segunda-feira, 6 de abril de 2020

Fotomemória da Redação: Cony no "circo do povo"

Cony durante o primeiro julgamento de Doca Street em Cabo Frio: em primeiro plano, no canto esquerdo da foto

Uma semana antes do julgamento, em outubro de 1979, ele entrevistou Doca Street em Búzios.
Reprodução Manchete
Na tarde de 30 de dezembro de 1976, o empresário Doca Street disparou quatro balas no rosto da socialite mineira Angela Diniz. Foi em Búzios. O crime ficou em cartaz na mídia até 1982.

Era comum, nos anos 1970, a Manchete acionar Carlos Heitor Cony para escrever sobre casos policiais de grande repercussão. No seu estilo, Cony recriava cenas e dramas. Às vezes, ele entrevistava os autores dos crimes. Outras vezes, era o observador, com olho de escritor, que narrava as tramas policiais.

Foi assim que Cony cobriu o julgamento de Doca Street, em Cabo Frio, em outubro de 1979, quando um júri popular formado por cinco homens e duas mulheres absolveu o assassino confesso. "Legítima defesa da honra" foi o argumento que o advogado Evandro Lins e Silva usou para obter a liberdade do matador de Angela Diniz (Doca foi condenado a dois anos e meio com direito a sursis). Cony deu à matéria o título "O Pão da Justiça no Circo do Povo".  O julgamento durou 21 horas e atraiu uma centena de jornalistas

A opinião pública reagiu ao veredito. A acusação recorreu e dois anos depois Doca Street foi novamente julgado e condenado a 15 anos de cadeia. Cumpriu três em regime fechado, dois no semiaberto e o restante  na condicional.           

Um comentário:

J.A.Barros disse...

Que "porra "de honra esse cara tava defendendo, quando covardemente deu 4 tiros na cara da mulher que o sustentava. Onde estava essa "honra ", que levou ao assassinato daquela linda mulher, que o único crime que cometeu foi o de ser uma das mulheres mais bonita da nossa sociedade