior. O número de usuários também subiu 25% no período acima e a quantidade de vídeo views aumentou 15%. E, ainda segundo o G1, a produtora de vídeo Brasileirinhas chegou a duplicar o número de assinaturas por dia.
É preciso estar atento e forte
Não temos tempo de temer a morte! 

De repente ressurge um velho – velho porra nenhuma! – atualíssimo bordão de 1969. Vamos adotá-lo e viralizar, figurativamente apenas...

Ouça Gal Costa cantando a letra genial de Caetano Velosos e Gilberto Gil AQUI