"Marcão Chumbo Grosso" estreia na próxima segunda-feira, no jornalístico Primeiro Impacto.
O caso faz lembrar, embora remotamente e com sinais trocados, a atitude de alguns veículos nos tempos da ditadura militar. Ideologias à parte, O Globo, a Manchete e o JB receberam nos seus quadros alguns jornalistas perseguidos pela ditadura. Mesmo que vários deles fossem deslocados para funções e editorias menos expostas aos interesses do regime, mantiveram seus empregos. Um gesto louvável dos empresários da grande mídia considerando-se, até, que eles não se opunham à ditadura que ajudaram a implantar.
A "solidariedade" do SBT ao acolher um demitido também deve ter lá suas razões. E o próprio demitido tem seu direito ao trabalho, o que deve ser respeitado, assim como deveria ser respeitada a etnia da cantora ofendida. O gesto da emissora de Silvio Santos parece coerente com manifestações públicas de notórias figuras dos seus quadros. Não que sejam da legião dos perseguidos, muito ao contrário, na grande mídia atual e nas redes sociais o campo está muito favorável para corneteiros da repulsa aos pobres e às minorias, dos arautos do golpe e dos pregadores das reformas que deixarão a terra arrasada em matéria de direitos sociais dos menos favorecidos, o que vale dizer, a grande maioria da população.
Segundo o Estadão, Ludmila comentou em entrevista para a revista Glamour o rápido gesto do SBT em apoio ao "Chumbo Grosso".
"Quando ele foi demitido pela Record, eu pensei: "Caraca, fez bem, não está conivente com este tipo de ação e não concorda com este tipo de crime". Quando eu soube que o SBT o contratou, pensei: "Oi?". Não posso mudar nada. É algo que me assustou, e não imaginei isso".
Dizem que o novo slogan do SBT para 2017 é "A cara do Brasil".
Tá explicado.
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Atualização às 13h24:
Citada pelo portal IG, a coluna “Sem Intervalo”, de “O Estado de São Paulo”, registra que "o mais novo reforço do jornalismo da casa não foi recebido com entusiasmo pelos colegas de trabalho. À coluna, um repórter do SBT comentou: “Se já era éramos motivo de piada por ter Dudu Camargo como âncora, agora a situação só piora”.
Dudu Camargo, como se sabe, é o rapaz de 18 anos, sem formação, que Sílvio Santos escalou para comandar um dos programas jornalísticos do SBT. O âncora-júnior já acumula gafes.
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Atualização às 13h24:
Citada pelo portal IG, a coluna “Sem Intervalo”, de “O Estado de São Paulo”, registra que "o mais novo reforço do jornalismo da casa não foi recebido com entusiasmo pelos colegas de trabalho. À coluna, um repórter do SBT comentou: “Se já era éramos motivo de piada por ter Dudu Camargo como âncora, agora a situação só piora”.
Dudu Camargo, como se sabe, é o rapaz de 18 anos, sem formação, que Sílvio Santos escalou para comandar um dos programas jornalísticos do SBT. O âncora-júnior já acumula gafes.
2 comentários:
Quem puder reler o livro 1964 vai ver que havia muitos jornalistas engajados no golpe, estão lá todos citados e seus veículos. Mas tenho a impressão de que nunca tantos colunistas, editores etc dos grandes jornais e revistas e Tv foram tão ligados à direita, ao neoliberalismo e seus dogmas e preconceitos. O SBT, pela sua pouca importância jornalística, é até parte menor desse cenário radical. Momento complicado esse do Brasil. E não por acaso com um Bolsonaro subindo nas pesquisas para 2018.
Esse apresentador, por acaso, é louro e de olhos azuis? Se é brasileiro, muito sangue de negros ainda correm em suas veias.
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