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sexta-feira, 3 de abril de 2020

Fotomemória: quando a TV era "comida, diversão e arte"

Aerton Perlingeiro e seus comensais. A foto foi publicada na Manchete, nos anos 1970.

Lolita e Airton Rodrigues e seus convidados para a boca-livre televisiva. Reprodução 

por Ed Sá 

A TV Tupi desligou as câmeras há 40 anos. Mais precisamente no dia 12 de julho de 1980. Mas o assunto aqui é "comida, diversão e arte". A antiga emissora dos Diários Associados manteve por décadas dois programas cujo forte eram os carboidratos e as proteínas. O pessoal que hoje é "de risco" diante do coronavírus deve lembrar. Para os demais, explica-se: eram atrações nas quais o prato principal era literalmente... comida.

Um desses programas era o "Almoço com as Estrelas", apresentado por Airton e Lolita Rodrigues. O outro era o "Programa Aerton Perlingeiro". Nas tardes de sábado, os âncoras reuniam celebridades em alta ou em baixa para um regabofe pontuado por entrevistas.

Os artistas adoravam. Podiam falar de peças e filmes que estreavam e, ao mesmo tempo, descolar um rango farto. O ao-mesmo-tempo aí não é força de expressão. Muitos eram surpreendidos com perguntas em meio a colheradas de feijoada ou rabadas monumentais.

Na verdade, os artistas eram muito gratos a Airton, Lolita e Aerton, especialmente este que fazia o seu programa na sede da Tupi, na Urca. Para a maioria, era chance de divulgar seus trabalhos para o grande público. E para muitos jovens artistas ainda enfrentando dificuldades para se firmar e pagar aluguel, vivendo de uma atividade absolutamente instável, o almoço na TV era a refeição mais reforçada da semana.   

domingo, 11 de junho de 2017

Leitura Dinâmica: Gotham City decreta luto oficial... Batman morreu





por Ed Sá
Adam West, o Batman dos anos 1960, morreu ontem, aos 88 anos, em Los Angeles. Segundo a família, "após um batalha curta mas corajosa com a leucemia".
Para ilustrar uma reportagem sobre o ator, a Time foi buscar uma capa da revista Life, de 1966. Era o auge da popularidade de West, ano em que o seriado chegou à TV.




O cineasta Kevin Smith, que é roteirista de quadrinhos, postou no Instagram: "Oh Batman, meu Batman! Estou de pé na minha cadeira para homenagear #adamwest - o homem que era a imagem da Justiça e me fez querer ser uma boa pessoa quando eu era menino". 
No Brasil, o seriado foi exibido pela TV Tupi. E coube à EBal lançar aqui revista em quadrinhos com o herói da garotada. Ele apareceu pela primeira vez em uma publicação de 1947, junto com outros personagens. Em 1953, ganhou uma revista exclusiva (reprodução acima).



terça-feira, 22 de maio de 2012

Deu na Veja: como ficou o antigo prédio da Manchete

Edifício Manchete depois da reforma. Foto: Reprodução revista Veja
por Gonça
Parte da história do jornalismo brasileiro foi retrofitada. A Veja dessa semana publica uma matéria sobre prédios do Rio reformados segundo a técnica de retrofit, que moderniza edifícios. O Edifício Manchete desenhado por Oscar Niemeyer e construido por Adolpho Bloch nos anos 60, sede das redações das revistas da Bloch, de setores administrativos da empresa e, posteriomente, da Rede Manchete, ganhou novos vidros, geradores próprios, sistema de coleta de água de chuva, novos elevadores e ar condiciondo central. Foi construido nos fundos um edifício-garagem de doze andares e um bicicletário. Pisos de jacarandá e revestimentos de mármore foram restaurados, assim como os jardins internos projetados por Burle Marx e o teatro. A reforma custou 100 milhões de reais. O prédio já recebeu seus novos inquilinos: as multinacionais British Petroleum e Statoil. O Edifício Manchete havia sido leiloado há alguns anos com o objetivo de arrecadar recursos para pagamento de parte das indenizações aos ex-funcionários da Bloch. Alcançou um lance de pouco mais de 60 milhões de reais. Surpreendentemente, em pouco tempo, o comprador revendeu o edifício por cerca de 200 milhões de reais, o que levou indignação aos  trabalhadores da extinta Bloch diante da modesta avaliação inicial do imóvel. Está aí a imagem, por certo significativa para centenas de leitores deste blog que passaram parte de suas vidas profissionais na Rua do Russell.
"Monumentos" aos veículos desaparecidos
De certa forma, o prédio da Manchete se renova, o que, curiosamente, não é muito comum entre empresas de comunicação falidas. No Rio, por exemplo, há vários "monumentos" a veículos desaparecidos. O prédio do Jornal do Brasil, na Av. Brasil, foi depredado, virou um esqueleto e passa por reforma para se transformar em um hospital; a sede do Correio da Manhã é um casarão fechado desde os anos 70 na rua Gomes Carneiro (Carlos Heitor Cony conta que o visitou não faz muito tempo e se deparou com sua antiga mesa e ordens de serviço e avisos ainda colados nas paredes da redação); a antiga TV Tupi, na Urca, estava em ruínas e foi reformada para receber um escola de design. Mas apenas metade do prédio foi recuperada, o velho auditório e salão do Cassino estão lá com seus fantasmas empoeirados. A sede do Última Hora padece alí perto da Rodoviária Novo Rio; a Tribuna da Imprensa está selada e vazia na Rua do Lavradio. O antigo prédio do  O Cruzeiro, na Rua do Livramento, ainda abriga a Rádio Tupi e o Jornal do Commércio mas as poderosas máquinas de rotogravura já não fazem tremer os pavimentos. Como o da Manchete, o edifício do O Cruzeiro foi projetado por Niemeyer. O Diário de Notícias ficava na Rua Riachuelo, foi lacrado por uns tempos e hoje é sede da Folha Dirigida; a Ebal, lembram?, que editava títulos inesquecíveis da era de ouro dos quadrinhos (Falcão da Noite, The Flash, Superman, Flash Gordon, O Fantasma), ocupava um grande complexo em São Cristóvão, perto do estádio do Vasco. O prédio está lá, hoje divide-se entre um escola e uma gráfica. A Rádio Nacional já não é a potência que era nos anos 40 e 50, continua funcionando no Edifício A Noite, na Praça Mauá, mas o jornal que deu nome a um dos primeiros arranha-céus do Brasil há muito virou história. A Editora Vecchi ficava na Rua do Riachuelo, não sei o que ocupa seu ponto hoje. Já a TV Excelsior se instalou no antigo Cine Astória, ali pelo número 500 e tantos da Visconde de Pirajá. Quando fechou, o local voltou a ser ocupado por um cinema, o Super Bruni 70 que, demolido, deu lugar a um espigão. A TV Continental funcionava na Rua das Laranjeiras. Não sei o que virou. A TV Rio, que se instalou no Posto Seis, no antigo prédio do Cassino Atlântico, que foi demolido e, no lugar, construido o prédio do hotel Sofitel, hoje Accor.
Certamente, espalhados pela cidade, há outros exemplos que escapam a este retrofit da memória jornalística.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Livro sobre a Tupi resgata a memória da emissora pioneira no Brasil

por Eli Halfoun
É comum afirmar que “o Brasil é um país sem memória”. O brasileiro realmente não costuma dar muita bola para o passado e é para resgatar a memória da pioneira TV Tupi (inaugurada em 3 de abril de 1950, em São Paulo, abrindo o caminho para a televisão brasileira de hoje), que o jornalista Luiz Cláudio Lima e Silva está escrevendo um livro para contar tudo o que aconteceu na primeira emissora do país. Pelo palco da Tupi, tanto no Rio, quanto em São Paulo, passaram grandes atrações nacionais e internacionais. Atores hoje famosos iniciaram na teledramaturgia da Tupi, muitas vezes apenas como figurantes, suas trajetórias de sucesso. Só para lembrar: foi Assis Chateaubriand, o visionário, que trouxe a televisão para o país, não só a emissora, mas também os aparelhos que não existiam por aqui e que ele comprou nos Estados Unidos e espalhou por várias lojas para que o público pudesse assistir aos primeiros programas na "telinha mágica", como foi chamada na época. A Tupi não pode mesmo ficar esquecida na história. (Na reprodução, o indiozinho-símbolo da Tupi e o "padrão" da emissora. Para os mais novos: as linhas do "padrão", equivalente ao "color bar", orientavam o telespectador no ajuste da imagem dos televisores P&B, de jurássicas válvulas.)