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domingo, 29 de março de 2020

A cobertura da Covid-19: na Europa, a mídia mostra a verdade chocante; no Brasil, a opção ainda é por jornalismo de serviço e informações úteis

A opção da mídia europeia pela dura realidade e...

...a escolha da imprensa brasileira pela "esperança" e otimismo. 
O governo federal culpa a imprensa por "exagerar" a tragédia na cobertura da Covid-19.
Imaginem se a mídia brasileira imitasse os veículos europeus.

Aqui, o verdadeiro drama nos hospitais ainda não chegou à TV, aos jornais, às revistas ou aos meios digitais. Coletivas de autoridades, divulgação de números e de medidas, alertas para distanciamento social, a palavra dos especialistas e dicas para proteção fazem a essência do trabalho.

Lá, a população acompanha o verdadeiro campo de batalha em que os hospitais se transformaram. O desespero de vítimas do vírus e das equipes que tentam salvar os doentes é estarrecedor.

Constatar de forma tão dramática o perigo devastador do vírus ajuda a tirar os europeus das ruas. Um exemplo está na matéria de capa da italiana L'Espresso. Em comparação com a escolha da Veja para a matéria principal, vê-se que a opção da mídia brasileira ainda é, de certa maneira, asséptica. Não mostrar o drama hospitalar acaba favorecendo o "gabinete do ódio" do governo na sua cruzada para provar que o coronavírus é "gripezinha" e não justifica confinamentos. Nos hospitais brasileiros já se desenrola uma terrível e ainda não mostrada batalha pela vida. O drama humano ainda não rendeu pauta. 

quinta-feira, 14 de março de 2019

Suzano: o choque e a tristeza...

O massacre de Suzano, ontem, chocou o Brasil. As primeiras sondagens em redes sociais mostraram que os assassinos Guilherme Monteiro e Luiz Henrique participavam de fóruns virtuais nos porões da internet, em sites de extrema direita que fornecem tutoriais sobre violência e terrorismo, pregam nazismo, racismo etc. A informação foi publicada no portal R7. Monteiro era declarado fã de armas, de pena de morte e outros "valores" de "homens de bem" atualmente em voga no Brasil.

O segundo choque, que veio no rastro da tragédia, foi constatar que importantes autoridades brasileiras, conforme não se negaram a demonstrar em comentários à mídia, têm uma lado a defender na chacina da Escola Raul Brasil: o das armas.

O que só aumenta a tristeza diante do massacre que deixou dez mortos.