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quinta-feira, 15 de março de 2018

Marielle Franco: uma voz em defesa dos direitos humanos. A reação da ONU e a repercussão no mídia internacional

"As Nações Unidas no Brasil manifestam consternação com o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL), na noite desta quarta-feira, 14 de março. Ela foi uma das principais vozes em defesa dos direitos humanos na cidade. Desenvolvia plataforma política relacionada ao enfrentamento do racismo e das desigualdades de gênero e pela eliminação da violência, sobretudo nas periferias e favelas do Rio.

Quinta vereadora mais votada nas eleições municipais de 2016, Marielle era um dos marcos da renovação da participação política das mulheres, diferenciando-se pelo caráter progressista em assuntos sociais no contexto da responsabilidade do Poder Legislativo local.

O Sistema das Nações Unidas no Brasil expressa solidariedade aos familiares e amigos da vereadora e do motorista Anderson Pedro Gomes. Tem expectativa de rigor na investigação do caso e breve elucidação dos fatos pelas autoridades, aguardando a responsabilização da autoria do crime.”

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) divulgou nesta quinta-feira (15) uma nota sobre o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Pedro Gomes. O comunicado é assinado pela porta-voz do ACNUDH, Liz Throssell.

“Condenamos o profundamente chocante assassinato no Brasil da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e de seu motorista. Marielle foi uma reconhecida defensora dos direitos humanos que atuava contra a violência policial e pelos direitos das mulheres e das pessoas afrodescendentes, principalmente nas áreas pobres”, afirma a nota.

Negra, mãe e socióloga, Marielle Franco (PSOL) atuava desde 2000 dentro das instituições da Maré, complexo de favelas do Rio de Janeiro, trabalhando com cultura e educação. Suas propostas abordavam questões de gênero, raça e cidade. Foto: Mídia Ninja (CC)
Negra, mãe e socióloga, a vereadora Marielle Franco (PSOL) foi uma reconhecida defensora dos direitos humanos que atuava contra a violência policial e pelos direitos das mulheres e das pessoas afrodescendentes, principalmente nas áreas pobres, lembrou o ACNUDH. Foto: Mídia Ninja (CC)

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) divulgou nesta quinta-feira (15) uma nota sobre o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Pedro Gomes. O comunicado é assinado pela porta-voz do ACNUDH, Liz Throssell.

Leia a nota na íntegra:

"Condenamos o profundamente chocante assassinato no Brasil da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e de seu motorista. Marielle foi uma reconhecida defensora dos direitos humanos que atuava contra a violência policial e pelos direitos das mulheres e das pessoas afrodescendentes, principalmente nas áreas pobres.

Entendemos que as autoridades se comprometeram a realizar uma completa investigação dos assassinatos ocorridos no Rio de Janeiro na quarta-feira à noite. Apelamos para que essa investigação seja feita o quanto antes, e que ela seja minuciosa, transparente e independente para que possa ser vista com credibilidade. Os maiores esforços devem ser feitos para identificar os responsáveis e levá-los perante os tribunais."
ACNUDH
Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos

Fonte: ONUBR


REPERCUSSÃO NA MÍDIA INTERNACIONAL


Le Figaro



El Pais

BBC

The Guardian

Democracy Now

Amnesty International

Reuters


domingo, 5 de novembro de 2017

Direitos humanos: o alvo da temporada...

por Pedro Juan Bettencourt
Bater em Direitos Humanos é o novo esporte nacional. Investidas contra a fiscalização do trabalho escravo, assassinatos de índios e de pequenos agricultores, demonstrações de racismo e preconceito, gangues invadindo exposições e teatros, ofensiva fundamentalista contra religiões afro-brasileiras, asA lista é longa e a cada semana um novo item é acrescentado.

A ministra Carmen Lúcia, do SFT, foi indicada por Lula, em 2006. Inicialmente discreta, pelo menos até assumir a presidência do tribunal, chamou a atenção durante o processo do Mensalão ao absolver 13 acusados de formação de quadrilha. Na época, foi criticada pelo ministro Joaquim Barbosa. Foi dela o voto contrário à censura de biografias.

Votou pela prisão de Delcídio do Amaral, algo inédito na história do Brasil, tratando-se de um senador, mas deu o voto que desempatou a favor de Aécio Neves, o que liberou o Senado para travar a investigação de corrupção que cercava o político mineiro  e criou uma lambança institucional. Na interpretação de Carmen Lúcia, só o Poder Legislativo pode autorizar a investigação ou prisão dos seus membros. O resultado era esperado: Aécio foi liberado e Assembleias e Câmara de Vereadores do país também adotaram a interpretação e já estão soltado algumas das suas excelências que estavam no xilindró.

Depois de liberar o ensino religioso confessional em escolas públicas, Carmen Lúcia deu há poucos dias outro voto polêmico. Ela negou pedido da PGR e da AGU para zerar nota em redação ou questão que fira os Direitos Humanos. A ministra manteve liminar nesses sentido obtida pelo movimento "Escola sem partido". Na prática, a decisão impede a nota zero para alunos que fizerem apologia de racismo, violência contra minorias, contra gêneros, intolerância religiosa, apoio ao neonazismo, condenação à Lei Maria da Penha etc.

De decisão em decisão, Carmen Lúcia, que chegou a ser cantada como presidenciável, saiu do mundo encantado da exaltação para o território da crítica. Ainda tem apoiadores, como colunista Merval Pereira, mas é apontada como omissa em questão imporantes como lembra o também colunista Elio Gaspari, no mesmo dia, hoje, e no mesmo jornal, O Globo.
Carmen Lúcia em pauta: enquanto Elio Gaspari critica...

Merval Pereira exalta. Para ele, agredir direitos humanos em redações do Enem
é "valorizar o pluralismo democrático". Reproduções O Globo