quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Nos 100 anos da Revolução de Outubro, o marketing da nostalgia ainda resiste na antiga URSS...


por José Esmeraldo Gonçalves 

Assim como os bolcheviques não apagaram da história os símbolos, a arte e os palácios da Rússia czarista, o Rússia atual não deletou a memória da União Soviética nas ruas e praças das grandes cidades. Razões históricas explicam: a URSS e o Exército Vermelho ainda são lembrados pela vitória na Grande Guerra Patriótica, como eles denominam a Segunda Guerra Mundial. E os russos, independentemente do regime em voga, guardam motivos para celebrar a defesa da Россия-Матушка (a Mãe Rússia) e desconfiar do Ocidente.

De Napoleão à agressão militar de 1918 por parte de tropas inglesas, holandesas e americanas com o envolvimento dos japoneses, da invasão nazista à Guerra Fria, de Churchill a Eisenhower, de Kennedy a Ronald Reagan, de Nixon a Trump, as ameaças vieram em ondas.

Em 1918, o primeiro-ministro francês, George Clemenceau, aliou-se à Inglaterra para a impor o "Cordão Sanitário" contra a Revolução. Era uma tentativa isolar a Rússia economicamente. Não por acaso, algo semelhante às atuais e vigentes sanções impostas ao país pelos Estados Unidos e seus aliados europeus.

Está nos livros, a Rússia acossada costuma se unir.

O governo Putin não programou qualquer comemoração, mas os 100 anos da Revolução de Outubro são pauta de veículos e tema de debates acadêmicos.


O símbolo preservado nas paredes do metrô
O povo se divide ao avaliar a União Soviética. Pesquisa do Centro Levada - o maior instituto de opinião pública, privado, do país -  constatou que 48% dos entrevistados tinham uma visão muito positiva da Revolução de Outubro e  31% uma opinião muito negativa. Cerca de 21% admitiram ter dificuldade em opinar. Os números foram colhidos em abril deste ano.

Talvez isso, junto com um interesse cult dos turistas, mantenha uma certa memória da União Soviética nas ruas e esquinas de grandes centros como Moscou e São Petersburgo, onde ambulantes fazem a festa.
Moedas, cigarreira, quepe: a memorabilia comunista
Lênin: moeda comemorativa

Cartazes revolucionários do começo do século passado

Camiseta: é o figurino da URSS nas lojas e barracas.

Diante do Encouraçado Aurora, atração
turística em São Petersburgo. 
A impressão que dá é que Alex, o jovem personagem do filme "Adeus, Lênin", teria menos dificuldade para reconstruir um ambiente socialista em Moscou e São Petersburgo do que na Berlim Oriental pós-queda do Muro, tema e set do filme.

Alex, lembra?, recria um mundo soviético paralelo para poupar a mãe - uma comunista de carteirinha que ficou fora do ar por causa de um coma - do choque ideológico que sofreria ao saber do fim da Alemanha Oriental e da inacreditável dissolução da União Soviética.

Na Rússia, ainda é possível fazer um tour Back in the URSS, como cantaram os Beatles.

2 comentários:

J.A.Barros disse...

É claro que uma faixa da população soviética nos tempos da URSS sentem alguma nostalgia daqueles tempos em que tinham de entrar em filas todas as manhãs para poder comprar a sua cota de alimentos. E devem sentir nostalgia também de outros setores do quotidiano da cidade sob o regime comunista em que viviam. Mas a pergunta que deveria marcar seria se a nova gerações está contente com o atual regime? Claro, sem pedir comparações, porque essa última geração não deve nem imaginar como era o regime da época de seus avós. Toda essa situação é muito complexa, porque há sempre aqueles que preferem viver sob um regime déspota e aqueles outros que preferem viver num regime democrático e livre, sem ter em seus calcanhares uma policia discricionária, ditatorial e punitiva.

J.A.Barros disse...

Bem, falar da Russia é preciso primeiro tentar entender o povo russo. Um povo que viveu séculos sob o tacão de imperadores e de uma família– Romanov – que dominou esse Império e o povo russo. Mas o russo é e sempre foi um forte, resistiu a todas as pressões a todas as guerras e invasões de seus territórios. A invasão Napoleônica e Nazista não foram as únicas que ocorreram. Muitas outra houveram e sempre derrotadas pela coragem e sacrificio do homem russo, que antes de tudo ama a sua mãe terra, a Russia. Não só o inverno rigoroso que é a sua grande arma defensora, a grande arma que defende as suas terras sacrificando a sua vida no fim de tudo é o russo. Na invasão da Russia pelos nazistas é indescritíveis a garra, os sacrificio a que se impuseram , não só o soldado russo mas também as mulheres russas que atuaram em todas as frentes de combate como soldadas, aviadoras, franco-atiradoras, combatentes de tanques, enfim toda classe de combate em que envolve uma guerra e sabendo elas se feitas prisioneiras seriam torturadas, estupradas e assassinadas.
Imagina, se seria possível isso acontecer. Churchil e tendo como aliado o grande general americano George Patton, que praticamente foi o grande soldado que levou as forças aliadas a chegarem em Berlim e não chegaram antes porque havia uma acordo do General em Chefe, Eisenhower com os russos de deveriam chegar primeiro em Berlim. Mas Patton queria partir para a invasão da russia de Berlim onde todo o exército americano estava acampado. Na sua perspectiva de combate já que toda a máquina de guerra já estava ali então seria tudo mais fácil. Quis o destino que essa louca invasão não ocorresse , nem ocorreria, não só pelo fato da morte do General Patton atropelado por uma carroça em Berlim, mas pelo bom senso e a cabeça lúcida de alguns generais americanos que não deixariam essa tragédia acontecer.