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segunda-feira, 25 de maio de 2020

Famosos em quarentena dão prejuízo aos paparazzi

O repórter Felipe Pinheiro, do UOL, mostra que o sumiço das celebridades durante a Covid-19 afeta o bolso dos paparazzi. "Os famosos praticamente desapareceram do radar dos paparazzi durante a pandemia do novo coronavírus. Sem praia, shopping ou parques, que foram esvaziados e fechados, os profissionais especializados em fotografar celebridades tiveram suas vidas diretamente afetadas pela quarentena, que já passa de dois meses em várias regiões do Brasil", relata a matéria.
LEIA A REPORTAGEM COMPLETA NO CANAL TV E FAMOSOS, NO UOL, AQUI

terça-feira, 28 de abril de 2020

Influencers à beira de um ataque de nervos

por Flávio Sépia 

A publicidade nos meios de comunicação tradicionais era vista pelos leitores, ouvintes e telespectadores como algo dissociado da opinião, dos fatos e das matérias em geral veiculadas. Se Nelson Rodrigues escrevia, por exemplo, que "nem todas as mulheres gostam de apanhar, só as normais", o mundo não vinha abaixo, nem anunciantes cancelavam suas inserções no Globo, Última Hora, Manchete EsportivaFatos & Fotos, onde ele foi colunista durante anos.

Atraídas por páginas com milhões de seguidores, as verbas  publicitárias migraram para as redes sociais. Em blogs, twitter, instagram, you tube e facebook tudo é festa para os influencers até que um vacilo qualquer pode fazer a casa cair.

Demonstrações de racismo, de intolerância, de ostentação, de desprezo pelos pobres, de preconceito, de falta de noção, de ausência de civilidade ou pura ignorância por parte dos chamados influencers pode acabar em cancelamentos e em debandada de patrocinadores.

Há poucos dias, a blogueira Gabriela Pugliesi, que já contraiu coronavírus, decidiu ignorar o isolamento social e promoveu uma festinha de arromba. Ela postou fotos da badalação e os seguidores detonaram a irresponsabilidade. Em poucas horas, Pugliesi perdeu quase 200 mil seguidores. Não deve ter se preocupado muito. Só caiu na real quando marcas parceiras das suas páginas tiraram os times de campo.
A razão é que ao anunciar em redes sociais pessoais, as marcas avalizam, de certa forma e do ponto de vista dos seguidores, o pacote completo. Não há mais o distanciamento que ocorria entre as mensagem publicitárias e o conteúdo jornalistico ou opinativo em jornais, revistas, rádio e TV. A audiência não confundia um e outros. Nas redes sociais, a relação é mais intima e pessoal. Falar que "ama o sapato" da marca tal ou "adora o biquíni" da grife soa igual a "vender" expressões racistas ou de preconceito. Tudo é influência. Tanto o elogio e a recomendação quanto a intolerância ou o comportamento antissocial do (a) blogueiro (a) respingam diretamente na marca que apoia o sujeito (a).
Daí que, depois de tanto levar bordoada na internet, algumas marcas passaram a incluir nos contratos com os (as) influenciadores (as) uma cláusula que lhes dá o direito de cair fora, sem pagar multa, se o distinto dono das páginas fizer alguma merda que contamine o prestígio do anunciante.
Gabriela Pugliesi, só para citar o caso mais recente entre tantos, recebeu uma dura lição: cerca de dez anunciantes deram bye bye às suas páginas em respeito à forte reação dos internautas registrada em milhares de comentários que viralizaram na web.

Tem influenciador que vai acabar fazendo propaganda de fralda descartável tanto é o medo que sentem ao postar textos, fotos e vídeos. A vida não está fácil pra ninguém.

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

R.I.P - Governo coveiro vai enterrar obra de estação de metrô. Arqueólogos do futuro agradecem

por Flávio Sépia
O arrocho fiscal imposto pelo neoliberalismo - política econômica já em revisão em muitos países - deixa o Brasil em coma e os especuladores financeiros no paraíso. Com o Estado paralisado pelo rentismo, só se ouve falar em desmonte, desativação, fechamento de fábricas, abandono de obras e, agora, enterro de canteiros.

A "nova era" inventou a tecnocracia do coveiro.

O Globo de hoje noticia que o governador Wilson Witzel, do Rio de Janeiro, vai mandar soterrar a enorme escavação feita na Gávea para o que seria a estação de metrô do bairro. O Rio está quebrado, alega o político. O fato exemplifica bem o que é a privataria de obras prontas. Nenhum grupo privado se apresenta para concluir a estação e explorar a linha depois, nem mesmo os fundos controladores do metrô carioca. Este sim seria um investimento, tal como se faz em muitos países. Aqui, empresários preferem esperar que o Estado faça as obras e banque seus custos e só então se coçam para descolar uma concessão amiga.

Ser capitalista assim é moleza. Nessa hora, os espertos esquecem o dogma do "estado mínimo".
Se não embolsarem o máximo, essa obra, apesar das reivindicações dos cariocas - Jardim Botânico, Jockey e Gávea são bairros campeões de engarrafamentos - jamais ficará pronta.

Além do prejuízo que é soterrar todo o canteiro de obra da Praça Santos Dumont, o governo do Rio de Janeiro ainda banca o aluguel do tatuzão utilizado para escavar a linha, que está enterrado no subsolo da imediações da Rua Igarapava, no Leblon, e custa, parado, milhões em manutenção.

Casos como esse, de obras paradas que geram prejuízos bilionários, se multiplicam pelo país.

Procura-se um capitalista que abra mão de mamar no Estado e assuma esses investimentos.

No Brasil do fanatismo neoliberal e de uma política econômica de corretagem especulativa, enterrar canteiros de obra é o único "investimento" em infraestrutura. Os arqueólogos do futuro agradecem.