quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Cinema cria um novo movimento: o Neoadesismo Brasileiro. São os filmes-exaltação do golpe que vão representar o Brasil no Oscar do ano que vem...

por O.V.Pochê

O cinema já conheceu muitos movimentos. O Neorealismo italiano, a Nouvelle Vague, o Cinema Novo.

Alguns cineastas estão com as câmeras ligadas para dar mais uma contribuição à nomenclatura da linguagem cinematográfica: vem aí o Neoadesismo brasileiro.

Longas sobre as investigações políticas e Lava Jato seriam os filmes-manifesto do novo movimento, levando-se em conta o teor das declarações dos realizadores sobre os respectivos temas.

É política, mas também é business.

Um dos diretores do movimento
cinematográfico Neoadesismo Brasileiro
a caminho do Oscar. Reproduçõa
O cinema-exaltação do golpe conta com um público potencial representado pelo "Brasil dividido" e pela ascensão da direita sacramentada pelo voto nas últimas eleições.

Caso a resposta na bilheteria seja boa, estará aberto um novo filão. Já estão em fase de roteirização "Bolsonaro, a epopeia", sobre o futuro candidato a presidente que tentará repetir no Brasil o fenômeno Trump; "Sheherazade, profissão guerreira", sobre episódios de coragem protagonizados por uma jornalista;  "A saga da Bancada da Bala", sobre o grupo que luta pelos direitos sociais da Colt, Beretta e AR15; "Coração Verde, Amarelo, Branco, Azul Anil", este sobre os líderes das passeatas coxinhas; "11 Homens e um Pepino", sobre as votações do STF durante a conspiração; "Legião de Herois", sobre o governo pós-golpe e seus ministros; "A Garganta Profunda que Salvou uma Nação", sobre o destemor e o patriotismo dos caguetas premiados; e "O Calvário do Milionário", sobre a prisão de um dos homens mais ricos do mundo.

Não se pode dizer que o golpe não está dando sua contribuição à Cultura. Tanto que cada um desses filmes já desponta como candidato a representar o Brasil no Oscar do ano que vem.

7 comentários:

Corrêa disse...

Quando se fala em ascensão da direita no Brasil isso é facilmente comprovado na área da cultura com compositores, diretores de cinema, escritores alçados a colunistas para reforçarem o discurso elitista nos meios de comunicação. Vários deles ganharam colunas na mídia e espaço na TV. Uma tradicional editora da qual se pode dizer que era do centro, virou radicalmente para a direita por conta de um editor que passou a reunir e priorizar o pensamento da direita preconceituosa em sucessivos lançamentos de livros. Essa é a realidade de um país que se radicaliza no pensamento elitista que exclui as demais correntes e as classes mais pobres. Infelizmente esse é o novo futuro do país conservador, moralista de posições atrasas. E a nova cultura de direita é a ferramenta desse estado novo.

J.A.Barros disse...

Aliás, esse é o maior sonho do cineasta brasileiro: ganhar um Oscar da Academia de cinema dos EUA. E o interessante é que 99% desses cineastas se dizem "progressistas e críticos ferozes dos EUA. Conheci uma progressistas que declarava que o seu maior sonho era dar um tiro na cara do Ronald Reagan, então presidente deste país.

Wilson disse...

cultura no Brasil está em sua pior fase, a dos fascistas que estão nos jornais na TV, nas instituições de cultura nas editoras de livro. Revivemos a Alemanha dos anos 30

J.A.Barros disse...

Parece que preferem a cultura dos "mensalões"e dos "Petrolões". Esse legado maldito deixado pelo "lulopetismo".

Ludmila disse...

Segundo a Folha de São Paulo, esse filme sobre Lava Jato tem até investido secreto.

Vmoreira disse...

A ditadura também teve intelectuais e artistas que aderiram aos generais. É dá natureza humana mas só quando ela é calhorda puxar saco de que manda democraticamente ou nao

Rebecca disse...

Que papel triste para o cinema brasileiro esse de exaltar a conspiração e o golpe que afinal levou notórios corruptos ao poder. Mas isso é padrão, a ditadura teve Simonal, Don e Ravel, Nelson Rodrigues, Amaral Neto, Flávio Cavalcanti, escritores, intelectuais, juristas adesistas. O Brasil Grande dos militares incentivou filmes patrióticos sobre a Independência, novelas, filmes que ajudavam o circo como os de Roberto Carlos, novelas que ajudavam a distrair o Brasil.