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sábado, 16 de maio de 2020

Futebol na quarentena - O dia em que a seleção brasileira entrou em campo para sair da história. R.I.P

Com o futebol em quarentena, as TVs têm reprisados jogos históricos. Se os programadores não acreditam na audiência ou se é por trauma coletivo mesmo, o jogo Alemanha 7 x 1 Brasil ainda não entrou na fila.

Tanto quanto vitórias memoráveis, a seleção coleciona frustrações infelizmente inesquecíveis. 1950, 1982, 1998... a taça estava na mão. Mas aqueles 7 X 1 são bizarros. Foi o delenda, seleção, como diria Catão.

A evolução do futebol e a brutal desigualdade financeira entre Europa e Brasil tornaram a perda da Copa de 2014, em casa, ainda mais decepcionante. De la para cá, a superioridade da Europa virou hegemonia absoluta. Os principais craques, não apenas do Brasil, mas da América do Sul, são exportados ainda cedo, o calendário tornou-se um obstáculo a mais. As seleções sul-americanas mal têm tempo para treinar e as datas Fifa que sobraram estão praticamente ocupadas pelas seleções europeias. A própria Copa do Mundo começa a perder relevância diante da Eurocopa, de alguns campeonatos de alta qualidade, Inglaterra, Espanha e Alemanha, principalmente, e da Copa da Uefa, sem falar da Liga Europa, que preenche as datas restantes.

A Europa, onde o futebol nasceu, tomou de volta o brinquedo.

Não é exagero dizer que a frustração dos 7 X 1 foi premonitória, marcou  fim de uma era. Não por coincidência, a partir daquele ano, a camisa amarela que ia às ruas para comemorar títulos, ganhou um significado, que persiste até hoje, de facção política ou miliciana. Para mais da metade da população, virou uniforme do ódio e intolerância.

Por tudo isso, naquele dia oito de julho de 2014, a seleção entrou em campo para sair da história. Quem viu, viu.
R.I.P.

sábado, 18 de abril de 2020

Fotomemória da redação: Ivan Locci e os perigos que ressurgem. Por Guina Araújo Ramos

por Guina Araújo Ramos (do blog Bonecos da História

São tempos espantosos, estes, os da pandemia do novo Coronavírus, os da COVID-19. O certo é que nossa geração, em termo mundiais, simplesmente não viveu nada parecido.

O perigo é, objetivamente, mortal, posto que não há cura e nem vacina. Resta-nos apenas uma defesa parcial, uma quarentena indefinida, que teria um prazo final, mas é continuamente estendida enquanto a quantidade de vítimas cresce.

Ao perigo maior, o da contaminação com o vírus, vão se acrescentando outros, que vão de uma possível obesidade, forçada pela angústia que a imobilidade provoca, até os riscos dos acidentes caseiros, incluindo, aliás, as dificuldades de convivência entre parentes que nunca conviveram tanto... Riscos de acidentes que se exacerbaram até mesmo pela falta de prática de muitos no uso dos recursos que têm em suas próprias casas. Ainda bem que uma crise tão profunda trouxe à tona um impressionante movimento de solidariedade coletiva.

Ivan Locci - Rio de Janeiro, 1984 - Foto Guina Araújo Ramos

Daí, me lembrei da criança que, vítima de um desses acidentes caseiros, recebeu, no correr dos anos 1980, um apoio fundamental para a sua recuperação (e integração na sociedade), apesar dos traumas que sofreu: o italiano Ivan Locci, que continua grato ao Brasil.

À época, este era um acidente até corriqueiro: um jato de álcool lançado ao fogo, a partir de uma garrrafa plástica, que retornava ao corpo da pessoa e fazia nele um incêndio particular. As crianças eram as vítimas mais frequentes, a ponto de o álcool líquido ter sido substituído no comércio pelo álcool em gel. Muitos adultos, nos churrascos e nas fogueiras juninas, também sofreram destes males, ou foram responsabilizados pelos sofrimentos de seus filhos (e foi, aliás, o caso do pai de Ivan Locci).
Agora, como recurso na defesa contra a pandemia, o álcool 70° está de volta às lojas, e às casas, e seus riscos também. Diante do caos da saúde pública (que já existia, mas está sendo levada ao absurdo), dificilmente quem se queimar no uso do álcool terá tratamento de qualidade. Nem, muito menos, o tratamento especialíssimo que o garoto Ivan Locci teve, o de ser operado pelo mais importante cirurgião plástico brasileiro (talvez do mundo, à época), o médico, professor e até membro da Academia Brasileira de Letras, o Dr. Ivo Pitanguy.

Ivan Locci - Rio de Janeiro, 1984 - Foto Guina Araújo Ramos

Fotografei o menino Ivan Locci, para o Jornal do Brasil, no anos de 1984, em um pequeno hotel do bairro do Flamengo, durante um dos seus vários retornos ao Rio de Janeiro, para revisão das cirurgias que vinha fazendo desde 1981, as quais recuperaram minimamente as feições do seu rosto.
Fiquei feliz de encontrar agora, revendo o assunto em pesquisa na Internet, algumas imagens recentes de Ivan Locci, de um evento do ano de 2017, em Gênova, na sua Itália natal.

Fico feliz também por recuperar a figura de Ivo Pitanguy, com quem tenho a alegria adicional de dividir a data de nascimento, 5 de Julho, a quem também fotografei, em sua famosa clínica da Rua D. Mariana, mas lamento não ter em mãos estas fotos (creio que para Fatos & Fotos, por conta de alguma celebridade que ele “retocara”, como Marisa Berenson). E nem saber mais como encontrá-las.

sábado, 28 de março de 2020

Pornvid-19....

A pandemia global da Covid-19 contaminou o mercado pornô. Se na época da explosão da Aids a indústria do sexo viveu uma das suas maires crises, dessa vez o jogo virou. Sites eróticos estão em pleno orgasmo comercial impulsionado por bilhões de cliques.

Reprodução Twitter
Psicólogo atribuem a onda à tensão e ao tédio gerado pela quarentena, distanciamento e isolamento social. O mais curioso é que roteiristas correram para criar filminhos inspirados no coronavírus. Geralmente são sequências bem-humoradas sem deixar o erotismo de lado. Claro, mesmo nessa hora, humor é fundamental.

Um maiores portais do gênero, o Pornhub, registrou em poucos dias quase 15 milhões de buscas por coronavirus, corona virus e Covid. Surgiu na Índia até um novo site do gênero, o Quarantined.

Canais por assinatura passaram a oferecer alguns filmes grátis, como parte do esforço para amenizar o isolamento, e também viram suas estatísticas subirem. O número de visitas ao Sexy Hot, segundo informou o G1, aumentou 31% no período de 14 a 19 de março, em comparação com a  semana anterior. O número de usuários também subiu 25% no período acima e a quantidade de vídeo views aumentou 15%. E, ainda segundo o G1, a produtora de vídeo Brasileirinhas chegou a duplicar o número de assinaturas por dia.