por Jean-Paul Lagarride
No mesmo momento em que os museus d’Orsay e o da Orangerie, em Paris, relançam uma campanha que fez sucesso em 2015 para atrair pais e filhos às suas exposições, o Brasil é notícia na Paris Match em sentido oposto: o da censura às artes, da perseguição a artistas e das agressões físicas promovidas por grupos conservadores e de fundamentalistas religiosos a quem ousa frequentar determinadas mostras e performances em museus.
Paris Match publica hoje matéria sobre o cancelamento de eventos culturais após intervenções violentas de milicias organizadas de orientação conservadora e fundamentalista.
A revista cita quatro casos recentes: a censura à peça "O Evangelho Segundo Jesus, a Rainha dos Céus", em Jundiai (SP); a performance de um artista nu no MAM, também em Sâo Paulo; o caso da exposição "Queemuseu", em Porto Alegre (RS); e a proibição por parte do prefeito do Rio, o pastor Marcelo Crivella, da exibição da mesma mostra no MAR, Museu de Arte do Rio de Janeiro.
Paris Match lembra que o Brasil, na ditadura, foi marcado pela censura de Estado, mas o que se vê agora é a censura praticada por movimentos conservadores e da direita radical, igualmente agressivos.